Capítulo único



Os dias são belos, cheios de luz e ar puro, representa à vida, em muitas religiões o sol é um Deus. À noite, é onde podemos mostrar nossa verdadeira face, os seres podem aproveitar a escuridão, para continuar escondendo aquilo que deve continuar em segredo. Mais os seres humanos se acostumaram a esconder sua identidade tão bem que são capazes de andar sob a luz do sol sem serem desmascarados.


 


Draco Malfoy sempre foi um sonserino destinado a ser um seguidor do Lorde das Trevas, mas algo de errado aconteceu, os anos vendo Harry Potter e seus amiguinhos grifinórios nas maiores aventuras apenas o fazia se encher de raiva e inveja, pelo menos sempre foi o que pareceu, tudo que continha de bom e de mal nele apenas crescia, sentimentos que ele possuía, mas não conhecia. Sentimentos que seus pais não souberam, ou não possuíam, para demonstrar.


 


- Draco ande logo, temos que chegar à plataforma, tenho de ir para o ministério, por causa de seu pai.


 


O dia não havia começado bem, início de mais um ano em Hogwarts. Draco obviamente não estava atrasado mais sua mãe não se importava com nada, queria apenas seu filho longe de todos os planos que envolviam Voldemort, que não se importava em magoar o filho, e também porque não saberia demonstrar os seus sentimentos para o filho. Draco cresceu sabendo que o dever de um Malfoy sempre foi mostrar as outras famílias, que a família de sangue-puro com maior valor do mundo bruxo eram os Malfoy, talvez por isso sempre tratou todo o resto como escoria.


Ele andava apressado; sua vida não era mais apenas seu mundinho, onde podia ser o rei no momento em que quisesse, fechou a mão apertando forte, quase se machucando com a própria unha quando sentiu a dor onde recentemente havia colocado a tatuagem que todos os Comensais da Morte possuíam, a marca negra, que ardia cada vez mais com o passar dos dias e ele sabia que deveria se acostumar, com a guerra prestes a começar, seus dias se tornavam piores, mas ele tinha de suportar a dor física como suportava a emocional, afinal sempre fizera isso. Não iria demonstrar a sua mãe suas fraquezas. Jogou o pó de flú e quando apareceu em uma lareira perto do caldeirão furado, esperou sua mãe que deveria estar logo atrás dele, mas tempo de mais e ela não aparecia, talvez devesse esperar por isso; sua própria mãe havia o abandonado após horas apressando ele. Ainda bem que já conhecia aquele caminho perfeitamente bem, e se sentindo cada vez pior saiu puxando o malão.


Sua vida sempre foi perfeita no passado, ao menos para aquele Draco antigo, ele podia ter tudo que queria, era sangue-puro e seu pai era rico o suficiente para proteger ele de muitas de suas idiotices, sua família tinha prestigio, e para ele não havia problemas em sua vida que o dinheiro não resolvesse, mas depois aprendeu que nem tudo era como imaginava, a prova disso era o ministério ter prendido seu pai em Azkaban.


Passou pela coluna entre as plataformas, e entrou no trem sabia que ainda demoraria a sair, estava procurando uma cabine vazia, e parou diante de uma e sentou sozinho, minutos depois um grupo de sonserinos passou.


 


- Podemos ficar nesse. – Uma garota falou orgulhosa.


 


- Não, claro que não podemos, quer ficar do lado desse perdedor? O pai dele está em Azkaban e com certeza você não quer ficar do lado de um Malfoy, em decadência... Pode ser contagioso, você sabe a incompetência. – Outro garoto falou sorrindo irônico.


 


- Saiam daqui seus idiotas. – Draco se levantou e deu um soco na porta, em seguida fechando a cabine com força.


 


Após a passagem dos alunos, esperou para ter certeza que nenhum outro apareceria. E nesse momento começava a escurecer, e seus monstros o perseguiram, as sombras do passado, as lembranças de Hogwarts o assolavam, todas as tristes memórias. Á noite soltou os seus demônios, e agora seu cérebro se tornou uma confusão, não sabia mais o que era certo ou errado, só sabia que tinha de fazer algo. Ele sentiu as lágrimas escorrerem, mas logo as limpou, era um Malfoy e não podia ser fraco, agora seguidor do Lorde das Trevas não tinha permissão para ser fraco, e iria fazer com que todos que caçoaram dele, pagassem aquelas lágrimas, iria acabar com os nascidos trouxas e todos os trouxas, e principalmente destruir Harry Potter e Dumbledore, iria fazer com que eles pagassem a raiva e humilhação imposta a sua família. Não houve espaço para outros sentimentos o resto do caminho para Hogwarts era o momento para fazer seus planos e para pensar em sua missão...

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