capitulo unico



Era uma sexta-feira, Hermione acordou como sempre, ficava deitada, com as mãos na cabeça, olhando para as cortinas de sua cama. Já fazia alguns anos que isso se repetia diariamente, já fazia alguns anos que Hermione Granger começara a sonhar, desejar, amar. Isso, amor, era isso que ela sentia, quando começou a perceber o que estava acontecendo com ela, ela lutou, mas era uma luta invalida. Foi a partir do terceiro ano.


A implicância, o medo, a amizade, tudo isso contribuiu para que eles se aproximassem; no quarto ano, se desentenderam, e ela acabou por cometer um ato terrível, sem querer, brincou com os sentimentos de Vítor Krum deixando que ele a beijasse no fim do baile; no quinto ano, com tanta coisa na cabeça, não era fácil arranjar tempo para pensar no amor; agora, no fim do sexto ano, ela percebeu que por mais que precisasse ajudar o amigo, ela precisava de um tempo para se dedicar mais ao que ela gostava. No começo, chegou quase a perder ele para outra, ela era atirada e por isso conseguiu, mas Hermione acordara de um jeito diferente naquela manhã, uma força a mais crescia em seu peito, era hoje, tinha que ser hoje! Hoje ela teria uma séria conversa com Ronald Bilius Weasley.


Quando desceu para tomar o café da manhã, já encontrou Rony devorando um prato de omeletes, mas estava sozinho.


-- Que bom que o Harry foi tentar conseguir a lembrança. – falou ela se sentando ao lado do garoto e pegando algumas panquecas.


-- Hunf! Lembrança! – respondeu ele carrancudo – Ele ta é com a Gina por aí, se agarrando pelos cantos!


Hermione achava muito infantil esse ciúme bobo da irmã, mas ao mesmo tempo era tão fofo o jeito que ele fazia questão de proteger a caçula.


-- Ronald! Eles estão namorando, tem o direito de se beijarem!


-- Hermione, uma coisa é um beijo no canto do castelo, outra é ficarem se agarrando em qualquer lugar!


Ela não acreditava que ele falara isso. Por algum acaso, era exatamente isso que ele fazia com a Lilá, se agarrava e andava com ela pendurada no pescoço pra cima e pra baixo!


-- Não sei por que reclama, fazia o mesmo! – falou ela se irritando com a lembrança daqueles dois grudados um no outro e se levantou e foi em direção as estufas da Professora Sprout, aquele lugar sempre acalmava ela.


Ela chegou lá, pegou um par de luvas e começou a fazer um carinho triste nas plantas. Muitas delas se remexeram e outras tentaram arrancar seus dedos, e mesmo estando de luvas, acabou sendo mordida por uma, quando se assustou com alguém que entrou na estufa e ficou parado. Alguém alto, mais forte por conta do Quadribol, de olhos azuis, alguém ruivo, alguém que ela conhecia a tanto tempo, mas ao mesmo tempo lhe parecia um desconhecido.


-- Nunca disse isso pra ninguém, mas você não faz idéia de como eu me arrependo. – disse Rony, com uma voz rouca.


Hermione se virou, mesmo sabendo que quando olhasse aqueles olhos ela iria fraquejar.


Nisso, uma gota de sangue pingou do dedo mordido, e ela nem se deu o trabalho de tirar as luvas, só o que importava era seguir encarando-o.


Porém, ele correu para ajudá-la.


-- Ai, vamos dar um jeito nisso. – segurou a mão frágil dela entre as suas e retirou delicadamente a luva, era um corte feio, fundo e sangrava bastante, ele pegou um lenço de dentro do bolso, e enrolou na volta do corte. Ela não tirou os olhos dele um momento sequer, e isso não passou despercebido. – O que foi? Apertei demais?


Ela demorou ainda para responder, mas quando respondeu, conseguiu manter a voz firme.


-- Não, ta tudo bem, muito obrigada. – ela percebeu que ele esperava que ela dissesse mais, talvez que voltasse ao assunto do café, mas ela se sentiu culpada por sair daquela forma da mesa. – Foi mal, me desculpa por ter saído da mesa sem dizer nada.


-- Ah não! Você disse sim, mas tudo bem, disse a verdade. – ele falou abaixando a cabeça.


-- Rony, todos nós nos arrependemos de varias coisas, isso é normal. – Hermione não saberia explicar de onde tirou coragem para pousar a mão sobre o rosto do garoto.


Ele pôs a mão em cima, apreciando o toque macio.


-- Me desculpa por ter parado de fala com você por causa dela, não valeu a pena. – ele falou, botando agora a sua outra mão sobre o rosto dela. Hermione estremeceu com o toque e sentiu novamente as pernas bambas, e uma vontade louca de provar os lábios daquele ruivo.


-- Não sei porque você ta me pedindo desculpa Rony, ela era sua namorada – dizer essas palavras foi difícil – é normal na idade que a gente ta, querer alguém não só pra conversar. – falou ela, falsamente compreensiva.


-- Hermione, eu acho que talvez eu pudesse ter escolhido pessoa melhor pra não conversar. – disse ele se aproximando, os olhos tão grudados que eram capazes de ler pensamentos.


-- Rony, não é porque você errou uma vez que vai errar de novo, há mais garotas em Hogwarts, Luna é uma que gosta muito de ti. – disse ela tirando a mão do rosto do garoto com um olhar triste que beirava o desepero.


Onde já se viu!? Ela o amava e incentivava a ficar com outra?


-- Preciso que me prometa uma coisa. – falou ele, e ela confirmou com a cabeça – qualquer coisa que eu fizer de anormal, jura que não vai me azarar?


-- Juro. – ela disse quando viu o que iria acontecer, estavam tão perto...


Hermione resolveu fechar os olhos, quando sentiu a mão dele passar do rosto para a nuca e a puxar para si, encostando os lábios com um pouco de força e pressa. Ela tratou logo de se atirar no pescoço dele e ele a enlaçou pela cintura com a outra mão, a apertando contra si, e demonstrando o quanto era o desejo contido por anos de ter ela em seus braços.


O beijo foi demorado, e teve que ser parado quando os dois não respiravam mais. Eles estavam envergonhados com o que havia acontecido e Hermione tomou as rédeas da situação:


-- Agora é a sua vez de me prometer uma coisa. – ele, como ela, concordou e ela seguiu. – Quando eu disser que eu te amo, e que não tenho dormido direito por sua causa, você vai me prometer que não vai começar a rir e me abandonar?


Sem mais delongas, ele a puxou para outro beijo de cinema, literalmente, e depois falou:


-- Isso responde a sua pergunta?


-- Eu te amo! – falaram os dois ao mesmo tempo.


Seguiram com mais beijos e caricias, até que tiveram que voltar pro castelo, já deviam ter dado por falta deles.

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Comentários (1)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    SIMPLISMENTE P-E-R-F-E-I-T-O ESSE CAP. A-M-E-I *.* #MORRI  A-M-E-I <3 <3 <3  MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.* CHOREI E RI MUITO AQUI :)

    2013-02-26
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