Depois daquela noite, por Harr
Conseqüências daquela noite
By Sibyl Hannah
Capítulo 1 :
Harry Potter acordou com dor de cabeça no dormitório masculino da Grifinória.
MUITA dor de cabeça. Tanta dor que demorou alguns segundos para se localizar no espaço e no tempo. Se sentando na cama e esfregando a cabeça numa inútil tentativa de suavizar a dor naquela região, tentando pensar como havia parado ali. Afinal, sua última lembrança fora de estar num banheiro... que coisa estranha, um banheiro... Com a cabeça dando fisgadas, decidiu parar de pensar. Doía.
Levantou-se e foi ao banheiro tomar uma ducha. Não encontrou concorrência alguma de seus companheiros de dormitório, pois não havia nem sinal deles no dormitório. Deviam estar por aí. Tomando café para tentar curar a ressaca, desmaiados em algum corredor num torpor alcoólico ou então agarrados em algum corredor com uma pessoa que mal conheciam. Harry deu uma risadinha enquanto se secava com a toalha. Definitivamente, não havia sido o único a ter uma noite agitada.
O pensamento vindo não sei de onde deixou-o com um estranho gosto amargo na garganta. Noite agitada?, pensou, enquanto se vestia. Num banheiro? Combinação estranha, sexo e banheiro. Tentou se convencer, enquanto se vestia, que era simplesmente uma alucinação... Teria sido aquela cerveja amanteigada? Que gosto estranho... Logo depois, ele havia começado a ficar bêbado muito rápido... Harry franziu a testa em concentração para lembrar-se de algo, qualquer coisa, a mais, e a sua cabeça deu uma fisgada em protesto. Depois... ignorando as pontadas em sua cabeça enquanto saia do dormitório masculino em direção ao Salão Principal, tentou ter alguma lembrança... Mas depois, tudo se transformava num redemoinho de cores e cheiros... Um em especial, um perfume doce com cheiro de pecado, se sobressaia no meio de todos. Tornou-se tão forte que Harry quase foi capaz de senti-lo novamente. Junto com o cheiro veio uma sensação, um gosto estranho na garganta que foi descendo até o estômago, onde ficou, como se o rapaz tivesse comido alguma coisa podre. Como se fosse para lembrá-lo de alguma coisa. Harry parou quase às portas do Salão Principal, junto apenas com aquela estranha sensação que não passava.
Ele havia feito alguma coisa de muito errado.
O pensamento reboou na mente dele como um trovão, clareando tudo, ou quase tudo. Naquele momento um cheiro agradável de mingau chegou ao nariz dele, e a única coisa maior que a dor de cabeça que Harry Potter era sua fome. Ele então foi apressando o passo para o Salão Principal, tentando ignorar o pensamento que martelava na sua cabeça: você fez algo de errado, você fez algo de errado, você fez algo de errado...
Ao entrar no Salão Principal, percebeu com certa surpresa que todos seus colegas estavam sentados à mesa. Simas conversando alegremente com Dino ao centro, Neville entretido com seu mingau e o Ron com um olhar meio perdido em algum lugar na mesa. Mais especificamente na direção de Hermione, que de vez em quando, olhava na direção dele e ficava da cor da bandeira da Grifinória. E voltava a olhar para o chão, morrendo de vergonha. Porque, Harry não podia imaginar.
Simas percebeu sua presença e acenou para que se senta-se junto a ele, Dino, Neville e Ron, que continuava com o olhar meio perdido na direção de Hermione. Harry sentou-se ao lado de Neville, de frente para a mesa da Sonserina, e se pôs a devorar o mingau a sua frente, faminto. Mas a vozinha não o abandonava: você fez algo errado, você fez algo errado...
--- Harry, cara, você está bem?
Era Ron que falava. Pelo visto havia saído de seu transe hipnótico, já que olhava com uma cara preocupada pra ele. Neville não levantara os olhos do mingau e Simas e Dino continuavam conversando sobre a festa de arromba do dia anterior.
--- Que foi? – perguntou Harry, tentando se fazer por desentedido, mas sabia que sua cara devia estar péssima. Você fez algo errado...
--- Você está com uma cara péssima – respondeu Ron, olhando fundo nos olhos verdes do moreno – Aconteceu alguma coisa?
--- Aconteceu, não foi?- insistiu o ruivo. Ele conhecia Harry bem demais para saber quando algo estava errado.
Harry abriu a boca para falar “ Não é nada”, mas mudou de idéia no meio do caminho. Ia ser justo mentir para Ron? A sensação estranha no seu estômago aumentava... Decidiu contar:
--- Eu... – fez uma pausa, procurando as palavras certas. Tomou ar e continuou – Acho que fiz algo errado.
--- Que tipo de coisa errada?
--- Ontem, na festa. Mas eu...
Mas ele nunca terminou a frase. Naquele exato momento, Harry levantou os olhos, talvez para encarar Ron, mas o par de olhos verdes encontraram um par de olhos cinzentos do outro lado do Salão, um par de olhos que faiscavam estranhamente.
Draco Malfoy.
Naquele momento, Harry lembrou-se de tudo.
O encontro com ele no meio no corredor,
A conversa estranhamente civilizada que tiveram.
O banheiro...aquela pergunta...
“ Potter, você sabe que vai se arrepender disso amanhã, não sabe?”
E depois... E depois eles haviam...
Harry James Potter arregalou os olhos ao lembrar-se finalmente da besteira que havia feito.
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