Ann Potter




 


“Às vezes você começou ler o livro inteiro e mesmo então, você ainda não pôde saber a história toda."


 


5 de Julho


Eu nunca me casei, e nem penso nisso por enquanto, mas acho que a sensação que sentia naquele momento era a de uma noiva prestes a subir ao altar. Um frio na barriga, um nó apertado na garganta e a certeza de que nada sairia como o planejado. Olhei-me no espelho pela centésima vez e suspirei.


- Você está linda. – disse alguém as minhas costas


Me virei para ver meu irmão gêmeo parado a porta me admirando. Fiz uma careta.


- Você acha? – perguntei manhosa


Ele riu.


- Tenho certeza. – disse gentil


Eu me virei novamente para o espelho. Usava um vestido verde musgo de mangas compridas, mas finas, já que estávamos no verão.


- Ann, você sempre está linda. – disse se aproximando


Eu o encarei incrédula  pelo espelho e ele revirou os olhos.


- Ann, por Merlin! – ele me virou de frente pra ele – Eu estou dizendo que você está linda, confie em mim.


- Eu confio em você. – eu disse sem sorrir


Ele franziu a testa.


- Não é só isso não é? – ele quase afirmou – O que mais está te preocupando?


Eu hesitei.


- Papai. – eu disse por fim – Tenho medo que ele não goste do Richard, o que não é tão difícil de acontecer. Papai implica com tudo.


David pôs a mão no meu rosto, acariciando-o. Nós tínhamos uma ligação muito forte, acho que era por causa daquele lance entre irmãos gêmeos.


- Você disse que confiava em mim, certo? – ele perguntou e eu concordei – Eu tenho certeza que papai vai gostar do Richard, eu conheço o velho, em dez minutos Richard vai conquistá-lo.


Eu sorri timidamente com o que ele disse.


- Ele é perfeito não é? – eu disse com cara de apaixonada


Ele tirou a mão do meu rosto.


- Também não é pra tanto. – disse contrariado


Eu ri.


- Ciumento! – acusei-o antes de abraçá-lo


Ele passou os braços ao meu redor e eu deitei minha cabeça em seu ombro.


- Se algum dia Richard te magoar, eu juro... – começou ele, mas eu o interrompi


- Dave! – eu disse afastando meu rosto do ombro dele pra encará-lo – Você e Peter precisam parar de dizer isso. Richard não vai me magoar!


Ele suspirou e me deu um beijo na testa, deitou minha cabeça no ombro dele novamente.


- Tudo bem, me desculpe. – disse divertido – Eu só quero que você saiba que eu vou estar aqui caso algo aconteça.


Eu ri.


- Obrigada. – agradeci sincera


- Agora vamos descer. Daqui a pouco seu namorado chega e você não está lá.


Nos soltamos e saímos do quarto, descemos as escadas e nos dirigimos a sala de visitas. Estavam todos lá, e tive pena de Richard por ter que encarar minha enorme família. Papai me encarou quando entrei na sala, me estudando cautelosamente. Eu me aproximei dele e lhe beijei a face.


- Você está bem hoje.- ele disse sem muita emoção, tentando disfarçar os ciúmes


Eu sorri, sabia que aquele era o jeito dele, e que aquele elogio era o melhor que receberia do meu pai.


- Obrigada pai. – agradeci


Foi a vez de mamãe me elogiar.


- Filha, você está maravilhosa. – disse com um sorriso – Linda como nunca.


Eu retribuí o sorriso enquanto papai fingia não ouvir os elogios da minha mãe.


- Hermione? – ele a chamou – Você enviou os convites à família do rapaz?


- Sim, Harry, eu já enviei. – disse ela sem sorrir


Nos livros que li sobre a vida dos meus pais e dos meus tios, e nas histórias que ouvi algumas pessoas contarem, meus pais sempre eram descritos como o casal mais lindo e perfeito que o mundo bruxo já vira, diziam que eles eram tão apaixonados que faziam inveja a qualquer um. Bem, isso devia ter sido há muito tempo, porque o casal que eu conhecia não era em nada parecido com as histórias que eu ouvia. Ver uma demonstração de afeto entre eles era quase impossível, eu nem me lembrava a última vez, e papai a tratava de forma tão áspera as vezes.


- Ann... – alguém me chamou, me tirando dos meus devaneios – Ah meu amor, você está linda hoje.


Era tia Mônica, que me abraçou em seguida. Ela era sempre tão carinhosa e cuidadosa comigo, acho que pelo fato de não ter uma filha mulher ela depositava todos os carinhos para uma menina em mim.


- Está nervosa? – ela me perguntou e eu balancei a cabeça – Não se preocupe, tenho certeza de que vamos amá-lo.


- Eu espero tia, ele é mesmo adorável. – eu contei


Richard era amigo de Ben há muitos anos, um dos poucos amigos que nós sete tínhamos, mas não costumávamos levar nossos amigos em casa. A campainha tocou e eu me sobressaltei.


- Deve ser ele. – eu disse começando a suar frio


- Deixe que Alexander atenda. – disse papai muito sério


Mas meus olhos não desgrudaram da porta da sala. Ouvi Alexander, nosso mordomo, abrir a porta e cumprimentar educadamente alguém e em seguida pedir que o convidado o acompanhasse. Pouco tempo depois ele entrou acompanhado de Richard. Sorri ao vê-lo e ele retribui, ele parecia um pouco nervoso.


- Senhor Richard Royalle. – anunciou Alexander e eu revirei os olhos com a cena


Fui até Richard e o cumprimentei com um beijo no rosto.


- Você está maravilhosa! – ele disse e eu sorri


- Obrigada. – disse num sussurro


O puxei pela mão para apresentar-lhe minha família.


- Richard essa é minha família, família esse é Richard Royalle, meu namorado.


 


- Boa noite, é um prazer. – cumprimentou exalando sua típica simpatia


 


- Meus tios Cedrico Diggory, Draco Malfoy e Ronald Weasley... – disse apontando pra cada um deles, eles acenaram e Richard também – Minhas tias Mônica Diggory, Gina Malfoy e Thereza Weasley. – trocaram acenos novamente – Os meninos você já conhece... e enfim, meus pais, Harry e Hermione Potter.


 


Ele estendeu a mão a minha mãe e ela lhe cedeu a dela, ele levou a mão dela aos lábios.


 


- É um prazer conhecê-la senhora Potter, sempre foi minha heroína preferida! – disse sincero, mamãe sorriu agradecida e Richard se virou em seguida para meu pai, também lhe estendendo a mão – Sem ofensas senhor Potter.


 


Papai riu e apertou a mão de Richard. Vi que ele o tinha ganhado ali, naquele exato momento e sorri aliviada.


 


- Não se preocupe garoto, ela também sempre foi minha preferida! – disse fazendo todos rirem – É um prazer!


 


- Acredite, o prazer é todo meu!


 


- Fique a vontade pra cumprimentar seus amigos e depois volte pra conversarmos. – sugeriu papai gentilmente


 


- É claro senhor Potter, seria ótimo. – ele retribuiu igualmente gentil


 


- Venha. – eu disse puxando-o novamente até o canto em que os meninos estavam


 


Ele sorriu ao se aproximar e ele e Ben se abraçaram.


 


- Parabéns Ben! – desejou Richard – Eu vi a lista dos dez melhores.


 


Ben sorriu agradecido e Richard cumprimentou Rachel em seguida. Os três, Richard, Ben e Rachel, eram da sonserina e eram bem próximos.


 


- Hei Rach. – ele a abraçou também


 


- Hei Richard. – ela retribuiu um pouco incomodada


 


Eu reparei, mas não tive muito tempo para dar importância. Richard cumprimentou e parabenizou David e John também, depois cumprimentou Lizzie e os dois riram de algum comentário que ela fez, por fim ele e Peter se cumprimentaram com um pequeno aceno de cabeça.


 


- Tudo bem Diggory? – disse Richard tentando ser educado, Peter era o único que ele tratava pelo sobrenome


 


Peter só balançou a cabeça contrariado e eu o repreendi com o olhar. Começamos a travar uma discussão silenciosa enquanto Richard voltava a conversar com os outros. Eu me afastei dele um pouco para chegar mais perto de Peter.


 


- Dá pra você tentar ser um pouco mais educado? – pedi séria


 


- Não enche Ann. – ele rebateu sem dar importância, ele não costumava usar aquele tom comigo – Eu já estou lhe fazendo um grande favor por estar aqui.


 


Eu suspirei e abri a boca, mas Richard me interrompeu.


 


- Ann, vamos cumprimentar seus tios. - me chamou


 


Eu dei uma última olhada em Peter e me juntei a Richard novamente, e nós fomos até onde meus três tios ainda estavam.


 


- Então você é o famoso Richard. – disse tio Cedrico divertido apertando a mão do meu namorado


 


Richard sorriu sem graça.


 


- Tio, não me faz passar vergonha. – o repreendi igualmente divertida


 


Os três riram enquanto Richard apertava a mão de tio Draco e tio Rony.


 


- Ben me disse que você é atacante. – comentou tio Draco


 


- Sim senhor. – respondeu ele – Esse ano foi um ótimo ano pra nós.


 


Tio Draco sorriu orgulhoso e tio Rony revirou os olhos.


 


- Você deve sofrer na mão do John não? – brincou tio Rony


 


Richard não teve tempo de responder, tio Draco o atropelou.


 


- Ah, por Merlin Rony! – disse rindo – Não seja tão pretensioso, vocês perderam esse ano e ponto.


 


Tio Ron deu de ombros e tio Cedrico riu.


 


- O Sr. Malfoy tem razão, enfim teremos um ano de paz. – disse Richard – Mas eu sofro bastante na mão do seu filho Sr. Weasley, ele é o melhor goleiro que já vi.


 


Foi a vez de tio Ron sorrir orgulhoso.


 


- Anne, gostei desse rapaz! – brincou ele


 


- Obrigada tio. – eu agradeci zombeteira – Agora vocês nos dão licença, vou apresentá-lo a suas esposas.


 


Eles concordaram e nós dois saímos. As três estavam sentadas no sofá conversando. Procurei papai e mamãe pelo lugar, mas eles não estavam lá. Nos aproximamos das três e Richard beijou a mão de cada uma delas, charmosamente.


 


- Você é encantador Richard. – disse tia Mônica - Não sei por que Ben não lhe trouxe aqui antes.


 


Ele não respondeu apenas sorriu agradecido. Eu estava me segurando por dentro, como se eles não soubessem os motivos de não trazermos nossos amigos em casa, pensei indignada.


 


- Mas você perdeu alguns pontos conosco hoje à noite. – disse tia Gina brincalhona – Tudo bem que foi pra agradar sua nova sogra, mas dizer que ela é sua preferida nos magoou.


 


Ele riu um pouco tímido, mas sem perder o charme.


 


- Vocês todos são meus heróis preferidos, mas já li o livro da Sra. Potter duas vezes e sou fã número um dela. – disse sincero


 


As três sorriram encantadas.


 


- Nada mais justo Gina. – comentou tia Thereza aceitando a justificativa dele


 


Conversamos um pouco mais com elas e então nos retiramos. Ficamos a sós a um canto. Ele segurou minhas duas mãos entre as dele e me encarou sorrindo.


 


- Senti sua falta nesses últimos dias. – ele disse baixinho, bem próximo a mim


 


Eu suspirei.


 


- Também senti a sua. – admiti


 


- E eu estou louco pra te beijar! – ele disse e eu sorri desconcertada - Você está muito linda!


 


- Obrigada Rick. – agradeci


 


Ele se aproximou e colou seus lábios nos meus rapidamente, se afastou olhando pros lados.


 


- Só pra matar um pouco a saudade. – se justificou


 


Eu o repreendi com um olhar, mas logo me desmanchei e sorri.


 


- Mas não abuse muito da sorte. – eu disse e ele concordou


 


Conversamos um pouco antes de papai e mamãe aparecerem novamente. Eles se aproximaram de nós dois e passamos a conversar.


 


- Richard, seus pais receberam o convite pra festa? – quis saber papai


 


- Sim senhor Potter, e eles pediram que eu lhe agradecesse. – disse Richard


 


- Eu não os conheço Richard, o que eles fazem? – perguntou fingindo interesse


 


Eu balancei a cabeça reprovando a pergunta, como se ele já não tivesse investigado a vida dos Royalle toda.


 


- Minha família é a maior produtora bruxa de bebidas alcoólicas do país Sr. Potter. – contou, e meu pai fingiu surpresa – Mas há uns três anos eles estão morando na Espanha, estão tentando levar a empresa pra lá, estão quase estabelecidos, e eu fiquei pra terminar os estudos.


 


- Muito bom, muito bom. – disse admirado – E você pretende cuidar dos negócios futuramente?


 


Richard sorriu.


 


- Sim senhor, minha família está nesse ramo há muitos anos. – disse orgulhoso


 


- São raros os garotos que possuem esse discernimento hoje em dia Richard. – comentou mamãe – Os filhos na maioria das vezes não querem seguir os passos dos pais.


 


Richard sorriu para ela, admirado. Ele simplesmente amava minha mãe e eu achava aquilo muito fofo, geralmente garotos preferiam outros homens para herói. Papai e eu nos encaramos, rindo dele.


 


- Tudo bem garoto, não precisa babar. – brincou papai – Assim eu vou ficar com ciúmes!


 


Nós rimos, inclusive Richard, apesar de ficar um pouco sem jeito. Papai enlaçou mamãe pela cintura e eu os olhei surpresa e feliz, mas pouco tempo depois mamãe timidamente tirou a mão dele do lugar enquanto voltávamos a conversar. Ela percebeu que eu tinha visto, me deu um pequeno sorriso e eu retribuí entendendo que ela não queria que eu me preocupasse. Voltei a prestar atenção na conversa deles, mas ainda com a cena na minha cabeça.


A voz de Alexander, anunciando o jantar, me despertou dos meus pensamentos e começamos a nos dirigir a sala de jantar. Me sentei ao lado de Richard na mesa e apertei sua mão para tranqüilizá-lo, ele ainda parecia um pouco nervoso. O jantar correu maravilhosamente bem, Richard estava se saindo maravilhosamente bem, ele estava sendo tão natural, como se conhecesse minha família há anos. A verdade era que de uma forma ou de outra ele realmente conhecia, ele era um dos maiores admiradores da história da minha família.


 


- Hermione, Richard disse que já leu “Nossa vida a sete” duas vezes. – contou tia Gina se referindo ao livro que mamãe escrevera


 


O livro era uma publicação da Se7en (sete em inglês), a editora da família, e nele mamãe narrava toda a história deles, desde a descoberta dos anéis até o nascimento de Lizzie. Era um livro incrivelmente belo, mas às vezes, quando o lia por puro prazer, sentia como se grande parte dele fosse uma mentira, como um livro de conto de fadas.


 


- Verdade Richard? – perguntou mamãe satisfeita e ele concordou com um aceno de cabeça – E o que você achou? Gosta dele?


 


- Se eu gosto? – perguntou sorrindo – Eu amo aquele livro! Quando eu termino de lê-lo e penso que tudo aquilo realmente aconteceu... é mágico!


 


Minha mãe e meus tios sorriram.


 


- E qual é a parte que você mais gosta Richard? – perguntou papai e vi o tom de desafio na pergunta


 


- Bom, o livro inteiro é maravilhoso, é difícil escolher uma única parte... – ele pausou novamente – Mas se tiver que escolher apenas uma eu escolho o ataque a Hogsmead.


 


Eu e mamãe sorrimos com a resposta dele.


 


- Você sabe que perdemos aquela batalha, não sabe? – perguntou tio Draco divertido sem entender a resposta dele


 


Richard balançou a cabeça.


 


- Sim Sr. Malfoy, eu sei. – respondeu simples – Mas perder aquela batalha significou ganhar a guerra. Ao perderem naquele dia vocês descobriram que jamais conseguiriam sozinhos, que precisavam uns dos outros.


 


Ele terminou e eu sorri orgulhosa. Papai o encarava surpreso, mas logo tratou de disfarçar.


 


- Meus parabéns rapaz, bela escolha! – disse meu pai tentando parecer indiferente


 


- Realmente uma bela escolha. – concordou mamãe


 


Os olhos dele brilharam com o elogio da minha mãe e ela percebeu. Ela riu-se, obviamente também o achando fofo por admirá-la tanto. Pra mim sempre foi fácil admirar a Hermione dos livros, sempre inteligente, perspicaz, determinada, bondosa e que amava os amigos e ao meu pai tão verdadeiramente. A Hermione atual era diferente, não que eu não a admirasse, mas ela era tão submissa as ordens do meu pai e as regras da sociedade, e às vezes perto de algumas pessoas não conseguia ser ela mesma. Além de tudo isso havia uma diferença crucial entre a Hermione dos livros e minha mãe: a dos livros, mesmo em meio a guerras e perdas, era muito mais feliz do que atual.


O jantar terminou e depois de mais algum tempo de conversa na sala de visitas, Richard começou a se despedir. Primeiro dos meus tios e tias, e depois dos garotos.


 


- Ben, até mais cara. – disse abraçando o amigo – Obrigado por me receber hoje.


 


- Obrigado você por ter vindo. E principalmente por não ter envergonhado minha prima. – brincou Ben, aquele tipo de brincadeira com um fundo de verdade que ele amava  


 


Richard sorriu e me encarou com aquele olhar que me deixava constrangida às vezes. Eu retribuí e sorriso e lhe dei um beijo no rosto. Ele voltou a se despedir dos garotos. John foi o próximo, ele estava chateado por London não ter aparecido. Depois Richard se despediu de David e Lizzie, e depois de Rachel.


 


- Ei, próxima vez que te ver quero que esteja com uma carinha melhor, essa não combina muito com você. – ele disse a Rachel e eu o apoiei, ela apenas sorriu – Até mais Rach.


 


Ele a abraçou e ela se afastou rapidamente.


 


- Até Rick. – retribuiu ela


 


E mais uma vez Peter ficou para o fim. Os dois se encararam e eu suspirei.


 


- Escuta Royalle... – começou Peter e eu tentei cortá-lo, mas ele não deixou, fazendo um sinal pra que eu não o interrompesse – Me desculpe por hoje mais cedo, não queria te tratar mal. Você será sempre bem-vindo aqui, enquanto fizer a Ann feliz.


 


Eu sorri agradecida e entendi a mensagem nas entrelinhas. Se Richard me fizesse sofrer era melhor nunca mais pisar ali.


 


- Tudo bem Diggory, não se preocupe. – disse Richard sincero – E eu espero ser bem-vindo por muito tempo.


 


Sorri ainda mais com a resposta de Richard, ele também tinha entendido o recado. Peter concordou a contra gosto e eu e Richard nos dirigimos até a porta, papai e mamãe estavam nos esperando.


 


- Sr. Potter, foi um prazer conhecê-lo. – disse apertando a mão dele – Muito obrigado por me receber e me desculpe qualquer coisa.


 


- O prazer foi todo meu rapaz, é bom saber que Ann está namorando alguém como você. – retribuiu papai – E volte sempre.


 


Ele concordou sorrindo e eles soltaram as mãos. Richard se virou para mamãe e ela lhe estendeu a mão, ele a beijou como da primeira vez.


 


- Sra. Potter... – ele suspirou – Foi uma honra conhecê-la pessoalmente, a senhora é ainda mais encantadora do que eu imaginava. Obrigado por essa noite.


 


Mamãe sorriu agradecida e eles soltaram as mãos.


 


- Sou eu quem agradeço por você ter vindo Richard e pela sua companhia. – disse ela – Mande lembranças aos seus pais e diga que esperamos vê-los na Festa.


 


- Eu direi. – ele respondeu


 


Papai ficou parado, esperando Richard ir embora, eu olhei para minha mãe pedindo ajuda. Queria me despedir de Richard direito.


 


- Harry? – ela o chamou e ele a encarou sem entender – Vamos deixar os dois se despedirem.


 


Ele voltou a olhar para nós dois. Sorrimos sem jeito pra ele.


 


- Claro, se despeçam. – ele disse óbvio apontando para nós dois


 


Eu abri a boca e a fechei novamente, Richard já estava ficando constrangido.


 


- Harry, vamos deixá-los se despedirem a vontade. Assim você os deixa constrangidos. – o repreendeu mamãe


 


Ele suspirou contrariado, mas acabou concordando. Desejou boa noite a Richard e saiu com mamãe. Eu balancei a cabeça e Richard riu.


 


- Por um momento ele me assustou. – disse ele e eu ri


 


Eu abri a porta e nós dois saímos para o hall de entrada, eu fechei a porta atrás de mim e nós enfim ficamos sós. Ele me envolveu pela cintura, me puxando mais para si, e eu o enlacei pelo pescoço. Nos encaramos e sem dizer mais nada nos beijamos. Estávamos desesperados para nos beijarmos, desde o momento em que nos vimos, mas na frente da minha família era meio impossível. Nos beijamos por mais um tempo e quando já não tínhamos mais fôlego nos soltamos.


 


- Achei que iria embora sem matar minha saudade de você. – ele disse beijando minha testa e me abraçando


 


Eu suspirei com a cabeça deitada no ombro dele. Richard era o tipo de cara que qualquer garota se apaixonaria, ele era simplesmente perfeito e eu tinha dado sorte em encontrá-lo. Não tive muitos namorados, apenas alguns garotos por algumas vezes, mas nada sério, nunca tinha me apaixonado antes, até o dia em que “acidentalmente”, depois de uma festa em Hogwarts, eu e Richard ficamos pela primeira vez.


 


- A verdade é que não vai dar mesmo pra matarmos a saudade direito. – eu lamentei depois de um tempo em silêncio


 


Ele me afastou sorrindo e acariciou minha face.


 


- Não tem problema, teremos muito tempo pra isso. – disse antes de me beijar novamente, dessa vez um beijo mais calmo


 


Ficamos ali namorando por mais alguns minutos.


 


- Eu preciso entrar. – eu disse preocupada, ele concordou – Seu motorista está aí, não está?


 


- Sim, está me esperando. – ele pausou


 


Eu beijei o queixo dele fazendo-o rir com cara de bobo.


 


- Amo quando você faz isso. – disse com a voz suave e colou sua testa a minha


 


Ficamos em silêncio por algum tempo, apenas ouvindo a respiração um do outro. Merlin, eu estava completamente apaixonada por ele.


 


- Ann. – ele me chamou baixinho


 


- Oi. – respondi, me afastando para encará-lo


 


- Obrigado. –disse simplesmente


 


- Pelo o que Rick? – perguntei confusa


 


- Por essa noite. – ele respondeu – São poucos os que conseguem realizar um sonho de infância, e hoje você fez isso por mim.


 


Eu lhe sorri e o beijei rapidamente.


 


- Não precisa agradecer. – eu respondi achando-o cada vez mais lindo – Foi como você esperava?


 


Ele balançou a cabeça, satisfeito.


 


- Foi muito melhor. – admitiu – Até porque ganhei você de brinde.


 


- Seu bobo.


 


Nos beijamos rapidamente.


 


- Agora entre, não quero ter problemas com Harry Potter. – ele disse divertido


 


- Acredite, não quer mesmo. – brinquei


 


- Tchau Ann. – ele me beijou novamente


 


- Tchau Rick. – disse ao nos soltarmos e ele se afastou


 


Fiquei olhando-o se afastar e ele olhou pra trás várias vezes antes de entrar no carro, parado perto do portão. Eu acenei e ele retribuiu. Pouco tempo depois o carro passou pelo portão e ele se fechou. Suspirei e fiquei ali por mais um tempo, sozinha, colocando meus pensamentos em ordem. Primeiro pensei em Richard, em nós dois e em como eu me sentia bem ao lado dele. Instintivamente ao pensar nisso pensei nos meus pais, o que me fez sentir um vazio no peito. A porta se abriu e eu me virei para ver Peter passar por ela, eu o encarei com tristeza e ele sorriu pra mim. Ele passou o braço ao redor do meu ombro e eu deitei a cabeça no ombro dele, ambos encostados na parede do hall de entrada.


 


- O que te preocupa? – ele perguntou, e de alguma forma ele sabia que não era sobre o Richard


 


Eu não respondi de imediato, ficamos os dois encarando o gramado da casa.


 


- Pete, sabe qual é minha parte preferida do livro da mamãe? – eu perguntei pra ele com a voz falhando, fazendo-o entender que era isso que me incomodava, que me angustiava


 


- Qual? – ele perguntou com interesse e eu o amei um pouco mais por aquilo


 


- Quando papai volta e ele e mamãe estão no hospital juntos. – contei com os olhos cheios de lágrimas


 


- Quando ela faz a barba dele? – ele perguntou com um meio sorriso lindo


 


Eu ri e balancei a cabeça, deixando as lágrimas caírem.


 


- Também é uma das minhas preferidas. – ele admitiu me virando de frente pra limpar minhas lágrimas, ele continuou encostado na parede e eu encostada à ele


 


- Fico me perguntando se aquilo algum dia foi mesmo real. – eu disse segurando a mão dele sobre minha face


 


- É claro que foi! – ele disse gentil – Nunca duvide disso, seria como duvidar que magia existe e isso seria imperdoável.


 


Eu concordei e o abracei novamente. Peter me transmitia uma paz que nenhuma outra pessoa no mundo me transmitia. Era como se ele pudesse ler minha alma e curar todas as feridas dela. Ele era como aquela música que você ouve várias vezes no mesmo dia e ainda assim é sempre ela que você quer ouvir quando tudo vai mal e quando vai bem também, pelo simples fato de ser sua música preferida. E ali, nos braços amáveis do meu primo, eu me senti bem novamente, como se tudo tivesse desaparecido.


 


 


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ME DIGAM O QUE ESTÃO ACHANDO!!


OBRIGADA AOS QUE ESTÃO ACOMPANHANDO!!

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Comentários (1)

  • Lediane Werner

    Oi...Gosto muito da fic, porem, não consigo entender o comportamento do Harry com relação aos filhos e a Mione. A mim parece que ele não gosta deles. Pode ser impressão, mas parece que é Voldemort no corpo do Harry. Parece que nenhum deles tem orgulho dos filhos. Que não gostam das crianças. Espero que eu esteja errada, mas o comportamento do Harry é muito esquisito.Bjus

    2011-06-14
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