Pedido



Já está ficando repetitivo eu ficar pedindo desculpas, mas ME DESCULPEM. Estou demorando muito, mas devo melhorar, esse fim de ano foi uma loucura. Mas até lá, espero que gostem.


COMENTEM, COMENTEM, COMENTEM


Capítulo 25: Pedido


Apesar de toda a empolgação de estarem começando uma nova etapa em suas vidas, Ron e Mione logo perderam um pouco daquele entusiasmo. Os horários malucos de Ron impediam que os dois se vissem com frequência. Até mesmo Mione tinha que passar algumas horas após o expediente terminando alguns serviços.  


O calendário dos aurores era uma loucura. Eram geralmente os primeiros a chegar e os últimos a sair. Estava ficando claro que aquilo estava deixando Rony muito mal humorado.


- Não aguento mais essa aula. Vou te falar viu – Ron, em mais um dos seus momentos, reclamava com Harry enquanto esperavam. Pra surpresa de todos, o professor os levou para fora do prédio, até um pátio enorme


- A aula de hoje será aqui. Vocês vão precisar encontrar os cinco objetos que estão escondidos. Trabalharão em conjunto. Só será possível encontrá-los se aplicarem os aspectos básicos de detecção que aprenderam até agora. Retorno quando terminarem – o instrutor saiu e os alunos ficaram se olhando sem entender. Uma delas tomou a iniciativa e realizou alguns feitiços básicos de detecção que não funcionaram.


Foram várias horas para se encontrar o primeiro objeto. Harry realizou um dos feitiços mais complicados que haviam aprendido e um outro aluno viu algo brilhando. Encontraram um medalhão escondido atrás de uma rocha. Ainda tinham quatro objetos pra encontrar. Mais tarde um bruxo apareceu trazendo o almoço. Quando a noite caiu, encontraram o segundo. Um dos alunos precisou subir nos ombros do outro e acertar um feitiço em uma fenda na parede, não maior do que um galeão. Um pequeno livro apareceu.


- Só encontramos dois, será que teremos que ficar aqui a noite inteira? – nesse exato momento, o instrutor apareceu.


- Como não encontraram todos os objetos, terão que ficar aqui o tempo necessário para tal. O ministério está fechando, então, mesmo que terminem ainda essa noite, terão que passar a noite aqui. Não se preocupem, isso acontece com todas as turmas. Naquele depósito, encontrarão alguns alimentos e o que mais for preciso – ele apontou para um pequeno quartinho no final do pátio e saiu. Obviamente ninguém ficou satisfeito, mas não havia nada que podiam fazer. Voltaram ao trabalho.


Procuraram por algumas horas, mas tiveram que parar para jantar. A comida era horrível, mal conseguiram terminar, tiraram alguns minutos de descanso e voltaram ao trabalho. Encontraram mais dois objetos em menos de uma hora. O último foi o mais difícil deles. No final, Ron precisou estuporar um dos seus colegas, pois o objeto parecia colado às suas costas. Tentaram dormir um pouco, mas logo amanheceu.


- Espero que não tenhamos aulas hoje – Harry também estava definitivamente mal-humorado. Mal sabia ele que o instrutor apareceria naquele instante para levá-los de volta à sala de aula.


- Bem, esse era o teste básico. Encontrar objetos escondidos por bruxos das trevas é o mínimo que terão que fazer. Precisam melhorar muito se querem se formar. Vamos começar logo o curso intermediário – o desânimo foi geral. A aula durou a manhã inteira e todos os alunos dormiram em algum momento. Quando terminou, estavam todos sujos, mal humorados e famintos, mas finalmente receberam boas notícias. Teriam os dois dias seguintes de folga. Passaram pela aula da tarde com o mesmo desânimo da manhã, mas nunca lhes pareceu tão bom ir embora.


Quando Rony chegou em casa, Hermione já tinha comido praticamente todas as suas unhas. Ao ver o namorado passando pela porta, se levantou e se atirou sobre ele, aliviada.


- Onde você estava? Quase morri de preocupação – ele se atirou no sofá, exausto.


- Tive que passar a noite de ontem em um exercício. Todos nós. Nunca, mas nunca mesmo, estive tão cansado. Acho que ainda não estou em totais condições de encarar esse treinamento. Meu corpo não parece aguentar – ele nem se mexia e tinha lágrimas nos olhos.


- Tá chorando porque meu amor? Vai ficar tudo bem.


- Será mesmo? Acho que estou muito atrás de todo mundo. E se eu tiver que passar uma dessas noites durante a lua cheia? Todos vão ver minha transformação. E aí, o que vão pensar? Ainda bem que tenho o restante dessa semana de folga. Agora me dá licença que eu preciso dormir – ele se levantou, deu um beijo na testa da namorada e foi pro quarto. Hermione ainda se demorou na sala e subiu atrás dele. Ainda era quarta feira e ela precisava trabalhar no outro dia cedo. Quando entrou no quarto ele já roncava alto. Dormiu muito amolada. Quando saiu na manhã seguinte ele ainda se encontrava na mesma posição.


Foi um dia difícil no qual ela não conseguiu se concentrar direito. Por várias vezes pensou em enviar alguma mensagem para Rony, mas sempre desistia. Foi embora receosa. Entrou em casa e encontrou-o na cozinha.


- Boa noite Rony, tudo bem? – ele se virou e abriu um sorriso, o que a alegrou um pouco. Veio de encontro a ela e a abraçou.


- Oi meu amor. Me desculpe por ontem a noite, estava exausto. Me desculpa.


- Não precisa se desculpar. Eu até imaginava que fosse assim. Todo mundo comenta como o treinamento é rigoroso. Mas não vamos falar disso. Me conta como foi seu dia de folga.


- Nada demais. Você não sabe a diferença que faz poder descansar o tanto que a gente quer. Acordei quase na hora do almoço e fui almoçar na Toca. Harry também estava de folga e Gina deve começar seu emprego dentro de uma semana. A única coisa que reparei foi que Harry estava muito estranho.


- Como assim estranho?


- Não sei. Me pareceu meio aéreo, sei lá. Pode ter sido por causa do trabalho também – ela não fez mais nenhum comentário e os dois deram o assunto por encerrado. Jantaram e foram dormir. Quando ela se levantou no outro dia, ele ainda dormia profundamente. Deu-lhe um beijo suave na testa e saiu.


Mais uma vez Ron se levantou quase na hora do almoço, mas dessa vez não foi almoçar na Toca. Desde o dia anterior vinha pensando em fazer alguma coisa especial para a namorada e como era sexta-feira, decidiu fazer naquele dia mesmo. Comeu alguma coisa rápida e foi até o Beco Diagonal comprar o que precisava. Antes enviou um bilhete misterioso para Hermione.


Ocupada em meio a uma pilha de papéis, Hermione ficou muito feliz ao receber a mensagem de Rony, mas não entendeu nada. Era muito misteriosa e ordenava que ela estivesse em casa até às 7 da noite. Ela passou o dia ansiosa e isso ficou óbvio até para seus colegas. Maura foi a primeira a comentar.


- Que carinha é essa hein?


- Ahn, não entendi – Maura soltou uma gargalhada antes de responder.


- O que aconteceu hoje que te deixou com essa carinha? – a menina tentou disfarçar, mas ficou vermelha na hora.


- Nada demais – ela evitava a todo custo olhar para Maura, mas a bruxa não parava de insistir.


- Tá bom, tá bom. É a mensagem que o Ron me enviou – Hermione sempre compartilhava tudo sobre a vida com o namorado.


- É? O que ele mandou? – os olhos de Maura brilhavam. Martin tentava fingir que não estava prestando atenção, mas há muito tempo não ligava mais para o que estava fazendo.


- Foi muito enigmático. Disse que tinha uma surpresa pra mim e que eu deveria estar em casa às sete – Maura se jogou pra trás na cadeira, com um sorriso enorme no rosto.


- Muito bem amiga. Hoje tem. Melhor você se preparar. Dizem que esses aurores tem um fogo – agora Martin também caiu na gargalhada e Hermione se encolheu na cadeira, seu rosto em chamas. Fez o que pôde pra dar conta do restante do dia e foi embora. Claro que sua colega não perdeu a chance de provocar mais um pouquinho.


No caminho pra casa ficou pensando no que iria acontecer. Às sete em ponto, abria a porta de casa, seu coração a mil.


A sala estava na penumbra, com algumas velas flutuando aqui e ali. Foi caminhando devagarinho e chamou pelo namorado, mas continuava tudo em silêncio. De repente, sentiu um perfume que conhecia muito bem e sorriu. Virou-se e deu de cara com ele, que a recebeu com um beijo muito apaixonado.


- Boa noite meu amor.


- Boa noite – Hermione devolveu o beijo e por pouco não encerraram a noite ali mesmo.


- Vai tomar um banho. Tem uma surpresa em cima da nossa cama – ela pensou em perguntar o que era, mas já sabia que ele não contaria. Foi até o quarto e abriu a porta bem devagar. Teve uma surpresa enorme na hora que viu como o lugar estava espetacular. Ron tinha decorado a cama com pétalas de rosa e algumas velas liberavam um aroma delicioso. Tinha uma caixa branca em cima da cama com um vestido preto maravilhoso e muito, mas muito provocante. Já sabia o que precisava fazer. Entrou no banheiro e ele também estava todo arrumado. Meio que pressentindo o que estava por vir, ela se virou e viu o namorado parado na porta, encarando-a. Não foi preciso dizer nada e os dois já estavam nus, dentro da banheira.


Não sabem quanto tempo ficaram ali, mas não queriam sair. Como Ron já tinha planejado tudo, tiveram que se arrumar e descer para o jantar. Ela ficou sensacional com o vestido.


Tiveram um jantar maravilhoso, que ela sinceramente não sabe como ele foi capaz de preparar. Até mesmo vinho, que não era comum no mundo bruxo, ele havia providenciado. Depois da refeição, se enrolaram no sofá.


- Que espetáculo meu amor. Não mereço isso tudo.


- Claro que merece. Você me fez renascer. Depois de tudo que passei você nunca arredou o pé do meu lado. Bem, no início só um pouquinho – os dois riram e ela colocou o dedo na boca dela para que ele não falasse mais nada.


- Me beija – trocaram mais um beijo apaixonado. Aquele vestido já estava no chão antes mesmo de chegarem ao quarto. Depois da noite mais ardente que aquela casa já testemunhara, os dois permaneceram abraçadinhos mais um pouco.


- Você é perfeita, sabia? – Mione levantou seu rosto para olhá-lo de frente.


- O perfeito aqui é você. Te amo. Foi a melhor noite da minha vida.


- Que bom que gostou. Se dependesse de mim, faria todas as noites iguais a essa – namoraram mais um pouquinho antes de dormir. Acordaram no melhor humor do mundo, num fim de semana que prometia grandes novidades


____________________________________


Os dias de folga de Harry seriam muito diferentes. Nos últimos meses, só conseguia pensar em casar-se com Gina. Pensou que talvez ainda fosse muito cedo. Os dois eram novos e estavam começando suas carreiras, mas Harry já havia pensado tempo o suficiente a respeito. Nunca nada lhe pareceu tão certo. Obviamente teria que falar com Arthur e Rony, mas sua decisão estava tomada. Decidiu que falaria primeiro com Arthur. Aproveitaria o dia de folga e iria ao Ministério tentar encontrá-lo. Ron também estava de folga e não deveria estar por lá. Foi até o setor em que o sogro trabalhava e antes que precisasse pedir informações, encontrou-o do outro lado do corredor.


- Harry, o que você está fazendo aqui? Tudo bem? – Arthur estava acompanhado de alguns colegas, aparentemente saindo para o almoço.


- Ah, sr. Weasley, está tudo bem. Queria falar mesmo com o senhor, a sós – o ruivo parecia desconfiado, mas pediu que os outros lhe dessem licença e saiu com Harry.


- O que foi Harry, pode falar.


- Na verdade, serei bem rápido. Gostaria de conversar com o senhor, mas não aqui. Será que poderíamos ir pra outro lugar?


- Posso saber qual o tema dessa conversa tão misteriosa?


- Na verdade não, prefiro não falar aqui – Arthur não respondeu de imediato. Ficou analisando o que fora dito, até responder.


- Tudo bem, só um segundo – Arthur foi falar com os outros bruxos que o acompanhavam e voltou logo em seguida.


- Muito bem, vamos? – Harry fez que sim com a cabeça e foram ao restaurante no final da rua. Era um restaurante bruxo totalmente invisível para os trouxas, bem como sua casa em Godric’s Hollow. Pediu uma água porque estava com a garganta totalmente seca. Arthur percebeu que tinha alguma coisa errada.


- O que foi meu filho. Você está bem mesmo? – Harry não conseguia falar, então simplesmente acenou com a cabeça.


- Então vamos. O que queria me dizer?


Harry sentiu seu coração disparar. Então aquela era a hora. Realmente iria fazer aquilo. Reuniu toda a coragem que lhe restava e começou.


- Bem, senhor Weasley...


- Antes de você começar deixa eu te pedir uma coisa. Me chame de Arthur. Acho que já temos intimidade suficiente pra isso – Harry sorriu e começou de novo.


- Bem Arthur. Eu ensaiei esse discurso várias vezes na minha cabeça, mas agora já esqueci tudo. Você sabe o quanto eu gosto e me importo com sua filha. Depois de tudo que nós passamos eu cheguei a uma conclusão. Na verdade, eu acho que sempre soube disso. Eu queria, eu queria pedir a mão dela em casamento – não era o discurso que ele imaginara. Arthur permanecia calado, somente encarando-o, até que se levantou.


- Quanta besteira Harry – o bruxo já ia se preparando para se desculpar quando o sr. Weasley abriu um enorme sorriso.


- Será uma honra enorme vê-la casada com você, Harry Potter. É claro que você tem minha benção – agora era Harry que não dizia nada. Simplesmente deu um abraço no futuro sogro e começou a sorrir. Depois de muitos e muitos obrigados, Arthur falou.


- Não sei se você conhece as tradições bruxas, mas não basta somente me pedir autorização. Caso a noiva tenha irmãos homens, o mais velho deles tem que ser avisado. Além disso, acho que você devia falar com Rony também.


- Eu já planejava falar com Ron. Não sabia que teria que falar com Gui – agora Harry ficou um pouco mais nervoso. Não tinha nenhuma intimidade com o Weasley mais velho.


- Eu vou falar com ele e te aviso quando vocês podem se encontrar – Harry agradeceu e os dois se abraçaram novamente. Arthur ainda falou bem alto, para o restaurante inteiro ouvir, que sua filha se casaria com Harry Potter, o que fez o rapaz ficar muito envergonhado. Tiveram um almoço muito alegre e quando perceberam, o Sr. Weasley já estava atrasado. Antes de se despedirem, Harry falou.


- Gostaria de pedir ao senhor que mantivesse segredo. Quero que seja surpresa – se abraçaram mais uma vez e cada um tomou seu rumo. Ele parecia genuinamente feliz com a notícia.


Estava muito agitado para voltar pra casa. Gina provavelmente perceberia que tinha alguma coisa errada e não descansaria até arrancar uma confissão. Ao invés disso, decidiu ir ao Beco Diagonal comprar um presente para a futura esposa. Achou umas penas lindas que qualquer jornalista adoraria receber. Um pouco mais calmo, aparatou de volta para a Toca.


Gina adorou o presente e parecia não ter desconfiado de nada. Harry não suportava mais ter que se esgueirar para o quarto de Gina. Além do mais, achava que estava abusando da hospitalidade dos Weasley, pois já morava ali há uns dois anos. Depois de uma noite muito apaixonada, ele voltou para seu quarto e tentou dormir. Só conseguia pensar no que tinha feito e no que ainda tinha que fazer. No outro dia de manhã, acordou cedo e assim que chegou à cozinha encontrou Gui, ao lado de Arthur.


- Bom dia Harry – a princípio ele não o tinha visto ali.


- Ah, oi Gui. Bom dia.


- Meu pai me disse que você queria falar comigo – assim, dessa maneira. Não teve nem tempo de pensar no que dizer. Foi pego completamente de surpresa.


- Bem, tenho sim – Arthur percebeu que era o momento de deixar a cozinha.


- Molly já vai voltar, então é melhor ser rápido.


Harry basicamente repetiu tudo que havia dito para Arthur e a reação de Gui foi igualmente positiva. Ficou ainda mais empolgado que o pai e disse que não podia haver honra maior para os Weasley. Harry repetiu que queria segredo e logo eles tiveram que se calar, pois mais gente vinha chegando.


O bruxo não queria se desgrudar da namorada. Como ainda era sexta-feira, estavam praticamente sozinhos em casa. Gina desconfiou um pouco do excesso de carinhos do namorado, mas não comentou nada porque afinal estava adorando. Resolveram visitar Teddy no final do dia e voltaram pra Toca já tarde da noite. Ao preparar-se para dormir, Gina não imaginava como aquele final de semana mudaria sua vida. Ao descer para o café da manhã, encontrou Hermione na cozinha.


- Bom dia Mione – a morena estava em uma conversa bem descontraída com Molly


- Bom dia Gina – a ruiva procurou, mas não viu seu irmão.


- Cadê o Ron?


- Ficou em casa. Eu queria mesmo falar com você – Molly recolheu sua xícara e se levantou.


- Não precisa sair, sra. Weasley, vai ser rápido. Queria convidar a Gina para passar o dia comigo. Só nós duas, sem namorado. O que acha? – Gina adorou a ideia e foi logo se preparar para o sábado ao lado da melhor amiga. Quando ia voltar pro seu quarto, Harry apareceu. Depois de cumprimentar Hermione, as duas contaram seus planos e Harry não disse nada.


- Você devia ir ver o Ron. Fazer o que vocês, homens, costumam fazer quando estão sozinhos – Harry viu a oportunidade que precisava para conversar a sós com o amigo. Aceitou de prontidão. Gina correu para o quarto e em pouco tempo já estava de volta. As duas despediram-se de Harry e saíram. Algumas horas mais tarde Harry desaparatou para Godric’s Hollow.


Ele tinha a chave da casa do amigo e como bateu várias vezes e não obteve resposta, resolveu entrar. Estava tudo em silêncio e como não encontrou ninguém, resolveu esperar ali mesmo. O tempo foi passando e a cada momento a conversa que havia tido com Arthur não parecia nada comparado ao que estava sentindo agora que teria que falar com Rony. Esfregava as mãos em nervosismo enquanto esperava o amigo chegar. Lá pelas tantas, Harry viu alguém mexendo na porta e seu coração veio à boca. Ron entrou, mas a princípio não reparou no amigo.


- Boa noite Rony – o ruivo deu um pulo ao ouvir a voz de Harry. Sacou sua varinha e se virou rapidamente.


- Ah, é você Harry. Quase me matou de susto. O que está fazendo aqui? – ele ainda mantinha a varinha levantada, mas Harry o alertou e ele a guardou de volta.


- Bem, você me deu a chave aquele dia e hoje eu tenho uma coisa muito importante pra falar com você – Ron obviamente não estava entendendo nada. Harry pediu a ele que se sentasse, mas não sabia por onde começar.


- Bem, é sobre Gina – Rony pulou do sofá com os olhos arregalados.


- O que aconteceu com minha irmã? – Harry se apressou em explicar.


- Ela está ótima. Na verdade, eu queria falar sobre eu e ela – Rony sentou-se de novo e Harry tentava pensar em uma maneira de começar.


- Pode falar, desembucha – Harry engoliu em seco e escolheu as palavras.


- Eu quero me casar com ela – Ron ficou calado, olhando estarrecido para o amigo. Harry tinha um sorriso no rosto, mas que foi logo se apagando. Definitivamente não queria ter falado daquela maneira. Ron se levantou mais uma vez e Harry o acompanhou.


- Até que enfim, seu trasgo inútil. Achei que ia enrolar minha irmã pra sempre – Harry estendeu a mão para o amigo, mas Ron não quis saber.


- Aperto de mão é para desconhecidos, vem cá – ele puxou Harry para um abraço. Quando se separaram, Harry ainda não sabia o que dizer.


- Assim, sem mais nem menos. Não vai me xingar, me bater, defender a honra de sua irmã? – Ron soltou uma gargalhada.


- Para com isso meu caro. Claro que não. Onde, mas onde, ela conseguiria arranjar alguém tão bom quanto você? Mas terá que falar com papai e mamãe antes.


- Já falei. Na verdade só com seu pai. Quero que seja surpresa. Deixei você por último. Era quem eu mais queria falar, mas não sabia como você reagiria.


- Não se preocupe, tem todo meu apoio. Mas me conta ai, qual seu plano?


- Vai ser surpresa. Nem Gina nem Hermione sabem. Só você, Gui e seu pai. Vou pedir a mão dela amanhã à noite lá na Toca e vai estar todo mundo presente, então achei que fosse a melhor hora – os dois conversaram mais um pouquinho sobre os planejamentos até que cansaram daquele papo de casamento.


- Vou pegar uma cerveja amanteigada, aceita? – Harry fez que sim com a cabeça e o ruivo voltou com duas. Eles aproveitaram aquela tarde ao máximo. Fazia tempo que não ficavam um tempo juntos. Relembraram seus tempos de Hogwarts, jogaram xadrez de bruxo e beberam muitas, mas muitas cervejas amanteigadas, além de uísque de fogo. Beberam madrugada a dentro e acabaram dormindo ali mesmo na sala, bêbados.


Hermione e Gina passaram a noite na Toca e resolveram surpreender os namorados no dia seguinte. Chegaram bem cedo e ao abrirem a porta de casa se depararam com um verdadeiro pandemônio.


- Meu Deus do céu, o que aconteceu aqui? – a bagunça era enorme. Além das várias garrafas de cerveja, havia copos espalhados, peças de xadrez, pratos com restos de comida. Quando conseguiram absorver melhor o que viram, localizaram Rony jogado a um canto, sem camisa e quase babando no sofá. Não viram Harry, mas ao olharem atrás da poltrona, o encontraram em estado tão lastimável quanto.


- Acordem os dois – Hermione começou a gritar e balançar seu namorado, enquanto Gina dava chutinhos em Harry. Os dois se levantaram, com a cara horrível e uma dor de cabeça ainda pior.


- Pelas barbas de Merlin, o que aconteceu aqui? – Ron sentou-se com dificuldade e ficou olhando pra ela, mas sem responder. Do outro lado da sala, ouviram Gina falando.


- Vamos Harry, desembucha – Harry encontrava-se tão arruinado quanto o amigo.


- Calma ai meninas. Não foi nada demais. Eu e Harry tomamos umas cervejas e dormimos na sala.


- Para com isso. Vocês beberam todas as cervejas, além do uísque de fogo. Estão com umas caras horríveis. Vocês ficaram bêbados, e muito – Harry tentou olhar para o amigo, mas Gina estava no caminho.


- Tá bom, tá bom. Exageramos ontem. Eu e Harry ficamos muito bêbados e tivemos uma noite ótima. Não foi nada demais – as garotas ainda não estavam totalmente convencidas.


- Mas precisava deixar essa bagunça? Olha pra isso. Olha esse cheiro. Vem Gina, vamos embora. Quando eu voltar, quero essa casa brilhando – os rapazes não tiveram tempo para argumentar, pois as meninas saíram quase que imediatamente.


- Que bagunça hein – Ron falou finalmente, depois de longos minutos de silêncio. Os dos pareciam ter sido atropelados por trasgos montanheses adultos. Demoraram longos minutos para começarem a arrumação.


Caminharam a passos muito lentos. Nenhum dos dois tinha comido nada até aquele momento, então resolveram almoçar. De estômago cheio, mas com a cabeça explodindo, terminaram a arrumação. Jogaram-se no sofá tão logo terminaram.


- Hoje à noite? – Ron permanecia de olhos fechados, como se a luz o agredisse.


- Hoje à noite – nenhum dos dois disse mais nada até o momento que as meninas chegaram. Apesar da discussão daquela manhã, as duas pareciam mais amigáveis agora. Gina e Harry foram embora, deixando Ron e Mione sozinhos em casa.


- Me desculpa, não queria te deixar brava – Hermione ainda não tinha falado nada desde que chegara. Ron permanecia sentado no sofá.


- Tudo bem. Não foi nada demais – ela veio se juntar a ele no sofá. Ron acabou se aproximando dela e colocou sua cabeça no ombro da namorada.


- Não é porque eu te desculpei que vou ajudar a curar sua ressaca – ela deu um sorriso e levantou-se do sofá. Ron tentou protestar, mas acabou deitado, sozinho. Dormiu ali mesmo e quando acordou já estava escuro. Demorou um pouco pra se lembrar que naquela noite Harry faria o pedido. Pulou do sofá e começou a correr pela casa.


- Hermione, Hermione – a menina saiu do quarto um pouco assustada com aquela gritaria.


- O que foi Ron?


- Nós precisamos ir jantar na Toca. Eu já combinei com Harry.


- Não dá. Mamãe e papai virão jantar aqui – Ron sentiu seu coração acelerar.


- O quê? Jura? Mas eu tinha combinado com o Harry.


- Muito bonito, hein Rony. Eu te avisei que eles viriam jantar aqui. Agora não dá pra desmarcar – ele havia se esquecido completamente. Não havia a menor possibilidade de não ir para a Toca. Pensou em várias maneiras de tentar convencer a namorada a desmarcar com seus pais. A única ideia que poderia ter algum efeito seria contar tudo, Harry havia pedido a ele que não fizesse aquilo.


- Nós temos que ir pra Toca. Hoje é provavelmente o dia mais importante da vida do Harry. E da Gina – ele não disse exatamente o que iria acontecer, na esperança que aquilo fosse convencê-la.


- O que você está dizendo? O que vai acontecer hoje? – Ron não queria contar.


- É muito importante Hermione. Mesmo se tivermos que levar os seus pais, nós temos que ir – demorou para ela reagir. Quando ia falar alguma coisa, a campainha tocou. Ron sentiu seu estômago despencar. Agora não teria a menor chance de convencê-los sem contar a verdade. Olhou para Hermione, que falou antes dele.


- Vá tomar banho e se trocar. Meus pais estão aqui – Ron saiu sem falar nada. Quando terminou e voltou para sala, ainda não tinha ideia do que fazer.


Ron teve uma surpresa enorme ao encontrar sua namorada e os pais dela prontos para sair.


- Oi Ron, tudo bem?


- Oi sra. Granger. Tudo, e você? – ele cumprimentou os dois e pediu para falar com Hermione.


- O que está acontecendo? Vocês vão a algum lugar?


- À Toca. Você insistiu tanto e ficou tão sério, que imaginei que deve ser algo realmente sério – Ron não podia acreditar que tinha dado certo. Encheu a namorada de beijos, mas teve que parar ao notar que os pais dela ainda estavam olhando. Muito envergonhado, puxou-a pelas mãos e se preparou para sair.


Trouxas não podem viajar por métodos bruxos, a não ser que tenham autorização especial para isso, então os quatro iriam de carro. Demorou bem mais, mas finalmente chegaram.


Já estavam todos reunidos. Harry parecia muito nervoso e estava esperando somente a chegada de Rony. Os quatro foram recebidos pelos Weasley, que se preparavam para jantar.


- Porque vocês demoraram tanto? – Harry puxou o amigo de lado.


- Porque ela tinha convidado os pais dela para jantarem lá em casa. Acho que ela desconfiou de alguma coisa e convenceu-os a vir.


- Tô quase morrendo de ansiedade aqui. Achei que não viria – os dois perceberam que os outros estavam encarando-os, então voltaram ao meio da sala. O jantar finalmente foi servido e o grande momento chegou.


Harry pediu a palavra e ficou de pé. Parecia muito nervoso e suava um pouquinho. Além de Ron, somente Arthur e Gui sabiam o que iria acontecer. Nem mesmo Molly desconfiava de nada.


- Bem, os Weasley sempre foram a minha família. Aqui encontrei o amor de mãe e pai que eu nunca tive, além de fazer vários irmãos. Sofri e tive inúmeras alegrias convivendo todos esses anos com esses ruivos – a sala estava mergulhada em total silêncio. Dava pra ouvir a própria respiração. Harry engoliu em seco, enxugou o suor e continuou.


- Foi aqui também que eu conheci o bruxo mais espetacular de todos. Que resistiu a todas as piores provações o mundo e ainda assim continuou lutando. Tenho muito orgulho de dizer que ele é hoje o meu melhor amigo – sentindo que estava desviando um pouco do assunto, ele parou e começou de novo.


- Mas não foi por isso que eu pedi a palavra. Se não bastasse tudo que eu consegui com essa família, ela me deu mais uma coisa. A menina mais linda, corajosa e companheira. A menina não, a mulher que nunca largou a minha mão e que me ajuda sempre a prosseguir – ele estendeu a mão para Gina, que completamente surpresa a segurou e pôs-se de pé. Harry continuou segurando sua mão e olhando-a fixamente, ficou de joelhos. Como era de se esperar, a sala toda reagiu com espanto. O tempo parecia ter parado. Molly soltou um gritinho e tampou a boca com as mãos. Hermione apertava o braço do namorado, que olhava com um imenso sorriso pra aquela cena. Jorge parecia, pela primeira vez sem palavras. Harry fez um movimento com sua varinha e uma pequena caixinha de veludo preto apareceu em suas mãos. Gina tentava permanecer em pé, mas tremia como uma louca.


- Gina, quer se casar comigo? – novamente o silêncio tomou conta da sala. Molly já estava em prantos. Ron conseguiu se desvencilhar do aperto de Hermione e ele, seu pai e Gui se levantaram. Ao ver os três em pé, Gina soube que a benção mágica havia sido dada e respondeu, com o fiapo de voz que lhe restava.


- Claro, claro que sim – Harry colocou a aliança no dedo da noiva e se levantou. Tomou a garota nos braços e deu-lhe um beijo apaixonado. Agora todos os outros se levantaram, dando vivas e comemorando. Molly logo chegou até os dois e parecia que iria sufocá-los. Um a um, os outros foram se enfileirando para falar com os noivos. Hermione olhou para o sorriso abobado no rosto de Rony e falou.


- Você sabia de tudo?


- Claro que sim. Porque achou que eu queria vir tanto para cá?


- E porque não me contou nada?


- Harry queria que fosse surpresa pra você também. Me desculpe – diante da beleza daquele momento, ela decidiu que não iria discutir. Foi até os noivos para cumprimentá-los. Ron ficou parado, admirando-os de longe. Obviamente Jorge fez várias e várias brincadeiras, dizendo que iria abrir um setor próprio para casamentos e que testaria os produtos nos dois. Todos os irmãos disseram que se Harry a fizesse sofrer o transformariam em alguma criatura muito grotesca. Molly continuava a chorar e brigar com Arthur por não ter-lhe contado nada. Quando se desvencilharam de todos, os agora noivos chegaram até Rony, Gina na frente.


- Parabéns maninha – Gina agora chorava pela primeira vez e se atirou nos braços do irmão. Era seu irmão favorito, todos sabiam e ela quase o perdeu há algum tempo atrás. Saber que ele havia dado a benção mágica àquele casamento representava muito pra ela. Com muito custo, conseguiram fazer com que ela o soltasse e Harry chegou mais próximo.


- Parabéns pra você também, meu amigo – era o rapaz agora que abraçava o amigo. Agradeceu várias e várias vezes, também com lágrimas nos olhos. Foram interrompidos por Jorge.


- Vamos parar com esse chorôrô. Hoje é dia de festa – ele conjurou alguns fogos de artifício e todos saíram. Já do lado de fora, Hermione veio se aconchegar ao lado do namorado.


Enquanto via a alegria de sua família ali fora, se divertindo e comemorando depois de tantas tragédias, e principalmente ao ver sua irmã iluminada de felicidade, ele teve uma ideia. Era muito parecida com a ideia de Harry, mas teria que esperar o momento certo pra acontecer. Aquela noite não era a dele.

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Comentários (2)

  • LiarGranger

    Que graça esse Harry gente! Eu adoro ler pedidos de casamentos, acho tão lindo e fofo! E a sua cena aqui foi maravilhosa, o Harry é um amor mesmo! E o Ron também né? Ele está tão fofoooooooooooo! hahahhahahha espero por mais heim, bj

    2012-01-11
  • LiarGranger

    Que graça esse Harry gente! Eu adoro ler pedidos de casamentos, acho tão lindo e fofo! E a sua cena aqui foi maravilhosa, o Harry é um amor mesmo! E o Ron também né? Ele está tão fofoooooooooooo! hahahhahahha espero por mais heim, bj

    2012-01-11
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