Primeiro emprego



Aí está, mais um capítulo. Espero que gostem. Ainda não sei como me sinto em relação a esse capítulo. Ultimamente tenho recebido poucos comentários, espero que eu ainda esteja agradando. Por favor, COMENTEM, COMENTEM, COMENTEM.


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Capítulo 19: Primeiro emprego


Hermione, ainda meio sonolenta, tateou a cama ao seu lado, mas não encontrou quem procurava. Levantou-se e não avistou aquele ruivo lindo que estava procurando. Quando sua visão se acostumou com a leve luminosidade que entrava no quarto, viu o garoto terminando de juntar suas coisas.


- Bom dia. O que você está fazendo? – Ron se assustou e olhou pra ela.


- Oi Mione. Bom dia. Tô juntando minhas coisas, preciso ir. Não deveria estar aqui, lembra? Preciso voltar antes que alguém descubra – de repente a garota pareceu muito mais desperta.


- É mesmo, mas é uma pena. Queria que você ficasse mais – ele sorriu pra ela.


- Eu também, e como, mas agora já vou indo. Quem sabe eu volto hoje à noite – ele se abaixou e deu um beijinho nela, que agora sorria como uma boba. Apanhou sua varinha e no instante seguinte desapareceu no ar. Hermione observou ele partir e ficou alguns segundos sorrindo pro nada. Jogou-se nos travesseiros e lembranças da noite anterior voltaram à sua cabeça.


No instante em que colocou os pés no seu quarto, Ron ouviu alguém tentando abrir sua porta. Rapidamente jogou-se debaixo das cobertas, de roupa e tudo e fingiu estar dormindo. Gina finalmente conseguiu entrar e ficou observando, muito desconfiada.


- Não sei o que você fez ontem, mas já é hora de levantar – Ron abriu os olhos lentamente e fingiu ainda estar com sono. Espreguiçou-se muito desajeitadamente e falou com a irmã.


- Ahn, bom dia Gina – a irmã mantinha os braços cruzados e começou a rir.


- Você não me engana maninho. Sei que você não dormiu em casa – Ron arregalou os olhos, mas tentou disfarçar e parecer surpreso.


- Do que você está falando? Onde mais eu poderia ter dormido?


- Tá bom viu, não nasci ontem. Seu pijama ainda está jogando no chão. Acabei de ver uma parte do seu tênis por baixo das cobertas e quando estava tentando entrar no seu quarto escutei um barulho de gente aparatando. Como eu sei muito bem somar dois mais dois, deduzi que você estava visitando uma certa garota essa noite – Ron parecia sem reação. Nada que ele pudesse dizer faria o menor sentido, então, depois de alguns segundos, resolveu se entregar. Jogou as cobertas pra longe e desceu da cama completamente vestido.


- Arrá, eu sabia. Indo escondido pra casa da namorada né seu safado – ao ver a expressão do irmão ela completou. – Não se preocupe, não vou contar nada pra mamãe – a expressão do garoto se anuviou um pouquinho e ele conseguiu sorrir. Acompanhou a irmã pra fora do quarto. Ao saírem, Gina disparou.


- Comigo e com o Harry não tem esse problema, basta ele errar de porta – ela deu uma risadinha e logo se arrependeu do que disse. Olhou pro irmão que ficou estático no lugar, com a boca aberta.


- O quê? Você e o Harry? Você, ele, ahhhh – Gina se apressou em descer as escadas, fugindo do irmão. Ron tentou correr atrás dela, mas ao chegarem à cozinha ele teve que parar. Sua família estava toda reunida e sua mãe olhava com ar de poucos amigos. O rapaz abaixou a cabeça e foi se sentar.


- Bom dia, Ronald Weasley.


- Bom dia mamãe. Dormiu bem?


- Eu dormi muito bem. Agora, não desconverse, o que você esteve fazendo que não podia me avisar?


- Já te disse. Passei uns dias com a Hermione e os pais dela, só isso. Aliás, a mãe dela está louca pra te conhecer – a expressão de Molly continuava muito dura, mas Ron sentiu ela relaxar um pouquinho.


- E custava enviar uma carta?


- Claro, eu e ela estávamos sem varinha, como iríamos encontrar o Beco Diagonal desse jeito hein? E, além do mais, eu pedi ao Harry e a Gina que te avisassem onde eu estava.


- Eles me avisaram, mas preferia ter ouvido de você. Eu fico preocupada, você sabe, depois de tudo que aconteceu – Ron se levantou e foi dar um abraço no mãe.


- Não se preocupe, eu estou bem. Prometo que nunca mais esqueço – sua mãe finalmente abriu um sorriso e deu um beijinho no rosto do garoto. Ron voltou pra mesa e de repente se lembrou da conversa que teve com Gina mais cedo.


- E você, não esqueci do que você me disse – a garota se virou pro outro lado e ignorou os olhares do irmão. Harry não entendia o que estava acontecendo, mas não pôde deixar de perceber que Ron lhe lançava vários olhares atravessados.


O café transcorreu normalmente. Ron comeu bastante, finalmente parecia que o apetite do garoto retornara com força total. Continuava a encarar Harry e Gina. Depois da refeição ele ajudou sua mãe a limpar a cozinha e pouco depois, duas corujas aportaram na janela. Harry as deixou entrar e viu que uma era destinada a ela e outra destinada a Gina. Entregou a carta da namorada e sentou-se no sofá para ler a sua.


Caro Harry Thiago Potter,


 em decorrência de todos os acontecimentos do último ano e devido ao incrível desempenho que o senhor demonstrou com os feitiços de defesa e ataque e à sua habilidade em lidar com feitiços das trevas, é de interesse do Ministério que o senhor, caso aceite, venha a se juntar ao nosso treinamento de Aurores que se inicia em setembro próximo. O senhor terá trinta dias para decidir se aceita o cargo. Por favor compareça aos nossos escritórios para assinatura do contrato e maiores esclarecimentos.


 Sem mais para o momento, me coloco à disposição do senhor.


 Kevin August,


Chefe dos Aurores


 Harry ficou paralisado diante da carta, não podia acreditar no que havia lido, seu maior sonho havia se tornado realidade. Estava em outro planeta quando um grito lhe trouxe de volta à terra.


- AHHH, EU NÃO ACREDITO – Gina se levantou com sua carta nas mãos e tinha um olhar tão embasbacado quanto Harry. Os outros ficaram ansiosos esperando ouvir dela o que estava acontecendo.


- Eu fui chamada para o Hárpias de Hollyhead, pra ser apanhadora. Eu me inscrevi há tanto tempo atrás que já tinha até me esquecido. Eles querem que eu comece já na semana que vem – Molly e Arthur correram pra abraçar a filha, que agora tinha até uma lágrima escorrendo pelo seu rosto. Harry largou a sua carta em cima do sofá e foi cumprimentar a namorada. Ron chegou por último e não parecia tão animado. Parecia que todos ao redor dele recebiam boas notícias e só ele recebia cartas desagradáveis. Esse sentimento só piorou quando Harry contou o que havia na sua carta.


- O escritório dos aurores me chamou pra começar o treinamento em setembro. Acho que agora eu vou poder me tornar um auror – a reação à notícia de Harry foi a mesma à notícia de Gina. O Sr. e a Sra. Weasley também o cumprimentaram com muita alegria. Ron se horrorizou ao imaginar como aqueles dois comemorariam a boa notícia dupla, mas isso não era o que mais lhe procurava. Sentia-se feliz por Harry, de verdade, mas seu coração despencou quando imaginou que seu sonho de ser auror provavelmente estava acabado. Ele ainda tinha um julgamento pela frente e com duas mortes na sua ficha, era quase impossível que o garoto conseguisse o que sonhava. Harry percebeu o desconforto do amigo e foi falar com ele.


- Eles me deram trinta dias pra responder. Vou esperar o final do julgamento pra dar a resposta – Ron sorriu pra ele.


- Não precisa, claro que você vai aceitar. Vou ficar até muito orgulhoso de dizer que meu melhor amigo é auror – os dois se abraçaram e voltaram para o meio da sala, onde Molly preparava cartas para contar a todos os feitos de sua filha e seu genro.


O dia não teve muitas mudanças. Ron voltou pra cama e dormiu mais uma parte da manhã. Gina cumpriu o que havia prometido e não contou pra ninguém que sabia que ele não havia dormido em casa. Foi acordado na hora do almoço por uma Molly muito irritada.


- Isso são horas? Dormindo até agora? – Molly esbravejou com ele assim que ele apareceu na cozinha.


- Calma mamãe, preciso de descanso. Lembra de tudo que eu sofri – falar aquilo era um golpe baixo e Ron sabia disso, mas parece ter funcionado. Molly logo melhorou seu semblante.


Finalmente o almoço foi servido. Gui e Fleur pararam por lá, assim como Percy e Jorge. Há muito tempo que a casa não ficava tão cheia e Molly e Arthur adoraram ter todos os filhos novamente reunidos. Depois da refeição, quando todos estavam na sala, Ron pediu pra falar.


- Bem, é o seguinte, aproveitando que estão todos aqui, eu gostaria de dizer que meu julgamento foi marcado. Será semana que vem – a Sra. Weasley se adiantou e disse.


- Como assim seu julgamento foi marcado? Quando você ficou sabendo disso? – Ron deu um passo atrás, assustado com a reação da mãe.


- Ontem, ontem à tarde.


- ONTEM A TARDE? É SÓ AGORA VOCÊ RESOLVEU ME CONTAR? – dessa vez todos se assustaram. Arthur chegou mais perto da esposa e pediu que ela se acalmasse.


- Me desculpa mamãe, acabei esquecendo, não fiz por mal.


- Deixa pra lá meu filho, não devia ter me irritado. Você precisa providenciar alguma coisa?


- Acho que não. Só mesmo comparecer no dia e na hora indicados. Ainda não acredito que tem mais isso pra enfrentar. Achei que estava livre dessa merda – Molly deu um tapa no braço do filho pelo palavrão e Ron logo se desculpou. Alguns dos outros membros da família fizeram algumas perguntas, mas logo tudo se acalmou. Gui, Fleur, Percy e Jorge precisaram ir embora. Para surpresa de todos, Ron pediu pra ir com Jorge até o Beco Diagonal. Obviamente Jorge achou estranho, mas não recusou. Os dois pegaram suas varinhas e desaparataram.


- Então, por que queria vir comigo? – Jorge perguntou assim que chegaram.


- Na verdade eu queria te pedir uma coisa? Será que dava para eu trabalhar com você na loja?


- Claro maninho, mas porque agora?


- Não vou conseguir ficar a toa em casa o dia inteiro, não quando todo mundo está com o futuro encaminhado e eu sem nenhuma perspectiva. Preciso de um lugar que eu não fique me lembrando disso. Achei que a loja seria uma boa.


- Tá bom então, tenho certeza que vou conseguir uma atividade pra você – os dois então se dirigiram para a loja. Apesar de ser sábado havia bom movimento no lugar. Jorge logo colocou Ron para ajudar alguns clientes.


Foi um da muito cansativo, mas Rony ficou muito feliz. Pela primeira vez em muito tempo se sentiu realmente útil. Se surpreendeu que seu irmão, geralmente muito brincalhão, levasse o ambiente de trabalho tão a sério. Antes de ir embora, Jorge pediu pra falar com ele em seu escritório.


Era uma sala bem grande. Havia algumas fotos de sua família espalhadas pela sala, mas a maior delas, de maior destaque, era a dele com o irmão gêmeo Fred. Ron ficou admirando aquela imagem. Com tudo que sofrera não tinha tido realmente tempo para pensar na morte do irmão. Era dolorido, mas de alguma maneira aquilo estava guardado em outro cantinho da sua mente. Ron não segurou as lágrimas. Quando começou a chorar, Jorge entrou na sala. Rapidamente ele enxugou os olhos, mas ficou claro que o irmão havia percebido.


- Por favor Ron, sente-se – o ruivo se sentou e evitou encarar o irmão.


- Essa foto né. Eu choro quando a vejo quase todos os dias. Não se preocupe – Ron voltou a olhar pra ela e os dois ficaram em silêncio por um tempo. Finalmente Jorge falou.


- Na verdade te chamei aqui para te dar seu primeiro pagamento – ele esticou um envelope ao irmão, que parecia surpreso. Ron recebeu o envelope ainda em choque.


- Meu pagamento? Como assim?


- Ué, você trabalhou bastante, nada mais justo que você recebesse por isso.


- Tá ok, mas a gente não havia combinado nada. Muito obrigado Jorge – abriu seu envelope e encontrou vinte galeões.


- É sua comissão por todas as vendas. Se você vender muito, ganha muito.


- Está ótimo pra alguém que não esperava receber nada – Ron se levantou e deu um abraço no irmão. Saiu da sala e resolveu dar um passeio pelo Beco Diagonal antes de voltar pra casa. Ao passar em frente ao Senhor Olivaras ele viu Simas atrás do balcão. Ficou curioso e resolveu entrar.


A loja estava praticamente igual à última vez que ele esteve ali. Ficou muito avariada durante a guerra, mas já estava em plena recuperação. Simas se virou e ficou feliz de encontrar o amigo. Saiu de trás do balcão e veio lhe dar um abraço.


- Que surpresa te encontrar aqui. Tudo bem?


- Tudo bem. Estava trabalhando na loja do meu irmão. O que você está fazendo aqui?


- Eu trabalho com o senhor Olivaras. Ele ficou muito debilitado depois da guerra e eu sempre achei muito interessante toda essa história das varinhas. Um dia eu simplesmente apareci e perguntei a ele se poderia trabalhar aqui. Bem, o tempo passou e eu estou tomando conta da loja. Ele está lá no fundo, só aparece quando algum cliente pede. Agora eu cuido das vendas e ele da maior parte da fabricação.


- Que legal, que bom que você está gostando. Deve ser realmente interessante – Ron fez algumas perguntas, parecia realmente interessado no assunto.


- ...e o senhor Olivaras já me mandou buscar alguns materiais pra se fazer varinha. Tá vendo essas cicatrizes aqui? Foi quando eu fui atrás de alguns pelos de unicórnio. A gente até pensa que é um trabalho tranquilo, mas não é não – os garotos conversaram mais um pouquinho até que Ron disse que precisava ir embora.


Caminhou mais um pouquinho e ficou pensando na conversa que teve com Simas. Ficou realmente interessado naquele assunto. Desaparatou de volta pra casa ainda com aquilo na cabeça.


Ao entrar na Toca, o garoto teve uma ótima surpresa. Hermione estava sentada à mesa tomando chá com a Sra. Weasley.


- Oi meu amor, tudo bem? – ela abriu um largo sorriso e foi dar um abraço no namorado.


- Tudo. O que você está fazendo aqui? – ele estava surpreso, mas feliz.


- Vim te fazer uma surpresa. Gina me enviou uma carta dizendo que tinha novidades e eu resolvi vir. Pedi a ela que não te contasse nada – Ron deu mais um beijo na namorada, mas ao ver a cara da sua mãe, se sentiu envergonhado e eles se separaram.


- Como foi seu dia meu filho? – Molly não conseguia segurar o sorriso ao ver os dois juntos. Ron esticou sua mão e segurou a da namorada, que corou um pouquinho.


- Foi ótimo. A loja está muito movimentada e eu até já recebi meu primeiro pagamento.


- É mesmo? Quanto? – Tanto a mãe quanto a namorada pareceram bem interessadas.


- Foram só vinte galeões. Nada demais.


- Não fala assim. É seu primeiro pagamento, devia se orgulhar – Ron acabou concordando com a namorada. Os três ficaram conversando mais um pouco até que os outros começaram a aparecer para o jantar. Depois de todos reunidos, Molly voltou para a cozinha terminar o jantar. Quando já estavam todos comendo, Ron resolveu falar.


- Hoje eu encontrei o Simas na loja do senhor Olivaras. Ele está trabalhando lá. Nós conversamos um pouco e acho que eu talvez queira mexer com isso agora.


- Com o quê? Vender varinhas? – o senhor Weasley parecia confuso.


- Não papai. Quero realmente aprender o ofício e começar a fabricar varinhas também. Pensa bem, o senhor Olivaras já está ficando velho e a guerra realmente o deixou com a saúde abalada. Não há outro fabricante na Inglaterra. Se eu realmente aprender e ficar bom nisso, seria uma excelente oportunidade de negócios – os outros ficaram em silêncio por um tempo. Arthur acabou falando.


- Ótima ideia. Você realmente parece ter pensado em tudo. Já conversou com o senhor Olivaras?


- Ainda não. Vou passar lá na segunda-feira – Harry e Gina também elogiaram a ideia do rapaz. Hermione não disse nada, mas o carinho entre os dois era muito mais evidente agora. Gina, que já sabia o que os dois haviam feito nos últimos dois dias, ficou imaginando o que passava pelas suas cabeças. Abriu um sorriso e quando Rony percebeu, fechou a cara para a irmã.


Depois do jantar, eles se reuniram na sala. Harry e Rony foram jogar xadrez deixando Mione e Gina juntas.


- Ontem deve ter sido bom hein? Ron chegou aqui de manhã – a morena corou furiosamente. Ficou olhando para a amiga sem saber o que falar. Gina, achando divertida a reação dela, sorriu.


- Calma, não vou falar nada. Na verdade vou te dar uma ideia. Por que você não dorme aqui amanhã? Eu arrumo um jeito de você errar de quarto – Hermione ficou ainda mais corada, mas parece ter gostado da ideia.


- Depois a gente conversa – ela acabou sorrindo e as duas voltaram pra sala. Mais uma vez Rony derrotou Harry e os dois se juntaram às suas namoradas. Os quatro ficaram conversando mais um tempo, até que Harry e Gina resolveram ir dormir. Hermione se levantou do sofá e se preparou pra ir embora.


- Já vai? Fica mais.


- Não posso. Mas amanhã eu tô de volta. Aliás, acho que amanhã eu vou dormir aqui – Ron arregalou os olhos, mas logo sorriu.


- É mesmo? Acho que já sei em que quarto você vai dormir.


- Eu também. No da Gina – definitivamente não era a resposta que ele esperava, mas acabou achando graça. Os dois se beijaram e antes que a coisa esquentasse demais, Hermione o afastou.


- É melhor eu ir. Guarda essa empolgação para amanhã – Ron pensou em protestar, mas Hermione não deixou. Deu um beijinho no namorado e desaparatou. O rapaz ficou decepcionado, mas acabou indo pro seu quarto. Estava muito cansado e não demorou a dormir.


O dia seguinte foi mais um dia normal na Toca. Hermione chegou logo depois do almoço e ela e Ron passaram o dia juntos no quintal. Harry e Gina saíram para assistir a um jogo do novo time de Gina, o Hárpias de Hollyhead.


- Que dia você vai ao Ministério conversar a respeito do seu estágio?


- Ah sim, ainda não tinha pensado nisso. Acho que vou segunda-feira. Tô tão empolgada pra começar. Vou tentar implementar o F.A.L.E o quanto antes.


- Pode contar comigo. Devo muito ao Monstro e ao Dobby. Quero ajudar os elfos domésticos.


- Isso é o máximo Ron, vou precisar de sua ajuda – Mione, que estava deitada no colo do namorado se sentou para olhá-lo de frente.


- Eu queria mesmo te perguntar, como foi que ele te ajudou? – Ron ficou calado e seu semblante mudou um pouquinho. Hermione ficou preocupada que talvez ele não tenha gostado da pergunta, mas ele acabou respondendo.


- Ele me levava muito mais comida do que os dois o mandavam levar. No dia que eu escapei, Greyback descobriu que ele estava me ajudando e tentou matá-lo. Monstro se defendeu e o feitiço destinado a ele quebrou as correntes em que eu estava preso, além de derrubar a varinha das mãos do lobisomem. Foi com essa varinha que eu consegui matar os dois e escapar. Quando Lúcio viu que eu estava livre, se preparou para me matar, mas Monstro saiu do lugar em que estava escondido e chamou a atenção de Malfoy, que se virou para matá-lo. Foi o que me deu tempo de reagir – Hermione ouviu tudo muito horrorizada. Ron parecia um pouco entristecido.


- Nossa Ron, não sabia que tinha sido assim.


- Pois é, por isso eu quero te ajudar com o F.A.L.E. Quero realmente poder ajudar os elfos domésticos – Mione simplesmente concordou com a cabeça e eles ficaram em silêncio. Mione abraçou o namorado que parecia não querer deixá-la. Os dois ficaram assim por um tempo até que Gina e Harry retornaram fazendo uma verdadeira algazarra.



- Então, como foi o jogo? – Ron perguntou enquanto ele e Mione se levantavam do chão.


- Foi ótimo, vocês perderam. O time é ótimo, e a apanhadora que está se aposentando é excelente. Vai ser difícil substituí-la – Gina estava coberta com as cores da equipe, além de todo tipo de souvenir. Eles conversaram mais um pouco e voltaram pra casa. Depois do jantar, Harry resolveu ir dormir cedo. Ainda usava o quarto de Jorge. Gina olhou pra Hermione que parecia um pouco envergonhada e subiu para o seu quarto. Ron e Mione ficaram sozinhos na sala.


- Enfim sós. E agora?


- Agora eu vou terminar de ler esse livro aqui e você fica aí paradinho – estava claro que Mione não estava falando sério. Só queria provocar o namorado.


- Ah é, tem certeza disso? – ele pontuou cada palavra com um beijo no rosto e no pescoço.


- Tenho sim. Agora sossega.


- Só vou tentar mais uma vez. Tem certeza que quer que eu pare? – ele lentamente tirou o livro que ela estava lendo e começou a beijá-la novamente. Mione não respondeu, simplesmente se virou e devolveu os beijos. Quando o clima esquentou, Ron falou baixinho no ouvido dela.


- Vamos pro quarto? – ela fez que sim com a cabeça. Hermione passou suas pernas ao redor dele e ele ficou de pé. Ignorando o fato de que podiam ser vistos, os dois subiram assim para o quarto. Tropeçaram algumas vezes no meio do caminho, mas acabaram chegando sem problemas. Não demorou muito e estavam deitados na cama, com suas roupas espalhadas pelo quarto. Fora mais uma noite inesquecível.


Hermione voltou em silêncio para o quarto de Gina. Estava bastante envergonhada por ter que aturar as perguntas da amiga. Entrou de fininho e logo se deitou. Gina fingiu que estava dormindo, mas tinha um sorrisinho no rosto. Mione não sabia, mas pouco antes dela chegar, Harry tinha acabado de sair.


No outro dia de manhã, Ron levantou cedo pra ir ao Beco Diagonal. Iria conversar com o senhor Olivaras ainda naquele dia. Hermione foi com ele até lá e passou a manhã na loja de logros com o namorado. Ela adorava aquele lugar, era sempre muito divertido e Jorge era ótima companhia. A manhã passou voando e logo ela e Ron estavam almoçando. Depois da refeição e de muito protesto do seu namorado ela foi embora. Antes de voltar pra loja, o ruivo resolveu passar na loja de varinhas. Entrou e encontrou Simas novamente. O garoto tinha algumas cicatrizes pelo corpo e Ron ficou imaginando o que ele teve que fazer pra arrumá-las.


- Oi Simas, boa tarde.


- Oi Ron, boa tarde. Tudo bem?


- Tudo. Que bom que te encontrei, queria mesmo falar com você. Eu estve pensando, será que o senhor Olivaras não estaria disposto a contratar mais alguém? Eu queria realmente poder trabalhar aqui – Simas abriu um sorriso e saiu de trás do balcão para falar com ele.


- Claro, claro, vem comigo. Hoje de manhã ele estava falando nisso. Ele já não consegue trabalhar muito mais e eu ainda não domino a arte de fabricar varinhas. Tenho certeza que ele vai querer te dar uma oportunidade – Ron seguiu o amigo até os fundos da loja, até uma salinha pequena e atulhada dos itens mais diferentes. Ron não sabia o que eram, mas supôs ser o maquinário necessário pra se fabricar as varinhas. O Sr. Olivaras encontrava-se sentado em uma cadeira no fundo, mas parece não ter reparado nos garotos que entraram.


- Senhor Olivaras? Tá me ouvindo? – o velho se virou para Simas. Ron reparou em como ele estava abatido. Tinha profundas marcas no rosto e seu cabelo estava bem escasso. A princípio ele não reconheceu o ruivo, mas logo abriu o sorriso.


- Senhor Weasley, que bom te ver. O que te traz aqui? – ele se levantou e veio até o garoto e Simas resolveu deixá-los sozinhos. Ron sorriu para o bruxo e os dois se sentaram.


- O que te traz aqui meu filho?


- Bem, eu gostaria de saber se tem como eu trabalhar aqui?


- Claro que sim. Vai ser ótimo ter mais alguém pra ajudar.


- Que bom então. Eu posso começar agora se o senhor quiser?


- Claro, claro – o senhor Olivaras então retornou à frente da loja e Rony o seguiu. Simas ficou feliz de ter alguém pra lhe fazer companhia. Ron passou na loja do irmão pra dizer que não voltaria mais naquele dia. Voltou pra loja de varinhas e Simas começou a lhe explicar o trabalho.


Rony gostou muito da experiência. Era muito difícil e requeria muitos anos de prática para se tornar um mestre na arte de fabricação de varinhas. Ao final do dia voltou pra casa muito feliz. Ficou decepcionado de não encontrar Hermione por perto, mas agora seria assim. Se veriam menos, principalmente depois que ela começasse seu estágio no Ministério. Jantou e foi dormir ainda meio amuado.


O dia seguinte foi mais ou menos igual. Se já tinha achado difícil o ofício de se fabricar varinhas, depois de mais um dia, achou quase impossível aprender. Quando Simas contou como a fibra cardíaca de dragão era obtida ele pensou que além de dificílimo era muito perigoso também. Apesar de tudo, ele gostou muito. Contou todas as novidades em casa e dessa vez foi dormir feliz, afinal no dia seguinte iria com Hermione ao Ministério.


Mione estava muito nervosa. Encontrou-se com o namorado na hora do almoço e depois foram ao Ministério.


- Calma, meu amor. Já te ofereceram o emprego, você só tem que aceitar.


- Eu sei, eu sei, mesmo assim. Será que meus colegas de trabalho vão gostar de mim? Será que o meu ou a minha chefe vai gostar de mim?


- Claro que sim. Nunca vi ninguém que goste tanto de criaturas mágicas. Vai dar tudo certo – nesse instante o elevador do Ministério anunciou o andar desejado. Os dois saíram e caminharam até uma ampla sala no final do corredor.


Agora, mais do que nunca, Hermione tremia. Do lado de fora pôde ver várias pessoas trabalhando, alguns memorandos interdepartamentais e várias fotos e imagens das criaturas mais esquisitas que se podia imaginar. Foi preciso um empurrãozinho de Ron para que ela finalmente entrasse.


- Boa, boa tarde. Meu nome é Hermione Granger, eu vim conversar a respeito dessa carta – ela então tirou a carta da bolsa e entregou ao recepcionista que a analisou sem muito entusiasmo.


- Ah sim, o setor de estágios fica no final do próximo corredor à esquerda – ele apontou o local e os dois garotos rumaram para lá. Quando já estavam a uma certa distância, o recepcionista perguntou.


- Ei, você não é aquele rapaz que foi sequestrado, Ronald Weasley ou coisa assim?


- Sim, sou eu – Rony parecia confuso.


- Seu caso ficou famoso aqui no Ministério. Só se fala no seu julgamento.


- É? E o que tem se falado hein? – ele parecia definitivamente irritado.


- Calma aí. Dizem que você matou dois comensais da morte. Se for verdade mesmo, acho bem feito, afinal esse tipo de gente tem que morrer – a expressão do garoto não se alterou. Pensou em responder, mas ficou calado. Mione puxou seu braço e eles saíram. Ron definitivamente parecia irritado com essa fama repentina.


Caminharam mais um pouco e chegaram a tal porta. O ruivo agora parecia mais calmo. Mione bateu e em alguns segundos foi recebida.


- Oi, pois não. Posso ajudar? – uma bruxa baixinha abriu a porta. Mione a achou muito simpática, lembrava um pouco a professora Sprout. A garota tirou a carta da bolsa e entregou-a à moça. Depois de lê-la, abriu um enorme sorriso.


- Estávamos imaginando se não viria. Você é provavelmente a bruxa mais esperada aqui, desde que a Sra. McGonagall foi embora para ensinar em Hogwarts – Hermione ficou espantada com aquela informação. A professora que ela mais admirava já tinha trabalhado ali e agora ela era a bruxa mais esperada naquele departamento. Ficou um pouco envergonhada, mas acabou acompanhando a bruxa baixinha, que estava definitivamente muito empolgada.


Aos poucos foi sendo apresentada ao seu novo local de trabalho. Aprendeu um pouco sobre o tipo de trabalho que se faz ali. De tempos em tempos olhava para o namorado que sorria e lhe dava forças. Depois de passar a tarde conhecendo aquele lugar e as pessoas que ali trabalhavam (achou sua chefe particularmente muito severa), Hermione teve certeza que ali era o lugar certo pra ela. Teve muita dificuldade em conter as lágrimas ao assinar o seu primeiro contrato de trabalho. Começaria em primeiro de setembro e mal podia esperar.


Quando voltaram pra rua, já estava quase escurecendo. Passaram a tarde inteira ali e nem perceberam. Resolveram jantar juntos num lugar que conheciam ali perto. Hermione não pôde deixar de notar que o namorado parecia um pouco entristecido.


- O que foi meu amor? Tá com uma cara estranha? Não gostou da comida?


- A comida estava ótima. Você ouviu o que o cara lá disse. Eu sou assunto no Ministério, só falam de mim. Aposto que vão fazer a maior algazarra no dia do meu julgamento.


- Não fica assim. Você já devia imaginar que seria assim. Seu caso é muito famoso entre todos os bruxos. Sei que deve ser chato, mas já está no final – ele concordou ainda meio amuado. Chegou mais perto da namorada e falou baixinho.


- Sabe o que me faria ficar mais tranquilo – ela olhou pra ele, cheia de malícia.


- O quê?


- Você deitada na minha cama, sem nada – ela corou furiosamente, mas não desviou o olhar.


- Isso a gente pode providenciar. Mas não hoje porque amanhã você trabalha cedo – ela se levantou de repente e começou a caminhar para a saída do restaurante. Ron permaneceu sentado, de queixo caído. Quando voltou a si, ela já havia pago a conta e saído do lugar. Juntou suas coisas e foi correndo atrás dela.


- Ei, isso não foi justo – ela riu alto e se virou. Deu um abraço nele e falou.


- Agora preciso ir. Vou passar o final de semana na sua casa, já falei com sua mãe. Com o julgamento chegando e tudo, acho que ela deve estar pirando – Ron não disse nada, mas a encarava profundamente.


- Você sabe onde eu moro e meu quarto não estará trancado – deu um sorriso bem safado e desaparatou. Ron parecia ter sido atingido por um balaço e demorou a entender a indireta. Voltou pra casa com o sorriso mais bobo do mundo.


Mais tarde naquela noite ele sacou sua varinha e desaparatou. Acho que não é necessário explicar aonde ele passou a noite.


O resto da semana foi praticamente idêntico. Ron passava os dias na loja de varinhas. Estava se tornando um trabalho realmente árduo. Chegava completamente esgotado em casa, mas sempre se esquecia disso quando encontrava a namorada. Mais de uma vez eles tiveram que se desdobrar para conseguirem dormir juntos. Certo dia, por muito pouco mesmo, Molly não flagrava os dois juntos. Por algum motivo aquilo sempre aumentava a vontade que os dois tinham de se ver. Sábado chegou e o ruivo deu graças a Deus que teria um pouco de sossego antes do tormento do julgamento.


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Só pra esclarecer. Sei que Ron nunca trabalhou com varinhas, mas eu acho esse um dos assuntos mais legais do mundo mágico, por isso resolvi escrever sobre isso. COMENTEM, COMENTEM, COMENTEM.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 

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Comentários (1)

  • lumos weasley

    trabalhar com varinhas, eu nunca pensei nesse tipo de trabalho p o ron, porém acho q pode ser interessante. o ron e a mione poderiam pensar em uma casa para eles terem privacidade, porque se a dona molly pegar os dois coitados. bjs! até!

    2011-09-14
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