Clube do Slugue



Capitulo quatro: Clube do Slugue.


Ryan passou grande parte da ultima semana de férias ouvindo as ideias de Harry sobre o comportamento de Malfoy na travessa do Tranco. O assunto já estava aborrecendo o, e parecia acontecer o mesmo com Rony e Hermione.


- Eu já concordei que foi suspeito Harry – impacientou-se Hermione. Ela estava sentada no parapeito da janela do quarto de Fred e Jorge, com os pés apoiados em uma das caixas de papelão, e foi contrariada que ergueu os olhos do seu novo livro. – E não acabamos concordando, também, que poderia haver muitas explicações.


- Talvez ele foi comprar algum presente para a Parkinson, soube que estavam namorando. – fala Ryan tentando fazer Harry para de falar desse assunto.


- Ou quem sabe ele tenha quebrado a Mão da Glória dele. – disse Rony distraidamente, consertando as cerdas tortas da cauda de sua vassoura. – Lembra aquele braço murcho que o Malfoy tinha?


- Mas e quando ele disse “E não se esqueça de guardar isso em um lugar seguro”? – perguntou Harry pela enésima vez. – Tive a impressão de que Borgin tinha o par do objeto quebrado e Malfoy queria os dois.


- É o que você acha? – quis saber Rony, agora tentando raspar uma sujeira do punho da vassoura.


- É – confirmou Harry. Mas não recebendo resposta de nenhum deles, acrescentou: - O pai de Malfoy esta em Azkaban. Vocês não acham que ele gostaria de se vingar?


Rony ergueu a cabeça, piscando.


- Malfoy, se vingar? Que é que ele pode fazer?


- Esse é o problema, eu não sei! – respondeu Harry frustrado. – Mas ele esta armando alguma, e acho que devíamos levar isso a serio. O pai dele é um Comensal da Morte e...


Harry parou de falar, seu olhar se fixou na janela atrás de Hermione, sua boca abriu. Acabara de lhe ocorrer uma ideia espantosa.


- Harry? – chamou Hermione ansiosa. – Que aconteceu?


- Sua cicatriz esta doendo outra vez? – perguntou Ryan preocupado com o irmão.


- Ele é um Comensal da Morte – disse Harry lentamente. – Substituiu o pai como Comensal da Morte!


Ryan engoliu em seco ao ouvir o comentário do amigo, como Harry poderia deduzir uma coisa certa tão simplesmente, ficou aliviado quando Rony explodiu em uma gargalhada.


- Malfoy? Ele tem dezesseis anos, Harry! Você acha que Você-Sabe-Quem deixaria Malfoy se alistar?


- Acho muito improvável, Harry – comentou Hermione em um tom meio repressor. – Que é que faz você pensar...?


- Na loja da Madame Malkin. Ela nem chegou a tocar nele, Malfoy gritou e puxou o braço quando ela quis enrolar a manga da roupa dele. Era o braço esquerdo. Tatuaram a fogo a Marca Negra.


A marca no braço de Ryan pareceu queimar ao comentário de Harry, depois ele olhou para Rony e Hermione que pareciam descrentes.


- Bem... – disse Rony sem convicção.


 - Acho que ele só queria sair da loja, Harry – argumentou Hermione.


- Ele mostrou a Borgin uma coisa que não pudemos ver. – contrapôs Harry com teimosia. – Uma coisa que deixou Borgin apavorado. Foi a marca, se que foi... Ele mostrou ao bruxo com quem ele estava falando, e vocês viram que Borgin o levou muito a sério!


Ryan, Rony e Hermione se entreolharam.


- Harry mesmo que ele fosse um Comensal, - começa Ryan – o Malfoy é um covarde, ele mesmo já nos deu muitas provas disso, não temos com o que nos preocupar.


- O Ryan tem razão Harry, é melhor não ficarmos pensando nisso. – ajuda Hermione.


Assim depois dessa discussão que quase vez Ryan ter um ataque cardíaco desceu para cozinha, todos os outros já haviam descido. Quando entrou na cozinha, viu Fleur sentada à mesa, falando animada sobre seus planos para o casamento com Gui, enquanto a Sra. Weasley vigiava de cara feia uma pilha de brotos que se descascavam.


-... Gui e eu prrraticamente decidimes que querrremos só duas damas de honra, Gina e Gabrrrielle vam ficarr um grrraças juntes. Stou pensande em vestirrr as duas de ourrro de clarrre... Naturrralmente rrose ficarrrie horrivelll com os cabeles da Gina.


- Oh Ryan! – exclamou em voz alta a Sra. Weasley, interrompendo o monologo de Fleur. – Que bom queria explicar para você o que explique ao outros sobre os carros do Ministério e os aurores.


- Tonks vai estar lá? – pergunta Ryan indo se sentar perto de Harry na mesa.


- Não, acho que não, ela foi designada para outro posto, pelo que me disse Arthur.


- Ela se entregou à depresson, aquele Tonks – admirou-se Fleur examinando sua imagem estonteante nas costas de uma colher. – Um grrrande erre se querrrem saber...


- Queremos muito obrigada. – disse a Sra. Weasley acidamente, atalhando Fleur outra vez. – É melhor você se apressar, quero os malões prontos hoje à noite, se possível, para não termos a correria de ultima hora de sempre.


 E, de fato, a partida na manhã seguinte transcorreu mais tranquila do que o normal. Quando os carros do Ministério pararam suavemente à frente da Toca, encontraram tudo a espera: os malões, o gato de Hermione, Bichento – bem acomodado em seu cesto de viagem – Edwiges, e Pichitinho e Arnaldo, o Mini Pufe roxo de Gina, nas gaiolas.


- Au revoir, Ryan. – disse Fleur um pouco corada abraçando Ryan, depois Harry foi se despedir. Rony adiantou-se rápido, esperançoso, mas Gina esticou a perna e o irmão caiu esparramado no chão aos pés de Fleur. Furioso, com a cara vermelha e suja de terra, ele entrou ligeiro no carro, sem se despedir.


Não encontraram o bem-humorado Hagrid aguardando na estação de King’s Cross. Dois aurores barbudos, muito sérios e vestindo ternos de trouxas, se aproximaram no instante em que os carros pararam e flanquearam o grupo, sem dizer uma palavra, para conduzi-los à estação.


- Andem, andem, atravessem a barreira. – apressou-os a Sra. Weasley, que parecia um pouco nervosa com aquela eficiência formal. – É melhor Harry ir primeiro, com...


E lançou um olhar de indagação a um dos aurores, que fez um breve aceno de cabeça, agarrou Harry pelo braço e tentou guia-lo em direção à barreira entres as plataformas nove e dez.


- Sei andar, obrigado. – falou Harry irritado, desvencilhando o braço do aperto do auror. Empurrou, então, o carrinho de bagagem diretamente para a barreira, ignorando seu companheiro silencioso, e viu-se, um segundo depois, na plataforma nove e meia, onde já se encontrava o Expresso vermelho de Hogwarts, lançando fumaça sobre a multidão.


Segundo depois, Hermione, Ryan e os Weasley se reuniram a ele. Sem consultar o auror carrancudo, Harry fez sinal a Ryan, Rony e Hermione para acompanha-lo, à procura de um compartimento vazio.


- Não podemos Harry – disse Hermione, desculpando-se. – Rony e eu temos de ir ao carro dos monitores primeiro e depois patrulhar os corredores por um tempo.


- Ah, é me esqueci...


- É melhor vocês irem direto para o trem, só faltam alguns minutos – avisou a Sra. Weasley, consultando o relógio. – Bem, um bom trimestre, Rony...


- Sr. Weasley, posso dar uma palavrinha com o senhor? – perguntou Harry, tomando uma repentina decisão.


- Claro. – respondeu o bruxo, ligeiramente surpreso, Ryan observou os dois se afastarem até um ponto da plataforma em que não podiam ser ouvidos.


Ryan tentou observar o que falavam, com certeza Harry iria comentar com o Sr. Weasley sobre o que Malfoy estava procurando na Borgin & Burkes, Ryan fez uma nota mental de descobrir o que Malfoy estava tramando.


O apito soou, e Harry veio correndo, Ryan o ajudo a embarcar o malão.


- Lembrem-se venham passa o Natal conosco, já combinamos com Dumbledore, então logo nos veremos – disse a Sra. Weasley pela janela, enquanto Ryan fechava a porta e o tem começava a se mover.


Os dois acenaram até o trem fazer a primeira curva, e o Sr. Weasley e a Sra. Weasley desapareceram de vista. Então, eles se viraram e começaram a localizar os amigos. Ryan supôs que Rony e Hermione estivessem enclausurados no carro dos monitores, a ideia não o agradou nem um pouco, mas viu Gina adiante no corredor, conversando com alguns amigos. Harry encaminhou-se até ela, Ryan o acompanhou.


As pessoas os encaravam abertamente quando eles se aproximaram. Chegavam a colar os rostos nas janelas dos compartimentos para espiar melhor.


- Quer procurar outro compartimento? – pergunta Harry.


- Não posso Harry, prometi me encontrar com o Dino. – respondeu a garota animada. Dando um breve aceno a Ryan que a estava achando muito linda ultimamente. – Vejo vocês depois.


- Certo. – concordou Harry com cara de quem comeu e não gostou, enquanto Gina se afastou os longos cabelos ruivos dançando nas suas costas. Depois de ela ter ido Harry ficou com uma cara de cachorro sem dono, Ryan segurou se para não rir.


Os dois então se viraram, enquanto andavam as garotas os observavam hipnotizadas.


- Oi, Harry e Ryan! – disse uma voz conhecida atrás deles.


- Neville! – exclamaram os dois.


- Olá, pessoal. – diz uma voz atrás de Neville.


- Oi, Luna. – cumprimenta Ryan.


- Oi, Luna. Como vai? – pergunta Harry.


- Ótima obrigada. – apertava uma revista contra o peito, letras garrafais anunciavam que dentro dela havia um Espectrocs.


- O Pasquim continua firme e forte? – perguntou Harry, que sentia certo carinho pela revista, a qual dera uma entrevista exclusiva no ano anterior.


- Ah, sim a circulação aumentou muito. – respondeu Luna, feliz.


- Vamos procurar um lugar para sentar? – convidou Ryan, e os quatro atravessaram o trem em meio à curiosidade silenciosa de hordas de alunos. Por fim, encontraram um compartimento vazio em que, agradecido, Harry entrou rapidamente.


- Estão olhando até para nós. – comentou Neville, incluindo Luna no gesto. – Só porque estamos com vocês.


- Estão olhando para você porque também esteve no Ministério – lembrou Harry, enquanto erguia o malão para guarda-lo no bagageiro.


- É mesmo, nossa aventura por lá esteve nas paginas do Profeta Diário, você deve ter visto. – completou Ryan.


- Vi, achei que a vovó ficaria danada com aquela publicidade toda - contou Neville. – mas ela realmente ficou satisfeita. Disse que demorei, mas enfim, estou começando a honrar meu pai. E até me comprou uma varinha nova, veja!


E tirou a varinha para mostrar aos garotos.


- Cerejeira, e pelo de Unicórnio. – anunciou orgulhoso. – achamos que foi uma das ultimas que Olivaras vendeu, ele desapareceu no dia seguinte... Ei, volta aqui Trevo.


Neville mergulho embaixo do banco para recuperar o sapo que tentava mais uma vez ganhar liberdade.


- Vamos continuar com as reuniões da AD este ano, Harry? – perguntou Luna, destacando um par de óculos psicodélicos das páginas do Pasquim.


- Não faz muito sentido agora que nos livramos de Umbridge, não é? – indagou Harry, sentando-se. Neville bateu a cabeça ao sair de baixo do banco. Parecia muito desapontado.


- Eu gostava da AD! Aprendi um montão de coisas com você!


- Eu gostei da reunião também – concordou Luna, serenamente. – Era com se eu tivesse amigos.


Foi um daqueles comentários inconvenientes que Luna fazia com frequência que produziam em Ryan uma sensação de pena e constrangimento, ao mesmo tempo. Harry se entreolhou com Ryan buscando ajuda. Antes que qualquer um pudesse responder, porém, houve uma agitação à porta do compartimento; um grupo de garotas do quarto ano estava cochichando e rindo bobamente junto à janela.


- Você, pergunta!


- Eu não, você!


- Eu pergunto!


Uma delas, então, com ar decidido, queixo saliente, grandes olhos e cabelos negros, abriu a porta e entrou.


- Oi, Harry. Oi, Ryan. Eu sou Romilda, Romilda Vane – apresentou-se em voz alta e confiante. – Porque vocês não vêm se reunirem a nós em nosso compartimento? Não precisam se sentar com eles – acrescentou com um sussurro teatral, apontando para o traseiro que Neville deixara de fora ao tatear embaixo do banco, à procura de Trevo, e para Luna, agora usando seus Espectrocs promocionais, que lhe davam a aparência de uma coruja demente e multicolorida.


- Eles são meus amigos – respondeu Harry com frieza.


- Ah. – exclamou a garota, fazendo uma cara que Ryan teve que segurar o riso. – Mas e você Ryan?


- Faço minhas as palavras de Harry. – diz olhando para o amigo que sorri.


- Ah. O.K. – responde ela, retirando-se fechando a porta ao sair.


- As pessoas esperam que vocês tenham amigos mais legais que nós. – comentou Luna, demonstrando mais uma vez o seu talento para a rude fraqueza.


- Vocês são legais. – disse Ryan, rapidamente, ao ouvir o comentário de Luna.


- É verdade, nenhuma delas esteve no Ministério. Não combateram comigo. – disse Harry, resumindo.


- Que coisa gostosa de ouvir. – comentou uma sorridente Luna, que ajeito o Espectrocs na ponta do nariz e se acomodou para ler O Pasquim.


- Mas não o enfrentamos, ou somos tão populares como o Ryan. – disse Neville, fazendo Ryan corar ao ouvi-lo.  Depois falou apontando para Harry. – Você sim. Devia ouvir a minha vó falando de você. “Aquele Harry tem mais coragem do que todo o Ministério da Magia junto!” Ela daria tudo para ter você como neto.


Harry riu sem graça, e mudo rapidamente de assunto perguntando sobre os N.O.M.s. Enquanto Neville recitava, Ryan observou o irmão que parecia não prestar atenção alguma ao que Neville dizia.


Ryan lembrou se do que Dumbledore contou-lhe no final do ano anterior. Sobre o porquê de ninguém saber que ele existia. Segundo Dumbledore, Lílian não sabia que teria gêmeos, e por isso não contou a ninguém quando soube da profecia.


Nem Voldemort sabia, só descobriu quando teve que matar os meninos, segundo Dumbledore ele mataria os dois, e que ele tentou matar primeiro Harry, assim o feitiço ricocheteou e Voldemort desapareceu por um tempo, a casa foi destruída e todos achavam que ele Ryan havia morrido junto com pais, e preferiram não contar nada a Harry, afinal poucas pessoas sabiam, somente Sirius, Remo e Dumbledore, mas somente Sirius e Dumbledore que ele estava vivo. Aos doze anos, Ryan fora descoberto por Dumbledore em um orfanato, contando lhe toda a sua historia.


Dumbledore achou melhor manter sigilo sobre Ryan, ainda mais depois da volta de Voldemort que achava que Ryan havia morrido. Observando o irmão Ryan pensava quando poderia contar toda a verdade a ele.


- Você está bem, Harry? Está com uma cara estranha. – o comentário de Neville, tirou Ryan de seus pensamentos.


Harry se assustou.


- Desculpe... Eu...


- Foi atacado por um zonzóbulo? – perguntou Luna gentilmente, observando Harry através dos seus enormes Espectrocs multicoloridos.


- Ele... Foi o quê? – pergunta Ryan, confuso.


- Um zonzóbulo... São invisíveis entram pelos ouvido e embaralham o cérebro da gente. – explicou ela. – Pensei ter pressentindo um voando por aqui.


Ela agitou as mãos no ar, como se espantasse enormes mariposas invisíveis. Os meninos entreolharam se e começaram depressa a discutir quadribol.


As janelas do trem, entrevia-se o tempo enevoado aqui e claro mais adiante, como estivera o verão inteiro; eles passavam por trechos ne névoa enregelante seguidos por outros em que o sol brilhava fracamente. Foi em um desses em que aparecia o sol, quase a pino, que Rony e Hermione finalmente entraram no compartimento.


- Gostaria que o carrinho de lanche viesse logo, estou faminto – anunciou Rony ansioso, largando-se no banco ao lado de Harry esfregando a barriga. – Oi, Neville, oi, Luna. Querem saber uma novidade? – acrescentou ele, virando-se para Harry. – Malfoy não está cumprindo as tarefas de monitor. Está sentado no compartimento dele com colegas da Sonserina, vimos quando passamos.


Harry sentou-se direito interessado. Ryan queria enforcar Rony para ele calar a boca, com certeza Harry estava pensando que a ideia de Malfoy ser comensal estava se concretizando.


- Que foi que ele fez quando viu vocês? – perguntou Harry com curiosidade.


- O de sempre. – respondeu Rony com indiferença, ilustrando com um gesto obsceno. – Mas não é do feitio dele, não é? Bem, isto aqui é – e repetiu o gesto. – mas porque não está nos corredores intimidando os alunos do primeiro ano?


- Sei lá. – retrucou Harry, parecia que logo sairia fumaça de sua cabeça de tanto pensar. Ryan agora estava pensando em jogar Rony para fora do trem, para fazê-lo parar de falar.


- Vai ver ele preferia a Brigada Inquisitorial – sugeriu Hermione. Ao que Ryan suspirou aliviado. – Vai ver que, depois da brigada, não tem mais graça ser monitor.


- Acho que não – falou Harry -, acho que ele...


Mas, antes que ele pudesse expor sua teoria, a porta do compartimento tornou a se abrir e entrou uma garota do terceiro ano.


- Mandaram entregar isto a Neville Longbottom, Ry-y-yan Felling e Harry P-Potter – gaguejou ela corando, quando seus olhos encontraram Ryan e Harry. Estendeu a mão em que segurava três rolos de pergaminho presos em uma fita violeta. Perplexos, os meninos apanharam cada um o seu e a garota saiu aos tropeços do compartimento.


- Que é isso? – perguntou Rony, enquanto Harry desenrolava o pergaminho.


- Um convite.


Ryan desenrolou e leu o seu.


Ry,


Eu teria grande prazer se você me fizesse companhia ao almoço no compartimento C.


Sinceramente, professor H.E. F Slughorn.


- Quem é o professor Slughorn? – perguntou Ryan, olhando o pergaminho em sua mão.


- Novo professor -  respondeu Harry. – Bem, acho que teremos de ir, não é?


- Mas porque ele me convidou? – indagou Neville nervoso, como se esperasse uma detenção.


- Não faço a menor ideia. – responde Harry novamente, mas parecendo deduzir o que veria pela frente. – Vamos usar a Capa da Invisibilidade, e a caminho a gente talvez possa dar uma olhada no Malfoy, ver o que ele anda tramando.


A ideia de Harry, porém, não foi adiante: era impossível atravessar os corredores, cheios à espera do carrinho de lanche, usando a Capa da Invisibilidade. Harry, pareceu frustrado, em quanto Ryan estava aliviado.  Assim seguiram pelos corredores totalmente visíveis. De vez em quando, estudantes se atiravam no corredor para dar uma boa olhada neles. A exceção foi Cho Chang que se enfurnou depressa no compartimento ao ver Harry se aproximando. Ryan ficou tentado a perguntar sobre a ex-namorada do amigo, mas decidiu ficar calado.


Quando chegaram ao compartimento C, viram que não eram os únicos convidados de Slughorn, embora, a julgar pela recepção entusiástica do professor, Harry fosse o mais esperado.


- Harry, meu rapaz! – exclamou Slughorn, erguendo-se rápido e de tal jeito que sua enorme barriga de veludo pareceu ocupar o espaço que restava no compartimento. Sua careca lisa e a bigodeira prateada refulgiam tão intensamente a luz do sol quanto os botões dourados do seu colete. – Que bom vê-lo! Ryan Felling, o queridinho do Semanário de Bruxas. – disse ele cumprimentando Ryan. – E o senhor deve ser o Sr. Longbottom!


Neville assentiu, com ar amedrontado. A um gesto de Slughorn, eles se sentaram um defronte ao outros três únicos lugares vazios, e mais próximos da porta. Ryan correu o olhar pelos convidados. Reconheceu um aluno da Sonserina da mesma série que ele, um negro alto com os malares salientes e os olhos muito puxados; havia ainda dois rapazes da mesma série de Ryan não conhecia e, espremida a um canto junto a Slughorn, Gina, parecendo não saber muito bem como chegara ali.


- Bem, vocês conhecem rodo mundo? – pergunto Slughorn aos recém-chegados. – Blaise Zabini, da mesma série que vocês, é claro...


Zabini não fez sinal de reconhecimento nem de cumprimento, no que foi imitado pelos garotos: por principio, alunos da Grifinória e da Sonserina se detestavam.


- Este é Córmaco McLaggen, talvez já tenham se visto? Não?


McLaggen, um jovem corpulento de cabelos crespos e armados, ergueu a mão, e Harry, Ryan e Neville retribuíram com um aceno de cabeça.


-... E este é Marcos Belby, não sei se...


Belby, que era magro e nervoso, sorriu tenso.


-... E esta encantadora jovem me diz que já os conhece! – termina Slughorn.


Gina fez uma careta para os meninos por trás do professor.


- Bem, isto agradável – comentou Slughorn acolhedoramente. – Uma oportunidade de conhecê-los melhor. Aqui, apanhem um guardanapo. Trouxe o meu próprio almoço; o carrinho segundo me lembro, tem muita Varinha de Alcaçuz, e o aparelho digestivo de um pobre velho não da mais conta dessas coisas... Faisão, Belby?


Belby se sobressaltou e aceitou algo que parecia a metade de um faisão.


- Eu estava contando ao jovem Marcos aqui que tive o prazer de ser o professor do seu tio Dâmocles – disse Slughorn aos recém-chegados, passando agora uma cesta de pães. – Um bruxo excepcional que mereceu de fato a Ordem de Merlim, Você vê seu tio com frequência, Marcos?


Infelizmente, Belby acabara de encher a boca de faisão; na pressa a responder a Slughorn, engoliu rápido demais, arroxeou e começou a sufocar.


- Anapneo – ordenou Slughorn calmamente, apontando a varinha para o rapaz, cujas vias respiratórias desobstruíram na mesma hora.


- Não... Não muita, não – arquejou Belby, as lagrimas escorrendo.


- Bem, naturalmente, imagino que esteja ocupado. – replicou Slughorn, lançando um olhar indagador a Belby. – Duvido que tenha inventado a Poção de Acônito sem considerável esforço.


-Suponho que sim... – concordou Belby, que pareceu receoso de comer outra garfada de faisão até ter certeza de que o professor terminara a conversa. – Ãh... Ele e o meu pai não se dão bem, então realmente não sei muita coisa sobre...


Sua vos foi sumindo quando Slughorn lhe deu um sorriso frio e se virou para McLaggen.


- Agora, você, Córmaco. – disse o professor – por acaso, sei que sempre vê seu tio Tibério, porque ele tem uma esplendida foto de vocês dois caçando rabicurtos em Norfolk, presumo.


- Ah, sim, foi divertida, aquela caçada. – comentou McLaggen. – Fomos com Berto Higgs e Rufo Scrimgeour, antes que se tornasse ministro, obviamente...


- Ah, você conhece Berto e Rufo? – disse sorridente Slughorn, agora oferecendo aos convidados uma travessa de tortinhas, mas pulando Belby. – Agora me diga...


Era o que Ryan suspeitava. Todos ali pareciam ter sido convidados porque estavam ligados a alguém famoso ou influente – todos exceto Gina. Zabini, interrogado depois de McLaggen, era filho de uma bruxa famosa por sua beleza (pelo que Ryan pôde entender, ela se casara sete vezes e cada marido tinha morrido misteriosamente, deixando-lhe montanhas de dinheiro). A seguir foi a vez de Neville, foram dez minutos muito desconfortáveis, porque os pais de Neville, aurores muito conhecidos, tinha sido torturados até enlouquecer por Belatriz Lestrange e seus companheiros Comensais da Morte. Ryan não pode deixa de sentir nojo, de ser um deles. Quando a entrevista terminou, Ryan teve a impressão de que Slughorn ainda não formara uma opinião sobre o garoto, e isso dependia de Neville possuir algum dos talentos dos pais.


 - E agora. – disse Slughorn, virando se para Ryan. – você meu rapaz que faz um tremendo sucesso entre as garotas.


Ryan dá uma risada nervosa.


- Está tendo muitos trabalhos no Semanário? – pergunta Slughorn sorrindo.


- Pra falar a verdade, na próxima edição haverá uma entrevista comigo, estão querendo que eu ensine-lhes a gravar musicas em CDs para os bruxos. – diz Ryan tendo certeza de qual seria a próxima pergunta do professor.


- E o que seriam esse DDs? – pergunta o professor curioso.


- É CDs, senhor. – corrigi Ryan, explicando depois por cinco minutos para o professor o que era um CD. O professor ficou fascinado com a explicação, e pediu ao garoto para que quando lançassem o CD que mandasse um para ele.


Dito isso, Slughorn virando o copo no banco com a pose de um apresentador de TV anunciando sua principal atração. – Harry Potter! Por onde começar? Sinto que mal cheguei a conhecê-lo quando nos encontramos no verão.


Ele contemplou Harry por um momento, como se ele fosse um pedaço particularmente grande e suculento de faisão, então disse:


- “O Eleito”, é como estão chamando-o agora!


Harry ficou calado, Belby, McLaggen e Zabini, todos o encaravam.


- Naturalmente – continuou Slughorn, olhando Harry com atenção. – Correm boatos há muitos anos... Lembro-me quando, bem, depois daquela noite terrível, Lílian, Tiago, mas você sobreviveu e diziam que devia ter poderes extraordinários...


Zabini deu uma tossidinha, nitidamente indicando sua debochada incredulidade. Uma voz zangada interveio inesperadamente às costas de Slughorn.


- É, Zabini, porque você tem tanto talento... Para fazer pose...


- Minha nossa! – brincou Slughorn rindo, e virou a cabeça para Gina, que encarava Zabini do outro lado da enorme pança do bruxo. -  É melhor ter cuidado, Blásio! Vi essa mocinha executar uma maravilhosa azaração para rebater bicho-papão quando estava passando pelo compartimento dela! Eu não a irritaria!


Zabini simplesmente fez um ar de desprezo.


- Seja como for. – continuou Slughorn, dirigindo-se novamente a Harry – os boatos que correram neste verão! Naturalmente não se sabe em que acreditar, o Profeta Diário já publicou muitas inverdades, cometeu enganos, mas parece não haver muita dúvida, dado o número de testemunhas, que houve no Ministério um grande tumulto, e você esteve no meio dele!


Harry fez uma cara de desconforto, e concordou com a cabeça, mas continuou calado, Slughorn sorriu para ele.


- Tão modesto, tão modesto, não admira que Dumbledore goste tanto... Você esteve lá, então? Mas as outras histórias... Tão sensacionais, é claro, a pessoa não sabe bem em que acreditar... A famosa profecia, por exemplo...


- Não há nenhuma profecia. – disse Ryan rapidamente.


- É verdade não ouvimos profecia nenhuma. – Neville ficou rosado como um gerânio ao dizer isso.


- Verdade. – confirmou Gina, lealmente. – Ryan, Neville e eu também estivemos lá, e essa baboseira de “O Eleito” é invenção do Profeta como sempre.


- Vocês três também estiveram lá? – perguntou Slughorn muito interessado, seu olhar indo de Ryan para Gina, e de Gina para Neville. Os três, no entanto, ficaram calados frente ao seu sorriso encorajador. – É... É bem verdade que o Profeta muitas vezes exagera, sem duvida – continuou Slughorn um pouco desapontado. – Eu me lembro de Gwenog Jones, quero dizer, a capitã do Harpias de Holyhead...


E o professor se perdeu em uma longa reminiscência, mas Ryan teve a nítida impressão de que Slughorn inda não dera por encerrada a conversar com ele e que não deixara convencer por Neville, Ryan e Gina.


A tarde foi passando com um desfile de histórias sobre bruxos ilustres dos quais Slughorn fora professor, todo encantados em participar do “Clube do Slugue”, em Hogwarts. Ryan mal conseguia manter os olhos abertos, torcendo para logo ir embora. Por fim, o trem passou de mais um longo trecho de névoa para um rubro pôr-do-sol, e Slughorn se virou para os lados piscando na penumbra.


- Santo Deus, já esta escurecendo. Não notei que já tinham acendido as luzes. É melhor vocês irem trocarem de roupa, todos vocês. McLaggen, passe na minha classe para lhe emprestar o livro sobre os rabicurtos. Harry, Blásio e Ryan a qualquer hora que estiverem nas redondezas. O mesmo vale para a senhorita. – Ele piscou para Gina. – Muito bem, vão andando, vão andando!


Quando passou por Harry para alcançar o corredor sombrio, Zabini lançou lhe um olhar feio que Harry retribuiu com muito interesse. Ele, Ryan, Gina e Neville acompanharam o rapaz ao longo do trem.


- Que bom que terminou – murmurou Neville. – Cara estranho, não é?


- Ele é um pouco mesmo, com toda aquela pose. – Ryan responde ao amigo.


- Como que você foi convidada Gina? – pergunta Harry, com os olhos em Zabini.


- Ele me viu azarando Zacarias Smith lembra aquele idiota da Lufa-Lufa que esteve na AD? Ele não parava de me perguntar o que aconteceu no Ministério, e no fim me aborreceu tanto que eu o azarei; quando Slughorn entrou, pensei que ia ganhar uma detenção, mas ele achou que tinha sido uma ótima azaração e me convidou para almoçar. Piração né?


- É uma razão melhor para se convidar algum do que ter mãe famosa. – respondeu Harry, lançando um olhar mal-humorado para a nuca de Zabini. – Ou ter um tio que...


Harry parou de falar, olhando fixamente para Zabini, parecia ter tido uma ideia brilhante e que o estava consumindo. Ryan não gostou nada disso.


- Vejo vocês depois – murmurou Harry, puxando a Capa da Invisibilidade e atirando-a sobre o corpo.


- Mas o que é que você...? – perguntou Ryan, não gostando do que Harry pretendia.


- Depois – sussurrou Harry, disparando atrás de Zabini.


Ryan pensou no que Harry queria seguido Zabini, com certeza iria ver o que Malfoy estava aprontando, e torceu para que Malfoy não dissesse nada que pudesse colocar em risco o seu plano. Olhando pela janela percebeu que estava a aproximadamente meia hora da estação de Hogsmeade.


- Venham. Vamos nos trocar. – disse Ryan, indo em direção aos banheiros para se trocarem.


Em quanto se trocava, Ryan pensou o que Malfoy poderia fazer se descobrisse que Harry estava bisbilhotando, com certeza nada de tão ruim, comparado ao que aconteceria se Harry descobrisse o que ele era.


Não gostando disso, Ryan terminou de se trocar e pediu a Neville para seguir sem ele que o encontraria no Salão Principal. Assim seguiu para onde achava que seria o compartimento da Sonserina.


A porta de um compartimento abriu e Ryan deu de cara com Malfoy, que o olhou com um sorrisinho do rosto.


- O que foi Felling, se perdeu?


- Não só queria falar com você mesmo. – disse Ryan estudando a expressão do garoto.


- Acho que não tenho nada para conversar com você. – disse Malfoy, passando por Ryan e seguindo para fora do trem.


- Você pode não ter, mais eu tenho. – falou Ryan com rispidez, sem perceber já estava fora do trem, parando na frente de Draco. – Acho bom você ficar de boca calada sobre certos assuntos, porque se não posso contar a certa pessoa, que seus atos tolos estão atrapalhando meus planos.


Draco puxou a varinha e apontou para Ryan, que não tirava os olhos dele.


- Está me ameaçando? – perguntou Malfoy.


- Não somente avisando. – disse calmamente Ryan, percebendo o medo nos olhos do rapaz.


Malfoy abaixou a varinha, e seguiu em frente, fazendo questão de esbarrar em Ryan ao passar. Ele ficou encarando Malfoy até ele desaparecer na nevoa da noite. Ao ver que não tinha mais ninguém na estação ,foi pelo mesmo caminho que Malfoy havia acabado de passar.


Chegando até onde havia um lampião aonde Filch verificava alguns poucos alunos atrasados, junto com Snape. Um dos alunos era Malfoy que ficou extremamente irritado ao ver Filch verificar ao que parecia uma bengala. Ryan também foi verificado por Filch que desconfiava que ele tivesse alguma coisa das Gemialidades Weasley.


Depois de revistado o garoto chegou com os restantes dos alunos na entrada do castelo e, quando as grandes portas de carvalho se abriram para o amplo saguão lajeado, foram saudados pela zoada de conversas e risos, e tinidos de pratos e copos que ecoavam através das portas abertas do Salão Principal. Enquanto atravessa o salão, algumas meninas olhavam para ele e cochichavam entre si, esse fato deixou Ryan um pouco corado. O Chapéu estava falando alguma coisa em quanto Ryan cruzava o salão, localizou rapidamente Rony e Hermione e sentou se ao lado da garota.


- Onde é que você estava? E cadê o Harry? – pergunta Hermione, preocupada.


- Estava me trocando, não sei onde está o Harry. Achei que ele já estivesse aqui. – falou Harry tentando localizar o irmão.


Ao dizer isso, as portas do salão se abrem e Harry surge por elas, todo sugo de sangue, localiza os amigos e senta rapidamente ao lado de Rony.


- Onde é que você... Caramba, que foi que fez no rosto? – indagou Rony, arregalando os olhos, como todos que estavam por perto.


- Por que, tem alguma coisa errada? – admirou-se Harry, apanhando uma colher e observando sua imagem distorcida.


- Você está coberto de sangue! – disse Hermione. – Vem cá...


Ela ergueu a varinha e ordenou:


- Tergeo! – E a varinha aspirou todo o sangue seco.


- Obrigado – agradeceu ele, apalpando o rosto agora limpo. – Como é que está o meu nariz?


- Normal. – respondeu Hermione ansiosa – Porque não estaria? O que foi que aconteceu com vocês dois? Vocês sumiram, ficamos apavorados!


Harry olhou para Ryan pedindo ajuda.


- Contamos depois – respondeu Ryan, que entendeu Harry. Gina, Neville, Dino e Simas estavam prestando atenção; até Nick-Quase-Sem-Cabeça, o fantasma da Grifinória, se aproximara flutuando ao longo dos bancos para escutar.


- Mas... – respondeu Hermione.


- Agora, não, Hermione. – replicou dessa vez Harry, em um tom sombrio cheio de subentendidos. Ryan já começava a pensar o que iria dizer para todos sobre onde estava, não podia simplesmente dizer que estava ameaçando Malfoy.


Harry se esticou por cima de Rony para pegar umas coxinhas de frango, mas elas desapareceram e foram substituídas pela sobremesa.


- Pelo menos vocês perderam a seleção. – comentou Hermione, enquanto Rony mergulhava para se servir de uma torta de chocolate.


- O Chapéu disse alguma coisa interessante? – perguntou Harry, servindo-se de um pedaço de torta de caramelo.


- Nada que ainda não tenha dito... Aconselhou a nos unirmos e enfrentarmos os nosso inimigos... Pra ele é fácil dizer, né? É só um chapéu.


- Dumbledore mencionou Voldemort? – perguntou Ryan, falando com esforço o nome do homem de quem agora tinha que chamar de Lorde.


- Ainda não, mas ele sempre guarda o discurso sério para depois do banquete, não é? Não deve demorar muito agora.


- Snape disse que Hagrid se atrasou para o banquete... – comentou Harry.


- Você viu Snape? Como assim? – perguntou Rony entre garfadas frenéticas de torta.


- Topei com ele. – respondeu Harry evasivamente.


- Hagrid só se atrasou um pouquinho. – comentou Hermione. – Olhe, ele está acenando para nós.


Ryan olhou para a mesa dos professores e acenou para Hagrid que de fato acenava. O amigo jamais conseguira se comportar com a mesma dignidade que a professora McGonagall, diretora da Casa da Grifinória, cuja cabeça batia mais ou menos entre o cotovelo e o ombro de Hagrid – estavam sentados lado a lado. – E que manifestava desaprovação a esse cumprimento entusiástico. Ryan se surpreendeu ao ver a professora de Adivinhação, Trelawney, sentada do outro lado de Hagrid; ela raramente saía de sua torre, e Ryan nunca a vira em um banquete inaugural. Tinha a aparência de sempre, faiscando com seus colares e longos xales, os olhos ampliados pelos enormes óculos. Ryan, que sempre a considerava uma charlatã, ficara chocado ao descobrir, no fim do trimestre anterior, que ela fora a autora da profecia de Harry com Lord Voldemort. Saber disse deixou-o ainda menos desejoso de ficar em sua companhia, ainda bem que não cursaria Adivinhação esse ano. O garoto desviou os olhos para a mesa da Sonserina. Draco Malfoy estava encenando como partir um nariz provocando risos e aplausos estridentes. Então Ryan entendeu fora Malfoy que machucou Harry, quebrando o nariz do irmão. Ryan daria tudo para lhe devolver o machucado.


- Então o que é que o professor Slughorn queria? – perguntou Hermione, tirando Ryan de seus pensamentos.


- Saber o que realmente aconteceu no Ministério. – respondeu Ryan desanimado ao lembrar-se do Clube do Slugue.


- Ele e o mundo inteiro – fungou Hermione – O pessoal não parou de interrogar a gente no trem, não foi, Rony?


- Foi todos queriam saber se você é mesmo o Eleito... – respondeu Rony, olhando para Harry.


- Tem havido muita discussão sobre assunto até entre os fantasmas. – interrompeu-os Nick Quase Sem Cabeça, inclinando para Harry a cabeça mal presa, fazendo-a balançar perigosamente, sobre a gola de tufos engomados. – Sou considerado uma espécie de autoridade em Potter; todos sabem que somo amigos. Mas afirmei à comunidade dos espíritos que não o incomodaria com perguntas. “Harry Potter sabe que pode confiar inteiramente em mim”, falei. “Prefiro morrer a trai sua confiança”.


- O que não me parece grande coisa, porque você já morreu. – observou Rony.


- Mais uma vez, você demonstrar ter a agudeza de um machado cego. – retrucou Nick Quase Sem Cabeça em tom ofendido e, deixando o chão, retornou voando à extremidade oposta da mesa da Grifinória, no momento exato em que Dumbledore se levantava à mesa dos professores. As conversas e risos que ecoavam pelo salão cessaram quase imediatamente.


- Uma grande noite para todos! – começou ele sorridente, abrindo os braços como se quisesse abarcar o salão.


- Que aconteceu à mão dele? – ofegou Hermione.


Ela não foi a única a notar. A mão direita de Dumbledore continuava escura e sem vida, Ryan não há tinha notado quando Dumbledore foi vê-lo no orfanato.


 Os sussurros percorreram o salão, Dumbledore; interpretando-os corretamente, apenas sorriu e ocultou a lesão, sacudindo a manga roxa e dourada.


- Não há motivo para preocupação. – disse em tom suave. – Agora... As boas-vindas aos alunos novos; bom retorno aos alunos antigos! Mais um ano de muita educação magica aguarda a todos...


- A mão dele já estava assim quando o vi no verão. – cochichou Harry para os amigos. – Mas pensei que por esta altura ele já a tivesse curado... Ele ou Madame Pomfrey.


- Parece morta. – comentou Hermione, com uma expressão de repugnância no rosto. – Mas há lesões que não tem cura... Feitiços antigos... E há venenos sem antídotos...


-... E o Sr. Filch, nosso zelador, me pediu para avisar que estão banidos todos os artigos de logros e brincadeiras comprados na loja chamada Gemialidades Weasley.


“Os que quiserem jogar nas equipes de quadribol das Casas devem se inscrever com os diretores das Casas, como sempre. Estamos também procurando novos locutores de quadribol, que são convidados a fazer a mesma coisa.”


“Este ano temos o prazer de dar as boas-vindas a um novo membro do corpo docente, o professor Slughorn”, o bruxo ficou pé, a careca brilhante à luz das velas, a grande pança sob o colete sombreando a mesa, “é um antigo colega me que aceitou retornar ao cargo de mestre das Poções.”.


- Poções?


- Poções?


A palavra ressoou por todo o salão enquanto as pessoas se perguntavam se teriam ouvido direito.


Ryan já sabia quem seria o novo professor de DTAC, mas esperou o pronunciamento.


- Poções? – repetiram juntos Rony e Hermione, virando-se para Harry. – Mas você disse...


- Por sua vez, o professor Snape. – continuou Dumbledore, alteando a voz para abafar os murmúrios – assumira o cargo de professor de Defesa contra as Artes das Trevas.


- Não! – exclamou Harry tão alto que muitas cabeças se viraram em sua direção. Ele parece não se importar; olhava fixamente para a mesa dos professores. Ryan sabia que seria Snape, não tinha nada contra o professor, ele até o tratava muito bem. O que fazia seus amigos não entenderem muito bem. Mas Snape uma vez até disse que ele merecia estar na Sonserina, ele falou como se fosse um elogio, mas Ryan considerou mais uma ofensa.


- Mas Harry, você disse que Slughorn ia ensinar Defesa contra as Artes das Trevas! – questionou Hermione.


- Pensei que fosse! – respondeu Harry, pensativo.


Snape estava sentado à direita de Dumbledore, não se ergueu ao ouvir o seu nome, apenas elevou a mão displicentemente para agradecer os aplausos da mesa da Sonserina; Ryan, contudo não deixou de notar uma expressão de triunfo nas feições do professor.


- Bem, tem uma coisa boa. – disse Harry com selvageria. – Snape irá embora até o fim do ano.


- Como assim? – perguntou Ryan.


- O Cargo é azarado. Ninguém aguentou mais de um ano... Quirrel até morreu. Pessoalmente, vou torcer para que haja outra morte...


- Harry! – exclamou Hermione, demonstrando surpresa e desaprovação.


- Mas talvez ele simplesmente volte a ensinar Poções no fim do ano. – argumentou Rony. – O tal Slughorn pode não querer ficar muito tempo o Moody não quis...


Dumbledore pigarreou. Harry, Ryan, Hermione e Rony não eram os únicos que conversavam; o salão todo explodira em murmúrios à noticia de que Snape, enfim, realizara o seu mais acalentado desejo. Dumbledore, parecendo indiferente à natureza sensacional da noticia que acabara de dar, nada falou sobre outras designações e esperou alguns segundos até obter silencio antes de prosseguir.


- Nem todos os presentes neste salão sabem que Lord Voldemort e seus seguidores estão mais uma vez em liberdade e cada vez mais fortes.


O silencio pareceu se expandir e retrair enquanto Dumbledore discursava. Ryan sentiu nojo de si mesmo ao lembrar que fazia parte dos seguidores de Voldemort. Seu olhar vagou até a mesa da Sonserina onde Malfoy, em vez de olhar para o diretor, fazia seu garfo pairar no ar com a varinha, como se achasse as palavras de Dumbledore indignas de atenção.


- Não posso enfatizar suficientemente o perigo da presente situação, e o cuidado que cada um de nós, em Hogwarts, precisa tomar para garantir que continuemos seguros. As fortificações magicas do castelo foram reforçadas durante o verão, estamos protegidos de maneiras novas e mais poderosas, mas ainda assim precisamos dos defender escrupulosamente dos descuidos de estudantes e funcionários. Peço, portanto, que respeitem as restrições de segurança que os pareçam, particularmente a norma de não sair da cama depois do toque de recolher. Imploro que, ao notarem alguma coisa estranhas ou suspeitas dentro ou fora do castelo, comuniquem imediatamente a um funcionário. Confio que agirão sempre com o maior respeito pela segurança dos outros e pela sua própria.


Os olhos azuis de Dumbledore percorreram os rostos dos estudantes e, por fim, ele tornou a sorrir.


- Mas no momento suas camas estão à sua espera, quentes e confortáveis como poderiam desejar, e sei que a sua maior prioridade é descansar para as aulas de amanhã. Vamos, portanto, dizer boa noite. Pip pip!


Com o atrito ensurdecedor habitual, os bancos afastados e centenas de estudantes começaram a sair do Salão Principal em direção ao dormitórios. Ryan observou Harry retrair o passo, para obviamente impedir um encontro com Malfoy. Hermione saíra correndo um pouco antes para, cumprindo a tarefa de monitora, arrebanhar os alunos do primeiro ano, mas Rony ficou com Ryan e Harry.


- Que aconteceu realmente com seu nariz? – perguntou, quando chegaram ao final do apartamento que procurava sair do salão, e ninguém mais podia ouvi-los.


Harry contou-lhes sobre o que Ryan já desconfiava. Ryan e Rony não riram, demonstrando a força de sua amizade.


- Vi Malfoy imitando alguma coisa com relação a nariz. – comentou Ryan sombriamente.


- É, bem, deixa isso para lá. – disse Harry amargurado. – Escuta só o que ele estava dizendo antes de me descobrir lá...


Ryan tentou não demonstrar o medo aos relatos de Harry. Percebeu que Rony não pareceu se impressionar com as bravatas de Malfoy, isso o tranquilizou.


- Ora, Harry, ele estava só se exibindo para a Parkinson... Que tipo de missão Você Sabe Quem daria a ele?


A pergunta de Rony, fez Ryan lembrar uma coisa que estava tentando esquecer à algum tempo. Tinha contando a Dumbledore sobre o plano de Voldemort, de querer que Malfoy o matasse. Mas o professor pareceu não se importar e disse para que Ryan não se preocupasse com isso.


- Como é que você sabe que Voldemort não precisa de uma pessoa em Hogwarts? Não seria a primeira vez...


- Eu gostaria que vocês parassem de falar esse nome, Ryan e Harry. – repreendeu uma voz as costas dos garotos, Ryan ficou feliz ao ver Hagrid. Não estava gostando nada daquele assunto que estavam tendo.


- É o nome que Dumbledore usa. – insistiu Harry.


- É, mais isso é o Dumbledore! – disse Hagrid com ar misterioso. – Então, porque vocês dois se atrasaram? Fiquei preocupado.


- Tive um imprevisto no trem! – disse os dois juntos.


- E porque você se atrasou? – perguntou Harry.


- Estive com Grope. – respondeu Hagrid satisfeito. – Não vi o tempo passar. Ele agora tem uma casa nas montanhas, foi Dumbledore que arranjou uma bela caverna. Ele está muito mais feliz do que na Floresta. Estivemos batendo um bom papo.


- Sério? – perguntou Ryan, tomando cuidado para não olhar nem para Rony e nem para Harry; a ultima vez que encontrara o meio-irmão de Hagrid, um gigante selvagem com um talento para arrancar arvores pela raiz, seu vocabulário tinha apenas cinco palavras, duas das quais ela não conseguia pronunciar direito.


- Ah, ele melhorou muito. – explicou Hagrid orgulhoso. – Você ficaria espantado. Estou pensando em treinar Grope para ser meu assistente.


Rony abafou uma gargalhada pelo nariz, fazendo parecer que era um violento espirro. Os quatro estavam agora diante das portas do castelo.


- Então, vejo vocês amanhã, a primeira aula logo depois do almoço. Se chegarem mais cedo, vão poder dar um alô ao Bic... Quero dizer ao Asafugaz!


E erguendo o braço em alegre despedida, o gigante saiu em direção à escuridão.


Os três se entreolharam. Ryan sabia que os amigos estavam sentindo o mesmo desânimo que ele.


- Vocês não se matricularam em Trato das Criaturas Mágicas, não é?


Ryan e Rony sacudiram a cabeça.


- Nem você, né? – Rony perguntou.


Harry sacudiu a cabeça, também.


- E a Hermione – disse Ryan. – Não, né?


Harry e Rony tornaram a sacudir a cabeça. Nem queria pensar no que diria Hagrid quando percebesse que seus quatro alunos favoritos tinham desistido de sua matéria.

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