Epílogo
Uma semana havia se passado desde os eventos do Ministério, e Draco fez o possível para não pensar em Gina. No primeiro dia, saiu para beber com Blaise, o novo Ministro. No segundo, comprou garrafas de whisky e jogou cartas com velhos amigos da sonserina até amanhecer. No terceiro dia, morto de cansaço e com uma ressaca impressionante, ficou em casa dormindo. No quarto, desistiu de tentar não pensar nela e comeu o dia inteiro, fazendo aviões de papel com as páginas de seu velho livro de História da Magia. No quinto, estava tão enormemente triste que Blaise o fez beber mais. No sexto, preocupado com seu fígado, mas ainda muito triste, xingou o seu único amigo e o expulsou de lá, decidindo que deveria fazer alguma coisa a respeito.
Foi então que, no sétimo dia, foi para onde sabia se situar A Toca.
Não conseguiu pensar em nenhuma forma adequada de abordar Gina. Fez até o ridículo de comprar rosas vermelhas para ela, o que ele ainda achava ser uma tremenda falta de criatividade, mas não tinha ideias melhores.
Quando se aproximou d’A Toca, arrependeu-se imediatamente de ter ido: a casa estava cheia de Weasleys, alegria e um cheiro de comida realmente bom. Queria dar meia volta, mas a Sra. Weasley o viu pela janela e bradou:
- Hey, Malfoy, espera! – Então uma centena de cabeças vermelhas foram para a janela, sem acreditar que ele estava lá, mas não viu Gina. Sentiu-se tão patético com as rosas pendendo em suas mãos que, mesmo sendo ateu, até rezou para que Deus o pulverizasse imediatamente.
A Sra. Weasley foi até a porta e o convidou para entrar, mas ele agradeceu e pediu para que ela só chamasse a Gina, se fosse possível.
- Ela não está, Malfoy. – ela falou, com um sorriso pretensioso nos lábios. Provavelmente estava pensando “Ai, daria tudo para que o seu pai pudesse te ver agora”. Isso o irritou um pouco, mas conseguiu manter a calma para perguntar se ela sabia onde a filha estava. – Saiu para dançar! Deixa eu anotar o endereço.
Foi assim que, minutos depois, Draco viu a si mesmo em uma boate trouxa, vestindo um terno bruxo, então se estivesse pelado provavelmente chamaria menos atenção. De qualquer forma, todo o seu desconforto passou quando encontrou Gina, que dançava desacompanhada e distraída.
Draco a observou completamente enfeitiçado. Ela movimentava seu corpo de maneira tão delicada e fluida que parecia nem ser feita de músculos e ossos, mas água. Seus olhos fechados, talvez para obedecer com maior exatidão o que as batidas da música ditavam, e um sorriso distraído nos lábios, fizeram com que Draco não conseguisse resistir.
Aproximou-se furtivamente e deslizou uma mão na sua cintura, inspirando profundamente o perfume de seus cabelos vermelhos, com o corpo inteiro entorpecido. Ela abriu os olhos, assustada, e a mão de Draco sentiu o movimento dos quadris de Gina cessarem.
- Não. Por favor. Só esta. – Implorou em seu ouvido. Ela sorriu por um segundo, então tornou a fechar os olhos, talvez imaginando Potter em seu lugar, mas não importava. Draco não sabia dançar, e, mesmo se soubesse, provavelmente não o faria, então ficou ali, observando-a, com os olhos ardendo e a garganta fechada, impedindo-o de respirar direito.
Percebeu que seus lábios vermelhos murmuraram:
- One single touch from you i'm gone, still got the rush when i'm alone...
Então Gina firmou a mão de Draco em sua cintura com a mão esquerda, como se pedisse para que não a soltasse, enquanto a mão direita desordenava seus fios ruivos, com uma expressão de dor no rosto que o loiro não conseguiu entender. Sem ver o que fazia, colocou a sua mão livre no rosto dela, querendo desesperadamente libertá-la de qualquer sentimento que a estivesse machucando, e, para seu total prazer, Gina beijou a sua palma com ternura.
Transtornado, confuso, abraçou-a com força. O mundo ao seu redor explodia em movimento, com as centenas de pessoas dançando, suas almas distantes dali. Era, por mais irônico que pudesse parecer, a única pessoa que sentia desesperada e alucinadamente.
Finalmente, libertou-a de seu abraço, colocando uma mão suavemente sob o seu queixo. Ela abriu os olhos, vermelhos, febris, e Draco percebeu o traço de uma lágrima na sua bochecha. Lentamente, encostou seu nariz ao dela, ameaçando beijá-la, mas sem fazê-lo de fato.
Queria que a iniciativa partisse dela e acabou colocando os dois sob uma tortura sufocante, até que ela finalmente o fez: beijou-o com vontade, lentamente, profundamente, com as suas pequenas mãos encaixadas no seu maxilar.
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FIIM
Espero que tenham gostado! Muito obrigada por tudo...
Comentários (1)
Muito , muito linda!!!Adorei acompanhar a fic !!
2011-06-12