O começo do meu final
Era segunda-feira dia 11 de setembro e eu me preparava para mudar completamente. Arrumei minhas coisas e coloquei tudo no meu novo baú com o logo de Hogwarts, ou como eu preferia chamar, minha segunda chance. Desci tudo o que era preciso e esperei que o taxi me levasse até a estação de trem. Eu já sabia todos os truques e estava pronta para descobrir mais sobre magia e enquanto atravessava para a plataforma 9 ³/4, sentia um longo frio na barriga. Me vi diante de várias famílias despedindo-se de seus pequenos filhos, enquanto os mais velhos entravam e acenavam. Entrei no trem, grata por dar as costas para aquela cena, que para muitos podia ser feliz, mas para mim era nauseante. Andei por alguns vagões até conseguir encontrar um vazio, e quando o achei, fiquei feliz por não ter ninguém, assim eu poderia pensar. Me lembrei do verão passado, quando um homem de cabelos e barba grisalhos, foi até o orfanato em que eu estava e me deu oportunidade de ir para sua escola. Na hora hesitei, mas eu precisava mudar e a oferta que ele me fazia era irrecusável. E lá estava eu, esperando o trem, que me levaria até minha nova vida, andasse. Quando ia pegar um de meus livros, alguém abriu a porta e disse:
- Vamos entrem, esse é o ultimo vagão.
Era um menino alto, com os cabelos negros, olhos verdes, magro e usava óculos. Eu sabia exatamente quem ele era, Harry Potter, mas eu teimava em achar desculpas para não acreditar. Haviam mais duas pessoas com ele, uma menina com cabelos longos, olhos castahos e com um casaco marron que ficava perfeitamente alinhado com sua cintura fina. E também um menino de olhos azuis, cabelos ruivos e um ar de brincalhão. Assim que todos haviam se sentado Harry estendeu a mão e disse:
- Oi, eu sou o Harry, e esses são Rony - Ele apontou para o menino ao meu lado - e Hermione -Ele fez um sinal em direção a menina a sua esquerda
- Prazer em conhece-los, eu sou a Emily.
O menino ruivo a minha direita, se mexeu e disse, estendendo a mão:
- Oi, eu sou o Ronald, mas pode me chamar de Rony.
Sorri, por algum motivo o sorriso acolhedor dele, fez com que um sorriso ainda maior se abrisse em meu rosto. A menina ao lado de Harry pareceu estremeçer quando a mão de Rony tocou na minha, o que causou uma sensação estranha em mim. Encostei minha cabeça no vidro e começei a apreciar a linda paisagem que surgia a minha volta. Havia várias casas e nenhuma parecia igual a outra, cada uma de uma meneira magicamente diferente. Passados alguns minutos, decidi que não queria atrapalhar Harry, Hermione e Rony, e que procuraria outro vagão. Olhei para Harry e falei:
- Harry, acho que vou procurar outro vagão, eu acho que vocês querem ficar a sós.
Antes que Harry disesse uma palavra, Rony respondeu:
- Não! Quer dizer... Você pode ficar aqui, com a gente.
Sorri novamente, olhar para Rony fazia com que um sorriso estantâneo surgisse. Porém, mesmo ele dizendo que eu podia ficar ali, eu queria sair um pouco e só conhecer o trem. Me levantei e Falei:
- Bom, eu vou conhecer o trem...
Rony também se levantou, e perguntou:
- Quer que eu va com você?
- Não precisa, eu só quero ver como é tudo e ir ao banheiro me trocar.
Ele acentiu e sentou novamente. Abri a porta de vidro e andei, mesmo sem saber se estava indo na direção certa. Abaixei a minha cabeça e senti uma mão em meu ombro. Me virei e vi um menino alto, loiro e com olhos penetrantemente castanhos. Meu coração acelerou e enquanto ele retirava a mão de meu ombro eu tentava me acalmar. Então ele disse:
- Você é a nova amiga do Potter?
- Não diria que somos amigos, mas eu estou na cabine dele.
- Ah, bom espero que você não se misture a eles
- Como assim?
- Bom, eles não são pessoas... Esqueçe.
- Tudo bem, mas... Qual é o seu nome?
- Draco, e o seu?
- Emily.
- Bem vinda Emily.
- Obrigada.
Dei um passo, voltando a direção em que andava. Mas antes me virei e vi Draco abrindo a porta, perguntei:
- Draco, você poderia me mostrar aonde é o banheiro?
Ele levantou a cabeça e sorriu, dizendo:
- Claro.
Esperei que ele estivesse ao meu lado para começarmos a caminhar. Ele me levou até uma porta, grande demais para estar dentro de um trem e disse:
- Eu te espero.
Eu entrei, coloquei a longa veste de Hogwarts e lavei o rosto. Me perguntei porque Draco havia me perguntado sobre Harry e depois de pensar um pouco sai. Ele ainda estava lá, e olhando para mim quando eu sai. Com o cabelo perfeitamente alinhado e um leve sorriso, ele andou em minhadireção e eu andei na dele. Ele me acompanhou até o vagão de Harry, mas antes que pudessemos entrar Rony abriu a porta e disse, fechando-a:
- Emm, o que ele fez pra você?
- Eu não fiz nada para ela! - Respondeu Draco, bem mais rápido do que eu.
- Verdade Rony, ele não fez nada. - respondi, na tentativa de salvar Draco e acabar com aquela agitação no corredor.
A feição de Rony era triste, o que fez com que eu me sentisse mal... De alguma forma. Dei dois passos até Rony e o abraçei, eu não sabia o porque, eu só sentia que tinha que fazer isso. E em seu ouvido perguntei:
- Por que essa cara triste?
- Porque Draco, não é uma das melhores pessoas desse trem. - Respondeu ele em meu ouvido. - Não quero que ele te faça mal.
Pensei comigo mesma:"É Emily, você também não é uma das melhores pessoas daqui" .Quando me virei para agradecer a Draco, vi que ele já tinha sumido. Rony e eu entramos no vagão e Harry e Hermione estavam dormindo. Rony, chegou mais perto e disse:
- De que escola você veio?
- Beauxbatons.
- Ah. Em que casa você quer ficar?
- Em que casa você está?
- Grifinória.
- E que casa você recomenda?
- Eu acho que Grifinória.
Sorri. Ele parecia ser o tipo de cara brincalhão. Mas eu queria saber mais, todos os detalhes de sua vida, eu queria saber do que ele gostava, do que não gostava, sobre cada pessoa emsua vida e como Hogwarts era para ele. Perguntei:
- Rony, você tem certeza de que o Harry e a Hermione não vão se importar de eu ficar aqui?
- Tenho certeza quanto ao Harry, mas nunca se pode ter uma previsão concreta com relação a Hermione, mas acho que ela não se importa também.
- Ah, tudo bem então.
- Confie em mim, não há problema nenhum.
- Eu confio.
Ele sorriu e seus olhos pareceram brilhar, eu retribui o sorriso.Ficamos calados por alguns minutos, até que eu senti o peso do sono sobre meus olhos. Me virei para Rony e perguntei:
- Rony, porque vocês não gostam do Draco?
Ele demorou para responder, e parecia tentar encontrar as melhores palavras, e após alguns minutos ele falou:
- É uma coisa que nós temos... Não sei exatamente aonde isso começou, mas nós somos meio que... Rivais.
- Ah, agora entendi...
- Entendeu o que?
- Entendi quando Draco me falou sobre vocês.
- O que ele falou exatamente?
- Nada de mais.
- Me conte, não quero que ele faça você pensar que somos os vilões.
- Mas eu nunca pensaria isso... Muito menos de você.
Ele olhou para mim e quando seu olhar encontrou o meu, senti como se alguma força nos unisse. Eu encostei minha cabeça no vidro e em poucos minutos estava totalmente em meus sonhos.
Não sabia se o tempo que restava para chegarmos em Hogwarts era muito pequeno, ou se meu sono parecia menor, mas o fato era que tinhamos chagado a Hogwarts em pouco tempo. Quando acordei, Rony estava sem o sua veste da Grifinória, que estava sobre mim. Logo que me levantei a entreguei para ele e vi que Harry e Hermione também já estavam vestidos. Peguei minhas coisas e as carreguei até o barco, aonde eu fiquei em um barco diferente de Harry, Rony e Hermione. Quando chegamos ao outro lado do grande rio continuamos a carregar nossas malas e fomos até o castelo com carruagens. Quando chegamos até o grande salão uma professora, miúda, pequena e com cabelos grisalhos me parou e disse:
- Emily, estavamos a seu espera. Siga-me por favor.
Eu a segui sem hesitar, ela parecia ser muito sábia e eu nunca sonharia em contrariar uma pessoa desse modo. Ela me levou até uma sala com muitas carteiras, e pude perceber que era uma sala de aula. Ela me sentou em um banco e colocou um chapéu engraçado e marrom em minha cabeça, que para minha surpresa, estava falando: [i] "uhm, vejamos. Você já é amiga do Wesley e do senhor Potter, isso significa que posso te colocar na grifinória... Mas você também é amiga de Draco, o que significa que estamos entre rivais. Nesse caso, acho que é melhor considerar seus dotes magicos. Acho que você será capaz de fazer coisas incríveis. Acho que a colocarei na grifinória, só para ver do que você é capaz. "Sai da sala, a professora me entregou as vestes e logo fui até a gigante porta que dava para o salão comunal. Por mágica, a porta gigante se abriu assim que me aproximei. Olhei para a mesa da Sonserina, e vi Draco me observando com uma feição esperançosa. Também olhei para Rony, na mesa da Grifinória, que nem havia me notado. Caminhei em direção a Harry. Sentei ao seu lado e todos olharam para mim. Rony voou em minha direção e me deu um abraço tão forte que fiquei alguns segundos sem ar. Quando os três começaram a converçar me senti péssima. Eu não conhecia os mesmos assuntos, e aquele mundo ainda parecia novo para mim. Abaixei a cabeça e senti uma mão em meu ombro, me virei e vi novamente Draco, que parecia querer me reconfortar, ele disse:
- Por que essa cara triste?
- Bom, ainda não sei se vou me enturmar.
- É claro que vai.
- Não tenho tanta certeza disso...
- Mas eu tenho. É só uma pena que você não estaja na sonserina... Comigo.
Sorri. Ele podia ser gentil, de um jeito estranho e misterioso, mas era gentil. Rony interrompeu nossa conversa:
- Ainda bem que ela não está lá.
- Weasley não se meta - Respondeu Malfoy curto e grosso.
- Porque não me meter? O que você quer dela?
- Eu não quero nada, mas enquanto vocês a deixavam de fora da conversa, eu fui ver porque ela não estava bem.
- Você estava sendo gentil? Realmente você não está bem Malfoy...
- Parem já os dois! - Gritei na esperança de que aquela briga infantil acabasse.
Malfoy se virou e logo em seguida Harry perguntou:
- Rony, o que foi aquilo?
- Eu realmente não sei... Falei aquelas coisas por impulso.
Fiquei quieta e terminamos de comer. Harry e Hermione, subiram as escadas e Rony disse:
- Emm, você pode vir comigo?
Fiz que sim com a cabeça e o segui até uma torre. Ele andou até uma grade e admirou a linda vista em baixo de nós, o lago, que agora era iluminado pela brilhante e cintilante luz da lua, estava calmo e parecia em perfeita armonia com a paisagem. Sorri, pela chance que tinha de recomeçar e estar em um lugar tão perfeito. Olhei para Ron, que sorria olhando a lua. Dei um passo para trás e senti que as lágrimas vinham.
Rony se virou e andou em minha direção. A cada passo que ele dava em minha direção, eu dava um para me afastar, até que ele chegou perto e meu corpo não saia mais do lugar, preso por uma parede. Ele colocou a mão em meu rosto e eu disse:
- Ronald, você nem me conhece direito.
- Não conheço mais sei que você...
- Não! Não diga nada, tudo o que você sabe sobre mim é o meu nome... - Fiz uma breve pausa e continuei - E se você soubesse mais que isso nunca iria querer me ter por perto.
- Emily... Você está me assustando. - Disse ele andando para trás.
- Não, eu não quero te assustar, só quero que você saiba que... Não podemos ser amigos.
Fugi de seu olhar e andei até a escada, Ronald andou atrás de mim e seguimos em direção aos dormitórios. Quando fui colocar meus pés em uma escada, Rony colocou o braço na minha frente. Se não fosse por ele, eu teria caído, o olhei fixamente e ele disse:
- Só porque você não quer que sejamos amigos... Não significa que eu queira que você se machuque.
- Obrigada...
Ele, assumiu o posto a minha frente e eu o segui.
Chegando na porta dos dormitórios, eu me despedi:
- Ronald?
- Sim
- Me desculpe, mas eu só não quero que você se iluda...
- Tudo bem, vou esquecer e tudo voltará ao normal... - Ele respirou fundo.- Como se você nunca tivesse existido.
- Ótimo.
- Boa-Noite... Emily
- Boa-Noite... Ronald
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