Tudo culpa dos trouxas

"Querido Harry,

Obrigada por nos escrever, ficamos sempre felizes em receber uma carta sua.
Espero que você esteja estudando bastante!
Não se esqueça, os NIEM's são extremamente importantes e não deixe que seu pai te convença do contrário!
Ele se emocionou muito ao saber que Grifinória ganhou o primeiro jogo, James não tem jeito mesmo, diz que você deveria virar um grande jogador profissional, acho que tem muito talento querido, mas por favor, concentre-se nos estudos.
Lembre-se de se cuidar e evite problemas, Harry.
Estou com saudades e mal posso esperar pelas férias de natal, estamos todos ansiosos por ter você de volta em casa, iremos fazer uma grande festa, seu pai quer esquiar este ano, o que você acha da idéia?
Espero que você esteja tão ansioso como nós.

Beijos,
Sua mãe."


- Tudo certo? - perguntou Hermione vendo Harry sorrir ao ler a carta.

- Sim - disse guardando-a no bolso - Uma carta da minha mãe.

- Você é muito chegado a ela, não? - perguntou Hermione - Sempre parece feliz quando recebe uma carta vindo dela.

- Chegado? É, acho que sou, de certo modo... - disse enquanto sentia uma luz se iluminar por dentro, ele não podia evitar aquela alegria imensa por receber alguma carta vinda de seus pais, afinal, era seus pais e apenas pensar que eles estavam vivos, o esperando em casa, era uma sensação impressionante - Ela está ansiosa pelas férias de natal.


- Ah, você vai passar em casa? - perguntou Hermione decepcionada.

- Sim, por quê?

- Meus pais vão viajar para uma convenção de dentistas em Nova York. Esse ano vou ter que passar as férias na escola... Estava com esperanças que você também ficasse, desta forma irei passar o feriado festivo sozinha!

- Por que sozinha? Ninguém mais vai ficar aqui?


Hermione negou com a cabeça.


- Parvati sempre viaja com seus pais para Alemanha enquanto Lilá visita com a família sua bisavó. Os únicos que vão ficar aqui do nosso ano no natal, é Weasley e um tal de Kingdom.

- O quê? - perguntou Harry surpreso - Por que ele vai ficar?

- Órfão, ele mora com uma tia, mas nas férias ela trabalha muito, então prefere ficar aqui e...

- Estou falando do Rony, não do Kingdom.

- Ah, eu lá vou saber? Desde quando entendo o que se passa na cabeça daquele trasgo?


Harry suspirou. Já se passaram meses e Hermione e Rony, não mostraram nem um sequer interesse de um pelo outro.
Ele tinha esperanças que as coisas voltassem a ser como antes, claro que brigas sempre fizeram parte entre esses dois, mas pelo menos eles mostravam que se gostavam.
Infelizmente, as coisas entre Mione e Ron, continuavam iguais desde que ele havia chegado em Hogwarts. Rony somente se juntava a eles quando era obrigado e evitava Hermione a qualquer custo, isso quando não estava zombando dela.
Enquanto ela, somente gritava e fazia observações ridículas sobre ele, sem falar que o menosprezava sempre que tinha uma chance.
A única coisa que Harry agradecia ter acontecido, é de que Rony havia se tocado que Hermione é uma bruxa poderosa, por isso evitava lembra-la que era nascida trouxa e parou de chamar-la de sangue-ruim em sua frente.


- Bem, por que você não anda com ele nas férias? Quem sabe Rony não... - mas antes que Harry sequer terminasse sua sugestão, ela o interrompeu.


- Pode esquecer! Não vou andar perto dele, nem entendo por que você sempre faz aquele garoto ter que fazer trio com nós nas aulas, mas de jeito nenhum vou usar meu tempo livre para andar perto daquele... Daquele... - ela disse olhando com desgraça o modo que Rony imitava um trouxa tentando fazer magia, fazendo sonserinos cair na gargalhada - Daquele grande estúpido e grosso!


Harry balançou negativamente com a cabeça, suas esperanças de juntar Hermione e Rony diminuíam cada vez mais, nem mesmo como amigos aqueles dois se aguentavam.


- Gina! - exclamou Harry ao ver a ruiva quase indo embora do Grande Salão.

- Hum? Ah, oi Harry! - ela disse dando a volta e se sentando do lado do moreno.

- Posso fazer uma pergunta?

- Pode, mas já vou avisar pela milésima vez, não tenho idéia como a mente de meu irmão funciona! Por isso nem pense em fazer mais alguma pergunta sobre Rony - ela disse meio que impaciente, sempre que o garoto se aproximava dela, fazia perguntas sobre Ron, até mesmo perguntas que ele já havia feito uma centenas de vezes, como "Por que ele odeia trouxas?".

- O quê? Não, não é isso, queria saber se você vai passar as férias de natal aqui.

- Ah, pelo amor de Deus, diz que sim! - disse de repente Hermione se sentindo desesperada.


Gina olhou surpresa para a garota.


- Por que você quer que passe as férias aqui?

- Porque não quero passar sozinha! - admitiu Hermione - Eu até mesmo aguentaria sua amiga Lovegood se for preciso, mas pelo amor de Deus, diz que alguma de vocês vai ficar!

- Bem, não, não vamos, vou passar essas férias em casa e Luna vai ficar passar com seu pai - respondeu Gina.

- Hein? Mas Mione, você não disse que o Rony passaria o natal aqui?

- E o que tem? – questionou Hermione.

- Oras, por que é que ele vai ficar e Gina vai ir?


Gina riu.


- Certo. Rony? Passar as férias em casa? Até parece! Você sabe que eles nos evita.

- Peraí! Quer dizer que ele passa as férias em Hogwarts por que quer? - perguntou Harry surpreso.

- Sim! Que outro motivo ele teria? - perguntou Gina indiferente.


Harry estranhou, Rony sempre passava as férias na Toca, na verdade, Harry passava as férias com ele e sua família.
Ele deu uma olhada para o ruivo, que estava agora pegando um pernil de frango e com uma dor no peito lembrou-se da carta de sua mãe.

- Mione...

- Sim? - ela perguntou enquanto passava manteiga em um pão.

- Vou passar as férias aqui. - ele decidiu.


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- Certo, nos NIEM's vai cair transfiguração de todos os tipos! Você acha que esses livros vão ser suficientes?


Harry olhou para a montanha de livros que Hermione colocou na mesa da biblioteca, agora que todos estavam em férias, ela não precisaria mais estudar escondida e estava aproveitando isso ao máximo.


- Você não acha que é um pouco exagerado? - perguntou ao ver as três pilhas de livros.

- Tem razão... - ela disse pensativa - É realmente pouco! Mas depois procuro mais! Esses devem ser suficientes para estudar transfiguração humana... - ela disse enquanto pegava de sua mochila um pergaminho e pena - Certo... - ela pegou o primeiro livro da pilha, o abriu e começou a escrever umas notas no pergaminho - Bem, o mais importante na transfiguração é...


Mas Harry não estava mais escutando, ele pensava que naquele exato momento poderia estar em casa com seus pais... Estaria passando suas primeiras férias com eles.
Uma coisa que ele nunca havia feito antes, pelo menos não que se lembre.
Mas sabia que era importante esse ano ficar em Hogwarts, agora que todos estavam fora, seria o momento perfeito para descobrir mais sobre Rony.
Harry começou a brincar com a sua pena na mão, pensava na carta que mandara mais cedo para sua mãe, dizendo que esse ano passaria o natal em Hogwarts, pois usaria o tempo para estudar.
Lily compreendeu e disse que estava tudo bem, porém James mandara uma outra carta, dizendo que ele poderia estudar em casa e que deveria passa as férias com eles, infelizmente, Harry teve que recusar aquele convite.


- A onde você vai? - perguntou Hermione ao ver Harry se levantar.

- Não tenho cabeça agora para estudar... Vou dar uma volta, ok?


Hermione assentiu e voltou a escrever em seu pergaminho enquanto revirava ferozmente as páginas dos livros, tentando estudar o máximo que podia.
Harry começou a andar por Hogwarts pensando nas férias que poderia ter tido, ele imaginava Lily fazendo biscoitos de natal, enquanto James aquecia a casa com magia.
Uma árvore de natal... Ele imaginava um pinheiro médio no canto da sala, onde estaria cheio de presentes, pensava em sua mãe fazendo uma deliciosa ceia. Imagens e imagens das férias perfeitas apareciam em sua mente, às férias perfeitas ao lado de seus pais...
Harry foi em direção aos jardins, que estava todo coberto de neve, caminhou e caminhou enquanto esfregava as mãos, tentando se manter aquecido.
Ao chegar perto do lago da Lula-Gigante, ele viu Rony encostado em uma árvore, enquanto fazia algumas faíscas com a varinha, provavelmente por parecer entediado.


- Passando as férias em Hogwarts, Potter? - perguntou Rony surpreso por ver Harry no primeiro dia de férias ainda na escola.

- Sim. Acho que deu pra notar, não?

- Bem que estranhei ao ver sua mala ainda no dormitório, achei que você a tinha esquecido - disse Rony voltando observar a varinha faiscar  - Qual o motivo? Pais doentes?

- Não, estudos.


Rony riu.


- Até parece.

- Você? - perguntou Harry se sentando no chão cheio de neve.

Rony não respondeu.


- Você sempre passa as férias sozinho? - perguntou Harry ignorando o silêncio.

- Bem, sim. - respondeu Rony dando de ombros.

- Por que?

- Olha, isso não te interessa, Potter.

- Harry - ele disse - Pode me chamar de Harry... E você pode me contar, somos amigos.

- Amigos? - disse Rony quase que rindo se sentando ao lado de Harry - Nunca fomos amigos...

- Talvez não éramos, mas, acredite Ron, nós somos amigos.


Rony pegou uma pedra e jogou em direção ao lago, que estava com alguns pedaços de gelo, o inverno estava começando a deixar o lago congelado.


- É estranho...

- O quê?

- Pensar que somos, amigos, sabe? É que eu nunca...

- Teve um amigo não sonserino? - perguntou Harry adivinhando.


Rony assentiu.


- Por quê isso?

- É que os grifinórios são muito amigáveis com trouxas e eu... Não os suporto, então Grifinória e outras casas têm tendência a me odiar - disse Rony calmamente.

- Por que você odeia trouxas?


Rony não respondeu.


- Vamos, Rony, você pode me dizer!


Ron se virou para observar Harry, ele parecia hesitante.


- Esquece. Você não entenderia - disse jogando uma pedra com toda a força que conseguiu arranjar, mandando a pedrinha quase para a metade do lago.

- Sabe, eu realmente não entendo. Mas isso porque você sempre evita o assunto. Se você pelo menos tentasse conversar, quem sabe eu entenderia?


Rony voltou a encarar Harry com interesse.


- Por que você quer tanto assim saber? - perguntou desconfiado.

- Já disse, somos amigos e... estou realmente me preocupado com você, Rony - admitiu.


Rony deu um suspiro.


- Você é filho único, Harry? - perguntou.

- Bem, sim. Mas o que isso têm...

- Tenho sete irmãos, sou o sexto mais jovem, sabe?


Harry se calou e começou a escutar atentamente, agora que Rony havia finalmente começado a se abrir, o melhor seria não interromper.

- Meus pais sempre deram atenção a eles, Gui sempre foi meio rebelde, mas nunca realmente deu problemas aos meus pais, Carlinhos era o mais esportivo, Percy sempre foi o queridinho e com certeza o mais certinho, Fred e George são os encrenqueiros e Gina... Gina é a princesinha, ela é a única garota e absolutamente a que mais leva a atenção... E eu? Sou Rony Weasley, só Rony Weasley... Não Rony Weasley o esperto, nem o inteligente, nem o rebelde... Sou só o Rony, o problemático... Por isso evito passar férias em casa, pois sou um ninguém, sempre fui.

- Isso não é verdade.


Rony negou com a cabeça.


- Você não entende. Nunca entenderia, você não sabe como é ter irmãos que deixam marca em tudo... Em casa, até mesmo em Hogwarts.

- Mas e sobre o lance do ódio com trouxas?

- Eu os acho inúteis, só isso. - respondeu jogando mais uma pedra no lago.

- Inúteis? - perguntou Harry confuso.

- Meu pai é obcecado pelos trouxas e todas suas coisas, mas, o que os trouxas têm de demais?  Eles não fazem absolutamente nada de interessante! Pra que meu pai perde seu tempo preso naquela maldita garagem? Ele esgota seu tempo em coisas inúteis! Trabalha em um departamento ridículo, somente porque têm haver com os trouxas! - Rony se levantou com uma mão cheia de pedrinhas, ele jogou uma delas o mais longe que conseguiu.

- Rony, do que você está falando? - perguntou Harry confuso.

- Você não entende, Harry, como poderia? Sua família não é pobre ou sim?


Harry não respondeu e aquele silêncio foi o suficiente para Rony continuar a falar.


- Meu pai trabalha com um salário ridículo e por quê? - perguntou Rony rindo, mas era um risada de raiva - Por que têm haver com trouxas! Tudo pelo seu hobby ridículo! Ele trabalha, trabalha e trabalha, somente porque seu querido trabalho têm haver com trouxas e pra quê? Para que no fim seus filhos tenham que usar roupas de segunda mão? Livros de segunda, terceira, quarta ou até quinta mão? Nós temos que viver na miséria, só por que ele gosta dos trouxas? Se não fosse pelos trouxas, se não fosse pelos seus objetos idiotas, talvez nós tivéssemos uma vida de verdade, com roupas de verdade, com livros de verdade! - ele dizia jogando as pedras ferozmente no lago - Mas não! Tudo gira em torno dos trouxas! Trouxas! E trouxas! - ele acentuou cada palavra com uma pedrada.

Assim que as pedras terminaram ele se voltou a se sentar na neve enquanto ofegava de raiva.


- Você odeia trouxas... Porque é pobre?

- Não! - gritou Rony - Odeio os trouxas porque eles destruíram minha vida!


Harry o olhou confuso.


- Desde quando era pequeno o mundo de meu pai gira em torno dos trouxas, eu até que não me importava...

- E quando você começou a se importar?

- Quando tive que começar a usar uniforme e livros de segunda mão.

- Ou seja... Desde o primeiro ano?


Rony assentiu.


- Você não sabe como é ver todos, usando roupas novas, com seus livros novos, todos ansiosos para ir a Hogwarts, enquanto eu... O que eu tinha? Um uniforme surrado, livros com as capas quase caindo, tudo porque meu pai se recusa a encontrar um outro emprego que tenha mais salário, somente pra ficar com um que seja sobre trouxas, mesmo sabendo que estamos vivendo em miséria.

- Foi assim que você começou a odiar-los e a andar com pessoas como Malfoy?

- Bem, quase. Eu não gostei de Draco logo de cara. Ele zoava de minha família, sabe? Eu... eu odiava isso, mas quanto mais escutava ele falar sobre como somos pobres, como somos ridiculamente vergonhosos por gostar de trouxas, como meu pai é idiota por não encontrar um emprego que pelo menos consiga nos pagar roupas decentes... Bem, depois de um tempo, comecei a refletir e... Ele tinha razão. 


Harry balançava sua cabeça negativamente, ele começou a compreender Rony, não aprovava sua decisão de odiar sua família e os trouxas, mas o compreendia.
Rony somente estava cansado de sua vida pobre, cansado de ter que viver com coisas de segunda mão e Malfoy foi o empurrão que ele precisava para odiar trouxas, Malfoy acabou sem querer, o convencendo de que a culpa era a existência dos não-bruxos, que se não fosse por eles, Arthur Weasley provavelmente teria um trabalho mais interessante, um trabalho com um salário muito melhor e como Rony nunca encontrou alguém que estivesse ali para ele, deixou que essas idéias malucas destruíssem sua mente.


- Rony, você sabe que não é culpa dos trouxas de seu pai gostar deles, não?

- Eu, eu sei, mas é que... Sinto é que as coisas seriam mais fáceis se... Se eles não existissem, entende?


Nesse momento, houve o barulho de um galho se quebrando atrás da árvore atrás deles.


- Quem está aí? - perguntou Rony tirando sua varinha das vestes.


Por alguns segundos nada aconteceu, mas depois saiu uma garota de trás parecendo rosada nas bochechas de vergonha.

- Olha, desculpa - disse Hermione - Eu, eu só vim a procura de Harry, está quase na hora do almoço... E bem...

- Você estava nos espiando? - perguntou Ron começando a ficar bravo.

- Não. Eu só... Olha, eu vi o Harry sentando com você, queria falar com ele, mas vocês estavam tão entretidos conversando que não quis atrapalhar... Mas você começou a falar sobre sua família e... Bem, não queria interromper, somente queria esperar que você parasse de falar antes de conversar com o Harry, não queria...


- Você, você nos espionou! - gritou Rony.

- Rony, calma... - disse Harry ao notar o rosto do garoto ficar vermelho.

- Não era minha intenção espi...

- Viu, é por isso que odeio trouxas! Eles só trazem problemas! Eles e gente como você, Granger! Os trouxas e tudo que têm haver com eles somente estragam tudo! E você não é exceção, sua nascida-trouxa idi...

- PARE DE CULPAR-NOS! - ela gritou de repente fazendo que Rony se assustasse - Você não odeia os trouxas, Rony!

- O que? Sim, eu os odeio e tudo que ele represen...

- Não! - ela gritou apontando seu dedo indicador em direção ao seu nariz - Você odeia o fato que o amor de seu pai por eles seja tão grande, que o faz não querer arranjar um emprego maior, você odeia o fato de sentir ser jogado de lado pela família e pelos outros, você odeia que todos recebam a atenção, enquanto você se sente sozinho e miserável! Quer saber, Rony? Acho que somente quer chamar a atenção! Você usa esse seu ódio ridículo, como uma demonstração grotesca de conseguir a atenção de sua família!

- Eu. Eu não uso os trouxas como desculpa para chamar atenção – se defendeu Rony ficando pasmo.

- Sim, você usa! Subconscientemente, mas o usa! Quando cheguei, você estava falando sobre como seus pais preferem seus irmãos... Não é por isso que você os odeia? Achava que você os evitava, porque tinha medo deles, medo de que eles te machucassem por falar mal da sua família, mas me enganei, você não aguenta se sentir como se fosse a sombra! E eu não acredito que o fato de seu pai trabalhar com coisas trouxas e ter o mínimo salário possível seja o única coisa que te irrita! Não seria a razão dele perde o seu tempo na garagem em vez de dar atenção à sua família? Atenção pra você? Deve achar que seu pai prefere os trouxas do que você! Assuma, Rony! Tudo que você quer é somente uma demonstração de amor! Tudo que você quer, é ser notado!

- Fora - ele disse.

- O quê?

- FORA! - ele gritou apontando com o dedo em direção ao castelo.


Hermione o encarou, mas parecia não querer mais arranjar confusão e deu a volta, indo de volta para o castelo.


- Como se ela entendesse alguma coisa - ele exclamou para Harry se sentando - Como eu a odeio! Como odeio o jeito que ela pensa que me conhecesse.


Harry suspirou e disse:


- Têm certeza que você não odeia que ela esteja certa?

- Ela não está... Certo, eu sou jogado de lado, mas não odeio trouxas por... Pelo menos eu não... Eu... - ele parou de falar e começou a observar o horizonte do lago.


Apesar de odiar o fato de Hermione ter escutado tudo que ele disse, Rony tinha que admitir que ela lhe indicou algo para o que pensar. Nunca havia notado que sempre colocou a culpa nos trouxas, por sua vida...
Mas os trouxas que estragaram tudo. foram eles que acabaram com as chances de ter uma boa vida... Foram os mesmos que deixaram seu pai cego, foram eles que deixaram Arthur metade de sua vida preso em uma garagem ao invés de dar atenção a coisas mais importantes, como Rony.
Mas será que Hermione estava certa? Essa dúvida começou a surgir na mente dele.


- Talvez esteja na hora de parar de culpar os trouxas - disse Harry de repente ao se levantar.


Rony suspirou antes de dizer com um sorriso.


- É, tem razão. Afinal, eles não têm culpa de serem inúteis - ele brincou.

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