Despedida
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou,
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente...
E só então a gente poderá amar, de novo.
Martha Medeiros
Hoje parei para pensar no quanto eu poderia ter sido feliz e não fui. No jornal jogado em cima da cama a foto de uma linda mulher falando sobre seus estudos de magia. Uma mulher fascinante, que foi capaz de me fazer amar como jamais pensei que iria amar alguém.
Os anos passaram rápidos desde a última vez que a vi. Lembro-me que foi o pior dia de minha vida, o céu cinzento de Londres anunciava os primeiros relâmpagos de uma forte tempestade, porém, ela era pequena comparada à tormenta que se formava dentro de mim.
Quando a vi sair daquele carro, linda, deslumbrante, tão encantadora a desejei mais do que tudo e me odiei. Odiei-me por estar ali, por não ter forças para fazê-la desistir, por ser um Malfoy, por pertencer à Sonserina, por fazer parte daquele mundo ridículo criado por preconceituosos que jamais entenderiam o que é o amor ou qualquer tipo de sentimento bom.
Ao descer do carro ela me viu. Senti uma pontinha de tristeza em seu olhar. Um olhar que me paralisava, que me fazia esquecer os problemas, um olhar que suplicava por mim...
Pela primeira vez em minha vida não agi de maneira egoísta, a deixei partir. Embora o meu desejo fosse impedi-la de entrar naquela pequena Igreja em uma discreta rua de Londres. Impedi-la de casar com aquele idiota do Weasley, impedi-la de se entregar a alguém que não fosse eu, porém, o meu amor falou mais alto. Ficar comigo significava sofrimento e eu não queria isso para ela.
Senti uma forte dor em meu pulso, era a marca que me lembrava o que eu era e o que havia feito. Sentia-me sujo por dentro, o efeito da marca ia muito além do que uma simples tatuagem, ela me matava aos poucos, me fazia lembrar o quanto havia sido mal e que deveria pagar por isso.
Antes de entrar na Igreja ela se aproximou:
- O que faz aqui? É perigoso, muitos estão à sua procura, inclusive alguns estão dentro dessa Igreja. – Advertiu-me preocupada.
- Precisava te ver, pela última vez, eu precisava... – Não consegui terminar a frase, ela me beijou com toda a delicadeza de sua alma. Puxei-a para mais perto e era impossível não desejá-la só para mim. Minha Hermione, só minha...
Num súbito ela me abraçou fortemente, era uma despedida, a pior da minha vida. Percebi que lágrimas escorriam por seu lindo rosto. As enxuguei com um lenço que estava guardado em meu bolso. Para minha surpresa ela o beijou deixando impressa nele a marca de seus lábios.
-Te amo Draco Malfoy. Sempre te amarei.
-Te amo Hermione Granger. Você foi a única que amei...
Os sinos começaram a bater.
Ela se afastou. Respirou fundo. Arrumou o lindo vestido branco que estava usando.
-Espere Hermione! – Gritei apavorado. – Isto é para você.
Mostrei-lhe o colar. Jóia de família, só quem pertencia aos Malfoy poderia usá-lo .
Coloquei-o no pescoço dela e ainda pude sentir aquele doce perfume pela última vez. Dei um suave beijo em seu rosto para selar a nossa cumplicidade. Parti sem olhar para trás. Não suportaria vê-la se casando com outro.
Hoje sei que foi o melhor a fazer. Jamais conseguiríamos viver em paz.
Peguei o jornal e me emocionei ao perceber que ela ainda usava o colar que eu havia dado.
Tive a certeza de que ela ainda me amava, que pensava em mim, assim como eu pensava nela.
Coloquei a mão no bolso e retirei o lenço já amarelado pelo tempo; nele a marca do beijo dela, coloquei-o em meus lábios, de alguma forma eu a sentia e tinha certeza que de alguma forma ela me sentia também...
Comentários (5)
Aii que lindeza,pena que o Draco foi covarde..
2012-05-07oown , nossa qe perfeita *--*
2012-03-06Chorei, Muito linda, ow, emocionante demais!
2011-10-06lindooo
2011-07-30devo confessar, meus olhos se enxeram de agua... amei a fic, linda, maravilhosa. nada melhor do que uma dramione tão emocionante quanto essa *--*
2011-05-03