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Capítulo 1
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Algumas coisas acontecem sem explicação,
apenas acontecem.
O ruivo arrumava seu terno bagaceiro e um pouco velho. Ele estava na porta do grande teatro Bultsreph, aonde ele trabalharia a noite toda. A vida do garoto de vinte e quatro anos não era muito produtiva: trabalhava em um correio e morava em um apartamento super pequeno. Seu emprego rendia um salário mínimo e sem décimo terceiro, além de aturar a gorduxa da senhora Mickhaus, sua chefe. A mulher adorava roupas estampadas, era muito gorda e tinha cabelos castanhos, cacheados e curtos que deixavam suas mega bochechas a mostra.
Da porta do teatro, ele podia ver o tapete vermelho que se estendia para os convidados desfilarem até a entrada do estabelecimento. Ele havia conseguido esse bico por causa de seu amigo e cunhado Harry Potter, que trabalhava com eventos. Ele sabia como Rony estava financeiramente, e resolveu ajudar. Harry sabia o quanto Rony gostava de dirigir, e o quanto lutava para comprar seu carro, então arrumou o emprego de manobrista para Rony.
O garoto começou a reparar o começo do movimento entre os carros, então, repetiu para si mesmo:
“ Com licença senhora, posso conduzir seu carro até a garagem?”
Foram as palavras que Harry o ensinou para parecer gentil com os convidados. O garoto foi até os seus primeiros carros e começou o serviço. Levava os carros até a garagem e depois ia buscar mais outros. Ele estava dividindo trabalho com mais sete manobristas, pois a festa era grande.
A festa se tratava da nova fragrância da Givenchy que trazia como capa e garota propaganda Emma Watson. A garota que usou cabelos curtos por um bom tempo e que surpreendeu as lentes dos paparazzi ao aparecer de cabelos na altura do ombro nas propagandas do perfume.
Rony voltava de mais um carro deixado no estacionamento, quando um Chrysler 300C estacionar no tapete. Então, com muita educação, ele perguntou a mulher que descia do carro:
– Com licença senhorita, posso conduzir seu carro até a garagem?
– A chave está no carro bonitão – disse a voz da mulher.
Rony resolveu olhar no rosto daquela mulher. Ele levantou os olhos e viu os olhos finos da mulher de cabelos claros e ondulados. Ela olhou para trás enquanto caminhava triunfante no tapete vermelho, em meio a berros e flashs dos fotógrafos posicionados atrás de uma grade. Quando ela o olhou, piscou para ele e sorriu diabolicamente o deixando encantado pelo sorriso lindo.
– Emma – ele susurou.
– A Watson é linda, não acha? – perguntou um dos outros manobristas.
– De mais – respondeu Rony, ainda um pouco bobo.
– Melhor você tirar o carro dela daí, tem mais uns chegando – disse o homem.
Rony passou a mão nos olhos. Ela era real e linda. Ele nunca parava muito para perceber nessas modelos ou outras, mas ela o encantou. Ele entrou no carro e o estacionou. Voltou para a rotina de seu serviço, deixando mais alguns carros no estacionamento. A festa parecia ter começado e o movimento acalmado. Rony se juntou aos outros manobristas que pareciam acomodados encostados em um carro da segurança, um velho Fiat Uno preto e com películas. Eles fumavam e conversavam sobre as mulheres da festa.
Rony estava sentado no meio fio da pequena calçada e um barulho forte veio de dentro do lugar, ele se levantou. Os companheiros de trabalho se desencostaram do carro. O barulho repetiu, e logo gritos se formaram. Os homens se entreolharam e saíram as pressas deixando Rony responsável pela portaria. O ruivo passava as mãos sobre os cabelos, e parecia completamente transtornado com a idéia de cuidar da porta principal.
Os homens entraram no lugar, e Rony observou com os olhos a mulher descer as escadas do lugar, entrecarlando paradas para tirar os sapatos de salto. Ela passou as mãos no cabelos, e correu em direção ao lugar que Rony estava. Ele apenas a observou.
– Me tira daqui! – disse ela, em pânico.
Ele olhou para os lados. Como ia a tirar dali? Ele se lembrou do Fiat Uno e abriu a porta. Por sorte, estava aberta.
– Entra! – disse ele, com a voz um pouco tensa.
Ela se jogou no banco de trás do carro, e ele foi as pressas para o banco do motorista. Ele procurou os fios responsáveis pela ligação do carro, e tentou ligar. Suas mãos tremiam pelo barulho vindo do lugar, e agora, pessoas corriam no tapete vermelho.
– Da licença – disse Emma, um pouco brava.
Ela se estico e encontrou os fios. Passando parte do seu corpo por cima do de Rony. Ela ligou os fios sem muita demora. O carro ligou. Rony olhou para trás, soltou a embreagem, trocou de marcha e pisou na ré.
– Sai da frente! – gritou ele, para as pessoas que estavam no lugar que ele pretendia passar.
O tapete vermelho foi preenchido pelo ronco do motor velho do carro e pelos olhares apavorados de Emma.
– Se abaixa – disse ela, batendo com a mão na nuca de Rony.
E ele bateu com a testa no volante.
– Merda – disse ele, colocando a mão sobre o galo.
Rony ficou estático ao ver a bala passar perto de sua cabeça e encontrar o vidro da frente, o estilhaçando. Ele arregalou os olhos. Logo após, trocou a marcha e pisou no freio, junto ao acelerador.
– Rápido! – gritou Emma.
– Só mais um pouquinho – disse ele, colocando as mãos no volante.
Rony soltou o freio.
O frágil e velho Uno arrancou e passou por decorações e encontrou a rua. Rony girou o volante muito rápido, deixando o carro de acordo com a rua. Ele andou alguns metros disparado, até notar que os carros vinham em sua direção ao contrario de acompanhar ele.
– Porra – disse ele, ao ver pelo retrovisor carros conversíveis os seguindo.
Emma se agachou e abriu a pequena bolsa que trazia consigo. Rony a observou pelo retrovisor. Ela tirou da pequena bolsa um pequeno Revolver Calibre 38 da bolsa. Rony engoliu seco e preferiu se concentrar nos carros que vinham em sua direção, acelerando cada vez mais.
A mulher bateu com o cotovelo nos restos de vidro que tinham do lado de trás do carro e logo após, apontando a arma para os dois carros pretos. Ela não perdeu tempo, mirou no ângulo do motorista do primeiro conversível e atirou, logo, o carro conversível parou.
Ela olhou para os lados procurando o outro carro, que agora, trazia um homem pendurado na janela, tentando atirar. Emma se agachou. Ficou um tempo assim, e Rony estava o mais agachado possível.
– Desvia das balas – disse ela.
– Ta ficando maluca? – perguntou ele.
– DESVIA DAS BALAS! – gritou ela.
Ela levantou a cabeça e apontou a arma para o carro, fechou um dos olhos e atirou. Um tiro certeiro no homem que estava sentado na janela e bem amostra com seu Rifle Winchester 44. Logo, o conversível parou e deu meia volta.
Rony dirigiu por mais alguns instantes e parou no primeiro beco que avistou.
Quando se virou para trás, a mulher estava encostada no banco e respirava tão ofegante quanto ele.
– O que significa isso? – perguntou ele.
– É mais complicado que pensa.
– AGORA NÃO ME DIGA QUE A FESTA ACABOU POR CAUSA QUE ESSES AI TENTARAM TE MATAR?
– Na verdade eles só queriam me seqüestrar.
– E por isso você anda com armas na bolsa? – perguntou ele, se afundando no banco do motorista.
Ele colocou as mãos na cabeça, e respirou fundo.
A mulher passou para o banco da frente, e olhava para ele.
– Obrigada. Você foi incrível com essa caquera aqui.
Os dois riram.
– De nada – respondeu ele, um pouco envergonhado.
– Gosta de carros? – perguntou ela – Vi a forma que você olhou para o meu Chrysler quando cheguei na festa.
– É, ele era muito bonito. O carro é bem atual, deve ter sido uma fortuna.
Ela riu, passou a mão no cabelo e olhou para frente.
– Aquele foi um presente.
– Queria ganhar presentes assim – disse ele, olhando para os vidros quebrados que ainda estavam no carro.
– Qual seu nome?
– Rony, e o seu? Ah que pergunta besta, Emma Watson...
– Na verdade esse nome é artístico. Meu nome é Hermione.
– Prefere ser chamada de Emma ou Hermione?
– Hermione, parece que quando me chamam assim, sou eu mesma.
Os dois ficaram em silencio, ela via que Rony ainda estava um pouco alterado pelo momento presenciado.
– O que aconteceu foi a coisa mais louca que já aconteceu na minha vida – confessou ele.
Ela riu.
– Você dirige bem. O que faz da vida?
– Trabalho em um correio.
Ela riu, colocou a mão na boca para não rir tão alto.
– Dirigindo assim?
– Como assim?
– Você pode trabalhar com várias coisas dirigindo assim.
Emma pegou a bolsa que estava no banco de trás e abriu a porta do carro, saindo do carro. Rony ficou ali. Olhava para o volante e pensando no que tinha acabado de presenciar. Ele, um zero a esquerda, estava ali, falando com a mulher mais bonita que já tinha visto pessoalmente e ela era completamente misteriosa.
– Vai ficar ai? – perguntou ela.
Ele respirou fundo, passou a mão no rosto e nos cabelos e saiu do carro.
– Vamos dar um volta. – disse ela, caminhando em passos decididos até o começo do beco, aonde tinha luz, estrada e pessoas.
Comentários (1)
Bem lendo esse primeiro capítulo, por um momento achei que na estória teríamos a Hermione e a Emma ao mesmo tempo, e pensei que seria igualzinho a novela "Cheia de Charme" em que o Rony viveria o mesmo dilema que a personagem Rosário, que era encantada pelo cantor Fabian e se apaixonou pelo seu sósia Inácio, e achei que o Rony iria viver esse mesmo dilema de ser encantado pela a atriz Emma Watson, mas acabava se apaixonando pela sua sósia Hermione Granger.Mas pelo que vi, a Emma e a Hermione são a mesma pessoa, e que a Emma não tem nada haver com a atriz intreprete da Hermione no filme.Bem vou para o segundo capíulo para ver o que acontece.
2012-07-31