Because I Like The Way It Hurt





N/A.: Fanfic para o IV Challenge de Dor do fórum 6V e também como tarefa para a Week II do Projeto For The Win.


O título é um trecho da música "Love the way you lie", Eminem feat. Rihanna, e significa "Porque eu gosto da maneira como dói."


Obrigada a Narcisa_Le_Fay pela betagem.


Enjoy it.




Because I Like The Way It Hurts


por Perséfone Black




"Eu poderia te amar, sabe."





A fumaça do cigarro deixou vagarosamente os lábios dele, que logo formaram um sorriso debochado. Ele era todo deboche, porque sabia que isso – desfazer-se de sua ajuda, desdenhar de seus sentimentos, estraçalhar seu coração, rir de sua sinceridade – a feria.


Ele gostava de fazê-la sofrer, por Salazar, ele precisava fazê-la sofrer. Era essencial ver a raiva e a agonia em seus olhos quando a deixava, as lágrimas de ódio turvando a sua visão, seu discernimento.





"Se você não fosse uma vadia sangue-ruim, é claro."





Ele gostava de vê-la explodir de ódio com ele.


A sensação de poder que advinha disso era gigantesca, era prazeroso saber que uma única palavra proferida de sua boca podia desmoronar toda a vida e coração de Granger.


Ele gostava de ferir, maltratar e pisar naquela maldita sangue sujo como faria a um inseto. Porque, no fundo, ele precisava ter a certeza de que ela o odiava com a mesma intensidade de antes, porque ele já não tinha mais certeza alguma. Ele precisa ter alguma certeza na vida, mesmo que fosse do ódio da Granger.


Porque ele gostava das coisas concretas, imutáveis. Não dava a mínima se a maneira para conseguir isso era fazer Granger sofrer e odiá-lo. Ela que se fodesse – e ele ria sempre que pensava assim ao estar ao lado dela, em uma cama, entre os lençóis e sentimentos revirados –, ele a faria sofrer quantas vezes quisesse.





"Eu sei disso."






E ela continuava ali porque gostava de sofrer. Porque precisava sofrer.


Porque precisava ter a certeza que, mesmo que seu coração batesse acelerado e ameaçasse parar no segundo seguinte, ela não o amava, não se preocupava por ele ser comensal, não o queria ao lado dela, não o queria lutando ao lado dela. Era essencial que soubesse – acreditasse – que nada tinha mudado.


Porque ela tinha de ter certeza que aquele era o mesmo Malfoy e ela era a mesma Granger, mesmo que estivesse dividindo com ele um cigarro, uma cama, uma história.


Ela gostava de sofrer – por ele, por ela, por todo mundo –, porque assim ela tinha uma razão, uma motivação, para seguir adiante, para ter forças para lutar, e não desistir.


E Draco Malfoy era todo tabaco e sofrimento, era um lembrete de tudo aquilo que ela tinha de odiar, contra o qual deveria lutar. E ela odiava – a guerra, por todo o mal que causava ao mundo; a ele, por todo o mal que causava a ela –, e sofria por isso.





"Eu te odeio, Malfoy."





Porque ambos sabiam que era por isso que estavam ali – pelo ódio, pela dor.





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