A volta de Rony



Hermione saiu da seção de frutas e legumes e foi diretamente para seção de cereais. Desde que ela tirou a carteira de motorista, decidiu ficar responsável pela compras da casa, pois seu pai não nunca sabia direito o que comprar. Para falar a verdade, não sabia como iria ser quando ela fosse para a faculdade e ele ficasse sozinho em casa.


Estava andando distraidamente pelo supermercado e só percebeu que tinha alguém perto quando os dois carrinhos se chocaram.


- Eu sinto muito! - disse, imediatamente – Eu estava distraída, deveria prestar mais atenção no que estava fazendo.


Olhou para frente e encontrou uma pessoa que conhecia muito bem.


- Olá Hermione, querida! - a mulher disse, estava com um grande sorriso do rosto – Há quanto tempo que eu não te vejo.


- Pois, senhora Weasley! - concordou com a cabeça – Acontece que eu andei muito ocupada nos últimos meses. Sabe como é; inscrição para a faculdade, provas finais, formatura...


- Eu sei muito bem como é isso – respondeu – Mas parece que agora as coisas estão melhores, não é mesmo.


- Estão sim! - concordou – Então eu decidi vir fazer umas compras, já tem dias que eu e meu pai estamos comendo comida congelada.


- Já lá em casa as coisas estão um caos! - revirou os olhos – Você acredita que todos os meus filhos decidiram nos visitar na mesma época?


A família Weasley é mesmo muito grande e todos em Windsor dizem que eles são os responsáveis por 25% da população da cidade. Eles são, ao todo sete filhos. Gui é o mais velho e, atualmente, está morando no Egito e trabalha em um banco; Carlinhos está na Romênia, é pesquisador de lendas que envolvem dragões; Percy está fazendo faculdade de direito e trabalha como assistente de um ministro, cargo que, segundo ele, é o mais importante de toda a Inglaterra, segundos os seus pais é o mais responsável de todos os irmãos; Fred e Jorge, os gêmeos, também moram na Inglaterra e abriram uma loja de mágicas depois que terminaram a escola, esse é um dos motivos que sempre deixaram a senhora Weasley louca; Rony, o mais novos dos meninos, acabou de terminar o Ensino Médio e um internato na Alemanha e deve começar a faculdade em breve; Gina, a única menina também é a única que ainda mora com os pais.


- Que coisa! - a morena forçou um sorriso – Mas a senhora deve estar muito feliz por ter todos os filhos reunidos depois de tanto tempo.


- Isso é verdade! - concordou, com um sorriso – Mas, é claro que não estão todos em casa agora, nesse momento.


- E quem está aqui em Windsor agora? - ela quis saber.


- Além da Gina, somente Gui, Carlinhos e Percy – explicou – Gui conseguiu férias do banco e veio nos apresentar a namorada para gente; Carlinhos também está de férias e vai passar o verão todo aqui; e Percy só veio para o final de semana, disse que tem muito trabalho para fazer lá em Londres.


- O mesmo Percy de sempre – revirou os olhos – Já vi que ele continua o mesmo da época em que morava aqui.


- Pode ter certeza! - concordou e as duas começaram a rir – Bom, e Fred e Jorge só vem no outro final de semana. Disseram que vão deixar Lino Jordan, o sócio deles, tomando conta da loja e vão vir aqui comer um pouco de comida.


- E pelo jeito a loja em Londres esta fazendo sucesso – observou – Isso é mesmo muito bom.


- Por mais que eu não queira admitir, eles levam jeito para os negócios – disse – E, é claro, o Rony chega amanhã.


- Amanhã! - tentou parecer o menos chocada possível, saberia que ele estaria de volta a cidade mais cedo ou mais tarde – Achei que ele nunca mais fosse voltar. Quero dizer, ele fez questão de passar os últimos natais lá na Alemanha.


- Mas agora ela já terminou o Ensino Médio – lembrou – Eu disse que ele precisaria vir nos ver antes de ir embora para a faculdade e passar mais quatro anos longe.


- Isso é verdade! - concordou – E ele vai para qual faculdade?


- Está indo para a New York University, vai estudar direito – respondeu – Você e Harry vão para a Brown, não estarão muito longe. Quem sabe possam se visitar nos finais de semana.


- Quem sabe! - deu de ombros – E só ver um final de semana em que que a gente não esteja ocupado.


- Ora Hermione, querida, já tinha me esquecido – colocou a mão na cabeça, como se lembrasse nesse momento – Gina já tinha falado comigo, mas eu só acreditei quando vi o convite do casamento. Meu parabéns!


- Obrigada senhora Weasley! - deu um sorriso sem graça, já podia sentir suas bochechas corarem – Ficamos com medo de pegar todo mundo de surpresa, mas as pessoas estão aceitando bem.


- Acredite, eu estou muito feliz – garantiu – É claro que eu esperava que você fizesse parte da nossa família. Mas, já que não deu certo com você e o Rony, pelo menos está com o Harry. Ele é um bom menino.


- É mesmo uma pena que não tenha dado certo! - fingiu que se lamentava – Acho melhor eu ir embora, meu pai está me esperando em casa.


- Certo, eu não vou te atrasar! - completou – Vê se você e o Harry aparecem la em casa um dia desses para ver o Rony. Vocês três eram tão amigos, devem ter muita coisa para conversar.


- Certo! - disse – Vou falar com o Harry e combinando um dia para ir até lá.


Elas se despediram e a garota foi em direção aos caixas. Pagou suas compras e foi diretamente para o seu carro.


Passou todo o caminho até em casa totalmente distraída. Não podia acreditar que, em menos de 24 horas, Rony estaria em a Windsor. Tinha conseguido evitar esse reencontro desde o dia que soube que ele estava indo embora para estudar na Alemanha, mas agora isso era inevitável.


Seu pai a ajudou a guardar tudo na cozinha. Em vinte minutos, todas as compras estavam em seus devidos lugares.


- Obrigado por fazer as compras, minha filha! - o senhor Granger disse – Sabe como eu detesto ir a um supermercado cheio.


- Não tem problema! - respondeu – Gosto de fazer compras. É bom para relaxar a cabeça.


- Agora eu imagino que você vá encontrar o Harry, não é mesmo? - perguntou – Como você sempre faz nos finais de semana.


- Na verdade, eu não vou! - respondeu – O Harry está em Londres resolvendo os últimos detalhes da nossa viagem de lua de mel. - fez uma pequena careta.


- Oh sim, é claro! - observou – Mas por que essa cara? Pensei em que estivesse empolgada com o casamento.


- E eu estou! - disse – É que o Harry está fazendo mistério com a nossa lua de mel. Disse que eu só vou saber para onde nós vamos na hora da viagem.


- Ele só está tentando fazer uma surpresa para você! - disse – Deveria ficar feliz com isso.


- Ele sabe que eu não gosto de surpresas! - revirou os olhos – Mas tudo bem, tenho certeza de que será um ótimo lugar.


- Já que você não vai ser, o que acha de passarmos o dia todo juntos? - sugeriu – Podemos assistir a um filme, como fazíamos como você era pequena.


- Claro! - concordou com a cabeça – Mas eu quero escolher o filme!


- Fique a vontade! - avisou – Sabe, minha filha,  temos que aproveitar o máximo de tempo que temos juntos. Logo você vai para a faculdade e tudo vai ser diferente.


- Eu sei de tudo isso! - completou – Mas não se preocupe, mesmo estando a quilômetros de distância, sempre vou ter um tempo para você.


Então, eles começaram a assistir ao filme que Hermione escolheu. Já estava quase na metade quando o telefone tocou.


- Deixa que eu atendo! - a garota disse se levantando do sofá e tirado o aparelho do gancho – Alô!


Ninguém respondeu do outro lado da linha. Apenas conseguiu ouvir a respiração de alguém do outro lado da linha e, depois, desligaram.


- Que estranho! - comentou voltando para o sofá – Essa não é a primeira vez que isso acontecesse.


- Vai ver ligaram errado! - sugeriu – Em vez de pedirem desculpas, decidiram desligar.


- Só espero que não seja um psicopata assassino! - disse – Que quer ter certeza de que a gente está em casa para vir até aqui nos atacar.


- Acho que você anda vendo muito filme de terror, ultimamente Hermione – o homem não pode deixar de rir.


- Mas eu ainda acho que a pessoa não quis foi ouvir a minha voz e desligou – deu um sorriso maroto – Quem sabe era a sua namorada? Uma de quem você não me falou nada.


- Ora Hermione! - revirou os olhos – Você sabe que eu não tive nenhuma namorada depois da sua mãe e não pretendo ter.


- Pois deveria ter! - disse – Namorar faz muito bem.


- Acredite, eu estou muito bem sozinho! - garantiu – E eu tenho você, isso me basta.


- Mas em poucas semanas eu estarei indo para a faculdade e você vai ficar aqui sozinho! - lembrou – Você devia ter alguém, eu me sentiria bem melhor dessa maneira.


- Você sabe que eu amei muito a sua mãe! - continuou – Não estou preparada para ter outra namorada, e acho que nunca vou estar.


- Eu sei que é difícil, mas ela nos abandonou, e isso já faz muito anos – continuou – Está na hora de seguir em frente.


- Vamos fazer o seguinte! - sugeriu – Se eu arranjar alguém que me faça feliz, eu não vou tentar fugir. Mas, eu vou deixar as coisas rolarem, nada forçado.


- Por mim tudo bem! - sorriu feliz.


Então, os dois continuaram a assistir ao filme. Foi um dia muito divertido de pai e filha.


O restante do final de semana passou sem maiores problemas. Na segunda-feira, o senhor Granger saiu para trabalhar bem cedo e deixou a garota ficou sozinha em  casa, então decidiu ligar para o melhor amigo.


- Oi Mione! - ele disse assim que atendeu o celular – Estava mesmo pensando em ligar para você.


- Você ainda vai sair hoje para resolver o assunto da nossa viagem? - perguntou antes de revirar os olhos.


- Na verdade não, já resolvi tudo no sábado! - disse – Mas não adianta, eu ainda não vou te contar para onde nós vamos.


- Você não tem jeito mesmo, Harry! - reclamou – E como você pretende que eu arrume as minhas malas?


- Não se preocupe quanto isso! - garantiu – A Lizzie sabe para onde nós vamos. Ela vai arrumar as suas malas


- Isso não é justo! - cruzou os braços, mesmo sabendo que ele não está vendo – Pelo jeito todo mundo já está sabendo para onde nós vamos, menos eu.


- Deixa de ser chata, Mione! -ouviu ele rir do outro lado da linha – Mas, imagino que não foi pra tentar arrancar de mim o lugar para onde a gente vai que você ligou. Não é mesmo?


- Tem razão! - disse – Eu queria saber se você não quer vir aqui para casa. Afinal, passamos o fim de semana todo sem nos vermos.


- Eu vou sim, só preciso trocar de roupa e já estou indo para ai! - respondeu – Mas, você parece preocupada com alguma coisa, o que é?


- Não é nada! - mentiu, na realidade ainda estava pensando que só estava a alguns quilômetros de distância do seu ex-namorado – Pode ficar tranqüilo.


E, em menos de meia hora Harry estava tocando a campainha da casa dos Granger. Ela abriu a porta e cumprimentou o futuro marido com um selinho.


- Vamos lá para cima! - o puxou pela mão enquanto andava em direção as escadas.


Entraram em seu quarto e Hermione fechou a porta antes de se sentarem na beirada da cama. O moreno a puxou para mais perto de si.


- Agora que eu estou te vendo, tenho certeza absoluta de que tem alguma coisa errada! - virou-se para poder vê-la melhor – Pode ir contando o que aconteceu. Nem adianta dizer que não é nada, eu te conheço muito bem.


- Tudo bem! - disse, por fim – É que eu encontrei a senhora Weasley no supermercado e ela disse que o Rony veio passar as férias aqui.


Harry passou alguns segundos em silêncio tentando absolver o que tinha acabado de ouvir.


- E ele já chegou na cidade? - quis saber – Ou ele ainda está vindo?


- Parece que ele chegou ontem! - respondeu – E eu não consigo parar de pensar que posso encontrá-lo pela rua a qualquer minuto.


- Você sabia que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer! - comentou – Ou você achou que ele nunca mais fosse voltar em Windsor? Os pais dele moram aqui, Mione, ele teria que vir vistá-los um dia.


- Na verdade eu pensei isso sim! - deu um fraco sorriso – Pelo menos, eu pensei que ele só fosse vir aqui quando estivéssemos a milhares de quilômetros daqui.


Ela suspirou pesadamente antes de voltar a se encostar em Harry.


- Mas esse não e o pior de tudo! - continuou – Eu disse que iriamos na casa dela visitar o Rony, detesto ficar mentindo para a senhora Weasley, ela sempre foi tão legal conosco.


- Não se preocupe com isso! - passou a mão pelo cabelo da garota – Ela vai imaginar que “esquecemos” por causa de todos os preparativos com o casamento. E depois, nós já vamos embora mesmo.


- E quanto a falto de podermos encontrar com ele na rua – lembrou – Não se esqueça que a cidade não é tão grande assim.


- Eu vou sair com você para todos os cantos, não vou te deixar por nenhum minuto sozinha – avisou – Te garanto que ele não vai tentar falar com você enquanto eu estiver por perto.


- Quer dizer que eu vou ter o meu próprio guarda-costas – se virou para poder abraçá-lo – Gostei dessa idéia.


- Sabia que você ia gostar! - a beijou, dessa vez mais profundamente.


Ele a deitou na cama e começou a passar a mão por debaixo da  blusa dela. Foi então que desgrudou dos lábios de Hermione e começou a beijar o seu ombro. E a campainha tocou.


- Eu vou ali atender! - a garota disse – Eu não demoro.


- Não, espera! - a segurou fazendo com que continuasse deitada – Deixem tocar a campainha mais um pouco.


- Mas pode ser alguma encomenda para o pai, ou alguma conta – avisou – O carteiro vai desistir e vai embora.


- Deixa ele ir embora! - continuou – Tenho certeza de que ele volta mais tarde.


- Não Harry! - conseguiu afastá-lo, delicadamente – Eu não demoro, é sério.


- É bom não demorar mesmo! -  fingiu-se de bravo – Ou então eu vou até lá em baixo te buscar.


Correu até o andar debaixo. Abriu a porta e ficou totalmente surpresa em ver quem estava diante dos seus olhos, lá estava Ronald Weasley, a pessoa que mais lhe magoou no mundo. Ainda conseguia se lembrar, como se fosse ontem, o que tinha acontecido no dia em que terminaram.


 


*Flash Back*


Hermione vestiu uma camiseta e sua calça jeans favorita antes de se olhar no espelho. Iria sair para fazer uma surpresa para o seu namorado e precisava estar muito bem.


Desceu as escadas correndo e ouviu um barulho vindo da cozinha. Seu pai estava fritando ovo.


- Hermione! - ele chamou quando a garota já estava na porta – Você já está de saída, minha filha?


- Sim! - respondeu – Vou passar na casa do Rony. Não se preocupe que eu já fiz o meu dever de casa ontem a noite.


- Não é com isso que eu estou preocupado – continuou – Mas você não vai tomar o seu café da manhã.


- Eu posso comer qualquer coisa quando chegar na casa dos Weasleys – garantiu.


- Não vou te deixar sair de casa sem ter comido nada Hermione – avisou – Você pode passar mal se estiver de estomago vazio.


- Tudo bem! - ela revirou os olhos enquanto ia em direção a cozinha.


Hermione comeu seu cereal com leite como fazia todos os dias. Quando terminou foi lavar a louça para poder sair de casa o mais rápido possível.


- Agora eu já estou indo! - disse – Eu vou chegar cedo em casa, não se preocupe.


- Volte antes da hora do jantar! - pediu.


- Claro! - gritou depois que abriu a porta.


Pegou sua bicicleta e saiu pedalando em direção a casa dos Weasleys, que não ficava muito longe da sua. Ela e Rony já estavam namorando há um ano e tinham decidido dar um novo passo na relação deles, para Hermione tinha sido tudo perfeito e tinha certeza de que ele sentia o mesmo.


Na verdade, o ruivo não sabia que ela estava indo para lá, a garota decidiu lhe fazer uma surpresa. Fred e Jorge estavam na casa de um amigo fazendo um trabalho da escola (pelo menos é o que eles falaram) e o senhor e a senhora Weasley foram para Londres levar Gina ao médico, portanto, ele estava sozinho.


Parou com um sua bicicleta em frente e a casa e achou muito estranho que a porta da frente estivesse meio aberta, mas, mesmo assim, foi entrando. Assim que chegou a sala começou a ouvir gemidos e o som de uma respiração ofegante que via do andar de cima da casa. Ficou com medo do que poderia encontrar, mas, mesmo assim, foi ver o que estava acontecendo.


Entrou no quarto do seu namorado e viu que ele estava em cima da uma garota que reconheceu como sendo Pansy Parkson que estudava com eles. Pelas roupas espalhadas pelo chão dava para ver que não era um simples amasso.


- Rony! - gritou bem alto, fazendo com que os dois se virassem para ela – Será que você pode me explicar o que está acontecendo aqui?


- Mione! - foi tudo que o garoto conseguiu dizer, ele ainda estava parado e em estado de choque.


- Não parece óbvio, Granger! - foi a garota quem começou a falar, ela estava com um sorriso vitorioso nos lábios – Aparentemente, você o seu namoradinho não se sente satisfeito com o que você tem a oferecer a ele e foi procurar isso fora.


- Eu não posso acreditar no que eu estou vendo! - continuou – Você está mesmo me traindo com essa bochecha de buldogue velho.


- Olha só que você fala de mim, Granger! - disse ameaçadoramente – Não vou tolerar que você fale assim de mim na minha frente.


- Cala a boca Parkson! - a morena continuava a gritar – Acho que eu não estou falando com você.


- Tudo bem, Mione, mas se acalma! - Rony, finalmente, conseguiu dizer – Eu tenho uma boa explicação para tudo isso.


- Eu duvido muito que a explicação seja mesmo boa! - olhou para ele de cima a baixo – Mas eu vou ouvir que você tem a dizer, embora não mereça.


- Obrigado Mione! - disse – Você é mesmo uma pessoa incrível.


- Vou esperar você lá embaixo! - avisou indo em direção a porta – É melhor conversarmos com você vestindo uma coisa mais descente e bem longe dessa daí.


Voltou a sala e se sentou no sofá. Cerca de cinco minuto, o ruivo apareceu, ele estava vestindo uma calça jeans e uma blusa branca.


- Olha Mione! -o garoto se sentou ao lado dela e segurou a sua mão – Antes de mais nada eu quero dizer que eu te amo muito e me arrependo de tudo que fiz.


- Desde quando você está com ela? - foi tudo que perguntou – Desde quando você está me traindo com ela?


- Já faz um mês! - ficou encarando um chão.


- E por que isso Rony? - afastou a sua mão de perto do garoto – Eu pensei estivéssemos bem. Pensei que você me amasse.


- E eu te amo, Mione! - garantiu – Toda essa história com a Parkson não foi nada, por favor, entenda isso.


- Você realmente espera que eu diga que está tudo bem e que eu entendo que você é homem e tem suas necessidades – olhou bem séria para ele – E que depois nós dois vamos no beijar e vamos continuar da mesma maneira de antes.


- Eu estava pensando isso sim. Quero dizer, quem ama perdoa – deu de ombros – Se você, realmente, me ama, irá me perdoar.


- Então, eu sinto muito, acho que eu não te amo o suficiente – foi se levantando do sofá – Eu não posso te perdoar, não depois disso.


- Não vamos decidir isso de cabeça quente – sugeriu – Vamos esperar alguns dias, até que as coisas se esfriem. Então podem conversar de novo.


- Eu não posso esperar alguns dias Rony – avisou – Acabou!


Saiu de dentro da casa dos Weasleys com a cabeça erguida. Não iria derramar uma lágrima, pelo menos enquanto estivesse perto do ex-namorado.


Pegou sua bicicleta e começou a atravessar toda a cidade. Sabia exatamente aonde precisava ir, um lugar aonde poderia desabafar a vontade.


- Olá Hermione querida! - Lilian Potter sorriu para ela assim que abriu a porta – Quanto tempo que você não vinha aqui casa. Depois que você e o Rony começaram a namorar, só tem ido a casa dos Weasley.


- Eu sinto muito tia Lilian! - disse – Prometo que vou voltar a vir aqui como eu sempre fiz.


- O Harry está lá em cima ajudando a Lizzie com o dever de casa! - explicou – Mas eu vou lá chamá-lo. Tenho certeza de que ele vai ficar muito feliz.


A mulher abriu espaço para que ela entrasse e disse para esperar na sala enquanto ia até o andar de cima. Alguns minutos depois, o moreno apareceu, sorrindo para a amiga.


- Oi Mione! - ele disse – Ao que devo a honra da sua visita hoje. Normalmente você passa o sábado junto com o Rony.


Ela não disse nada, apenas o abraçou e permaneceu dessa maneira por algum tempo, totalmente parada.


- O que houve Mi? - afastou da garota, levemente, para poder olhá-la melhor – Aconteceu alguma coisa?


- Será que a gente pode conversar? - pediu – Lá em cima?


- Claro! - concordou enquanto colocava a mão nas costas da amiga para que os dois subissem as escadas.


Foram até o quarto do moreno. Lizzie estava sentada na cama com um livro de História na mão.


- Lizzie, cai fora! - ele disse, virando-se para a irmã – Eu e a Mione temos que conversar uma coisa.


- Mas você disse que ia me ajudar com o dever! - lembrou – Eu ainda estou cheia de dúvidas sobre as 13 colônias inglesas.


- Eu posso te ajudar com o dever daqui a pouco, Liz – Hermione disse, calmamente – Mas eu preciso conversar com o seu irmão. Sozinha.


- Adolescentes e seus segredos! - revirou os olhos enquanto se levantava – Mal posso esperar para ter a idade de vocês e também ter os meus próprios segredos.


Ainda conseguiram ouvir a menina reclamar até que fechou a porta do seu quarto a duas portas de distancia. Foi então que Harry virou-se novamente para a morena novamente. Foi então que ela começou a chorar.


- O que foi Mione? - ele a puxou para mais perto, começando a ficar preocupado – O que é que você queria conversar comigo?


Ela suspirou pesadamente e limpou algumas lágrimas que teimaram em cair do seu rosto.


- Terminei com o Rony! - respondeu, por fim.


- Mas eu pensei que vocês dois estivessem bem! - o garoto estava, visivelmente chocado – Quero dizer, sempre via os dois juntos na escola.


Então, Hermione contou tudo que tinha acabado de acontecer na casa dos Weasleys. Desde o momento em que pegou o ex-namorado na cama com Pansy Parkson  até ela dizer que estava terminando tudo com ele.


- Não acredito que ele fez isso com você – comentou, depois de ouvir toda a história – Quero dizer, trair você com a Parkson, só pode estar ficando maluco.


- E o pior de tudo foi ver a cara irritante dela para mim – fez uma careta – Deu vontade de dar um soco naquela cara bochechuda dela, mas consegui me segurar.


- Não posso dizer que vou fazer isso por você, por que eu não bato em mulher – disse – Mas eu posso me vingar dele por você.


- Não estou pedindo para você me defender e brigar com o Rony! - explicou – Afinal, vocês são amigos desde os três anos de idade, não quero ser a responsável pelo fim da amizade de vocês.


- Eu sei que conheço o Rony há muitos anos, mas já te conhecia bem antes disso – lembrou – Por mais que o caro seja o meu melhor amigo, não posso deixar que ele magoe a minha irmãzinha dessa maneira.


- Obrigada, Harry, não sabe o quanto é importante ter o seu apoio – falou – Não sei se teria coragem de conversar isso com outra pessoa.


- Sempre pode contar comigo, Mi! - deu um beijo no topo da cabeça dela – Para qualquer coisa.


Ela não pode deixar de esboçar um sorriso.


- Está vendo, você está até mais alegre agora – observou – Tenho certeza de que logo vai ter esquecido tudo isso.


Nesse momento alguém bateu na porta. Era a senhora Potter.


- Oi crianças! - disse dando um pequeno sorriso para os dois -  Acabei de fazer um bolo de chocolate que parece estar delicioso. O que acha de irem comer com um pouco de chá.


- Ótima idéia! - Harry se levantou – Os seus bolos sãos os melhores. Não é mesmo Mione?


- Claro! - concordou com a cabeça – Mas eu não sei se estou com vontade de comer bolo agora


- Vamos sim, Mione, você precisar comer alguma coisa! - insistiu a puxando pelo braço – Não vou deixar que você fique doente por causa daquele ruivo azedo.


- Tudo bem! - concordou – Eu como um pedaço.


Na segunda-feira de manhã o pai de Hermione a deixou na porta da escola e Harry a estava esperando para que os dois pudessem entrar no prédio juntos.


- Oi Mione! - o ruivo a chamou quando estava passando perto da lanchonete – Será que a gente pode conversar agora.


- Ela não tem nada para conversar com você – o outro disse segurando o braço da amiga – Pelo que ela me disse, você já conversaram tudo no sábado.


- Não sabia que você precisava de um guarda-costas agora Hermione – cruzou os braços e deu um rápido sorriso.


- Não sou o guarda-costas dela – disse, bem sério – Só estou tentando proteger a minha amiga de um canalha feito você.


- O Rony tem razão Harry, eu quero mesmo falar uma coisa com ele – pediu – Eu não mudei de opinião desde a última vez que nos falamos. Acabou mesmo, eu não quero voltar com você, e essa a minha palavra final.


- Você é mesmo um idiota Weasley! - Harry comentou – Como pode perder uma garota tão legal como a Mione.


- Não se mete Potter! -reclamou – Esse assunto é entre nós dois, você não tem que dar nenhuma opinião.


- É claro que eu tenho que me meter! - falou – A Mione é minha amiga, estou aqui para garantir que ela não vai sair magoada. Ou melhor, mais magoada do que ela já está.


- Por sorte, a garota percebeu que o amigo estava com o punho fechado, pronto para socar o ruivo a sua frente.


- Não faça isso Harry! - ela pediu, segurando o braço – Você pode levar uma suspensão, e não vale a pena.


- Tem razão! - concordou, por fim – Vamos para a nossa aula que ganhamos muito mais.


Rony ainda olhou para os dois de cima abaixo antes de sair, primeiro, em direção ao local da primeira aula da turma da oitava série.


O restante da semana passou sem maiores incidentes. É claro que toda a escola percebeu que Ronald Weasley não estava mais andando junto com Harry Potter e Hermione Granger, e esse era a maior assunto pelos corredores da escola.


- Já percebeu que o Rony ainda não apareceu? - a morena comentou com o amigo, quando eles entraram na sala de aula, na outra segunda-feira.


- Nem tinha reparado nisso! - deu de ombros – Mas agora que você comentou, o ar está mesmo mais respirável essa manhã.


- Mas isso é muito estranho! - colocou a mão no queixo – Vi a Gina perto da quadra agora há pouco. Será que aconteceu alguma coisa ele.


- Não acredito que você está preocupada com ele – reclamou – Depois de tudo que ele te fez.


- De qualquer maneira ele era o nosso melhor amigo até a semana passada e também foi meu namorado por um ano – suspirou pesadamente – É inevitável eu não me preocupar.


- Eu sempre esqueço que você é uma alma boa Mione – revirou – Não consegue ficar com raiva das pessoas por muito tempo. Isso é fofo e irritante ao mesmo tempo.


Foi nesse momento que a professora Ninfadora, de ciências, entrou na sala.


- Antes de começar a aula eu tenho um aviso para dar! - disse, fazendo com que todos os alunos ficassem quieto – A mãe do senhor Ronald Weasley veio até aqui na sexta-feira pegar o histórico e escolar e toda a documentação. Ele ira para um internato na Alemanha onde pretende terminar os seus estudos.


Começou um burburinho por toda a sala de aula. E, claro, algumas pessoas olharam para Harry e Hermione.


- Agora vamos começar a aula! - pediu silêncio – Todos abram seus livros na página 125 e resolvam os exercícios.


- Sabe de uma coisa! - a morena comentou virando-se para o garoto – Será que ele resolveu ir estudar na Alemanha por nossa causa?


- Talvez sim, talvez não! - deu de ombros – Mas de uma coisa eu sei, as coisas vão ser muito mais fáceis sem ele aqui.


Com certeza! - ela concordou com a cabeça – E eu também acho que vai ser muito melhor para eu esquece-lo dessa maneira.


- É assim que se fala Mione! - sorriu e bagunçou o cabelo da amiga.


*Fim do Flash Back*


 


Mesmo já tendo superado, aquelas lembranças ainda a machucavam muito. Não sabia como estava se segurando para não dar um tapa no ruivo a sua frente.


- Oi Mione! - ele estava com um sorriso maroto nos lábios – Quanto tempo a gente não se vê, não é mesmo?


- O que você está fazendo aqui? - foi tudo que ela conseguiu perguntou, depois de vários segundo em silêncio.


- Eu imagino que você já soubesse que eu estava de volta a Windsor – encostou no batente da porta com a maior naturalidade do mundo – Então decidi vir fazer uma visita para uma velha amiga.


- Muito obrigada! - seu tom de voz era seco – Mas eu estou dispensando a essa sua visita.


- O que é isso Hermione? - fingiu-se de chocado – Essa não é a maneira de tratar alguém que você não vê há anos. Ainda mais o seu ex-namorado, aquele com quem você perdeu a virgindade.


Ele passou a mão pelos cabelos castanhos dela. Mas Hermione se afastou.


- Exatamente por ter um “ex” na frente que eu não quero te ver – cruzou os braços que ficou encarando ele – E sobre aquela noite que passamos juntos, não sabe o quanto eu me arrependo daquilo. Se pudesse voltar tempo iria me impedir de fazer uma coisa dessas.


Ela começou a gargalhar sem parar como se estivesse se divertindo com tudo aquilo.


- Não me lembro de ter te ouvido reclamar na época – comentou – Mas você não vai me convidar para entrar?


Hermione ficou em silêncio encarando o garoto, como se ele fosse completamente maluco.


- Mas que coisa feia Hermione! - comentou – Sei que não foi essa a educação  que o seu pai te deu, ele vai ficar muito decepcionado.


Ela acabou deixando que ele entrasse pois não queria uma confusão na porta da sua casa.


- A casa está exatamente da mesma maneira que eu me lembre – comentou enquanto observava todos os cantos da sala.


Rony se largou no sofá. Seu olhar recaiu no piano, que ficava do lado oposto a escada.


- Você ainda toca piano? - perguntou, apontando para o objeto.


- Um pouco! - deu de ombros – Agora que eu estava no último ano dei uma parada. Com todos os estudos faltou tempo para treinar.


- É uma pena. Lembro quando éramos pequenos e você dizia que iria ser pianista profissional – a morena não pode deixar de rir nesse momento, as crianças falam cada coisa, mas quando crescem, mudam de idéia – Você vai para qual faculdade?


- Brown! - não sabia por que estava dizendo isso para ele, mas as palavras, simplesmente, saíram de dentro da sua boca – Vou fazer jornalismo.


- Sempre te imaginei mesmo fazendo jornalismo! - comentou – Gina me contou que você era a editora do jornal da escola.


Ela ficou encarando os próprio pés. Queria saber se ele iria demorar muito para ir embora, logo Harry iria descer para saber se estava tudo bem com ela.


- Mas sabe de uma coisa, Mione, você já foi mais simpática – observou – Você nem me perguntou como foram esses anos em que eu estudei na Alemanha.


- Eu imagino que deve ter sido ótimo! - deu de ombros – Eu sempre quis estudar fora. Não fui durante o Ensino Médio como você fez, mas eu vou fazer isso agora na faculdade.


- Sabe de uma coisa, eu me diverti muito quando estava na Alemanha – admitiu – Mas também senti falta da minha casa.


- Eu sei que vou sentir falta do meu pai! - concordou com a cabeça – Mas vou vir visitá-lo todas as férias.


- Sei que deveria ter voltado! - disse – Mas acho que eu não iria conseguir.


Os dois ficaram em silêncio apenas se encarando.


- Por que você não senta aqui do meu lado – indicou o lugar bem ao lado dele – Eu não vou te morder.


Ficou um pouco incerta, mas acabou se sentando ao lado do ex-namorado. Então, ele passou o braço em volta dos ombros dela.


- Sabe de uma coisa Mione! - foi se aproximando perigosamente – Tem uma coisa que eu quero fazer há quase quatro anos e sei que você vai concordar comigo.


Então, ele a beijou. Hermione ficou sem ação por alguns segundos, mas então conseguiu afastá-lo bruscamente e deu um tapa em seu rosto logo em seguida.


- Deveria ter feito isso no dia em que te peguei com a Parkson – seu olhar era de quem estava com bastante raiva – Mas eu fui fraca demais para fazer isso. Só que agora as coisas são completamente diferentes.


Foi quando a garota virou-se e encontrou Harry parado no pé da escada.


- E, finalmente, chegou quem faltava – se levantou e foi caminhando em direção ao outro – O trio de ouro está completo.


- Quem é vivo sempre aparece! - o moreno comentou dando um sorriso irônico – Mesmo depois de três anos.


- E eu já ia me esquecendo da novidade que eu soube no momento em que coloquei os pés na Inglaterra – falou – Harry Potter e Hermione Granger vão se casar. Agora me digam, isso começou a rolar depois que eu fui embora ou nós dois ainda estávamos juntos.


- Essa foi a coisa mais absurda que eu já ouvi! - Hermione não pode deixar de dar um risso sarcástico – Durante o tempo em que estivemos juntos eu sempre fui fiel a você. Embora você não merecesse.


- Esse vai ser um evento que eu não posso perder! - comentou – Podem ter certeza de que eu esterei lá, na primeira fila.


- E quem disse que você foi convidado? - foi o moreno quem comentou.


- No convite que tem lá em casa está escrito: “Família Weasley” - lembrou – Tenho tanto direito de estar lá quanto os meus irmãos.


Rony caminhou em direção a porta.


- Tchau para vocês dois! - acenou para o casal – A gente se vê no dia do casamento.


No momento em que o outro saiu, Hermione colocou a cabeça no ombro do amigo e suspirou pesadamente.


- Harry! - ela começou a falar, segurando a mão dela – Eu quero que você saiba que esse beijo que o Rony me deu, eu não senti absolutamente nada.


- Você não precisa me dar satisfação a respeito disso, Mi – segurou o queixo dela, delicadamente – Se você tivesse sentido alguma coisa, não era culpa sua. Vocês namoraram por um ano, seria absolutamente normal.


- Mas já faz mais de três anos que nós terminamos – lembrou – Tudo que eu posso dizer que eu senti foi nojo.


Ela deu um fraco sorriso antes de dar um selinho no futuro marido.


- Quando eu disse já superei tudo, é verdade! - revirou os olhos – Inclusive a paixonite que eu tinha por ele desde os sete anos.


- Ainda não sei o que foi que você viu nele! - fez uma careta.


- Não vamos falar sobre o Rony agora! - pediu – Esse é um encontro que eu gostaria de esquecer.


- Certo! - concordou com a cabeça – O que acha de irmos ao cinema? Tenho certeza de que deve estar passando algum filme bom.


- Boa idéia! - respondeu – Estou precisando esfriar um pouco a cabeça.


Então eles pegaram o jornal do dia para encontrar algum filme em cartaz. Em seguida, saíram de casa em direção a Londres.

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