Culpado



Eu não queria estar aqui. Mas Dumbledore me pediu, e eu vim. Me arrependi de não ter recusado o pedido no instante em que fechei a porta às minhas costas. Havia silêncio. Havia o vazio. Nada além disso. Nada, a não ser a tristeza e a culpa que trouxe comigo.


Sirius está morto. Não preso. Morto.


E a culpa que eu me permiti esquecer por algum tempo voltou a me torturar. Inocente. Assim o Ministério o declarou. Inocente. De que isso adianta, agora?


Ele, um morto inocente. Eu, um vivo culpado.


Ele teve tão pouco tempo... Pouco tempo com Harry. Pouco tempo... com todos nós. Também aí está minha culpa. Sinto como se fosse, e de certa forma sou, responsável não apenas pela perda de sua liberdade, mas também pelo tempo que ele não teve. Foram doze anos.


Doze anos de culpa.


A dele, falsa. A minha, escondida por trás da desconfiança. Eu sequer tentei. Sequer tentei acreditar. Sequer tentei saber. Eu também o julguei. E condenei. Meu amigo. Meu melhor amigo. Aquele que esteve comigo em meus piores momentos. Onde eu estava em seus piores momentos? Quando tudo o que eu deveria fazer era aquilo que fizéramos sempre, confiar, apoiar, o que eu fiz?


Sirius foi culpado por todos, quando na verdade era inocente. Eu fui julgado apenas por minha própria consciência. Mas para ela, para mim, serei sempre culpado.




N/A: era 01:30 da terça-feira, e, insone, eu pensei nessa história. Imaginando o que o Remo pode ter sentido depois da morte do Sirius.

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