Apenas cresça!
Marlene bateu três vezes na porta da casa dos Potter e esperou que alguém abrisse. Não precisou esperar mais que um segundo, Lílian abriu a porta com força e atirou os braços em torno do pescoço da amiga. - Marlene, que susto você nos deu! Pensamos que... nem sei o que pensamos, por Merlin! Nunca mais faça isso. - Disse ela, em pranto. Tiago estava sentando no sofá, de frente para Sirius. Harry brincava com Jills, o gato da casa, entre eles. - Desculpe. Mas era necessário, mas o prblema é que acabou o meu disfarce, não vou mais poder passar informações úteis para a Ordem... - Disse Marlene se desprendendo de Lílian. - Venha, sente-se. Conte-nos como conseguiu enganar Rabastan por tanto tempo... - Disse Tiago sorrindo, havia marcar horríveis em seu pescoço e nos pulsos, assim como em Lílian em Sirius, provavelmente das cordas de Marlene e dos grilhões do Quartel General dos comensais. Marlene fez o que o amigo pedia, mas reparou que Sirius não olhou para ela uma única vez durante seu relato, ele parecia mais interressado em fitar as folhas das árvores caindo. - Ele acreditava que eu estava apaixonada por ele, e eu fingia estar, isso. - Concluiu Marlene, já se esticando para tocas a cabeça de Harry. - Isso foi perigoso. Rabastan sabe onde você e sua família vivem... - Comentou Lílian. - Sim, mas ele só virá atrás de mim, estou certa. Rabastan gosta muito de meu irmão Mercúcio para matá-lo. E toda minha família tem sangue-puro. Será que o Lorde das Trevas massacraria a todos por uma simples traidora? Eu duvido muito. - Respondeu Marlene. - Faz sentido. - Disse Sirius, finalmente. - Mas, de qualquer forma, é melhor redobrar os cuidados. Vamos agora para sua casa, Marlene, e avisaremos sua família do ocorrido. Podemos ensiná-los a contatar a Ordem caso alguma coisa aconteça... - Sim, sim. - Disse Marlene, registrando como Sirius a chamara Marlene, ele quase nunca a chamava assim, era geralmente Marly ou amor. Ela se levantou. - Vamos, e desculpem-me pelo susto e pelas cordas, Tiago e Lílian. - Foi necessário. - Disse Tiago, simplesmente. Sirius se despediu com um "até logo", então eles saíram da casa, e assim que passaram pela porta, aparataram para a Mansão McKinnon. A família de Marlene agiu com calma, talvez, com todos os ataques que aconteciam, eles suspeitassem do que poderia acontecer com eles. Giles, de casamento marcado para o mês seguinte, já fez questão de ir para a casa da noiva para trazê-la para perto dele e poder "protegê-la". Já o sr. McKinnon pediu aos elfos que mantivessem a lereira do quarto dele e de sua esposa sempre acesa e abastecida de Flu, pois ela poderia escapar por ali caso houvesse alguma emergência. Edmundo apenas assentiu e disse que se precisassem dele, ele estaria na biblioteca. Mercúcio chegou a mesma conclusão que Marlene: - É de Rabastan que estamos falando, ele não vai machucar ninguém dessa família. Não temos nascidos trouxa aqui. - Disse ele dando de ombros. - Sim, é de Rabastan que estamos falando, Mercúcio, o Rabastan Lestrange que, assim como o irmão e a cunhada, é um Comensal da Morte. - Rebateu Sirius, Mercúcio murmurou alguma coisa e saiu da sala de estar. Sirius se virou para Marlene. - Quer montar vigília comigo aqui? Ou tem alguma coisa mais importante para fazer? - O que poderia ser mais importante que proteger a minha família epassar tempo com você? - Responde Marlene. Sirius riu de um jeito meio frio. - Não sei, acho que não te conheço tão bem quanto eu pensava que conhecia. - Marlene suspirou. - Sirius, você está bravo comigo por causa da missão da Ordem? - Nããããããão! - Disse Sirius sarcasticamente. - Por que eu estaria? Por que você mentiu para mim? Por que você estava me traindo? Por que você nunca me contou quem era que te dizia aquelas coisas sobre Voldemort? Ou por que você estava TENDO UM CASO COM RABASTAN LESTRANGE? - Você sabe as resposta para todas essas perguntas, e sabe que eu não queria estar com Rabastan, mas acontece que eu TINHA QUE ficar com ele, foi Rabastan que nos permitiu encontrar um monte de gente que tinha desaparecido. Eu nunca estive apaixonada por ele. E se eu pudesse... mas seria um egoísmo do caramba! Caso você não lembre, também foi uma informação de Rabastan que permitiu-nos salvar Lílian, Tiago e Frank Longbottom do Lorde das Trevas há um ano. - Como você quer que eu acredite que você ainda é leal a Ordem da Fênix? Você até fala como uma Comensal da Morte. Lorde das Trevas, como é que você se refere a Rabastan? Meu amor? - Escarneceu o jovem. - Como? Sirius de que você está falando? Você está questionando a minha lealdade à Ordem ou a você? - Desafiou Marlene. - Eu só quero saber quem você é. - Respondeu ele simplesmente. - Você, melhor que qualquer outra pessoa no mundo, sabe quem eu sou. Eu nunca precisei esconder alguma coisa de você, a não ser que fosse extremamente necessário, como sobre essa missão. Nós namoramos há cinco anos e meio e você continua a ter dúvidas em relação a mim? - Eu achava que não tinha, mas não sei se te conheço bem, principalmente depois de descobrir que você pode fazer um homem acreditar que te tem nas mãos. Como posso saber que você não fez o mesmo comigo? - Eu é que pergunto, Sirius, como você pode ter dúvidas em relação a isso? - Marlene fazia um esforço para não chorar, tanto ela quanto Sirius discutiam em um tom de voz normal, alguém que olhasse de fora não perceberiam que eles estavam brigando. A moça deu um passo para frente e encarou Sirius diretamente nos olhos. - Olhe bem para mim, Sirius, e responda: você acha que eu não te amo? Sirius fitou aquele lindo rosto de porcelana, fitou aqueles olhos indescritíveis que lhe encatavam a cinco anos. Todos os momentos que ele teve com Marlene pareceram passar por sua cabeça, lembrou-se da competição de nado, da detenção, do primeiro beijo, de quando contara todos seus segredos para ela, de quando ela passava os verões com ele e Tiago, tentando ensiná-los a fazer bolo de baunilha e a pentear os cabelos. Nunca, em nenhum de todos aqueles momentos, ele duvidara dos sentimentos de Marlene para com ele. E nunca pensara que ela poderia duvidar dos seus. Por que agora ele duvidava? Ou será que não duvidava? Sim, havia uma sensação estranha em sua garganta, como se um pomo de ouro estivesse dentro dela, que parecia dizer que havia alguma coisa errada em seu relacionamento com a moça. - Não sei se você ainda me ama. - Disse ele, meio sufocado. Marlene arfou. - E como posso provar a você que o amo? Como posso provar que nada mudou entre nós? - Sirius abriu a boca para deixar algum som sair, mas não disse nada. Como ela poderia provar? - Diga-me. - Disse. - Eu amo você, Sirius. Eu realmente te amo. - Ela disse, então envolveu os braços no pescoço dele e o beijou nos lábios com a maior intensidade que pode. Sirius retribuiu por alguns segundos, mas depois afastou a namorada e disse: - Deviamos estar vigiando. - E se sentou em uma poltrona da sala de estar, sacou a varinha e ficou vendo a lareira crepitar. Marlene se sentou no sofá de frente a ele. - Você acredita em mim? - Perguntou se esticando para segurar a mão dele. Sirius assentiu e a jovem voltou a posição inicial e eles ficaram em silêncio até o amanhecer do dia seguinte, então os elfos domésticos os chamaram para o café da manhã, eles foram fazer o desjejum, e eles voltaram para sua vigília muda, foram chamados para o almoço, foram, e voltaram para a guarda silenciosa. Até que, perto das seis horas da tarde, Marlene quebrou o silêncio com a pergunta que estava corroendo-a por dentro: - Por que você resolveu discutir comigo? Eu tive muito mais decepções que você em nosso relacionamento. - Sirius se virou para ela. - O que você quer dizer com isso? - Não se faça de bobo! Você nunca quis ir para frente com o nosso namoro, já estamos juntos a cinco anos e seis meses e o nosso relacionamente continua exatamente igual ao que era quando tínhamos quinze anos! - Você esparava o quê? Hein? Que eu te pedisse em casamento no sétimo ano, como o Tiago e a Lílian? Que já estivéssemos casados e com um filho? - Riu Sirius. - Não! Eu esperava que você me dissesse que temos futuro juntos! Esperava que você demonstrasse interesse em passar o resto da vida ao meu lado. E não importa o jeito que você escolhesse demonstrar isso, poderia ser com casamento, ou até mesmo, sei lá, simplesmente... - Ela reprimiu as palavras, porque Marlene tinha certeza absoluta do que estas mesmas a acabariam com seu relacionamento. - O quê? - Pressionou Sirius. - O que preciso fazer? - Então você quer amadurecer nessa relação? Você quer que nosso namoro vá para frente? - Mas ele está ótimo desse jeito! - Não está! Sirius, estamos em guerra! Minha vida corre perigo e eu preciso de seu apoio! - Marlene parou um segundo, a respiração ofegante. - Eu fico imaginando como será o dia em que você me pedirá em casamento, como será a festa, onde vamos morar... Eu fico vendo os nossos lindos filhos de cabelos negros correndo pela nossa casa, subindo nos seus ombros ou deitando na nossa cama depois de um pesadelo. Fico pensando no dia em que vamos até o Olivaras para comprar a primeira varinha dele. Sirius, eu amo esses devaneios! E é impossível como... - Marlene deixou uma lágrima escapar, a voz falhava. Sirius olhava fixamente a janela. - É impossível o jeito que eu os amo e sinto falta de tudo isso, como eu posso sentir tanta saudade de coisas que nunca vivi? Agora me diga: você tem planos? Nem precisa responder, você não tem. - Não sei do que você está falando. - Disse Sirius, displicentemente. - Sirius, Rabastan pode ser um Comensal da Morte, pode ser mau, maluco e até um assassino, mas ele é muito mais maduro que você! - Ah, então fique com ele! - Disse Sirius, completamente irritado. - Quer parar com essa infantilidade!? Lide com seus problemas, Black! Não fique apenas empurrando com a barriga! Apenas... - Apenas o quê? - Silvou Sirius. Marlene não conseguiu reprimir mais o sentimento que guardava dentro de si desde que tinha 17 anos. Ela repirou profundamente antes de dizer: - Apenas cresça, Sirius Black! - Eu vou crescer. - Disse Sirius. - Longe de você. - Você sabe onde fica a porta. - Rebateu Marlene. Sirius, sem mais nada dizer, deu as costas a jovem e caminhou firmemente até a saída. Enquanto isso, Marlene chorava com força todas as lágrimas que tinha guardado dentro de si naquele ano, as lágrimas de ódio, de raiva, de desprezo, de felicidade, e de dor, principalmente de dor. Ela chorava tão alto que nem ouviu a porta de entrada bater.
Comentários (1)
:/ nossa brigas entre eles dois... Não gosto nada disso. Mega triste e tal.... Poxaaaa... Capitulo triste demais esse :/ Marlene poderia não estar nessa agora se ele tivesse falado algo com ela, tivesse dado alguma chance de que eles teraim um algo mais ou feito algo :(bjoos!
2013-02-07