Revelações




Quando Marlene chegou ao espelho do quarto andar, não encontrou Sirius parado ali, esperando-a. Encontrou Remo. Ele estava pálido e com olheiras, como se estivesse sob efeito de um anel envelhecedor, mas sorriu jovial quando Marlene se aproximou.


- Fico feliz que ele tenha decidido contar isso a você. Você é confiável. - Disse virando-a para o espelho.


- Droga! Meu vestido está manchado! - Disse Marlene, dando tapinhas no vestido verde escuro que usava. Ficava uma beleza nela, fazia com que sua pele parecesse cintilante.


- Sirius te ensinou a entrar? - Disse Remo parando ao lado de Marlene.


- Sim. - Então ela estendeu a mão para o espelho até que sua mão ficasse unida a do reflexo, Marlene suspirou então disse: - Oi, Marlene! - O espelho de abriu como uma porta dupla, assim que Marlene passou por ela, se fechou.




- Lumus! - Disse a voz de Sirius. A varinha dele se acendeu, mostrando seu rosto, o de Tiago ao seu lado e o de Pedro. Remo acabara de entrar. Todas as esperenças de Marlene de um encontro romântico foram por água abaixo.


- Oi, gente! - Saudou Marlene sem jeito.


- Oi, Marlene. Está melhor? - Disse Tiago ajeitando os óculos.


- Muito melhor. Era um feitiço realmente bobo o do anel, mas exageraram na dose...


- Não foi Almofadinhas que mandou! Eu posso provar! - Gritou Pedro.


- Eu sei, Pedro. Eu sei. Mas o que eu não sei é o motivo de estarmos todos parados aqui...


- Eu disse a você, Marly, que tinha coisas a explicar. Quero começar sobre isso aqui. - Disse Sirius se baixando para pegar a capa da invisibilidade de Tiago.


- De quem é a capa? - Perguntou Marlene depois de murmurar: "Lumus" e sua varinha se acender também.


- É minha. - Respondeu Tiago levemente hesitante. - Usamos para nos esgueirar a noite e/ou em lugares proibidos.


Marlene riu.


- Como vocês sabem que nunca vão encontrar ninguém?


- Bem, graças a uma invenção nossa: O mapa do maroto! - Disse Sirius. - Olhe, Marly.


Ele estendeu o pedaço de pergaminho mais valioso, em sua opinião. Marlene sacou a própria varinha, bateu no mapa e disse:


- Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom. - Disse ela. Tiago, Pedro e até Sirius a olharam impressionados. Ela gargalhou antes de responder. - Eu já escutei algum de vocês falando isso, mas nunca soube o que era esse pergaminho. - Ela deslizou os dedos pelo mapa. - Um mapa de Hogwarts! E diz onde todos estão, e o que estão fazendo! Vocês são gênios, rapazes.


- Sabemos disso. - Disse Tiago despenteando os cabelos.


- Fico tão feliz que estão confiando em mim! Agora, sinto-me bem mais inclinada a ajudar você com a Lílian, Tiago. - Tiago sorriu e fez uma reverência. Sirius revirou os olhos. - Mas tem uma coisa que preciso muito perguntar: por que esses apelidos?


- É o que falta contar. - Respondeu Remo. - Mas você tem que deixar a mente aberta e tentar não surtar.


Marlene apertou a varinha com mais força.


- Certo.


- Venha comigo lá fora. Vou-lhe contar tudo enquanto eles se preparam. - Remo segurou o pulso da amiga e a conduziu para fora da passagem.


 



- Animagos! Animagos, Remo? - Perguntou Marlene muito baixo.


- Sim, foi o único jeito. Eles conseguiram há pouco tempo, para poderem me acompanhar nas noites difíceis.


- Amanhã vai ser uma noite difícil, não vai?


- Sim. Então, até o próximo sábado, Sirius estará indisponível todas as noites. - Marlene fechou os olhos com tristeza, Remo teve a sensação que ela fazia muito esforço para não se alterar.


- Claro. - Disse Marlene com a voz firme e calma. - Eu entendo perfeitamente. Ele precisa, de, tempo, com, vocês. - Disse parando antes de cada palavra.


- Marlene, você é incrível! - Disse Remo, Marlene olhou para o amigo. Uma das pessoas mais leais, corajosas e honestas que ela conhecia. Também uma das pessoas mais injustiçadas que conhecia. Sorriu melancólica e então o abraçou, torcendo para que ele não notasse a lágrima que ela deixou cair em seu ombro.


- Caham! - Disse Siriu lá de dentro. - Estamos prontos!


- Tudo bem. - Disse Remo soltando Marlene imediatamente. - Já estamos entrando. Você já está pronto também? Não temos pressa.


Houve, pareceu a Marlene, um rosnado lá dentro.


- Tudo bem, tudo bem! Desculpe. Estava brincando. - Dessa vez Remo entrou primeiro, depois Marlene. Ela ficou grata, pois teve mais tempo para recompor a expressão.


- Lumus! - Disse ela para fazer par com Remo, que já segurava a varinha acesa.


- Marlene McKinnon? Este e Tiago Potter. - Então ele direcionou a luz pada onde estava Tiago. Em seu lugar, agora, havia um cervo, que já tinha a galhada completa e crescida. Tinha patas musculosas e olhos inteligentes.


- Você esqueceu de tirar os óculos! - Disse puxando os óculos, agora mal-encaixados, da cabeça do cervo. Tiago soltou um sonido que pareceu uma risada.


- Já este aqui, é Pedro Pettigrew. - Disse Remo direcionando a luz para um rato.


- Ah! Pedro não consegue virar animal nenhum? Ele parece o mesmo para mim... - Remo riu, mas o rato, simplesmente deu as costas para Marlene, que sorria.


- E por último, mas não menos importante: Sirius Black. - Dessa vez, antes que Remo apontasse a varinha para o animal em que Sirius se transformara, Marlene fez isso.


- Oh! - Disse ela ao ver o enorme cachorro preto parado ali. Ele fitava Marlene e balançava o rabo. Marlene deu um passo para ficar mais perto dele, depois se abaixou. Então, carinhosamente, deslizou os dedos pela linha de coluna do cão-Sirius. E, acariciando-o atrás da orelha, comentou: - Ele também não muda muito.


Houve risadas, e Marlene levou um choque ao perceber que Tiago e Pedro já tinham voltado a forma original, e quando virou-se de volta para Sirius, percebeu que ele também já estava humano. Eles se olharam fixamente por vários segundos.


- Então, que massacre foi aquele no último jogo da Corvinal, hein? Quem diria que a Lufa-Lufa ia ganhar um jogo algum dia. - Comentou Tiago, estupidamente.


- Caiam fora, vocês três. - Disse Sirius aos amigos.


- Quanta gentileza, Almofadinhas. Vou me lembrar disso antes de dizer por aí que você é meu melhor amigo! - Reclamou Tiago.


- Pontas, vamos. - Disse Remo tentando conduzir o amigo para a saída.


- Não, vou te contar, quando você acha que pode confiar em alguém...


- Tiago, se quiser minha ajuda com a Lílian, sugiro que dê um fora. Agora. - Disse Marlene.


- Ah, agora entendi porque Almofadinhas a chama de Agridocicada, Marlene. - Riu Tiago, mas finalmente saiu.


- Finalmente. Sozinhos. - Disse Sirius puxando Marlene para mais perto.


- É. Finalmente. - Repetiu Marlene. E eles se beijaram.



Naquele momento, os dois queriam a mesma coisa. Os dois tinham a mesma falta de espectativas. Os dois sentiam as mesmas coisas, eles eram namorados e isso bastava. Para os dois.

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH *-* Nossa depois de coisas assim é quase meio dificil imaginar o Sirius não sendo maturo sabe ? Sei lá, até agora ele se mostrou bem legal e tal, nada que atinja ele o fazendo parecer imaturo... Pelo menos não depois que ele está com a Lene...Bjoos! 

    2013-02-06
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