Primeiro encontro




- Desculpe o atraso professora! Alua..., quero dizer, Remo não me lembrou que eu tinha essa detenção! - Disse Sirius Black, entrando sem cerimônias no escritório da vice-diretora de Hogwarts. A professora Mcgonagall mal olhou para o aluno ao ralhar:


- Eu esperava que, depois de cinco anos estudando nessa escola, o senhor já tivesse aprendido a se virar sem o sr. Lupin. Agora, sente-se ao lado da srta. McKinnon. Vocês irão organizar fotos dos alunos de Hogwarts. - Sirius se sobressaltou ao ouvir o nome de Marlene. Então desejou ter ajeitado os cabelos antes de vir, e depois se sentiu muito idiota por pensar assim.


- Pensei que a senhora tinha revogado a detenção dela depois que assumi a culpa pela caixa. - Comentou Sirius enquanto sentava a direita de Marlene em uma mesa ratangular, teve uma satisfação constragedora ao constatar que ela corara levemente.


- Não. Apenas dei uma aula particular a srta. McKinnon para repor aaquela que perdeu. - Disse acenando com a varinha para um enorme caixote de madeira. Ele pousou com um baque seco em cima da mesa em que os dois alunos estavam sentados. Marlene se mexeu desconfortável em sua cadeira ao ver o tamanho do caixote. A professora sorriu levemente. - Dentro dessa caixa, tem fotos de alunos de Hogwarts de todas as casas desde 1890. Quero que vocês separem essas fotos por casa, depois por gênero, e então por ano. Não podem usar magia mas não estão proibidos de conversar baixo ente si, e se não terminarem até às onze e cinquenta e nove, voltarão amanhã, mesma hora, mesmo lugar.


- Professora, não podia mandar-nos, sei lá, tirar as folhas do gramado? Pelo menos assim eu não teria que ficar tão perto do Black. - Disse Marlene, Sirius sorriu. Como ele tinha acertado ao chamá-la de Agridocicada!


- Não se preocupe, Agridocicada. Eu só mordo no terceiro encontro. - Rebateu.


- Acalme-se, srta. McKinnon. Falta de escrúpulos não é contagiosa. - Disse a professora como se Sirius não tivesse dito nada. Marlene riu triunfante. - Mas, sabem, essas fotos não vão se arrumar sozinhas.


Os primeiros trinta minutos foram entediantes, Marlene recusava-se a trabalhar junto com Sirius, mas era muito mais rápida que ele. Enquanto Sirius tinha organizado uma pilha de quinze centímetros, Marlene já tinha duas de cinquenta.


- Agridocicada? Quero lhe perguntar uma coisa.


- Pergunte, Black. - Respondeu a linda jovem sem parar o trabalho frenético.


- Por que você quis ser batedora do time da Grifinória? Sabe, existem posições mais delicadas para uma garota.


- Por isso mesmo. Ninguém espera que uma menina consiga ser uma batedora eficiente, principalmente uma menina nada corpulenta como eu. E além do mais, os batedores homens geralmente não tem nenhuma criatividade! Não sabem florear um bastão!


- E de onde você tira toda essa força? Você rescende feminilidade mas eu vi o balaço que você acertou no Nott esses dias... Cara, o braço dele nunca mais vai ser o mesmo!


- Fica mais fácil se você separar pelos anos e depois pelas casa, Black. - Aconselhou Marlene.


- Obrigado. Mas ficaria mais contente se você resondesse minha pergunta.


- Eu venho de uma família grande, minha avó teve sete filhos, sete homens. Cada um teve, tirando o meu pai, três filhos. Todos homens. Meu pai teve quatro filhos, três homens e eu. Então, imagine minha situação. Sou a mais nova, única menina. Se eu não fosse razoavelmente forte e uma bruxa competente, seria o elfo doméstico de meus irmãos e primos! Ou morreria de fome! - Então pensou por alguns segundos. - Provavelmente os dois.


Sirius riu.


- Não conheço seus irmãos...


- Ah, eu só tenho um, da Corvinal, que ainda está fazendo Hogwarts. Está no sétimo ano. Os outros dois já terminaram. Giles, o mais velho, foi selecionado para a Grifinória também. Já Mercúcio, foi da Sonserina. Terminou há dois anos. Os três são do mesmo tamanho ou maiores que você. - Marlene fitou Sirius. - E o seu irmão? Como é?


- Um saco. É o favorito dos meus pais, e os três me lembram disso cada vez que os vejo. A última vez que falei com Régulo foi quando entrei em Hogwarts. Ele me disse: "Boa sorte" e eu acenei com a cabeça. Foi isso.


- Lamento. - Disse Marlene depois de um longo minuto em silêncio.


- Não lamente, Régulo é um imbecil, e os Marotos são irmãos milhões de vezes melhores que ele.


- Você, Pedro e Tiago sabem da, hã, síndrome de Remo, não? - Sirius ergueu as sobrancelhas.


- Você sabe? Como?


- Remo me contou. Caso não se lembre, e não deve lembrar, fui a primeira amiga dele em Hogwarts. Nos afastamos depois que ele conheceu vocês, mas ainda nos falamos às vezes, quando nos encontramos por acaso na biblioteca.


- Quando ele contou para você?


- Ele ficou assutado quando eu falei com ele. Achou que eu pudesse ter medo dele, não sei. Ele incluiu "sou um lobisomem" na apresentação. Foi algo como: "Eu sou Remo John Lupin, também sou novo e viro um lobo na lua cheia". - Os dois riam juntos, a professora juntou levemente as sobrencelhas.


- E o que você disse?


- Você não parece um lobo agora, ou algo assim. Faz tanto tempo que não penso nisso... Remo é uma pessoa tão boa, tão gentil, tão sensata que eu esqueço o tempo todo que ele é um lobisomem. Ou pior, que anda com você!


- Você está determinada a destruir o meu ego!


- E você está determinado a destruir meu coração como fez com o de centenas de meninas! Mas eu não vou deixar! Não vou ser mais uma para ninguém, nem mesmo para você! - Disse Marlene sem respirar, depois corou e escondeu o rosto com os cabelos.


Sirius mal conseguiu pensar. Ela mencionara coração, isso significava que ela estava, mesmo que muito pouco, apaixonada por ele. Marlene também sentia alguma coisa por ele.


- Quer me ensinar o feitiço liquidificador? Eu saí da aula para salvar você de seu suposto suicídio. Mas você teve a reposição com a professora...


- Black, isso é o esperado "convite para sair" de Sirius Black?


- Muitas garotas matariam para estar na sua posição...


- Eu sei, mas infelizmente vou ter que recusar. Não quero que você tenha os melhores N.O.M.'s...


- Ei! Isso é trapaça, Agridocicada!


- Claro, e por isso que eu sou agridoce, e não só doce. - Rebateu Marlene sorrindo.


- E com certeza, é por isso que eu adoro você. Você é completamente diferente das outras, Marlene. Nunca vai ser só mais uma, não para mim.


- Onze e meia e vocês dois estão no fim! Que agilidade! - Comentou a professora Minerva. Mas nenhum dos dois olhou para ela. Estavam compartilhando um olhar íntimo e significativo. Foi Marlene que interrompeu o olhar, fitou as pilhas de pessoas sorridentes ou mal-encaradas, que pareciam estar descontentes por estarem ali. Os lindos e enigmáticos olhos de Marlene estavam meio chorosos.


- Black, eu nunca vou perdoar você por isso. - Disse Marlene, misteriosamente. Do nada ela gemeu e bateu nas pilhas, fazendo com que despencassem. - Inseto! Oh, não! Veja só o que eu fiz. Vamos ter que começar tudo do zero amanhã!


Sirius olhou para ela impressionado. Não era possível que ela tivesse feito isso só para ter mais tempo com ele, era?


- Creio que sim. Bem, estão dispensados por hoje. - Disse a professora desconfiada. Marlene e Sirius saíram rapidamente da sala. Alguns passos para mais perto da Torre da Grifinória, Sirius fez a pergunta que tanto queria fazer:


- Você derrubou a pilha para passar mais tempo comigo amanhã, não foi? - Marlene riu.


- Descobra por si só. - Mas seu sorriso não deixava dúvidas. Não é óbvio? Parecia dizer. Não era a primeira vez que ele fazia isso, mas ao segurar o pescoço de "Agridocicada" ele foi assaltado por emoções inexplicaveis. Quando seus lábios estavam a centímetros de distância ela perguntou: - Black, o que você...?


 


- Descubra por si só. - Murmurou, então, com um leve tremor, beijou os lábios cheios daquela que seria sua namorada.

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    awwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwww *-* nossa que lindo isso. Amei o capitulo, Marlene cedendo... Derrubando pilhas para poder ficar mais tempo com o Six, isso foi demais \o/ Bem, foi demais também ele dar a mesma resposta a ela kkkk  amei mesmo o capitulo, sensacional...Bjoos! 

    2013-02-06
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