Bezerro Apaixonado.

Clair acordou cedo, umas 4:30 da manhã, ela dormira assustada, ficou com medo e ao mesmo tempo ansiosa, pois, queria saber o que Malfoy queria com ela a esta hora. Arrumou-se tentando não fazer barulho, pois as outras meninas estavam dormindo também. Abriu sua mala, e viu que tinha muita coisa inútil que ela provavelmente não iria usar: um notebook, um celular, e os livros da Rowling, mas provavelmente os livros ela iria ler quando der saudade. Lembrou se que ainda não tinha escrito para seu pai. Mas só se passara quatro dias que Clair foi estudar em Hogwarts. Pegou seu celular, só por precaução, como se alguém fosse ligar para ela. Era meio obvio que ninguém iria fazer isso, nem sinal tinha. Devolveu o celular dentro de sua bolsa, e colocou junto com o bilhete que tinha recebido ontem à noite. E sem fazer o mínimo barulho tentou sair do dormitório feminino, assim que saiu, viu que a salão comunal estava frio, e o que geralmente era lotado de pirralhos monstrinhos sonserinos, agora... Estava vazio. Mas também, era apenas 4:50, saiu das masmorras e até que enfim saiu do castelo sem nenhum fantasma perceber que ela tinha saído. Incrivelmente não encontrara pirraça zanzando pelos corredores e pelas escadas. Ainda estava escuro, a lua era cheia, e ainda dava pra ver. Clair foi andando em direção ao campo de Quadribol, estava escuro e ela sentia muito frio e medo às vezes, assim que chegou, não conseguia ver muita coisa, estava com sono. Sentou se na grama e ficou olhando pro céu, com tanto sono, fechou os olhos, mas derrepente ouviu alguns barulhos de paços, quando abriu os olhos, tinha um garoto loiro olhando pra ela, e rindo. Clair se levantou em um susto.

-Malfoy! Você poderia ter avisado pelo menos né.

-A culpa não é minha se você faz o gramado de cama, Mcdonnell.

Malfoy estava bem arrumado, suas mechas loiras não estavam em seus olhos como, geralmente costuma está, seu uniforme estava arrumado, e ele trouxera consigo duas vassouras. Derrepente largou uma no chão e disse.

-Venha Mcdonnell. Vamos.

-Vamos? Você vai me ensinar, ou melhor, vai querer que eu voe com você? Não. Eu tenho medo, por favor.

-Isso é só desculpa, para ficar na mesma vassoura que eu. Mas tudo bem. Venha comigo.

-Como se eu quisesse ficar perto de você.

Mas sem muito papo, Clair sentou na vassoura ao lado de Malfoy. Ela não sabia se Malfoy voava muito bem, seu pai, Draco Malfoy. Era o apanhador da Sonserina, e pelo visto sabia voar muito bem. Mas, será que Escórpio tinha a mesma habilidade que seu pai? Em questão de segundos, Clair já estava no alto com Malfoy. Ela não conseguia se segurar sozinha na vassoura, e por impulso abraçou Malfoy. Ele não a deteve, e começou a voar mais alto e mais alto. Clair olhou pra baixo, percebeu que o castelo de já ficara muito pequeno.

-Malfoy. Desça por favor. Eu tenho medo de altura. Por favor.

-Não Mcdonnell. Você vai aprender a voar. Sua mãe era a batedora da Sonserina. Meu pai o apanhador. Porque não repetimos a mesma tradição?

-Que tradição? Não tem tradição, Malfoy. Por favor! Solte-me.

-Te soltar? Ok.

Malfoy deu meio que uma cambalhota com a vassoura, e Clair percebeu em meio ao giro que eles estavam em cima do lago.

-Malfoy! Não! Por favor. Não me solte!

-Ata. Pensei ter ouvido que era pra te soltar.

Malfoy olhou para baixo e com um impulso desceu ligeiramente. Clair gritava e começou a chorar, Malfoy tentava ignorar o choro e as ameaças de Clair, prometendo que iria bater em Malfoy, mas só não batia porque não poderia soltá-lo ainda. Eles ficaram muito perto da água, Clair conseguia ver algumas coisas, apesar da escuridão e de suas lágrimas. Finalmente, Malfoy levantou vôo novamente, e deixou Clair no chão.

Clair por impulso caiu e começou a chorar desesperadamente. Malfoy ficou olhando, confuso, e depois a abraçou. Clair achou que ele estava ficando louco. Escórpio Malfoy, a abraçando? Só podia ser mentira. Mas, ele falou bem baixinho antes de soltá-la.

-Olhe para o lado. Não grite. Por favor. Apenas olhe.

E ele a soltou, Clair olhou pro lado, Malfoy sentou se ao seu lado. E viu que tinha um animal pequeno dançando, paços complicados por sinal, seu corpo era liso, cinza-claro.

-Ele é um bezerro apaixonado. Fique quieta. Ele dança enquanto ainda tem lua cheia, daqui a pouco vai amanhecer. Era isso que eu queria lhe mostrar. Você consegue vê-lo?

-Sim. É claro! Porque a pergunta? E porque o nome dele é Bezerro apaixonado?

-Bem... Dizem que ele se apaixonou pela lua. Ai, em dias de lua cheia ele aparece. E poucas pessoas conseguem vê-lo.

-Por quê?

-Só pessoas apaixonadas, conseguem vê-lo, Mcdonnell.

-Mas, eu não estou apaixonada. Isso não é possível.

Malfoy. Levantou-se e foi embora, o bezerro apaixonado se assustou e saiu correndo. Clair tentou gritar, o agarrou, mas ele, como era mais forte se soltou e foi embora. Clair não entendia muito bem. Mas... Por quê? Porque ele reagiu assim? Será que ele achou que Clair está apaixonada por ele? Clair não sentia nada por ele. Bem... Talvez sim. Clair às vezes se pegava pensando em Malfoy. Mas, tinha motivos. Ele era insuportável. Clair correu mais uma vez, e Malfoy se virou e disse.

-Amanhã, aqui, as 5:00 irei te ensinar a voar, e você será a nova batedora da Sonserina.

-Porque você quer me ensinar a voar?

Malfoy não respondeu e foi embora. Clair achou melhor deixá-lo pra lá. Como não tinha muito que se fazer, foi em direção ao colégio, quando quase estava entrando no salão comunal da Sonserina. Ouviu uma voz familiar, sua Professora Catherine, a chamava.

-Clair. O que faz acordada há esta hora?

-Bem... Eu... O Malfoy... Ta. Enfim. O Malfoy está me ensinando a voar. Eu tenho medo.

-Porque ele faria uma coisa dessas? O que será que deu naquele menino? Enfim. Vamos.

-Pra onde?

-Você não tem aula, as 6:30 da manhã, né mocinha. Acho melhor irmos, para minha sala e iremos treinar um pouco.

-Ah... Tudo bem.

Clair entrou com Catherine em sua sala. Clair começou a treinar, lançava feitiços, e a professora Catherine, dava aplausos e gritinhos de euforia, às vezes dava um abraço caloroso em Clair. Já se passara uma hora, mais ou menos. Ou talvez duas. Clair teria que ir pra sua aula de Herbologia, mas antes, sem querer esbarrou na mesa de Catherine, e viu uma foto. Tinha certeza de que a neném que vira na foto era, Clair. E tinha certeza também, que ela tem esta mesma foto. Assim que Clair olhou para a foto Catherine, percebeu e recolheu a foto e mudou o assunto.

-E então... Você está voando bem? Sua mãe era a batedora da Sonserina.

-Ah não. Hoje não consegui voar, com a minha própria vassoura. Aliás, eu nem voei. –Clair não quis contar que Malfoy quando a fez passar mal. Achou melhor deixar o seu vôo com Malfoy pra lá.

-Então, o que vocês fizeram?

-Bem, a gente viu um bezerro apaixonado. Malfoy me explicou que só conseguem vê-lo as pessoas que estão apaixonadas. Mas, eu não entendo. Eu não estou apaixonada por ninguém. E quando eu disse isso. Ele se levantou e foi embora.

-Talvez, você não esteja apaixonada por Malfoy. Apenas, goste muito dele. Mas muito mesmo. De querer proteger. Isso não é paixão, isso é amor. E amor, pode ser tanto, amor entre casais, quanto amor entre amigos.

-Talvez. Mas porque ele fugiu?

-Quem sabe Malfoy, esteja descobrindo sentimentos por você, que talvez ele nunca tenha sentido por ninguém, apenas por ele mesmo. –Catherine riu.

-Talvez. –Clair lhe deu um sorriso e apenas saiu da sala. Foi indo pra estufa. Talvez, já esteja na hora.

 

Na estufa. Percebeu que não tinha muita gente apenas às pessoas da Corvinal. Alguns alunos a olhavam com curiosidade como se ela fosse algum objeto que veio de Marte. Os alunos da Sonserina começaram a chegar Malfoy também chegou, mas, não dirigiu alguma palavra a Clair. Assim que acabou a aula, Clair saiu da estufa. E se encontrou com Rebecca, que estava muito feliz. Pois tinha ganhado pontos para sua casa. Clair achava isso normal, mas Rebecca dava gritos de alegria. Passou se um mês e Malfoy não a olhava mais, nem insulto ele dizia. Clair estava começando a se irritar. Por mais que ela o odiasse ela gostava dele, era difícil de entender. Não que ela esteja apaixonada, mas, ela não queria perder seu único amigo de casa. Seus poderes já estavam melhor, e ela sentia que o seu cordão nem pesava e deixava sua pele vermelha, mais.  Parecia um cordão normal. Nunca mais ouviu a voz do cordão. Nunca mais. 

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