Você acredita em magia?



- Está tudo pronto, meu amo?


- Sim, Ólen. Lembre-se não faça barulho, vamos tentar ser discretos, iremos aparatar uma rua antes e iremos andando. Ok?


- Tudo bem, meu amo.


E assim eles foram um jato de luz azul se tornou na rua anterior a casa de Clair e logo se apagou. E foram andando... Um senhor de barba longa e um ser pequeno desengonçado.


- É aqui meu amo. Nesta casa. –Ólen apontava para uma casa grande, modesta, mas ao mesmo tempo muito bonita. –


- O que será que está causando esse alvoroço todo...? –Se perguntava Alvo pra si mesmo. –


- Perdão meu amo, eu não o ouvi. O que o senhor disse?


-Nada Ólen. Vejamos... Como que você conseguiu entrar na casa?


-Ólen usou a janela, meu amo. –E apontou para a janela do primeiro andar da casa, parecia quebrada se olhasse bem. Mas Alvo não passaria naquela janela, Alvo poderia ser um pouco magro, mas não tanto para passar em uma pequena fenda aberta por Ólen. -


-Pois bem, Ólen. Vamos entrar.


-Pela janela, meu amo? –Ólen fez uma expressão muito medonha, que era claramente visível que em sua expressão dava pra se ler ‘’ o senhor não passa na janela ‘’


-Ólen, você é um elfo ou o que? Pois bem. Vamos.


O velho com a barba longa tirou do bolso de seu manto uma varinha, andou até perto da porta de entrada e sussurrou bem baixinho: - alohomora!


Olhou para o elfo com um imenso sorriso na cara e, pois se a dizer ‘’ – Pois bem. Eles não usam mágica para trancar a porta pelo visto. ‘’ – O elfo deu um sorriso amarelo e com cuidado os dois entraram na casa.


A sala de Clair não era muito bonita, apenas alguns móveis, um sofá e alguns materiais de construção, seu pai prometera que iria reformar a casa, mas faz meses e nada disso aconteceu.


- É por aqui, meu amo. – Apontava o pequeno elfo, para uma escada em espiral e logo os dois, foram subindo devagar.


- Esta casa não me parece mágica. Não há nada que apresente algo mágico por aqui. Ólen desça e procure na cozinha, banheiro, enfim. Algo, alguém, ou o que quer que seja. Qualquer coisa grite.


-Mas meu amo, não é perigoso você sozinho no segundo andar?


-Ólen, desça.


E assim Ólen desceu irritado, resmungava algumas palavras parecia se preocupar muito com o velho de barbas longas.


Alvo então subiu as escadas e iria em direção ao segundo quarto, mas alguma coisa o chamou atenção no primeiro quarto, a porta estava entre aberta e dava pra perceber que havia uma menina dormindo.


Alvo devagarzinho abriu a porta e entrou no quarto, a princípio não encontrara nada, apenas objetos trouxas, um notebook em cima de uma mesa, um grande espelho, maquiagem, doces, até que viu a menina se mexer, em um susto tentou correr para um cômodo que havia dentro do quarto da menina, mas não conseguiu, a garota tinha acordado. E logo que viu o senhor de barba longa gritou. Mas antes que pudesse acordar alguém Alvo falou.


- Shhhhhh! Por favor. Não irei te machucar, só estou atrás de uma coisa que... –Alvo não conseguiu terminar, seus olhos avistaram o que ele achava que poderia ser a chave dos problemas... Sim, o colar de Clair.


- Quem é você? E está atrás? Atrás do que? Aqui não tem nada.


Alvo pareceu mais confortável ao olhar para o colar de Clair. E sentou a sua cama.


- Alvo. Eu me chamo Alvo. Estou procurando bem... Seu colar.


-Meu colar? Não! Ele é presente, eu não vou lhe entregar um colar. Ele é meu. E a propósito saia da minha casa, eu não sei quem o senhor é, saia daqui!


- Acalme-se, não irei te fazer mal. Diga-me, com quem conseguiu este colar?


- Meu pai. Ele me deu. Esse colar não tem valor. Pois veja, prata vagabunda e os olhos da cobra devem ser de plástico ou alguma coisa parecida.


- Está enganada, moça. Esse colar é feito da mais pura prata e são diamantes reais, retire-o, por favor. Eu tenho que levá-lo.


-Não! Se bem que, ele não sai. Eu já tentei tirar, mas não consigo.


-Se me permite... –Alvo chegou perto da menina e tocou o seu colar, mas com uma reação ele logo o soltou. –


-Já era de se imaginar... –Disse Alvo colocando o dedo na boca, Clair percebeu que os dedos pálidos de Alvo ficaram vermelhos, da cor do seu nariz quando Clair se expunha ao sol.


- O que? De se imaginar, o que? Diga.


- Ele lhe protege, não deixa que você consiga emitir nenhum de poder ou alguma coisa do tipo. Alguém o enfeitiçou.


-Feitiço...? Mágica? Não pode ser. Isso não existe. Desculpe-me, o senhor está louco.


E um silêncio brotou no ar, mas foi logo cortado por uns barulhos, parecia alguém subindo, logo em seguida a porta do quarto de Clair se abriu e aparecera Ólen.


-Meu amo? Meu amo. Ela... Ela está acordada! Ela é uma trouxa, não pode saber de nós.


- Ei, tudo bem que eu sou trouxa, mas não precisa jogar na cara. –Disse Clair irritada.


- O que aconteceu com a menina que disse que mágica não existe? Como você sabe como nós chamamos os seres não mágicos?


-Bem... Mas... Oras mais... Olhe para ele! Ele é... Um, um elfo? Meu deus! Não. Eu estou ficando louca?


-Não. Não está. Sim, o nome dele é Ólen.


-Ólen com um pouco de receio de tocar a mão de Clair, apenas disse baixinho.


‘Não, sua sangue-ruim, sou um unicórnio’ Alvo percebeu o que Ólen disse que o fitou com um olhar de reprovação, Ólen abaixou a sua a cabeça, e Alvo se voltou para Clair.


-Pois bem... Como você sabe sobre o nome ‘trouxa’?


-Bem... Eu leio livros. Os meus preferidos são estes. –Clair se levantou e pegou um dos seus livros favoritos, o ultimo da saga que ela tinha terminado de ler um dia atrás. –


-Pois bem... Rowling... Foi uma ótima bruxa, uma ótima. Grifinória tem uns ótimos escritores.


-Como assim... Foi?


-Nada é pra sempre minha cara, nada...


-Entendo. Por isso que nunca encontrei livros dela... Porque ela... Está morta?


-Não, esses livros só são encontrados no mundo bruxo. Mas, bom. Você não encontrará mais um livro dela em qualquer biblioteca bruxa do mundo, a não ser os livros que você já tem é claro.


-Entendo. –Ólen percebeu que Clair o fitava com os olhos e disfarçou.


-Ei... Espere. Você, você é o pequeno ser que estava mexendo nas minhas roupas noite passada.


- Sim, sangue... Sim. Era eu. –Ólen tentava se acalmar, mas quase que não conseguia evitar tratar mal a aquela menina.


-Não ligo para suas ofensas Ólen. Mas, você é um elfo muito bonito. –Clair deu um sorriso, e Ólen sem querer a retribuiu, mas logo ajeitou sua cara amarrada e se voltou para Alvo.


-Meu amo, se o senhor já encontrou o que queria, poderia apagar simplesmente a memória desta trouxa e irmos embora? –Dizia Ólen apressado.


-Claro Ólen. Mas, devo especular que a miss... Como é o seu nome, moça?


-Clair.


-Bom... Que a miss Clair, não é uma simples trouxa. Corre sangue mágico nas veias desta menina, se não, não seria um motivo para alguém querer a proteger de seus poderes com este colar.


-Mas este, meu amo... É o colar da...


-Sim. É. –Alvo fitou Ólen, como se quisesse dizer ‘’ não diga. ‘’ e pareceu que Ólen entendeu o recado.


-Mas... O senhor não quer o colar? Faça algo para que ele saia do meu pescoço, uma mágica talvez. –disse Clair incrédula.


-Não é possível, ele está te protegendo com uma magia muito poderosa, uma simples mágica não será possível retirá-lo. Talvez... Só com tempo iremos descobrir... O tempo... É algo muito improvável não acha? Que horas tem Ólen? –Alvo virou se para Ólen.


-01h29min meu amo. Devemos ir embora.


- Tem razão. –Alvo levantou-se da cama e apontou a varinha para Clair, mas abaixou.


-Não vale à pena apagar suas memórias, pequena jovem, eu voltarei daqui a um mês, mas entrarei em contato com você moça, constantemente.


-Então... Ta. –Clair não parecia muito confortável sabendo que iria ter notícias de um velho de barbas longas que sabia fazer mágica.


E o velho de barba longa e o pequeno desengonçado foram descendo as escadas e deixaram Clair sozinha em seu quarto.


Ela ainda não acreditava nas palavras do senhor, ‘’Ela? Uma bruxa? Ela nem sequer fez coisas estranhas acontecerem. Mas talvez, ele tenha razão... E esse colar? Ele é muito estranho para Clair, não parece um simples cordão barato. Clair lembrou quando o pequeno Ólen disse ‘’ Mas esse é o cordão da... ‘’ ‘’Dá quem? ‘’ se perguntava. Resolveu voltar a dormir, quem sabe isso tudo não era um sonho.

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