Domingo



N/a: Eu prometi que ia ser mais rápido e ineditamente consegui! Aqui está o próximo capítulo, Sabrina Lopes, obrigada, você é uma fofa! E lembrando a todos que eu sempre aceito críticas, comentários e sugestões sobre a história ok? Espero que gostem!



                                                         ***
                                                     Domingo


Acordei com uma sensação estranha, como um aperto no meu peito, que deveria significar alguma coisa. Era como se eu tivesse acabado de ter um pesadelo ou receber um noticia ruim e o ar parecia extremamente quente e abafado. E então eu lembrei: era domingo. Me virei para o lado decidida a voltar a dormir, aquele não era um dia que eu queria presenciar. Mal havia fechado os olhos quando imagens de Fred começaram a aparecer e eu chutei os lençóis irritada, ao que parecia minha única escolha era acordar.
Eu estava em um humor especialmente ruim, irritada com tudo, eu não queria ouvir discursos idiotas, nem ver estátuas idiotas e nem conversar com pessoas idiotas sobre a morte idiota de um bando de idiotas. Eu estava um pouco revoltada demais aquela manhã, e um pouco muito apegada a palavra “idiota”, mas a verdade é que eu talvez não estivesse pronta para aquilo, para nada daquilo. A verdade é que eu queria simplesmente desaparecer ou voltar no tempo para uma época em que o Fred ainda estava vivo, ou fazer como todo mundo parecia fazer e agir como se tudo estivesse absolutamente normal e perfeito e nada tivesse acontecido e nós devêssemos voltar as nossas vidinhas de sempre.
Como que para ilustrar o que eu pensava uma menina de um grupo de meninas do primeiro ano ao meu lado choramingava sobre como um menino insignificante do ano dela da lufa-lufa estava claramente a fim de alguma outra colega delas. Eu tentei me concentrar nas minhas torradas a minha frente, mas chegou um momento que eu não aguentei mais:
-QUEM LIGA?! – Eu me virei para ela possessa – Serio! Quem se importa se ele não gosta de você, nossa coitada seu primeiro amor platônico disse que sua coleguinha idiota era bonita, sua vida é completamente um desastre não é?
Todos estavam calados me fitando perplexos, a menina mais do que qualquer um, e lentamente lágrimas começaram a escorrer pelo rosto dela.
-Hoje é o dia em que estamos todos relembrando as pessoas que morreram aqui e tudo que você consegue fazer é ficar infeliz por causa de uma coisa tão insignificante e besta?! – Eu queria enfiar minhas unhas naquele rosto redondo e infantil dela – Você não merecia ter sido salva por eles. Por NENHUM deles.
Virei-me e sai do salão sentindo fumaça sair de meus cabelos, meu corpo estava retesado e pronto para matar a primeira coisa que cruzasse o meu caminho e eu já tinha começado a fantasiar sobre como mataria o infeliz que tivesse o azar de estar no lugar errado na hora errada quando eu vi aquilo.
Não sei como eu não havia notado antes. Vasculhei meu cérebro a procura de já ter visto algo sendo construído ali, mas constatei que não, deviam ter colocado apenas naquela manhã. Eu me aproximei hipnotizada. Passo depois de passo eu chegava mais perto, eu estendi minha mão tentando tocar a enorme estatua quando repentinamente eu não conseguia mais avançar. Estava a cerca de 3 metros da estatua e não conseguia me aproximar nem mais um pouco que fosse. Comecei a entrar em desespero e estender minhas mãos o máximo que conseguia tentando de alguma forma alcança-la, quando alguém gentilmente pôs uma mão em meu ombro.
-Desista, eles colocaram um feitiço para que ninguém possa se aproximar dela antes da hora.
-Você não entende! – Eu virei para ele furiosa, minha vista embaçada pelas lágrimas que não chegara a derramar.
-Porque todas as pessoas com quem eu me importava que morreram nunca receberão uma estatua ou mesmo um discurso bonitinho em sua homenagem? – Ele falou com uma frieza assustadora – Tem razão. Eu não entendo.
Aquilo deveria ter me deixado completamente furiosa, e em parte me deixou, mas na verdade serviu para me deixar apenas mais calma, e mais triste.
-Eu odeio o dia de hoje – Anunciei quase acusando-o pelo fato.
-Acho que todos percebemos isso lá dentro Weasley – Ele disse irônico – Por um momento achei que seus cabelos realmente estivessem em chamas.
-Aquela menina era uma imbecil – Eu avisei em minha defesa.
-Quase todas aqui são – Ele deu de ombros – Não vale a pena gritar com todas elas.
-Elas não entendem... Você não entende – Eu falei irritada – Ninguém que nunca passou por isso entende o que é perder um irmão. E não era só um irmão, era o Fred! – Eu anunciei desesperada.
Ele ficou parado me fitando com os olhos sem emoção, como se pensasse em algo que eu não conseguiria compreender.
-Sim eu sou pateticamente dramática e repetitiva, pode falar em voz alta – Eu resmunguei olhando ao longe, me preparando para o baque que seria quando ele admitisse aquilo em voz alta, provavelmente zombando de mim. Mas o baque nunca veio. Em vez disso ele ficou em silêncio um tempo olhando para mim com aquele mesmo olhar estranho.
-Malfoy? Não adianta cair morto agora que não vão te colocar nessa estátua – Eu avisei quase séria, começando a ficar seriamente preocupada com o silencio dele.
-E você acha Weasley – Ele começou falando calmamente – Que alguém entende o que eu passei?
Eu abri a boca para dizer alguma coisa, pega de surpresa. Quando ele deu um risinho incrédulo e começou a andar em direção a saída da escola.
-Você não pode simplesmente sair assim! – Eu gritei para ele sem saber como reagir.
-Volte para dentro Weasley, antes que seus amiguinhos comecem a organizar uma equipe de resgate a maníaca desaparecida – Ele falou sem se virar, continuando sua caminhada.
Antes que eu tivesse tempo de digerir aquilo e ficar irritada por ter sido chamada de maníaca, percebi já estar dentro da escola de novo. Desde quando eu seguia ordens do Malfoy? Me perguntei furiosa, quando notei uma pessoa parada do outro lado do corredor, olhando para mim num estranho misto de alivio e medo. Fui na direção de Rony sem entender porque ele quase deu passo para trás quando eu me aproximei dele.
-Rony... Está tudo bem? – Eu perguntei preocupada com a sanidade mental do meu irmão.
-Você está calma – Ele sorriu aliviado.
Eu parei confusa com a resposta inesperada de Rony quando me ocorreu que ter berrado com uma menina do primeiro ano e depois sumido de vista não me classificava exatamente como uma pessoa mentalmente sã ou confiável.
-Ah isso... – Murmurei sem jeito – Aquilo só me deixou louca da vida...
-Eu sei – Ele deu um meio sorriso para mim – Mas isso não te dá o direito de gritar daquela maneira com uma criança. Ela não participou da batalha, ela não sabe como foi e ela não estava com a intenção de incomodar ninguém e você sabe disso – Ele disse sério olhando nos meus olhos.
Eu olhei para o outro lado, enquanto a verdade daquelas palavras me atingia, eu já me preparava para protestar quando Rony leu minha mente.
-E não venha com essa de “você não me entende” porque eu sou uma das cinco pessoas nesse mundo que sim, te entendem, perfeitamente.
Eu parei por um momento para fazer a conta, e ao perceber que até nisso ele estava certo, fiquei furiosa.
-Você... É um chato! – Pateticamente foi tudo que eu consegui dizer.
Ele começou a rir de mim, com vontade, o que só me enfureceu mais ainda.
-Espera... – Eu falei quando me ocorreu de repente – É por isso que a Hermione e o Harry te mandaram atrás de mim para dar uma lição de moral? – Eu perguntei – Porque eu não poderia usar a desculpa de “você não me entende?”?
-Ah... Assim... – Ele começou a gaguejar nervoso – É. Na verdade aquela menina também estava me irritando e eu entendo totalmente porque você gritou com ela. Eu mesmo estava tentando lembrar o nome do feitiço que a Hermione tinha me ensinado ano passado para aplicar nela. Só que muita gente ficou brava com você e a Hermione mandou eu vir falar com você... E eu vim – Ele completou parecendo meio confuso sobre como aquele assunto tinha sido iniciado – Mas eu ainda acho que você pegou pesado com a menina – Ele acrescentou obviamente se lembrando das instruções da Hermione.
-Hipócrita – Eu o acusei, fuzilando-o com os olhos.
-Com toda certeza – Ele sorriu para mim.
E foi então que ouvimos o som das carruagens chegando, trazendo todas as famílias convidadas para o evento. Meu estomago embrulhou-se terrivelmente e eu olhei para Rony desemparada.
-Acho que está na hora... – Ele falou sem muita segurança, empalidecendo visivelmente, enquanto pegava minha mão e nos forçava a ir para fora, onde os familiares de preto já podiam ser vistos e em algum lugar, cabeças ruivas desoladas nos aguardavam.
-Ron... Eu quero ir embora... – Eu falei em pânico.
-Eu também... – Ele murmurou infeliz apertando minha mão com mais força e me obrigando a seguir em frente – Eu também.


 


Continua...

 

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Comentários (3)

  • vritupotter

    Ai, Gina, tô achando que tem é que aproveitar a solteirice mesmo, porque o loirinho não tá com nada também nesse capítulo. Queria ver essa estátua...

    2021-03-02
  • Ana Slytherin

    Mil desculpas por ñ comentar o outo capitulo , é que eu fiquei sem net Mas então voltando  ao assunto Tão bonitinho o Rony falando com a Gina sobre a morte do Fred  Amenina teve sorte de ñ ter sido azarda pela Gina Ah claro que eu esqueço  de falar cque o Draco é lindo To ansiosa pelo cap viu  

    2012-04-24
  • lopes slytherin

    Otimo capitulo! Espero que post o outro o mais rapido possivel e quando vai ser o jogo de quadribol da Gina edo Draco? E quando a Gina ira falar com o harry??

    2012-04-19
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