Único
A primeira parte desta shortfic foi retirada do livro "HP e o Enigma do Príncipe" de JK Rowling.
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-"Eu não posso aceitar a idéia de que nunca mais retornarei...", ela disse tristemente. "Como podem fechar Hogwarts?".
- "Talvez não queiram.", disse Rony. "Nós não estaremos em perigo menor aqui tanto quanto em nossas casas, estaremos? Todos os lugares são iguais agora. Eu diria até que Hogwarts é mais segura que dentro da casa que qualquer bruxo possa defender. O quê você acha, Harry?"
- "Eu não retornarei mesmo se reabrir", disse Harry.
Rony se engasgou, mas Hermione disse tristemente "Eu sabia que você ia dizer isso. Mas então o que você fará?".
- "Eu vou retornar a casa dos Dursleys por enquanto, porque Dumbledore assim desejou", disse Harry.
-"Mas vai ser uma visita curta, e então terei ido para o bem."
- "Então você partirá e não retornará para a escola?"
- "Eu pensei que eu voltaria novamente para a Toca", murmurou Harry. Mas ele tinha uma idéia fixa em sua cabeça desde a noite da morte de Dumbledore. "Para mim, isto começou aqui, tudo isto. E justamente tenho a sensação de que devo partir. E preciso visitar as sepulturas de meus pais, ele desejava isso. E então...".
- "E então o quê", perguntou Rony.
- "Então eu tenho que encontrar os Horcruxes restantes, não tenho?", disse Harry, seus olhos postos sobre a branca tumba de Dumbledore, que refletiam as águas do outro lado do lago. Isso porque ele me procurou, isso porque ele me falou tudo sobre isso. Se Dumbledore estava certo - e eu tenho certeza que estava - existem ainda quatro deles lá fora. Eu preciso encontrá-los e destruí-los e então depois eu devo ir de encontro ao sétimo pedaço da alma de Voldemort, o pedaço que ainda permanece em seu corpo, e sou eu que deverá encontrá-lo para matar. E se eu encontrar Severus Snape ao longo do caminho",acrescentou "tanto melhor para mim, quanto pior para ele".
O silêncio pesava.
A multidão estava quase dispersa agora, davam os pêsames com um largo abraço na figura monumental de Hagrid, cujos suspiros ainda ecoavam através das águas.
- "Temos que voltar, Harry," disse Rony.
- "O quê?"
- "para a casa de seu tio e sua tia," disse Rony "e então iremos contigo, onde quer que você vá."
- "Não -" disse rapidamente Harry, ele não contava com isso, e ele pensava que eles deviam entender que ele deveria fazer só uma longa e perigosa jornada.
- "Você já nos disse isso," disse Hermione calmamente, "que tinha tempo para nós voltarmos atrás enquanto você também procura. Nós temos tempo, ou não temos?"
- "Estaremos contigo pro que der e vier", disse Rony. "mas, amigo, você deve retornar à minha casa antes que a gente faça outra coisa, juntamente a papai e mamãe na Toca".
- "Porquê?".
- "Gui e Fleur vão se casar, lembra?".
Harry olhou para ele, paralisado. A idéia de qualquer coisa tão normal como um casamento parecera incrível e, entretanto, bela.
- "Sim. Não devemos faltar!", ele disse finalmente.
Sua mão se fechou automaticamente sobre o Horcruxe falso, mas apesar de tudo, apesar da obscuridade e da trajetória que se apresentava diande de si, apesar do encontro final com Voldemort que sabia que poderia estar dali a um mês, a um ano, ou em dez, sentiu seu coração elevar o pensamento de que havia , junto a Rony e Hermione, ainda um dia dourado de paz para apreciar.
Caminhavam juntos para o expresso de Hogwarts. Harry foi andando na frente dos outros dois amigos apreciando cada pedaço da escola que fora seu lar pelos últimos seis anos, em uma despedida silenciosa.
Rony e Hermione andavam lado a lado de forma tão próxima que seus braços se tocavam. Ron iniciou uma conversa alheia a Harry.
- Mione nos veremos antes do casamento, né?
- Não sei ainda Ron. Nem sabemos a data certa do casamento e se vamos acompanhar Harry na busca das Horcruxes, tenho que pensar em meus pais, em como protegê-los.
-Eu também. Mas, quero dizer que... Eh,ficarei preocupado se você demorar muito a ir para a Toca. Nestes tempos incertos, não sei se poderemos nos comunicar. Se você poderá mandar notícias.
- Ron daremos um jeito. –Dizendo isto Hermione passou o braço pelo braço de Rony que estava em com as mãos nos bolsos e apertou com a mão livre. Virou-se para ele e encarou seu rosto com um pequeno sorriso. Rony retribuiu com um sorriso maior. O que fez Hermione olhar profundamente nos olhos azuis do ruivo e demorar mais que o desejado para desviar seu olhar. Foi Rony quem parou de encará-la e continuou a conversa em um tom mais sério.
-Quero que leve Pichi com você e me mande uma carta assim que decidir a data que vai pra Toca.
-Não vou levar sua coruja, como você mesmo disse, não sabemos se poderemos usar o correio coruja.
-Mesmo assim ficarei mais tranqüilo se tiver certeza que tem uma coruja em sua casa, para me avisar de qualquer emergência. Além disso ela é bem pequena não te incomodará.
Hermione não respondeu mais nada apenas acariciou o braço de Rony . Ficava feliz com a preocupação de Ron principalmente depois do ano tumultuado que tiveram. Sofrera muito com a indiferença do ruivo, depois com seu namoro com Lilá e nem gostava de lembrar do desespero que sentiu com seu envenenamento. Agora Ron demonstrava se importar muito com ela. Ficar ali andando de braços dados a ele, mesmo que como amigos dava a Hermione uma sensação de esperança no futuro incerto.
Os pensamentos de Hermione foram interrompidos com a chegada dos três ao trem. Sem perceber ainda estava com seu braços entrelaçado ao de Rony e quando Lilá passou ao lado deles sentiu-se apunhalada pelos olhares de raiva da colega. Neste momento Ron a puxou para mais perto tirando suas mãos do bolso e abraçando Hermione pelos ombros. Ele parecia querer protegê-la do mundo.
Rony não sabia explicar a súbita coragem de demonstrar sua preocupação com Hermione, mas sentia que o momento não era mais para incertezas. Sabia que Hermione mesmo que não quisesse admitir precisava dele e ele precisava dela. A cada leve carícia dela sentia o corpo inteiro arrepiar e pedir por mais. Desde o enterro em que choraram abraçados e que Rony a acalantou e secou suas lágrimas foi difícil para ele afastar seu corpo do dela.
Todos os alunos de Grifinória que entravam no trem, mesmo ainda abalados pelo enterro de Dumbledore, perceberam os amigos entrarem no vagão abraçados. Então Rony sussurrou próximo ao ouvido de Hermione.
-Ficaremos bem, se ficarmos juntos.
Hermione com um leve sorriso no rosto procurou novamente pelo olhar de Rony, pois queria sentir o mar azul que a fazia se sentir mais calma e esperançosa. Entraram na cabine já ocupada por Harry e quase não falaram até a despedida na estação de King’s Cross, apenas confidências veladas na troca de seus olhares.
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