Epílogo



Acordei com alguns raios de sol batendo no meu olho. Esqueci de fechar as cortinas ontem de noite, faço isso com uma grande freqüência. Virei-me na cama e abracei o meu marido e coloquei o rosto escondido no vale entre o pescoço e o ombro dele. Ele então deu um beijo no topo da minha cabeça, sabia que eu já estava acordada.


- O silêncio nessa casa está tão bom! – murmurei ainda sem levantar o rosto – Poderia ficar assim para sempre.


- Detesto estragar a sua alegria – comentou – Mas você sabe que não vai continuar assim por muito tempo.


- Não me fala uma coisa dessas! – disse me sentando na cama – Vai acabar atraindo.


Nesse momento, o quarto foi tomado por um choro de bebê.


- Esta vendo! – dei um tapa no braço dele me fingindo de brava – Agora eu vou ter que me levantar.


- Vamos logo então! – se levantou e me ajudou em seguida – Você vai ver a Cath enquanto eu acordo as outras crianças e preparo o café da manhã.


- Tudo bem! – concordei enquanto saia do quarto.


Entrei no cômodo totalmente rosa e me aproximei do berço que ficava perto da janela.


- Você já acordou! – peguei minha filha caçula no colo, ela parou de chorar imediatamente – Aposto que alguém está com fome.


Ela apenas ficou me encarando com a mãozinha esquerda na boca. Eu fui caminhando até a cadeira de balançou e me sentei lá.


- Está na hora de você mamar! – falei enquanto abria blusa – Por que a mamãe precisa comer depois.


Fiquei observando o rostinho do meu bebê enquanto ela mamava, esse era mesmo um momento, somente de nós dois.


- Mãe! – o momento de tranqüilidade acabou.


- O que houve agora Lilian? – ela entrou no quarto, seguida de perto do irmão.


- O Harryzinho pegou a minha boneca e não quer me devolver! – reclamou com o braço cruzado.


- Harryzinho devolve a boneca da sua irmã! – revirei os olhos, essas brigas entre os dois era quase rotina.


- Mas eu não peguei nada mãe! – se defendeu – É ela que não sabe onde coloca as coisas e depois fica me acusando.


- Peçam para o pai de vocês resolver isso – pedi – Eu estou um pouco ocupada agora.


- Eu falei com ele! – Lilian explicou – Mas ele disse que não pode fazer nada agora por que esta fazendo o café da manhã.


Então o telefone começou a tocar e fez com que Cath parasse de mamar e chorasse. A manhã estava mesmo bem movimentada.


- Deixa que eu atendo o telefone! – Harry avisou.


Comecei a ninar a minha filha até que ela parou de chorar e voltar a mamar tranqüilamente.


- Lilian! – a chamei novamente – Por que você não vai procurar a boneca novamente no seu quarto. Talvez ela esteja lá e você não viu direito.


- Tenho certeza de que não está lá! – ela podia ser muito teimosa ás vezes, puxou o Harry nisso.


- Não fui eu! – Harryzinho disse novamente.


- Harryzinho! – Daniel entrou no local trazendo uma boneca na mão, não vou comentar mais nada – Onde que eu coloco essa boneca para a Lilian não encontrar?


Quando ele olhou para a irmã mais velha, engoliu em seco.


- Ops! – disse.


- Devolve a minha boneca! – arrancou o brinquedo da mão dele – Eu não disse que foi o Harryzinho mamãe.


- Muito obrigada Dan! – ele virou bravo para o irmão – Agora eu estou encrencado.


- Crianças! – Harry entrou no quarto – O Café está pronto, vamos todos para a cozinha.


- Depois eu vou me vingar! – Lilian disse enquanto saia do quarto – Pode ser hoje, pode não ser amanhã, mas eu vou me vingar.


- Harryzinho! – o chamei fazendo com que parasse no meio do caminho e me olhasse – Quantas vezes eu já disse para não fazer isso com a sua irmã, ainda mais colocando o seu irmãozinho no meio.


- Desculpa mãe! – disse de cabeça baixa – Não vou mais fazer isso.


Sabia que ele não iria cumprir a promessa, mas não ia falar nada agora.


- O que foi dessa vez? – Harry quis saber.


- Harryzinho e Dan esconderam a boneca da Lilian! – expliquei.


Então ele começou a rir.


- O que foi? – perguntei o olhando chocada.


- Só estava me lembrando quando eu e Henry éramos pequenos – explicou – Fazíamos as mesmas brincadeiras com a Lizzie.


- Espero que não ande dando conselhos para os seus filhos – me fingi de brava – Sabe que não pode fazer uma coisa dessas.


- Pode deixar que eu não estou fazendo isso – garantiu.


Olhei desconfiada para o meu marido, mas não disse nada.


- Quem era no telefone? – quis saber.


- Lizzie! – respondeu – Ela só ligou para lembrar a gente de não chegar atrasado no almoço na casa dela hoje.


- Então me deixe terminar de amamentar a Cath aqui! – pedi.


- Pode deixar! – me deu um selinho e passou o dedo pelas bochechas da filha – O seu café já está pronto lá.


Ainda não consigo acreditar que já estou casada com o Harry há cinco anos e muitas coisas aconteceram desde então. Os primeiros meses de casados foram maravilhosos, estávamos curtindo o nosso amor ao lado de nosso lindo casal de gêmeos, ele também fazia tudo por mim alegando que queria que eu tivesse uma gravidez tranqüila e que nosso bebê nascesse forte e saudável. O dia em que Daniel nasceu foi um momento muito especial para nós ele era o que estava faltando para a nossa alegria ser completa.


Durante um bom tempo, Harry tentou me convencer a termos mais um filho, dizia que precisávamos tentar ter outra menina para termos dois casais de filhos. E eu, é claro, sempre dizia que três crianças já me davam bastante trabalho e eu ainda não estava preparado para ter outro bebê. Até que, em uma viajem que fizemos ao Havaí, acabei descuidando e acabei engravidando, por mais que não tivesse sido planejado (na realidade, nenhuma foi mesmo) eu acabei curtindo todos os momentos dessa gestação. Hoje Catherine está com dois meses e não sei como seria a minha vida sem ela.


Mas, é claro que não somos os únicos que temos novidades para contar desses últimos cinco anos.


Para começar, minha irmã e Rony. Menos de dois meses depois do meu casamento, os dois resolveram regularizar sua situação e se casaram também. Logo depois, meu cunhado resolveu se mudar para Manchester para ajudar o pai com o restaurante. Eu sentiria muita falta no do meu assistente, mas é claro que a Hogwarts Magazine logo arranjou um outro assistente para mim. Os dois ainda estão morando lá e parecem muito felizes.


É claro que o pequeno Tony não ficou sendo filho único por muito tempo. A pequena Tabata agora está com três anos.


Já Lizzie e Neville se casaram um ano depois que eu e Harry (a cerimônia teve tudo que ela tinha direito). E depois de muita insistência do marido, minha cunhada acabou aceitando ter um bebê. Brenna tem apenas dois anos, mas já está viciada em compras como a mãe. Eles continuam morando em Londres e são muito felizes.


Henry e Luna continuam morando em Los Angeles e tiveram um menino, Oliver, mas, há algumas semanas e deram a noticia de que teriam um novo bebê.


Há três anos, o pai de Harry disse que não agüentava mais morar em Nova York e resolveu pedir demissão do hospital. Então ele e Lilian voltaram a morar em Romney Marsh.


- Já acabou bebê! – me levantei e coloquei Cath para arrotar – Agora a mamãe vai tomar café. Não queremos a tia Lizzie irritada por chegarmos atrasados no almoço.


Coloquei ela no berço e fui para a cozinha onde e Harry e as crianças já estavam me esperando.


Em menos de uma hora todos estávamos arrumados e prontos para sair.


- Já liguei para Lizzie e disse que estamos saindo de casa – meu marido avisou enquanto abria a porta – Ela já está nos esperando.


O apartamento de Neville e Lizzie não ficava muito longe, mas havia um pequeno engarrafamento, então demoramos uns vinte minutos para chegar lá.


- Como vocês demoraram! – minha amiga disse assim que abriu a porta para entramos – Já estava quase chamando a policia.


- Desculpa Lizzie – Harry respondeu – Foi só transito.


Ele entrou e foi cumprimentar Neville, que estava vendo televisão sentado no sofá. As crianças saíram correndo em direção aos quarto junto com a prima.


- Será que você pode vir me ajudar a terminar o almoço na cozinha? – ela pediu.


- Claro! – concordei – Harry, será que você pode olhar um pouco a Cath para mim?


- Pode deixar comigo – falou puxando o carrinho para junto de si.


Eu peguei a escada e fui pegar alguns pratos enquanto minha cunhada retirava a comida da panela a colocava em um refratário.


- Da para imaginar como a nossa vida era diferente há cinco anos? – comentei de repente.


- É verdade! – concordou – Se me contassem, naquela época, que eu estaria exatamente desse jeito, eu não iria acreditar. Terminamos de arrumar a mesa e logo o almoço foi servido. Era um ótimo encontro de família que acontecia todo os Domingos e que, se dependesse de nós, aconteceria por muitos e muitos anos.


 


Fim

***
Em breve: Pregnant 3

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