Part VIII
Love, love, love
Amor! Amor? Amor.
You can't feel me, no/ Você não pode me sentir, não
Like I feel you / Como eu te sinto
Pansy ficou em seu quarto até a hora do almoço, quando Narcisa foi chamá-la.
-Querida, vamos almoçar?
-Er... tudo bem. –a menina estava sentada na cama olhando para a parede logo em frente.
-Pansy, eu ouvi o que aconteceu... –a mulher começou a dizer e a menina, como se levasse um susto, girou a cabeça em sua direção. –Não foi muito difícil, você sabe... com vocês praticamente gritando e...
-Narcisa, eu sinto muito, eu...
-Não filha, não precisa se desculpar. Eu sei qual é o estado atual de Draco. –a mulher disse gentilmente. –Eu só acho que você precisa ir mais devagar. –Pansy fez menção de falar, mas a mulher logo continuou. –O que eu quero dizer é... não exija muito dele agora.
Como se fosse possível que ela conseguisse tirar alguma coisa dele em qualquer outro dia. –a menina pensou insatisfeita.
-Ok. –sussurrou.
-Muito bem. Agora vamos. –a mulher falou e estendeu a mão tão pálida quanto a do filho.
Uns dez minutos depois que Pansy sentou-se a mesa, Draco apareceu de cara emburrada e sem falar absolutamente nada, nem mesmo com a mãe, começou a comer. Intrigantemente, o menino escolhera o lugar logo em frente à Pansy. Poderia ela considerar isso um bom sinal?
-Então Pansy, me diga, quais os seus planos para depois de Hogwarts? Você ainda pretende trabalhar no Ministério? –Narcisa perguntou, preferindo ignorar o silêncio do filho.
-Sim. Meus pais já acertaram praticamente tudo. E, bom, eu realmente gosto dessa área.
-Oh, certamente. Mas se eu me recordo bem, há alguns anos atrás seu desejo era ser medibruxa, estou certa?
-Sim Narcisa, é que...
-Não seja boba mãe. Ela só falava isso para impressionar você e o papai. –Draco cortou Pansy que o encarou com a boca entreaberta.
Quando Narcisa falou, Pansy podia afirmar que a mulher estava com quase tanta raiva quanto ela mesmo.
-Ora Draco, que falta de educação. Deixe a menina acabar de falar.
O rapaz bufou incrédulo e voltou sua atenção para o prato.
-Fale minha filha.
-Filha? –o menino levantou a cabeça novamente. –Isso é uma piada?
-Draco Malfoy, que modos são esses? Deixe suas irritações estúpidas fora dessa mesa!
-Estúpidas?! Eu não lembro de ter dado permissão para essa aí vir aqui! – o menino disse, dando um olhar de desdém para Pansy.
A menina não conseguia acreditar na atitude do garoto. Como havia pensado antes, ele falava dela como se Pansy não fosse nada, como se fosse alguma daqueles traidores de sangue que estudavam em Hogwarts.
-Eu a convidei, Draco. Pansy sempre será bem vida aqui. –Narcisa disse fortemente.
-Isso é palhaçada...
-Chega, Draco. –Narcisa o interrompeu.
-Mamãe! Interrompendo as pessoas? Que falta de educação! –zombou Draco.
-Eu disse chega! –a mulher adquiriu um som quase sombrio, que Pansy pensava que certamente não combinava com ela. Ainda sim, a menina ficou aliviada por Draco ter calado a boca.
Eles continuaram em silêncio por um bom tempo. Entretanto a menina podia apostar quantos galeões fossem que a mente de Narcisa e Draco trabalhavam energeticamente. Assim como a dela.
Pansy Parkinson, ao contrário do que você deve estar imaginando, não ficou pensando muito no que acabara de acontecer. Seu foco estava sim em Malfoy, mas no simples fato de que ele estava sentado de frente para ela e que seus braços estavam a poucos centímetros de distância. Há alguns anos atrás, essa seria uma das situações que a menina aproveitaria para conseguir chegar até o menino. Apenas esticaria a mão mais um pouco, mas agora? Ela sentia que se fizesse isso o menino ia explodir. E não no sentido bom disso.
Ainda sim, ela queria arriscar. Ela olhou para o menino que estava bastante concentrado em seu prato e se sentindo um tanto quanto infantil moveu sua mão pra frente. Foi aí que ela percebeu que a largura da mesa não possibilitaria tal contato.
-Draco, você pode me passar o sal. – a menina perguntou inocentemente ignorando tudo o que havia acabado de acontecer.
Objeto pequeno, toque obrigatório. –ela pensou.
O menino olhou para ela como se tivesse ouvido o que acabara de pensar e riu um pouco, mas ao olhar pro lado encontrou o olhar de sua mãe que lhe enviava um aviso silencioso. Assim, Draco suspirou, pegou o sal e estendeu para Pansy.
Ela tentou, porém não pode se conter. Ela se inclinou pra frente, segurou a mão de Draco e o puxou em sua direção, segurando-o também pela gola da camisa que o mesmo vestia. Pansy chapou um beijo na boca do menino e ao contrário do que esperava, Malfoy não a repeliu. Afastando o pensamento que aquilo não fazia muito sentido ela continuou. Ele a beijava com o mesmo entusiasmo e aquela mesa se tornara uma grande porcaria de empecilho. O ar começava a faltar para ambos, mas nenhum dos dois parecia se preocupar com isso.
Pansy se sentia tão maravilhosamente bem. Ela finalmente conseguia parar de pensar que algo estava errado nos beijos que eles compartilhavam e apenas sentia e de um modo diferente ela estava agradavelmente perdendo a cabeça. Pansy deixou os lábios de Malfoy apenas para ir até a base do pescoço dele, arrastando sua boca delicadamente e depois sussurrar em seu ouvido:
-Eu sabia que aquela história de raivinha sua era só uma brincadeira.
Draco nada disse e voltou a beijá-la urgentemente, eles se puxavam um para outro como se quisessem se tornar apenas um só e...
-Pansy, filha, está se sentindo bem? –Narcisa perguntou.
-Para de chamá-la de filha, mãe! –Draco disse zangado.
-Quantos anos você tem mesmo?
Tinha algo errado. Porque ela ouvia a voz de Draco discutindo com a mãe quando na verdade eles estavam se beijando? Ela podia senti-lo, podia sentir seus lábios distribuindo beijos pelo seu pescoço...
-Ah, pelo amor de Merlin mãe! Isso é ridículo!
-Você é que está se comportando ridiculamente! –Narcisa tentava falar mais alto que o filho. –Ela é uma visita, Draco!
-Sua visita, não minha! O que aconteceu com ela afinal? Pansy! –o menino quase gritou.
Pansy de repente sentiu uma forte chacoalhada e percebeu que fora Draco. Mas por que ele estava fazendo isso? Ela só queria continuar a beijá-lo.
-Pansy! –Draco chamou mais uma vez e tudo o que aconteceu depois foi uma sequência rápida demais.
Pansy ouviu um barulho seguido de uma sensação nada boa de ardência em um lado de sua face, Narcisa chamou o nome do filho quase que desesperadamente. Seus olhos piscaram rapidamente tentando entender a situação. Imediatamente a frente dela, Draco estava inclinado sobre a mesa, mas a menina continuava sentada com suas costas apoiada no nobre material da cadeira.
Finalmente ela entendeu... ele acabara de lhe dar um tapa na cara.
Quase tão rápida quanto essa conclusão, sua mão tocou o lugar onde Draco lhe esbofeteou e seus olhos encheram d’água.
-Draco Malfoy! O que você fez? Você está se comportando como bárbaro! –Narcisa falou e se levantou da mesa rapidamente indo na direção de Pansy que tinha uma solitária lágrima descendo pelo rosto.
-Fiz isso para ela acordar mãe! –Draco tentou se defender.
–Vá para o seu quarto! E não saia até eu mandar! Vamos ter uma conversinha. –a mulher se dirigiu ao filho que apenas riu.
-Já sou maior de idade se você não percebeu!
-Então aja como um!
Narcisa olhou para o rapaz cujo sorriso se fechou, porém o mesmo não saiu do lugar.
-Querida, você está bem? –A mãe de Draco encarava Pansy preocupada.
A bruxa fez que não com a cabeça e não conseguiu segurar mais as atrevidas lágrimas que agora corriam livremente pelo seu rosto. Ela foi da melhor sensação que já sentira para aquela que a jogou direto numa visga-do-diabo.
Ela estava furiosa. Sentia vontade de amaldiçoar Draco, de jogá-lo dentro do Lago Negro entregando-o aos sereianos. Ou talvez fosse melhor se o jogasse aos centauros.
Seu rosto ardia, assim como sua mão que queria atingir desesperadamente o rapaz e castigá-lo pelo que parecia ter sido uma das melhores fantasias que já tivera. Ele sempre conseguia estragar tudo!
-Vamos. –A voz de Narcisa atingiu seus ouvidos de novo, mas ela não conseguia pensar em mais nada a não ser atacar Draco que estava calmamente encarando-a como se a desafiasse.
Ela sentiu que a matriarca tentava levantá-la, entretanto ela não queria sair dali, não antes de falar algo para aquele idiota. Ainda sim, ouvir a voz da mulher fez a menina mudar o foco de seu sentimento e seu rosto ficou violentamente vermelho de vergonha. Pansy desejou desesperadamente um buraco para enterrar sua cabeça. Esse sentimento quase inédito deixou a menina ainda mais desnorteada. Ela fazia os outros passarem por uma situação embaraçosa e nunca ao contrário.
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