Mesmas coisas, novos lugares (

Cap 5: Mesmas coisas, novos lugares

Draco não foi à escola naquela semana, não estava em condições mentais de rever as pessoas, sobretudo Leo, Natalie e Hermione. As vezes se perguntava se eles também se sentiam assim. Além do que houve na festa, ocorreram mais problemas em casa, quando ele estava ausente: Lucius experimentou uma nova substancia em sua mãe, que piorou muito. A droga reagiu com os medicamentos que ela tomava e quando Draco chegou em casa, arrasado, ainda teve de levar Narcisa ao hospital e inventar uma boa e convincente história para os médicos que a atendiam. Dobby achava que seria melhor contar a verdade aos médicos e depois deixar a polícia cuidar do caso, mas Draco preferia cuidar daquilo pessoalmente e fazer Lucius sofrer tanto quanto ele e sua mãe sofriam. Era inacreditável o quão vil era Lucius, experimentar as drogas que ele criava em seu laboratório e depois viajar, não havia sentido naquilo. Draco analisava friamente: por que experimentar algo e não estar por perto para saber quais os efeitos? E a principal pergunta: Por que fazer isso em sua própria esposa? Além de cruel, era louco, sem um pingo de sanidade mental, pensava Draco.
Seus pensamentos ainda giravam em torno de Hermione, será que se ela soubesse da verdade, as coisas seriam diferentes? Talvez fossem piores, ele acreditava. Dobby achava que ele deveria procura-la, mas ele sabia que tudo tinha seu tempo, ela não estava preparada para aquilo, nem ele também. O melhor era focar em seus problemas familiares e deixar essa questão para um futuro próximo.
Draco saiu de sua mansão e entrou no carro. Hoje sua mãe poderia receber visitas e ele esperava que seu quadro finalmente ficasse estável. Dobby ficaria em casa, achava que ele era muito novo para passar por isso, embora, aquele garoto de quase doze anos era muito mais maduro do que ele próprio. Quando chegou ao hospital, o médico responsável lhe disse que Narcisa estava melhor e estava reagindo muitíssimo bem ao tratamento. Entrou no quarto de hospital e a viu deitada na cama, mais magra e pálida, porém acordada e sorrindo:
- Draco, meu filho, como você está? Eu fiquei tão preocupada com você, sozinho com...seu pai. – ela disse e seu sorriso murchou, adquirindo um ar de preocupação quando citou Lucius.
- A senhora é quem está no hospital e eu que te preocupo? E quanto a Lucius, não se preocupe, ele viajou, nem o encontrei. – fala o garoto tranquilizando a mãe.
- Mãe é mãe. Sempre me preocuparei com você. Não acha que devemos...denunciá-lo? – disse ela hesitante. Draco a encarou, de forma protetora.
- Eu tenho um plano, mãe. Isso vai acabar logo, logo. Não podemos contar a mais ninguém, nem os médicos podem fazer muito. Diferente da primeira vez, esse composto não pode ser detectado. – Narcisa tinha os olhos marejados. – Me desculpe, mãe. Eu deveria ter ficado de olho em você, ter te levado para um local seguro.
- Draco, nada disso foi culpa sua, você já faz demais. E eu não quero sair da minha casa. Seu pai pode desconfiar, não sei o que ele pode fazer com você. – disse ela, as lagrimas, enquanto Draco permanecia impassível, apenas a abraçando pelos ombros.
- Eu não tenho medo dele, mãe. É ele quem deve me temer daqui para frente.
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A campainha tocava e Dobby foi atendê-la e recebeu um grosso envelope pardo do carteiro. Rubricou e fechou a porta atrás de si. Estava endereçado a Lucius Malfoy, não tinha selo e na frente do envelope, uma caligrafia feia e desajeitada anunciava: A/C Lucius Malfoy, de um velho conhecido. Apesar da curiosidade, o menino não o abriu, esperaria Draco chegar para decidirem o que fazer. Alguns minutos depois Draco chegou e atrás dele vinha uma garota de cabelos curtos e negros. Melhor deixa-los sozinhos, pensou Dobby.
- Diga – disse Draco impaciente.
- Você não tem ido à escola, essa foi a primeira vez que saiu desde a festa.
- Por acaso está me vigiando, Pansy?
- Eu estou preocupada com você, nunca te vi desse jeito, nem tente me esconder eu sei que tem algo muito estranho acontecendo.
- Olha, a minha família nunca foi das mais normais... - comenta Draco, sarcástico.
- Draco, isso é sério! Eu sei que algo muito estranho tem acontecido, de uns tempos pra cá você tem agido diferente. Cheguei a pensar que era por cauda de nerd da Granger, mas não é só isso. Sei que sua mãe não está bem, eu vi a ambulância a levando. É algo grave? – perguntou a morena, temerosa. Draco apenas disse:
- Tem me vigiado desde sábado? Por acaso é ciúme da Hermione ou da Natalie?
- Eu só não queria que fizesse uma besteira, mais uma besteira, não é?! – disse ela, chorosa.
- Vai me julgar também? Eu admito eu errei. Mas ela errou mais ainda. Naquela época eu estava solteiro, e ela que se jogou em cima de mim. E eu sou homem...
- Foi só isso mesmo? Eu me joguei em cima de você centenas de vezes. A Nicolle, Lilá, Parvati, todas as garotas dão em cima de você. Quantas vezes eu foi ignorada? Quantas vezes a Nicolle quis e você disse que ela não era boa o bastante? Quantas vezes disse não para a Parvati? Agora eu sei porque nós fomos rejeitadas naquela época, porque você tinha ela; e eu tenho certeza de que aquela não foi a última vez. – disse Pansy calma, mas chorando.
- Ok, não foi a única vez. Está feliz agora? Pode me deixar em paz?
- Só me responde mais uma coisa: Fez isso só para fuder com a vida do seu melhor amigo ou...realmente gostava dela? – pergunta Pansy o encarando em meio as lágrimas. Draco se aproximou dela e demorou um pouco a responder.
- Eu nunca faria isso de propósito, Leo sempre foi meu amigo. Acabou acontecendo e não pude evitar. Eu me apaixonei pela Natalie. Eu realmente gostava dela, faria tudo por ela.
- Gostava? – pergunta a morena. – Não gosta mais? – Draco sorri levemente.
- Não mais, conheci alguém que gosto mais, Hermione.
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Leo também não ia à escola, sua vida se resumia a de casa pra o Angelo's, e nem sabia aonde o tio tinha ido, não que fosse a primeira vez que ele desaparecesse. Numa terde, foi surpreendido por Pansy, enquanto tomava uma cerveja no bar.
- E então? Já se acalmou e está disposto a conversar civilizadamente ou vai me xingar mais uma vez e ficar bebado como o seu tio fracassado faz?- disse a morena ao seu lado, ele desviou o olhar.
- Se manda, eu não tenho nada pra dizer a voce. - e deu um grande gole na bebida.
- Mas eu tenho, e tenho muita coisa para te dizer, na verdade. Acabo de vir da casa de Draco e tem algo muito sério acontecendo lá, não sei exatamente do que se trata, parece que envolve a mãe do Draco. - disse a garota em tom sério, como Leo nunca vira na vida. Ele fingiu não se importar, embora soubesse o quão preocupante era tudo isso e ficou contemplando a garrafa já pela metade.
- Voce não se importa? Não liga para o que está acontecendo com o seu melhor amigo? - a voz de Pansy era de incredualidade, Leo apenas deu os ombros.
- Draco não se importou comigo, nem ligou em trair o "melhor amigo", ele parecia até estar gostando, ou talvez ele pensasse que não seria mais nada para alguem como eu.
- É mentira, Leo! Eu perguntei a ele, me confessou que realmente se apaixonou pela Natalie, se bem que agora que conheceu a tal da Granger talvez...talvez tenha a esquecido por completo.
Leo soltou uma risada sarcástica, como muitas vezes Draco fazia:
- Se apaixonou, foi? Claro, todos sempre se apaixonam por ela, era óbvio. As mulheres também não resistem ao Draco, voce, Nicolle, Natalie, até a Hermione. Os dois se merecem.
- A Nat gosta de voce, talvez ela tenha fraquejado nesse momento, mas desde que ela voltou...ela está muito apaixonada por voce, acho que ela voltou por sua causa. E agora ela nem tem ido mais as aulas, está doente, já foi a alguns médicos e nada, se vc fosse até lá e falasse com ela...
- Ela está assim por vergonha. - cortando Pansy no meio da frase. - Não vou até lá, não quero saber dela, não quero sequer ouvir mais o nome dela, deu pra entender??
- OK, se voce quer assim. - Pansy suspirou. - Nick acha que foi a Padma, ela que montou os slides.
- Não importa quem foi, a não ser que seja para dar parabéns, seja quem for, conseguiu.
- Sei que ainda acha que fui eu, mas saiba que eu nunca faria mal ao Draco. sabe, eu nunca disse isso a mais ninguém, mas...o Draco me salvou.
- Mesmo? De que? - perguntou bebendo mais um gole e esperando que não fosse um blefe de Pansy.
- Do pai dele. Há alguns anos, quando nem Narcisa, nem Draco estavam em casa. Eu cheguei e só estava o pai dele, ele queria me tocar, eu...eu fiquei desesperada, queria que o Draco fosse o primeiro, e aquele homem me dava, me dá, até hoje nojo. Antes que pudesse acontecer alguma coisa, Draco entrou em casa e o pai dele me largou, fugiu, e eu nunca quis que ninguem soubesse, muito menos o Draco. -ela disse séria, como se estivesse se livrando de um enorme peso, e o encarou.
- Aonde, exatamente, voce quer chegar??
- Voce não é o único que sofre, todos nós temos momentos sofríveis na nossa vida. Eu me lembro de como voce ficou com a morte do seu pai, a sua mãe meio que enlouquecendo durante a doença dele e depois, como voce ficou triste quando a Nat foi embora e como está agora. Sai dessa, se nao quer vê-la, tudo bem, mas saiba que ela se arrepende muito, e ama voce. Pensa nisso,
- De que adianta se arrepender, não vai mudar nada. Não tem mais chance, não vou ficar com ela, acabou. - disse Leo terminando sua cerveja, com tristeza na voz.
-Eu entendo, mas não se afaste das pessoas, OK??
Leo e Pansy nunca se deram muito bem, desde crianças, ele sempre puxava o cabelo dela e ela sempre o beliscava, agora eles continuavam com essa implicância ainda, embora, sem nenhum deles dizer nada, ambos entendiam que era uma espécie de trégua. Ele concordou com a cabeça e ela sorriu de leve e beliscou seu braço.

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