Chapter Eight
“Lamentar uma dor passada,
no presente,
é criar outra dor
e sofrer novamente.”
- William Shakespeare
Capítulo oito ou
So who's that girl there?
I wonder what went wrong
so that she had to roam the streets
A minha vontade naquele momento era de matar Sirius, como ele se atrevia me culpar por ter o deixado ficar com Emmeline na formatura? Quanto mais ele me encarava, mais eu beijava Amos Diggory, o que não era tão ideal, já que ele parecia uma fonte de saliva. Parei com aquilo e sai trocando os passos, eu não sabia onde Dorcas estava, nem Lily e James, respirei fundo e entrei na primeira sala que vi, sentei no chão, respirando fundo. Fechei os olhos e ali fiquei, até que ouvi a porta abri, para o meu desgosto, era Sirius.
- Kim... – Ele começou a falar com a voz manhosa, dei logo um soco em seu braço, assim que ele sentou.
- Você é um idiota, um tremendo idiota. – Falei, obviamente bêbada, fazendo com que Sirius desse risada da minha cara. Tirei meus sapatos, para ficar confortável e logo levantei.
- Desculpa Kim... – Ele falou levantando também, coçando a cabeça e fazendo o seu charme para cima de mim. – Eu realmente sou um idiota.
- Eu queria ter jogado os sapatos em você! – Falei sem pensar, fazendo ele rir novamente, Sirius me abraçou. Ele nunca tinha me abraçado daquele jeito, eu não sei e nem sequer entendi o que houve, mas quando percebi eu estava beijando Sirius Black. Foi um beijo inocente no começo, como se estivéssemos conhecendo o solo primeiro, mas quando percebi ele estava me prensando contra parede e eu estava controlando a minha vontade de arrancar suas roupas. O que diabos eu estava fazendo? Eu estava esperando esse beijo por anos, eu sonhei com isso e agora ali estava eu, bêbada, beijando um Sirius ainda mais bêbado que eu. Parei e o empurrei para longe.
- Kim... – Ele tentou falar, mas logo lhe dei um tapa na cara. Tentei maneirar minha força e depois tentei entender o porquê eu estava lhe dando um tapa na cara.
- Nós não podemos... – Disse, recobrando o fôlego e tentando recobrar minha sanidade.
- Qual é Kim... – Sirius se aproximou, do jeito mais vagabundo possível, faltava poucos centímetros da minha boca e logo desviou para a minha orelha. – Eu... sempre percebi o jeito que você me olha.
- Sirius... – Eu estava pronta para o xingar, mas ele não deixou, terminando a distância e roubando outro beijo. Eu o empurrei novamente, mas dessa vez o motivo foi porque a porta abriu.
- Lene você está... – Dorcas entrou na sala, mas logo parou de falar quando nos encontrou naquela situação. Senti como se alguém enfiasse a mão em meu estômago e o arrancasse, peguei meus sapatos e rapidamente ajeitei meu vestido. Não falei nada, apenas sai dali, Sirius deu um soco na parede e ouvi Dorcas me chamando, mas não olhei para trás.
- Idiota, idiota, idiota... – Falei comigo, batendo em minha testa, cheguei na porta do ginásio e lembrei que havia esquecido minha bolsa na nossa mesa. Limpei minhas lágrimas, que a essa hora já não as controlava e voltei. Dorcas gritava com Sirius na mesa, Lily e James olhavam sem entender, enquanto Sirius colocava gelo em sua mão. Quando cheguei na mesa, Sirius logo se levantou.
- Marlene... – Começou a falar, mas eu logo o interrompi com um seco “não”. Ele ficou quieto na hora, Dorcas tentou me abraçar, mas desviei, não queria aquilo. Peguei minha bolsa e sai daquele maldito ginásio. Já não bastasse a noite ter sido horrível, ela tinha que ser um desastre.
- LENE! – Ouvi um grito atrás de mim, eu já estava na rua e não conseguia parar de chorar. Reconheci a voz de James, ele me fez parar e me abraçou. Não sei por quanto tempo ficamos na rua, abraçados, só sei que James respeitou a minha distância e me deixou chorar, sem perguntas. Quando chegou a hora, ele me acompanhou até em casa. – Eu não sei o que houve, mas tenho ideia do que pode ter ocorrido, eu só sei que se você precisar, eu bato no Sirius quando você quiser.
- Obrigada... – Murmurei lhe dando um beijo na bochecha e tentando dar um sorriso. Entrei em casa e fui direto para a cama, mesmo com o vestido, com maquiagem borrada. Quando fazemos alguma besteira o nosso primeiro instinto é querer esquecer sobre isso, ou ao menos tentar ignorar. É mais fácil quando essa besteira apenas envolve você, fingir que nunca aconteceu é fácil, eu pelo menos acho.
- Lene... Lene... – Senti alguém me cutucar, abri os olhos e vi Maria, sorrindo como sempre, tentei sorrir, mas minha única vontade era chorar. – Então, como foi ontem?
- Como qualquer outra formatura... – Usei poucas palavras, mas quando tentei dar um sorriso, Maria logo percebeu que havia algo errado e não tentou forçar que eu falasse mais.
- Vá tomar um banho, o café está pronto lá embaixo. – Ela disse por fim, dando-me um beijo e saindo do quarto. Sentei na cama e logo peguei meu celular, já se passava do meio dia, havia inúmeras mensagens, Lily, Dorcas, James e Sirius estavam tentando saber como eu estava. Desliguei meu celular e fui tomar banho, quando percebi estava na cozinha com Maria, sentada, comendo quieta enquanto ela arrumava o armário.
- Maria... – Chamei, fazendo com que ela me olhasse. – Eu não estou para ninguém hoje, se Dorcas, Lily e James ligarem diga que eu tive que... sair com meus pais, ou fui a algum lugar...
- Sim, menina Marlene... – Maria concordou, a essa hora ela já queria arrancar a história de mim. – Até mesmo para o Sirius?
- Principalmente para ele... – Dei um sorriso triste e fui até a pia lavar meu prato e meu copo.
- Você quer conversar sobre o que houve na formatura? – Maria pediu, secando a louça que eu estava lavando. Suspirei fundo e neguei com a cabeça.
- Eu quero mais é esquecer que ontem existiu, eu lhe conto um dia, mas não hoje... – Comecei a chorar, não consegui me segurar, Maria logo me abraçou e ficamos assim por um bom tempo. Ela sabia que um dia, no futuro, eu iria lhe contar o que estava me atormentando naquele momento, eu sempre contava para ela. Quando me desvencilhei de Maria fui para o meu quarto e fiquei deitada, eu chorava, dormia, fingia-me de morta. Olhava meu celular e sentia vontade de ligá-lo, para saber o que falavam nas mensagens que estavam me mandando, mas não o fiz. Eu acho que naquele momento eu poderia ser egoísta e me esconder do mundo, quem nunca quis fazer isso? Ouvi a campainha tocando várias vezes, foi apenas nessa hora que me levantei e tranquei minha porta. Não queria saber de nada, até que certo ponto estava tão cansada que apenas adormeci, não sonhei ou se sonhei não lembrei no dia seguinte. Ouvi batidas na porta durante a manhã e logo levantei.
- Já estou de pé! – Falei para Maria, que apenas mandou eu descer para o café da manhã, liguei meu celular e vi as mensagens de Sirius pedindo desculpas sem parar. Dorcas estava xingando Sirius até não poder mais, Lily perguntava o que tinha acontecido e James apenas queria saber se eu estava viva. Não respondi ninguém, tomei outro banho e vesti uma roupa mais formal, hoje eu iria vender a minha Ferrari. Sirius havia marcado o encontro semana passada, eu pedi para o advogado da família redigir um contrato e o fiz jurar que não iria falar nada aos meus pais. Passei maquiagem, escondendo as olheiras, peguei minha bolsa com o contrato e fui tomar café da manhã com Maria.
- Bom dia! – Maria cumprimentou, colocando panquecas na mesa, sorri e lhe dei um beijo, peguei outra xícara e a convidei para tomar café da manhã comigo, ela logo aceitou. – Sabe menina Lene, ontem o Sirius praticamente acampou o dia todo na porta...
- Hm... – Tomei um gole de café e apenas fiz sinal com a cabeça, eu não quero pensar no Sirius, eu não quero pensar no Sirius... – Eu tenho que ir...
- Volta para o almoço? – Maria pediu, sorri e assenti.
- Qualquer coisa te ligo... – Falei pegando minha bolsa e dando um beijo em Maria, fui até a garagem e sai com a bendita Ferrari, fui até uma revendedora de carros, logo vi o tal senhor que iria vender o carro me esperando na porta.
- Srta. Marlene sou Steve, por favor, entre. – Ele sorriu simpático, fomos para o seu escritório e eu logo lhe passei o contrato que meu advogado fez, Steve leu e logo o assinou, concordando. Ele foi até seu computador e imprimiu o comprovante que havia depositado em minha conta o valor que combinamos. Em questão de minutos a transição havia sido feita, nos cumprimentamos e eu logo estava de saída.
- Kim... – Congelei quando ouvi a voz de Sirius, respirei fundo e continuei meu caminho, sem o olhar. – Qual é...
- Sirius, por favor, não. – Eu finalmente falei, apressando o passo, ele logo me encurralou e segurou meus braços. – Me deixa ir Sirius...
- Nós temos que conversar... Lene... por favor... – Sirius implorou, respirei fundo e tentei não chorar de novo, ele percebeu isso e soltou meus braços, mas eu não consegui avançar.
- Fale. – Disse finalmente, ele olhou para mim, olhou para o chão...
- Não aqui... – Ele finalmente disse, tive vontade de lhe dar um soco, mas apenas cruzei os braços. – Almoça comigo.
- Eu não posso demorar. – inventei e ele apenas concordou, mandei ele esperar e liguei para Maria, avisando-a que não iria almoçar. Caminhamos quietos até um restaurante qualquer, Sirius pediu uma mesa e sentamos ao lado da janela. Respirei fundo e me preparei para o que iria ouvir.
- Lene, você sabe o quanto a sua amizade é importante para mim. – Sirius começou a se desculpar, olhei para baixo, tomei coragem e o encarei. – Desculpa, sério, eu sei que isso não muda muita coisa, mas eu estava bêbado, eu não estava raciocinando direito...
- Isso não melhora Sirius... – respirei fundo, engolindo o choro. Ele logo percebeu o que falou e pediu desculpas de novo.
- Você é a minha melhor amiga, eu não quero te perder. – Ele falou por fim, fomos interrompidos pelo garçom, eu não estava com fome e apenas pedi uma água, Sirius fez o mesmo, ele sabia que eu não queria prolongar aquilo. Ficamos quietos por um bom tempo, até que eu criei coragem e falei.
- Que tipo de amigo diz “eu sempre percebi o jeito que você me olha”? – Perguntei, magoada, Sirius baixou a cabeça, envergonhado. - Eu preciso de um tempo, um tempo para esquecer o que houve. – Falei por fim e ele apenas concordou, fiz menção de pegar minha carteira e ele me impediu, e fez a grande gentileza de pagar a grande conta de duas águas. Saímos do restaurante.
- Eu lhe dou o tempo que precisar... – Sirius falou, dando-me um abraço que eu logo desvencilhei, constrangida.
- Nos vemos na cápsula do tempo. – Falei por fim e sai daquele lugar, deixando Sirius para trás, no caminho de casa coloquei meus fones do IPhone e tentei não pensar, apenas ouvir música. Cheguei em casa e fui para a sala, o resto da semana eu vi seriados, vi uma temporada completa de Dexter, revi outra de Friends e para não cair na fossa total, vi todos os filmes de terror possíveis. Dorcas e Lily tentaram se comunicar comigo, mas Maria conseguiu despistá-las para mim. Eu sei, eu deveria me sentir horrível por isso, mas eu simplesmente não queria ter que explicar, finalmente mandei uma mensagem para Dorcas:
“Eu estou bem, conta para a Lily a história toda, nos vemos na Cápsula”
Foi melhor que eu consegui escrever, ela apenas respondeu com um ok. Consegui me sentir aliviada um pouco por ter conversado com Sirius. Eu não falei tudo o que queria, mas esse foi o tapa na cara que eu precisava para seguir em frente com essa história. Sirius nunca iria gostar de mim da maneira que eu gostaria, agora o que eu mais queria era me concentrar no futuro, na ida a Nova Iorque. Subi para o meu quarto e tirei a mala do armário, consegui sorrir com a chance de um futuro melhor. Chamei Maria para ela me ajudar, além de meus amigos, Maria era a única que sabia do meu plano além dos meus amigos.
- Você já planejou o que vai fazer assim que chegar lá? – Maria perguntou, ajudando-me a dobrar minhas roupas.
- É o que eu irei fazer até sexta... – Respondi, Maria me ajudou a arrumar a primeira camada de roupa, ela iria começar a segunda camada, pedi para ela esperar e abri a minha falsa gaveta de meias, falsa porque era ali que eu colocava o dinheiro que estava guardando. Vocês sabem, aquele dinheiro que eu retirei da conta bancária que meus pais fizeram para mim, não era pouco. Pude ver que Maria ficou impressionada com a quantidade de dinheiro.
- Seus pais sabem desse dinheiro? – Perguntou Maria, fiz que não com a cabeça enquanto ajeitava o dinheiro entre a roupa, Maria ficou esperando uma explicação.
- Eles fizeram uma conta especial para o meu aniversário, como é certo que eles vão cancelar a conta eu tirei um bom dinheiro... – Respondi, Maria não aprovou muito meu método, mas eu tinha uma surpresa para ela assim que chegasse nos EUA. Os outros dias eu passei organizando minha viagem, meus pais chegavam em casa de madrugada e saiam cedo pela manhã, então não eram um obstáculo. Eu reservei uma passagem para os EUA, separei uma grande quantia em dinheiro, parte iria para a surpresa da Maria e a outra era para eu me virar nos primeiros dias naquela terra estranha. Liguei para o meu cartão de crédito e avisei dessa minha mudança e agradeci por eu mesma ter aberto essa conta, sem qualquer interferência de meus pais, assim eles não podiam fechá-la. Pesquisei alguns possíveis hotéis, verifiquei o meu visto de estudante e por fim descansei.
- Lene! – Dorcas logo me abraçou quando abriu a porta de sua casa, sorri e dessa vez não me desvencilhei do abraço de minha amiga. – Obrigada por vir mais cedo!
- Imagina, oi Remus! – Cumprimentei o professor Lupin, era tão estranho o chamar apenas de Remus. Dorcas havia me enviado uma mensagem logo de manhã, pedindo para que eu chegasse no mínimo uma hora antes do horário combinado para a Cápsula do Tempo, como já havia refletido bastante não vi problema sobre isso. Hoje era o grande dia, eu iria falar aos meus amigos que iria embarcar no vôo no outro dia, eu recebi as respostas das universidades, a maioria me aceitou, em Nova Iorque eu iria fazer minha decisão e escolher a que eu iria frequentar.
- Você melhorou? – Dorcas pediu, sentei no sofá perto de Remus e apenas sorri assentindo.
- Eu prefiro pensar que nada aconteceu naquela noite. – Falei por fim, provavelmente a minha amiga havia contado a história para seu namorado, que era meu professor. Isso não vai deixar de ser estranho nunca, eu acho. – Então, o que eu vim fazer mais cedo aqui?
- Bem... – Dorcas sentou ao lado de Remus, pegando sua mão.
- Nós decidimos contar as pessoas sobre o nosso relacionamento... – Remus falou por fim, Dorcas apenas ficou concordando, abri um sorriso, até que percebi o que isso significava.
- Até para Sirius... – Falei baixinho, os dois concordaram. – O que eu posso ajudar?
- Nos apoiar... mais? – Eu comecei a rir com o que Dorcas disse, era óbvio que iria apoiar os dois, concordei fazendo com que ela ficasse mais feliz. – Eu irei começar a estudar em Oxford e Remus continuará a dar aulas.
- Isso é ótimo! – Sorri, iria aproveitar a deixa para contar sobre a minha viagem. – Eu passei esses últimos dias arrumando minha mala e planejando a minha viagem para Nova Iorque...
- Vai ser quando? – Remus perguntou, eu estava me tornando amiga dele, de certa forma, gostaria de não lembrar que ele era meu professor e que eu já havia visto sua bunda (linda bunda, por sinal).
- Amanhã de tarde... – Falei com um fio de voz, Dorcas arregalou os olhos e ficou assim por algum tempo, até recobrar a sanidade.
- Eu vou te levar para o aeroporto! – Por fim disse, apenas concordei sorrindo. – E você vai ter que mandar um email todo o dia, no máximo toda a semana.
- Sim senhora! – Brinquei, fazendo com que ela quase chorasse. – Eu preciso da sua ajuda em uma coisa, na verdade, na ajuda de vocês...
- No que? – Indagou Remus, abri minha bolsa e retirou uma alta quantia em dinheiro, os dois arregalaram os olhos.
- Eu deixei de vender maconha Lene... – Brincou Dorcas, sorri, organizando as pilhas de dinheiro em sua mesinha de centro.
- Eu tenho certeza que meus pais irão demitir Maria, assim que descobrirem a minha fuga... – Comecei, os dois apenas concordaram, isso era algo totalmente certo, meus pais não são de perdoar. – Então, Dorcas eu preciso que você a convença a trabalhar aqui com você, depois de algum tempo entregue essa carta a ela... – Tirei uma carta da bolsa e entreguei a Dorcas, tentei não confundir a carta com a da cápsula do tempo. – E a convença a abrir um restaurante, eu acho que com esse dinheiro dá para iniciar o negócio, senão...
- Eu ajudo, dinheiro não será problema. – Dorcas falou prontamente, sorri agradecida. Só porque eu iria para outro continente não significava que eu iria deixar Maria na mão. Eu ia continuar sobre o assunto, mas a campainha tocou.
- Marlene sua idiota... – Lily começou a me xingar, mas parou ao ver Remus na sala, ele deu um sorriso um tanto sem graça e eu segurei meu riso. – Professor Lupin.
- Só Remus, por favor... – Ele falou, Dorcas segurou sua mão, mas antes que ela pudesse dizer algo, Sirius entrou no apartamento xingando o casal.
- Obrigado por me deixare... – Ele não completou o xingamento, parou sem reação ao finalmente entender a verdade, percebi que iria demorar para Dorcas explicar o relacionamento dos dois, então, interferi.
- Resumo da história: professor se apaixona por aluna, os dois têm um romance, amiga xereta descobre, como toda história de amor o casal termina, eles voltam e criam coragem de assumir de uma vez o romance. – Falei, acho que poderia contar no relógio o tempo de silêncio constrangedor que todos ficaram.
- Você sabia? – Sirius perguntou contrariado para mim, apenas concordei. Eu queria dar um chute na canela de Lily, mas ela logo entendeu e começou a dar os parabéns ao casal, James fez o mesmo e Sirius ficou na dele.
- Obrigado... – Remus respondeu, deu um selinho em Dorcas e pegou seu casaco. – Bom, melhor eu indo, preciso fazer alguma coisa que eu ainda não sei o que é.
- Tchau, Remus. – Incrível como conseguimos falar unissonamente quando não queremos.
- Então, vocês dois... é definitivo? – Dorcas perguntou para James e Lily, os dois concordaram felizes.
- Ok, eu estou com fome! – Falei, tentando ignorar o Sirius me encarando o tempo todo, ele provavelmente está magoado porque eu não lhe contei sobre Dorcas e Remus, mas eu simplesmente não podia, por mais que quisesse. – Eu não cozinho!
- Eu não cozinho! – James e Dorcas falaram depois de mim, era óbvio que iria sobrar para Lily cozinhar, o que ela iria fazer eu não tinha a menor ideia, fui até a geladeira de Dorcas e peguei uma cerveja, sentindo-me em casa. Eu iria tentar agir normal com Sirius, ou pelo menos, o mais normal que eu conseguisse. Eu estava pensando o melhor momento de contar ao pessoal sobre a minha viagem, antes ou depois da Cápsula do Tempo. Terminei a cerveja em um gole e James começou a rir da minha cara e me chamar de bêbada. Estava eu, James e Sirius sentados no sofá, enquanto Lily e Dorcas cozinhavam, pelo cheiro iria sair um macarrão.
- Chato, chato, idiota, muito idiota... – Estava passando os canais, até que James tirou o controle da minha mão e colocou na MTV.
- Lene, será que dá para nós conversarmos? – Sirius pediu, olhei para James pedindo socorro e ele logo desfez o pedido de Sirius com a desculpa de que ele não queria ficar sozinho vendo uma reprise de Jackass. Sirius obviamente percebeu que naquele momento eu não estava pronta ainda para conversar com ele.
- Venham jantar! – gritou Dorcas, um tempo depois, elas já tinham até colocado a mesa. Sentei rapidamente em uma das pontas e Sirius fez questão de sentar do meu lado, ele parecia pensativo, não era nem sequer triste ou traído. Mas eu tenho toda a certeza de que ele vai se sentir traído depois que eu falar de Nova Iorque, apesar de que meu instinto super/mega protetor queira que eu fale antes para ele, mas esse meu instinto iria ser seguido se tudo o que houve na formatura não tivesse acontecido.
- Eu preciso contar algo para vocês... – Comecei a falar, quase querendo me enterrar, a parte mais difícil dessa minha viagem era o fato de eu ter que deixar Maria e meus amigos para trás, mas isso era só necessário para que eu tivesse um futuro. Há meses atrás meus pais já haviam mandado meu currículo para as mais famosas universidades de Londres, para que eu fizesse medicina. Eu fui aceita em todas, eles ficaram surpresos que não tiveram que fazer nenhuma doação para isso, mas o fato do meu nome ser famoso (o sobrenome pelo menos) aqui em Londres ajudou muito na aceitação. Eu ia começar a falar, mas a coragem ainda não estava completa, sorri tentando brincar e desconversei. – Nah, eu falo depois, Lily, se eu for para o hospital depois de comer o macarrão de vocês...
- Eu sempre tirei a nota máxima na aula de culinária! – Defendeu-se Lily fazendo todos rirem. Nossa janta foi assim, risadas e mais risadas, conseguimos até fazer piadas sobre o relacionamento de Dorcas e Remus, até mesmo Sirius teve que rir quando eu brinquei que um quociente apaixonou-se por uma incógnita. Terminamos de jantar e eu ajudei Sirius a por a louça na máquina de lavar.
- Vamos juntar as cartas? – Perguntei de uma vez e todos concordaram, fui até minha bolsa e peguei minha carta, respirei fundo e sorri. Dorcas murmurou um “espera aí” e foi até seu quarto.
- Eu consegui terminar a minha ainda hoje! – Riu James, eu tive que rir da cara de Lily, incrível como um conseguia ser o oposto de outro e ainda ser igual, acompanharam-me nesse pensamento? Não? Nem eu! Lily tirou uma caixa de tênis de uma sacola e colocou em cima da mesa, eu fui a primeira a por minha carta, depois James, Lily, Sirius.
- Dorcas! – gritou Lily, Dorcas apareceu com um monte de fotos nossas e colocou na caixa também, Lily lacrou a caixa e sorriu. – Daqui a sete anos, quando estivermos com vinte e cinco anos, iremos todos vir a Londres e abrir a caixa!
- Com certeza! – Dorcas falou animada e todos concordamos, ainda não estava pronta para falar que iria viajar no dia seguinte, respirei fundo e resolvi que era melhor falar de uma vez.
- Gente... – Comecei a falar e logo me arrependi quando senti os olhos de todos em cima de mim. Abri um sorriso triste e continuei. – Eu marquei meu vôo para Nova Iorque...
- Que ótimo Lene! – Lily falou me interrompendo. – Vai ser quando?
- Vai ser... – Respirei fundo, percebendo que iria me afastar das pessoas que eu mais amo no mundo. -... Vai ser amanhã de tarde.
- Tão... cedo? – Lily engoliu a seco, concordei, eu já havia feito a minha parte ao falar para eles, quando eu ia continuar o assunto, contar sobre o hotel que eu ia ficar, os planos que eu tinha para Maria, Sirius levantou bruscamente e foi para a varanda de Dorcas. Todos me olharam com uma cara assustada, respirei fundo e logo o segui. Sirius estava me esperando com os braços cruzados, se fosse em outro momento eu iria fazer um comentário de como ele fica sexy bravo, mas este definitivamente não era o momento.
- Quando você ia me contar? – Ele pediu bravo, fechei a porta da varanda e fui do lado de Sirius.
- Hoje, eu decidi isso tudo ontem. – Falei, sem o olhar, Sirius ficou por um minuto quieto e finalmente falou.
- Primeiro você não me diz que vai para Nova Iorque e depois, para completar, não me diz que a Dorcas estava com o Lupin. – Eu não conseguia expressar o quão irritada que eu estava, fiquei de frente para Sirius tentando pensar no que iria dizer. Quase o dei um soco, mas me controlei.
- Você, sinceramente, acha que é mais grave eu não ter te falado sobre a Dorcas e o Lupin do que a minha ida, sem volta, para Nova Iorque? Sério Sirius? – Falei irritada, pude ver que ele ficou envergonhado e a minha vontade de lhe dar um soco foi ainda maior.
- Não foi isso que eu quis diz...
- Foi sim, não tente negar. – Interrompi Sirius rapidamente, provavelmente eu estava toda vermelha e sem perceber estava apertando o colar que ele havia me dado. – Porra Sirius, esse era um segredo da Dorcas, ela é apaixonada por ele e eu tentei de tudo para fazer mudar de ideia!
- É, mas...
- Mas porra nenhuma! – Estourei, percebendo que a essa altura estava gritando. – Eu disse que se soubesse que você tinha uma chance eu iria lhe falar! E eu sempre disse que não tinha! E agora, eu pensando que você iria parar de pensar em si mesmo por um minuto e perceber que amanhã eu estou partindo para viver o MEU sonho... Eu já deveria ter aprendido a não esperar dos outros coisas que eu faria!
-... – Sirius ficou em silêncio de novo, não havia percebido que estava chorando até sentir as lágrimas rolarem por meu rosto. – Você acha que é fácil eu pensar que você vai se mudar? A primeira e única pessoa que olhou para mim e não viu uma aberração, ou um idiota sem cérebro? A única pessoa que eu não precisei pedir por amor, como eu precisei fazer isso com os meus pais? Kim, eu te amo e eu não consigo suportar a ideia de que não vou ter você no meu futuro.
Eu o abracei, sem mais, ainda estava chorando, não conseguia me conter. Amanhã eu iria para uma cidade estranha, com pessoas estranhas e iria deixar para trás tudo o que eu amava. Não me arrependi por o ter chamado de egoísta, mas me arrependi por ter pedido que ele sofra com a minha ida. Que tipo de pessoa faz isso? Ah sim, claro, Marlene Mckinnon, esse tipo. Não faço ideia por quanto tempo nós ficamos abraçados, Dorcas nos interrompeu, preocupada.
- Só queria verificar que os dois estavam vivos... – Dorcas sorriu, seguida de James e Lily.
- Abraço grupal! – comemorou Lily, dando pulinhos e me abraçando, não consegui não rir, então Dorcas e James nos abraçaram também.
- Eu vou sentir falta de todos. – falei, quase sem voz. Nos separamos e percebi que até James estava quase chorando. Limpei minhas lágrimas, assim como Dorcas. Essa começou a rir e entrou na casa, ligando o som alto. Sirius me deu um beijo na bochecha e limpou suas lágrimas. Era oficial, eu não conseguia ficar brava com esse trasgo. Ele já era parte de mim e sempre iria ser. Dançamos, cantamos, bebemos e rimos a noite toda, como se fosse a última noite que iríamos nos ver.
_______________________________________________________________________
- Senhoras e senhores, embarques para o voo 9678 na ala B, por gentileza. – Ouvimos, sorri e olhei para todos. Maria, James, Lily, Dorcas, Remus, Lilah e Sirius decidiram me levar para o aeroporto. Eu já estava inchada de tanto chorar na noite passada, não conseguia mais soltar uma lágrima.
- Essa é a minha deixa! – Falei, tentando sorrir, dei um abraço apertado em Maria, ela disse um monte de coisa em espanhol e no fim “não se esqueça de mim e de comer!”. James me deu um abraço de urso, e mandou eu me cuidar e se eu ouvisse um barulho, para eu ligar a ele que pegava o primeiro avião para me proteger. Lily disse muita coisa, mas não consegui entender nada, já que ela falava e chorava ao mesmo tempo, no fim só consegui falar que a amava.
- Lembra, e-mail, sms, telefone, skype, não se esqueça de nós e por favor se cuida. Não vai dar uma de turista brega e ser morta na primeira noite em Nova Iorque. – Dorcas disse, comecei a rir, ela via CSI demais. Por fim sobrou Sirius, ele ficou quieto o tempo todo e me abraçou quando eu virei.
- Eu te amo, Kim. – Sirius disse e me deu um beijo na testa, como se eu fosse a irmãzinha mais nova dele. Não pude me aguentar e ri, ele me olhou com um olhar estranho.
- Já que você sempre sabia... – Falei,então criei coragem e o beijei, pude sentir que Sirius no começo ficou surpreso, mas depois sorriu e retribuiu. Ouvi os gritos de James e Dorcas, quando me separei de Sirius ri da reação de surpresa de Lily e Sirius. Ai sim fiquei vermelha. Era minha despedida de Londres, se era para ser perfeita faltava isso.
Nota da Autora:
FINAAAAAAAAAAAAALMENTE VEIO INSPIRAÇÃO! Quando digo isso é para todas as fics! Postei primeiro essa, por pedidos de amigas! E eu não desisti das outras fics não!
Então, o que acharam??
Sim sim, capítulo sete, vender ferrari viagem, eu sei, eu sei, mas bem mais fácil eu escrever sobre isso do que escrever sobre a Lene vendendo o corpo! HAHA
A partir do próximo capítulo = fase adulta dos personagens, e ai, como será??
Postei o capítulo 7 e 8 em homenagem a Nina H. e a Cá Black, suas lindas! Amo vcs!
Beijocas, dominique.
(29/05/2012)
Comentários (5)
OMG!!! Continuaaaaa!!!!Eu necessito saber o que aconteceeeee!!!hahahahBjoss
2014-07-25AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH TIPO NÃO PODE EXISTER UM CAPITULO MAIS PERFEITO QUE ESSE O.O Tipo eu sofrir com a Lene, chorei com ela, nossa, foi maravilhoso, e esse fim de capitulo então ? Perfeiiiiiiiiiiiiiiiito eu simplesmente amei, espero que atualize logo flr, porque a fanfic está muito perfeita e eu necessito de mais.beijooooooos *-*
2012-09-23FINALMEEEEEEEEEEENTE. nossa nem acredito que vai ter fase adulta, meus olhos até brilharam *_* e claro que eu lembro de você, e sei como é ficar enrolada com a faculdade (a minha está de greve, por isso tenho tempo hahaha). enfim, quero logo capítulo, esses dois que eu li hoje só me deixaram com mais saudades. também quero sua opinião profissional em uma nova fic, como te acho no fb?bisou bisou.
2012-06-04WHAAAA! AhmeuDeus, a Marlene vai mesmo viajar... me deu tanta vontade de chorar quando ela tava se despedindo... Mas, tipo, o Sirius é um besta! Eu não acredito que eles se beijaram completamente BÊBADOS, me deu tanta pena da Lene! OBRIGADA POR POSTAR! *-*~Beijos e continue a postar, pelamor!
2012-05-29Ahhhh!!!! Continuaaa! Eu preciso saber o final!!! PRECISO!!! Voce escreve muito bem ... E minha vida tambem é assim, sabe aquele mesmo cliche de se apaixonar pelo melhor amigo... Pois é... E meninos sao cegos... Acho que ele nem sonha que eu amo ele... Enfim...Posta logo!!! Beijos!
2012-05-29