A chegada da campista.
Aquele local era nem um pouco formidável. Onde seu olhar parava havia uma pessoa fazendo algo esquisito. Tudo era tão assustadoramente diferente. Pegou sua mochila – colocada apenas em um dos ombros, já que esta estava bastante pesada – e caminhou até uma fila de pessoas que seguravam pequenas placas com diversos nomes. Balançou a cabeça em modo de distração, pois não eram nomes muito comuns. Eram muitos que dava dor de cabeça.
- Filha, querida? – uma voz reconhecida lhe alimentou os ouvidos. Virou seu olhar em direção ao dono da voz. Era sua mãe. Foi em direção a ela, parecendo um pouco desconfortável quando alguns que segurava as placas a fitavam, para se certificar que não era quem esperavam.
- Fez uma boa viagem? – perguntou, quando ela chegou ao seu alcance e quando finalmente saiu do tumulto de espera. Abraçaram-se fortemente.
- Voar é para aves. Não para mim – sorriu. A mãe riu.
- Eu sabia que iria me dizer isto.
- Como a senhora se acostuma? É muito... Eu não sei. Você se sente livre e preso. É estranho – arrumou a bolsa em seu ombro.
- Quando se tem um negócio promissor, a gente se acostuma – sorriu. – Vamos para o carro, o motorista nos espera.
- Nossa, isso já está ficando fora de meu convívio. Motorista? – riu-se.
- Claro – sorriu orgulhosa. – Vamos?
- Vamos lá – entregou sua bagagem para o motorista e entrou no carro com sua mãe.
A viagem foi tranqüila e menos animada do que ela queria. Não via muitas árvores. Havia luzes, luzes por todo o canto. Certamente pela proximidade do natal. Os carros deixavam o lugar ainda mais poluente. Os prédios eram altos e ela se sentia enjoada só de se imaginar no último andar daquele lugar.
Depois de uns vinte minutos chegaram a um edifício. Ela temia a isto, mas se era aonde ia ficar, tudo feito.
Demorou uns dez minutos para elas subirem, entrarem no seu apartamento e jogar as malas no chão. Ela ia suspirar de cansaço, quando sua mãe interveio:
- Filha, houve um pequeno imprevisto – mordeu o lábio inferior. A garota a encarou curiosa.
- O quê, mãe?
- É que você vai ficar nesse apartamento. O meu é outro. Eu achei que você quisesse privacidade, então eu vou morar no quarto de baixo.
- Ah, sem problemas – suspirou cansada, sentando-se no sofá.
- Eu vou para o meu. Qualquer coisa... – procurou em sua pequena bolsa um pedaço rasgado de papel. – me ligue. Aí também tem o número do meu quarto. Quero te ver lá cinco horas, Ok? Vamos jantar juntas.
- Tudo bem, eu vou arrumar minhas coisas e tomar banho – sorriu;
- Até mais tarde – beijou-lhe a testa.
- Até – a acompanhou até a porta. Beijou-a na bochecha, se despediu e entrou no apartamento. Pegou sua mochila e foi até seu quarto, guardar as coisas.
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