; Prove
Capítulo 1. Ou Prove.
Yesterday
All my troubles seemed so far away
Now it looks as though they're here to stay
Oh, I believe in yesterday
Sexto ano.
Ronda dos monitores.
Eu andava silenciosamente pelos corredores perto das Masmorras quando vi um vulto surgindo de dentro de uma sala de aula. Encostei-me à parede esperando que a pessoa passasse sem me ver, até porque eu não estava com saco para conversar com ninguém – principalmente de brigar com alguém da Lufa-Lufa ou da Grifinória.
A pessoa andou a passos rápidos pelo corredor, a varinha mais a frente. Estreitei os olhos para tentar visualizar quem é que fosse, mas infelizmente a pessoa foi mais rápido e apontou a varinha para o meu rosto.
- O que está fazendo aqui? – Perguntou-me Hermione Granger. Ela viu quem era e depois abaixou a varinha. – Argh... tinha que ser você.
- Não, papai Noel – falei revirando os olhos. – Esperava quem, Granger? Merlin? Morgana?
- Apenas alguém que não me desse náuseas – disse com desgosto. Soltei uma risada gélida e ela estreitou os olhos.
- Então não deveria andar tão perto das Masmorras – falei sorrindo de lado. Ela bufou, entediada.
- Estava fazendo minha ronda – disse.
- Eu não perguntei o que estava fazendo – falei enquanto me afastava. Ela murmurou alguns palavrões e por incrível que pareça me seguiu. O que ela pensa que está fazendo? – Granger, eu não pedi para você ser minha cadelinha.
- Vai à merda, Malfoy. Só estou te avisando que você perderá vinte pontos para a Sonserina – aquilo me fez virar na direção dela.
- E posso saber o por quê? – Perguntei erguendo a sobrancelha. – Eu também sou monitor.
- Mas está fora da cama e eu sei que hoje não é seu dia de ronda, então perderá pontos para a Sonserina.
- Foda-se Granger, isso realmente não me é importante – respondi e voltei a andar. Ela ficou parada por um tempo e depois voltou a me seguir. – O que você quer que eu fale para você ir embora, Granger?
- O que aconteceu com a sua mão? – Perguntou-me assustando-me. Ergui a mão no alto e vi que continuava a sangrar. Merda, pensei que já tivesse dado um jeito naquilo.
- Não é da sua conta, Granger. Realmente, você não quer saber o que aconteceu. – Avisei enquanto andava mais rápido, porém ela conseguiu me alcançar. – Porra, Granger, eu já te mandei ir embora.
- Quero ver se você irá para a cama – disse simplesmente dando de ombros. A encarei sem acreditar.
- Sangue- ruim, você não é minha mãe – falei com nojo. Ela crispou os lábios.
- Se você não for para a cama terei o prazer de te tirar mais pontos, e essa chance eu não quero perder. – Falou em um tom vitorioso.
- Ótimo Granger, você não me dá escolhas. – Falei bufando. Ela olhou-me sem entender.
- Como assim? – Perguntou, mas eu fui mais rápido. Abri a porta de uma sala e joguei-a lá dentro.
- MAS QUE PORRA É ES... – Antes que conseguisse terminar eu fechei a porta e tranquei-a. Saí correndo dali esperando que o meu plano funcionasse, se não eu teria que simplesmente me livrar da Granger.
Cheguei em frente a tapeçaria e fechei os olhos. Já estava prestes a pensar em algo quando ouvi alguém ao meu lado batendo com o pé insistentemente. Suspirei com força e abri os olhos. A Granger estava parada, me encarando, com os olhos pegando fogo e os braços cruzados. O pé batia no chão, como se estivesse querendo chamar atenção.
- Puta merda, pensei que tivesse conseguido me livrar de você... – reclamei. Será que a Granger não me deixaria em paz?
- Rude, imbecil, idiota, sonserino, covarde – exclamou apontando para mim. Revirei os olhos e dei um bocejo.
- Geralmente. – Falei cansado. Apenas fechei os olhos e voltei a imaginar o que eu queria.
- Menos cinqüenta pontos para a Sonserina. – Exclamou ela com um riso de diversão. Quando a porta apareceu, eu apenas bati palmas.
- Parabéns, Granger. Conseguiu. Agora se me dá licença...
- Você não me entendeu? Posso te deixar em detenção. – Falou irritada.
- Mas você já me tirou pontos, pronto. Acabou. Está satisfeita? Deixe-me voltar para o que quero fazer.
- O que você pretende fazer aí dentro? – Perguntou curiosa enquanto eu abria a porta.
- Coisas que sonserinos fazem – falei em tom misterioso e adentrei na sala. Já ia fechar a porta quando a Granger abriu-a com força. – Granger, você está me tirando do sério.
- Então... era isso? – Perguntou olhando para os lados com certa nostalgia.
- Esperava o que? Calabouços, correntes, caixões? – Perguntei soltando uma risada.
Eu apenas havia imaginado um lugar que eu pudesse descansar – talvez esquecer por algumas horas tudo aquilo que estava subindo-me a cabeça e irritando-me. Eu só queria voltar a ser um sonserino comum e me preocupar com os deveres e quais garotas eram gostosas.
- Não. Eu apenas esperava algo menos fútil – disse a Granger passando por mim e examinando o ambiente. Fechei a porta e me encaminhei para o outro lado do quarto onde tinha uma bancada cheia de bebidas diferentes.
- Se não gostou vá embora – pedi. – E eu imploro por isso, encarecidamente.
A Granger fez uma careta enquanto me via misturar as bebidas em um copo.
- Você vai acabar bêbado. – Disse com desgosto. Dei meu melhor sorriso sonserino.
- Ótimo, então me divertirei mais ainda – eu falei soltando uma risada. Ela bufou.
- Você é patético – falou com repulsa.
- Obrigado, Granger. Digo o mesmo. – Dei um gole na minha bebida e saboreei o gosto amargo descer pela minha garganta. – Quer?
- O que? – Perguntou-me assustada. – O que?
- Granger, não precisa ficar repetindo. – Falei rindo. – Estou oferecendo bebida.
- Ah sim... – ela pensou por um tempo e mordeu o lábio inferior. – Nunca bebi.
- PORRA! – Soltei sem querer. Ela me encarou, indignada. – Fala sério, sangue-ruim, eu sabia que você era certinha, mas não há esse ponto. Você nunca viveu. – Provoquei. Aquilo a fez me olhar com ódio.
- Coloca logo isso no copo – mandou autoritária.
- Você ama dar uma ordem, não é? – Perguntei enquanto pegava outro copo e fazia uma mistura. Ela apenas ficou me observando. – Aqui está.
- Acho bom – respondeu-me. Apenas dei uma risada enquanto ela levava o copo aos lábios. No mesmo minuto ela engasgou-se e cuspiu praticamente tudo. Comecei a rir com gosto, era extremamente engraçado ver a Granger sem conhecer algo.
- Que merda é essa? – Perguntou furiosa enquanto encarava o copo.
- Se chama álcool – falei ainda rindo. Ela mirou o copo por mais alguns minutos. – Fala sério, Granger, não precisa beber se você não agüenta.
- É claro que eu agüento – falou bebendo mais um gole. Dessa vez ela não cuspiu, mas fez uma careta enquanto engolia o conteúdo.
Eu apenas ri e me sentei em uma poltrona um pouco mais distante.
- Quer dizer que Hermione Granger nunca aproveitou a vida? – Perguntei colocando o pé em cima da bancada. – O que você já fez além de ler, Granger?
- Conservei meu corpo – disse me lançando um olhar enviesado. Ergui a sobrancelha.
- Não andou fazendo um bom trabalho. – Falei fazendo-a soltar um palavrão e chegar perto de mim. Senti todo o líquido do copo da Granger na minha cabeça. – PORRA GRANGER. Isso é desperdício.
- Aprenda a tratar uma mulher, Malfoy. – Mandou. A encarei, incrédulo.
- Você acha que eu não sei como tratar uma mulher? – Perguntei rindo. – Granger, você não me conhece...
- Eu não acho, eu tenho certeza.
- Engraçado, não é isso que as sonserinas acham...
- Pois é. Sonserinas. Aposto que só ficam com você porque tem status de mal, mas mentem ao gemer dizendo que você está fazendo um bom trabalho. – Falou e eu senti que estava corando. Ela imitou a voz de uma mulher gemendo. – Oh Draco, vai com mais força, vai Draco! A única coisa que ela está querendo dizer nesse momento é: porra, filho da puta, faz que nem homem.
- Não me provoque, Granger. – Eu falei dando um sorriso malicioso. Foi a vez dela corar e afastar-se um pouco.
- Eu apenas digo os fatos, Malfoy. Ou você acha que a Parkinson tem bom gosto? Fala sério, ela não sabe diferenciar um macaco de uma pessoa comendo ela.
- Wow, como você é romântica – ironizei. Nunca pensei que fosse ouvir a Granger falar em comer alguém.
- Mais uma vez: eu apenas digo os fatos.
- Pois está redondamente enganada. – Falei levantando-me. Quem a Granger pensa que é para me dizer que eu não sei como tratar uma mulher? – Elas gemem meu nome porque eu as faço mulheres de verdade.
A Granger me encarou com as sobrancelhas arqueadas e depois... desatou a rir. Ela chorava de rir a minha frente, e aquilo começou a me tirar muito do sério.
- Malfoy, você é engraçado – falou apontando para mim. – Realmente, você daria um bom piadista.
- Vai à merda, Granger. Aposto que você nunca beijou alguém. – Alfinetei. Ela parou de rir e ficou séria me encarando.
- O fato de eu não dar para qualquer um não significa que eu não tenha tido meus rolos.
- Ah, você se enrolou com quem? Seu lençol?
- Como... como – ela me encarou sem acreditar. – Como você ousa?
- Aff, fala sério, Granger. Eu apenas digo os fatos – falei soltando uma risada. – E o feitiço volta contra o feiticeiro.
- Ditados trouxas, Malfoy? – Perguntou erguendo a sobrancelha.
- Não, Granger. Nós também dizemos isso no mundo que você não pertence – falei piscando. Ela ficou vermelha e eu senti minha face arder quando aplicou-me um tapa. – Como, como você...
Não terminei, pois ela já saíra correndo até a porta. Consegui impedi-la de sair quando ela já estava com a mão na maçaneta. Ela deu um berro quando sentiu que eu a prensara na parede. Suas mãos tremiam e aquilo estava começando a me divertir, ou talvez fosse o efeito da bebida que eu tinha feito.
- Você diz que eu não sei tratar uma mulher, me aplica um tapa e depois pensa que pode sair assim? – Perguntei perto de seu rosto. Ela fez uma careta.
- Erh, que cheiro horrível de bebida – falou tentando tapar no nariz. Ela tinha medo nos olhos, e aquilo me fez sentir-me como um caçador. – Malfoy, afaste-se de mim.
- Por quê? Tem medo, sangue-ruim? – Perguntei aproximando-me. Ela fechou os olhos e senti seu corpo tremer.
- Tenho nojo – falou com dificuldade. Meus olhos se arregalaram quando eu senti o corpo da Granger ficando cada vez mais corado e quente.
- Fala sério, Granger. Você está com tesão – falei incrédulo. Ela abriu os olhos, e eles estavam com um brilho completamente diferente.
- Tesão? Há! Malfoy, eu não curto doninhas – falou rindo. – Malfoy, você realmente achou que eu fosse ficar com tesão por você me prensar na parede? Estou com nojo, e sinto que a qualquer momento vomitarei.
- Digo o mesmo, nunca pensei que fosse ficar tão perto de uma sangue-ruim, mas te ver ficar quente perto de mim é divertido – provoquei. Senti ela se arrepiar e aquilo me fez sorrir com malícia. – Granger, eu sou seu maior inimigo.
- Me deixe ir embora – ela pediu e eu senti um tom de suplício. Aquilo só servia para me instigar.
É, eu era um covarde.
Eu era um sonserino.
- Granger, você realmente não me conhece – falei com a voz baixa. Ela olhou para meu rosto e em seguida desceu o olhar até a minha boca. Eu não acredito, a Granger está me encarando com desejo.
A partir daquele momento aquela noite parecia levar outro rumo. Eu realmente não deveria ter misturado tanta bebida alcoólica em um copo só.
- Granger – comecei sentindo o instinto falar mais alto. – Fale que me quer.
A Granger encarou-me por alguns segundos e depois baixou o olhar.
- Eu quero... bebida – falou conseguindo forças para me empurrar. – Ande Malfoy, prepare outra bebida.
Apenas ri enquanto servia o copo dela e o meu.
...
Eu e a Granger estávamos sentados, cada um em uma poltrona, enquanto bebíamos o que eu achava que fosse o sétimo copo.
- Realmente, você daria um bom atendente de bar – falou a Granger soltando uma risadinha. Eu apenas ri silenciosamente no meu canto. – Malfoy, o que aconteceu com sua mão?
Olhei para minha mão, ela continuava a sangrar e não iria parar por um bom tempo.
- Um feitiço que não deu muito certo – falei franzindo o cenho. A Granger encarou-a por alguns minutos e chegou perto de mim após levantar-se meio cambaleante.
- Deixe-me ver isso – falou autoritária. Puxei a mão e a coloquei perto do peito.
- Não! – Falei tentando impedi-la. Ela revirou os olhos.
- Ande, não seja criança. – Mandou e eu fiz que não com a cabeça.
- Odeio que cuidem de mim – falei irritado. Ela apenas se limitou a revirar os olhos de novo e puxou com mais força. – PORRA GRANGER, isso doeu.
- Ops, desculpe – ironizou enquanto analisava os cortes. – Caramba, você é masoquista, Malfoy? Deixe-me tentar fazer algo.
- Granger, eu não confio em você bêbada – falei meio temeroso. – Já não confio sóbria, imagina depois de beber sete copos.
Ela soltou uma risada divertida e sua face já estava corada por causa da bebida.
- Malfoy, até bêbada eu sou boa em feitiços – brincou soltando um soluço. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa ela puxou a varinha e começou a murmurar algum feitiço. O sangue foi estancando e quando eu vi só possuía cicatrizes dos cortes na minha mão. Olhei-a meio impressionado.
- Pronto – falou rindo e afastou-se. Pegou o copo e foi se servir de mais bebida.
- Hm... – fiquei olhando um tempo para a minha mão enquanto ela sentava-se de novo na poltrona ao lado da minha. – Valeu, sangue-ruim.
Ela apenas soltou mais uma risada e quando vi já estava fechando os olhos. O copo caiu de sua mão e foi parar no chão, batendo contra o piso. Eu sorri de lado e senti o cansaço se apoderar de mim. Fechei os olhos, seguindo o exemplo da Granger, e acabei pegando no sono.
No dia seguinte acordei com uma dor de cabeça do inferno. Olhei para os lados e esfreguei os olhos.
A Granger já havia ido embora. Mas aquela noite ficaria para sempre na minha memória.
Eu; Granger; Dois copos de bebida.
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n/autora: A letra da música só ficará parecida mesmo com a Fic no último capítulo e no prólogo, mas eu vi que algumas partes até combinam com cada capítulo. ;D
Agradecimentos: Artemis Granger, Gabriele Ricarte e caroline black malfoy .
Espero que tenham mais leitores. '-'
Beijos,
Ciça ;***
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