Coisa de amigo



Eu tava na sala sentado


Calado


 


 Era mais uma briga. Mais uma! Depois de tantas, vivíamos um casamento conturbado. Cheio de tapas e beijos. A primeira vez que bati na Pansy, fiquei fora de casa uma semana. Bebi, muito, foram dias na sarjeta, embriagado. Na verdade não queria irritá-la, apenas não queria ver o rosto marcado e inchado. Não podia admitir pra mim mesmo que era tão Malfoy quanto Lucius. Mas voltei depois de uma semana, voltei, e ela pulou nos meus braços logo que cruzei a soleira da porta. Não esperava aquilo. E a abracei com carinho. Apesar de tudo estava arrependido.


 


Um tanto alterado


O peito apertado


Nervoso


Frustrado


 


 Não entendia por que, mas estava mais frustrado que sempre. Eu queria um filho, e ela se recusara. Dissera que ainda não estávamos preparados. As brigas haviam diminuído, porém estávamos cada vez mais distantes e frios. Por isso procurei nas ruas o que não encontrava em casa. Eu era um traidor, sempre fui. Desde criança. Arrumar outra na rua e transar com elas, fora a menor das traições que praticara. Precisava daquelas aventuras. Amava Pansy, e não queria tratá-la como uma prostituta barata. Pois era isso que as outras eram para mim. Mas Pansy não, ela era a minha mulher. Minha vida... meu amor!


 


E ela chorando no maior sufoco


De um lado pro outro


Juntando suas coisas


E pondo no carro


 


Olhei para ela, seus cabelos desgrenhados, eu não havia me descontrolado, havia jurado pra mim mesmo, que não bateria nela novamente. Mas foi inevitável jogá-la na cama, e dessa vez, foi ela quem me bateu. Ainda sentia o rosto arder. Sento-me no sofá, apenas a observando. Ela estava com medo, e eu tremia. Não queria que ela se fosse.


 


Busquei os seus olhos


Tentei o contato


Mas não teve papo


Não queria, porque ela era a minha esposa.


E havia razoes. Tantas que eu poderia enumerar.


Ela era linda.


Ela era sangue-puro.


Ela era ‘’pura’’, eu era o único que já havia tocado-a.


Ela era apaixonada por mim, desde sempre, e sempre se curvava as minhas vontades.


Ela era clássica, bonita, integra como a sociedade requer.


Ela cheirava a jasmim.


Eu amo o cheiro de jasmim.


Eu amo a Pansy.


 


Ela apenas me disse


Acabou tudo agora


Prendeu os cabelos


Calçou os sapatos


Pegou o seu retrato da minha carteira


E saiu porta a fora


 


        Observei-a se arrumar em poucos minutos, caminhou até meu casaco, pude observar seu andar sensual, sempre fora. E por um segundo, me perguntei como pude sentir desejo por outras mulheres. Meus dedos seguraram o rosto, desolado, a vi pegar a minha carteira. Ela não queria dinheiro, não precisava, eu sabia, tinha certeza. Então um gesto dela chamou a minha atenção. Ela pegou a foto de nós dois. A foto de nosso casamento. Partiu com um gesto firme. Duas metades. De um lado eu continuo sorrindo, caído sobre o casaco tão caro. Duas metades, do outro lado da fotografia, eu sabia exatamente o sorriso que ela ostentava. Mas não a veria mais, tive certeza quando ela abriu a porta e bateu atrás de si. Ela saíra colocando o ponto final.


 


 


E então chorei porque a amo


Viver sem ela eu não consigo


 


        Aquele gesto dela era uma das únicas maneiras de se cancelar um casamento bruxo. A magia que os unia seria rompida se um dos dois partisse a fotografia mágica do enlace, na frente do outro. Sim, estávamos separados. De corpo e de alma. E ela fizera isso, na minha frente, debaixo de meus olhos. A dor corroia em meu peito, justo eu que não amava, justo eu que não sofria. Simplesmente não conseguia reagir. Ela colocara o fim. E o que seria de mim, sem ela?


 


 


 


Depois ela entrou no seu carro
E saiu
Me bateu um vazio
Eu tomei um whiskie pra me controlar
Liguei a TV pra quebrar o silêncio
Mas eu tava tenso
E liguei pro um amigo pra desabafar


 


 


 


        Liguei a TV, me servi de um dose de whisky de fogo. O mais caro, talvez ele me ajudasse a amenizar a minha dor. Talvez ele aliviasse o aperto em minha garganta. Escutei um barulho e ouvi Rocky tentando entrar, caminhei e abri a porta lateral, o cão. Rocky era meu Siberiano, ele estava velho, tinha quase dez anos, ela me dera, no nosso primeiro aniversario de casamento. O cão entrou e me olhou com olhos límpidos, e se aconchegou aos pés da poltrona. E eu fui obediente atrás dele, e me sentei. Então me lembrei de Blaise. Ele sempre fora meu amigo, fora ele quem a socorrera a primeira vez que eu a machuquei, fora ele quem me buscara na sarjeta, drogado e bêbado, e me fez voltar para casa. Tantas vezes, tantas. Ele sempre estava lá. Gentil, me fazia pensar... Então liguei em busca de consolo.


 


Contei que brigamos que foi por ciúmes


Como é de costume numa relação


Todo casal brigar


 


_Blaise?


_Olá.- ele respondeu seco.


_Eu liguei porque...- pigarreei – brigamos de novo.- contei - Foi por ciúmes. Inútil ciumes.


_Imaginei.


_Blaise... ela rasgou a foto. Estamos oficialmente separados. Mas eu não...- tentei falar, mas minha voz falhava.


_sei...


_Não queria Blaise... eu não queria...


Dessa vez ele interrompeu a conversa.


_Draco, me escuta... escuta bem, eu não vou repetir: Ela está aqui comigo. Nós dois estamos saindo do país.


 


Mas ele me disse


Escute o que eu digo


Ela está aqui comigo


E a gente se ama e ela não vai voltar


 


_Saindo do país? Por quê? Como assim? - Perguntei atônito, ficando de pé.


_Draco, agente se ama. E ela não vai voltar. Nem agora e nem nunca!


 


Então chorei porque a amo


Viver sem ela eu não consigo


 


       O som, da ligação interrompida foi como um tiro nos meus ouvidos. Estava aturdido. Sentei-me no chão. Pois era no chão que estava meu coração. As palavras dele ainda ecoando em minha mente. ’’ A gente se ama e ela não vai voltar. ’’ chorei, porque doía. E a verdade eu a havia perdido. E a verdade doía. Chorei porque a amo, e a minha vida sem ela não tinha sentido.


 


Meu Deus que castigo perder meu amor


Pro melhor amigo


Até meu cachorro me vendo chorar


Chorou comigo


 


       Rocky se aconchegou a mim, notei seus olhos tristes, como reflexo dos meus próprios olhos. Ele se aninhou a mim ganindo baixinho, chorando comigo. Agora éramos só nos dois, meu cachorro e eu. Era castigo, tinha que ser. Então reparei pela primeira vez que o tanto que eu a negligenciei, Blaise a cuidou. Cuidou a manteve a salvo, enquanto eu, mais uma vez era o vilão da historia. Blaise a ganhara... Doía e era meu maior castigo, perder meu amor pro meu melhor amigo!


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Nota/Autora: Eu curto muito musiquinha sertaneja... então essa foi mais uma, a Artemis as chama de tosca, mas olha que tosca mais fofete... Musica de corno... gente  eu amo o Draco, mas ele foi um mal menino srsrsrsrs mereceu kkkkkkk. E olha outra Pansy e Draco minha que ela está partindo, edessa vez com agravante, que é o Blaise hauaha Bom, fiz para nos divertir, espero do fundo do Coração que gostem. Falando com a milk, pensei... continuação? Depende dos leitores horas rsrrs beijos


 


P.s.: Definitivamente, não concordo com o nome da musica... mass... não fui eu quem colocou  hauhauhau


 


Agradecimentos A Milk e a Bruninha.


 

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Comentários (2)

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