PRÓLOGO



Eu não sei o que eu tô fazendo
Mas, eu tenho que fazer
Aquela noite que eu te conheci
Eu acho, que nunca vou esquecer...


Um momento, quase perfeito
Inocente em seus defeitos
Tudo que é bom dura pouco
E não acaba cedo...


Agora, pra sempre
Foi embora
Mas eu nunca disse adeus
Agora, pra sempre
Foi embora
Mas eu nunca disse...


“Eu nunca disse adeus” – Capital Inicial


 


 


 


Marlene juntava suas coisas e as colocava em caixas com rótulos, preparando-se para a mudança. Pegou então uma pequena caixa de madeira, lacrada, tão cheia de lembranças que Lene temia que se abrisse a caixa as memórias sairiam voando.


Ainda assim, ela sentou-se no chão, com a caixa no colo, e retirou a tampa lentamente.


Fotos, cartas, objetos. Pareciam coisas de uma vida passada. Doze anos. Doze anos desde a morte de seus melhores amigos. Doze anos desde que fugira escondida para a França, escapando por pouco da chacina que matara sua família. Doze anos desde que se chamava Amélie Adams, e não mais Marlene McKinnon. E, principalmente, doze anos desde que aquele a quem entregara seu coração, fora preso como um dos maiores e mais fiéis servos de Lord Voldemort.


Marlene pegou uma das fotos, a que estava por cima das outras. Uma foto em movimento, como todas as fotos bruxas. Nesta, Marlene sorria junto a um grupo de alunos grifinórios no primeiro ano em Hogwarts. Ela se lembrava bem dessa foto, foi o mesmo dia em que conhecera todas as pessoas que lhe acompanhariam em sua jornada. Ali estava ela, sorrindo ao lado de Sirius Black, que puxava o cabelo de Lilly Evans, deixando essa com um sorriso de reprimida irritação. James passando os dedos pelos cabelos, desalinhando-os ainda mais. Remus Lupin com aquele encantador sorriso tímido, com medo de desagradar. Peter Pettigrew tentando imitar o gesto de James Potter, tentando desarrumar os cabelos crespos e castanhos.


Era incrível como aquele momento em particular, estava gravado com tanta exatidão em sua mente. Um momento de inocência. Segurou as lágrimas, tentando não lembrar de que nunca mais veria o sorriso forçado que Lilly dava quando ficava irritada, provocando gargalhadas em Marlene. Não lembrar que nunca mais veria James rindo agitando os cabelos, como se o vôo na vassoura já não o despenteasse o suficiente. Não lembrar que nunca mais veria Peter quase explodindo o caldeirão na aula de poções, na pressa de ir almoçar.


Remus a visitara há uma semana. E por isso agora ela estava se mudando. A hora de voltar à Inglaterra finalmente chegara. Sirius Black fugira da prisão, e Remus estava voltando para Hogwarts.

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