Irreconhecível
O gol. O passe. O drible. Marcas clássicas do futebol do habilidoso meio-campista inglês que estava ganhando fama internacional nos campos italianos. Ronald Weasley tinha apenas 25 anos e estava prestes a disputar sua primeira Copa do Mundo. Seria o maestro, o camisa 10 da jovem e promissora seleção inglesa. O rapaz não via a hora de realizar o seu sonho de infância.
Após o jogo que o Milan garantiu a vaga na semifinal da Liga dos Campeões da Europa, Ronald saiu com alguns colegas de equipe como costumava fazer. Freqüentou as casas noturnas que costumava e conseguiu diversas mulheres sem o mínimo esforço. Na manhã seguinte, dormiu e aproveitou a folga pós-jogo. A tarde seguiu o catalogo da noite com bebidas, mulheres e festas intermináveis. A vida de Ronald Weasley era, simplesmente, o que todo jovem poderia desejar.
Nova semana. Novos treinos, novas exigências, novas partidas e vitórias seguidas de farras intermináveis e encontros incontáveis. A convocação para os últimos amistosos antes da Copa do Mundo apenas confirmavam o que a imprensa estava cansada de saber: ele era, atualmente, a maior revelação do futebol britânico.
O que a imprensa também sabia era que o estilo de vida milionário havia corrompido Ronald. Nascido há mais de 300 km de Londres, ele foi descoberto jogando em campeonatos escolares e extremamente tímido.
O menino sofreu nos primeiros meses vivendo em centros de treinamentos na capital e afastado dos familiares. Mas, os cifrões começaram a entrar na conta da jovem promessa e aos poucos o mundo o fascinou. Desprezou a antiga namorada após ser informado da gravidez prematura quando tinha somente 18 anos.
No mesmo ano, Ronald teve seu passe vendido para o Liverpool da Inglaterra e batalhou por mais de uma temporada em empréstimos para times menos conhecidos.
Com quase 20, caiu nas graças do novo treinador e foi incluído no plantel do time inglês. Chamou a atenção e deu adeus ao clube que lhe negou uma primeira oportunidade.
No Milan, o dinheiro e a fama lhe subiram a casa. A timidez foi trocada pela arrogância e ele renegou publicamente o filho que apareceria dias depois de sua convocação para a Copa do Mundo. Contudo, não pode negar as fotos espalhadas em jornais e as declarações de mulheres relatando as noitadas infindáveis do rapaz.
Afastado do time principal, Ronald não pode acreditar que passaria o Natal de 2010 sozinho na Itália se recuperando de uma lesão que tivera poucos dias antes do Mundial, a competição mais importante de sua vida.
Com o tornozelo engessado e apoiado em muletas, ele percorre incansável sua casa. Os pais não puderam comparecer pelo nascimento de seu primeiro neto e Ronald não quis retornar a Inglaterra para não correr o risco de reviver quem era e encontrar quem nunca deveria ter deixado partir.
O barulho de passos apressados. A janela sendo rompida e o disparo do alarme de segurança atordoaram o jovem jogador. Três rapazes haviam invadido a casa do astro do Milan e se assustaram a presença dele ali, solitário. A imprensa havia divulgado sua partida para a Inglaterra a semana inteira, ele não deveria estar ali. Gritos. Discussões. Pedidos em vão de tranqüilidade e um disparo a queima-roupa no mais talentoso jogador inglês daquela geração. Ronald caiu inconsciente. Imediatamente, sua camisa branca ganhou a conotação vermelho sangue e ele não viu mais nada.
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Pequena história baseada no filme de mesmo nome! Espero que apreciem. Aguardo comentários para o próximo capítulo! Até mais!
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