Sobre Soldados, Guerras e Gole



Disclaimer: Os personagens apresentados nesta fanfic pertencem à J.K Rowling. Não lucro nada com esta fic, só me divirto mesmo contando uma história. Boa fic a todos!




3.  Sobre Soldados, Guerras e Goleiros de Quadribol


Um abraço. Era impressionante como um simples abraço conseguia transmitir toda a sensação de incredulidade, espanto, conforto e alívio que Rony sentia ao ver Hermione na sua frente.


 
- Eu não acredito, não acredito – Rony dizia enquanto abraçava a garota, não cabendo em si de felicidade.


 


Hermione apenas sorria de volta, um sorriso tão bonito quanto sincero.


 


- Bem – começou o bruxo assumindo um tom eficiente – então, pelo que eu entendi do que a Gina me contou, tudo isso, toda essa nossa “realidade” foi causado pelo Olho das Eras?


 


- Isso – começou a garota, agradecendo imensamente a possibilidade de poder se explicar – eu estava trabalhando no ministério quando o Lestrange apareceu, nós duelamos e acionamos o Olho das Eras sem querer, indo parar o nosso terceiro ano de Hogwarts e eu acabei vendo a mim mesma naquela época.


 


- Hum, e porque justamente nessa época? – perguntou Rony.


 


-Não faço a menor idéia – respondeu Hermione com sinceridade.


 


O choque – continuou Hermione - deve então ter me deixado maluca naquela idade, ainda mais que eu estava usando o vira-tempo, eu devo ter achado que ele tinha alguma coisa a ver e...


 


- Verdade – comentou Gina pensativa – coitada da Mcgonagall, ela nunca se perdoou por ter te dado aquele vira-tempo.


 


Bem, então quando Harry foi capturado na final do Torneio Tribruxo eu já estava no St. Mungus, você e ele ainda estavam brigados – disse a garota olhando para Rony. Coitado do Harry, sem amigos para apoia-lo ele nunca deve ter se perdoado. Nós não pudemos fazer nada para impedir o retorno do Voldemort, isso juntamente com o conhecimento prévio do futuro que Lestrange possuía deve ter causado tudo isso.


 


Rony se sentiu levemente incomodado com o nome de Harry Potter, embora tenha conseguido disfarçar um pouco.


 


- Vocês conseguiram derrotar o Lorde Voldemort sozinhos? – Disse Gina, apontando para Hermione e Rony


 


- Bem, sozinhos não! Tivemos a ajuda do Harry, você e todos os outros. No nosso sétimo ano, depois que descobrimos sobre as Horcruxes, fomos atrás dos pedaços da alma do Lord que faltavam e destruímos todos eles. No fim, Harry derrotou Voldemort em Hogwarts.


 


- Muito bem – continuou Rony, tentando parecer indiferente ao nome de Harry, mas desta vez foi mais difícil de disfarçar – minha tropa esta cansada e imagino que você também, por isso sugiro que descanse e amanhã traçamos um plano para recuperar este “Olho das Eras”.


 


Rony foi dormir essa noite com uma sensação estranha. Toda a parte racional da sua mente lutava em acreditar que Hermione havia voltado. Pensando racionalmente não fazia o menor sentido. Mas só de ver seu sorriso mais uma vez seu coração de um salto de felicidade.


 


Hermione acordou no dia seguinte com uma ponta de esperança que tudo aquilo fosse um sonho. Ela queria acordar na sua cama confortável e quentinha ao lado do seu marido. Entretanto, ela acordou no mesmo cômodo empoeirado e detonado em que fora dormir. Internamente, aquilo lhe serviu como uma prova e que aquilo tudo estava mesmo acontecendo. Ela já tinha visto muitas coisas estranhas acontecerem por causa da magia. Viagens no tempo, deformações corporais e esquisitices do tipo. Esta era mais uma delas, mas a diferença é que esta ela sabia como consertar.


 


A garota desceu o lance de escadas e encontrou Rony, Gina e uma dez ou doze pessoas que ela não conhecia, as quais ela deduziu imediatamente que fossem parte da “Armada de Dumbledore”. Ela percebeu que todos estavam com fitas pretas amarradas nos braços e antes que pudesse perceber estava perguntando:


 


- Porque vocês estão utilizando as faixas... – No instante em que ela fez a pergunta ela se arrependeu, pois pode ver como esse assunto trouxe tristeza a todos.


 


- Bem – começou Rony - é que hoje fazem sete dias que o Neville morreu, o último membro da “Velha Guarda” - ele deixou escapar um suspiro – agora somos somente eu e a Gina da turma original que fundou a Armada.


 


O garoto então respirou fundo e continuou - Ok, Rose mostremos o resultado do seu reconhecimento, espero que ele nos traga boas notícias -  ele falou se dirigindo a uma garota de cabelos escuros e bonitos olhos castanhos atrás de óculos de grau redondo. Ela aparentava ter 17, no máximo 18, anos de idade.


 


- Infelizmente as notícias não são das melhores chefe – a garota Rose começou abrindo uma planta industrial. O lado bom é que conseguimos encontrar a localização do objeto, que se encontra nesta sala – ela disse, circulando uma pequena sala, bem no meio da planta – dentro da fortaleza dos Lestrange. O problema é que esta sala, denominada “câmara dos tesouros”, possui uma porta trancada magicamente e a única maneira de abri-la é utilizando o sangue do Lord Voldemort.


 


Os impactos daquelas palavras atingiram a todos, em especial Hermione. Justamente agora que ela estava começando a ter esperanças de voltar para a sua realidade ela recebia uma bomba daquelas.


 


Rony andava apressadamente pela sala, de um canto a outro, em busca de inspiração. Era visível que a notícia de Rose também o afetou profundamente. Depois de alguns minutos ele tomou um pouco de fôlego e falou para a sua tropa:


 


- Só existe uma solução. Digo para invadirmos a fortaleza dos Lestrange e fazermos o Rodolfo e a Belatriz de reféns, dessa forma teremos uma moeda de troca para atrair o Lorde Voldemort até aqui e conseguirmos seu sangue para abrimos a câmara.


 


O ambiente foi tomado novamente por uma sensação de mal-estar. Todos na sala, inclusive Rony, sabiam da loucura daquele plano. Mas, aparentemente, todos os soldados possuíam um respeito muito grande pelo seu comandante para dizer qualquer coisa. Lentamente, Gina tomou coragem para dizer:


 


- Maninho, infelizmente eu acho que essa idéia não daria certo. Vamos analisar, quem sabe conseguimos chegar num plano melhor...


 


A verdade é que Hermione tinha um plano melhor, mas estava muito receosa em dizer. Sentindo a desolação e desespero tomando conta da sua alma ela tomou coragem em dizer:


 


- Quem sabe podemos utilizar o sangue de Harry? Porque naquela noite do final do Torneiro Tribruxo o Lorde misturou o seu sangue com o do Harry para ressurgir e...


 


Era possível sentir a raiva pulsando em cada músculo da sua face do Rony ao ouvir esse nome, ao ouvir Hermione depositando suas esperanças em Harry, e não nele. Mesmo assim, ela apresentava uma frieza assustadora quando falou:


 


- Hermione, eu não sei que Harry Potter você conheceu, ou o quanto você acredita nele. Mas o único bruxo com esse nome que eu conheci era um arrogante, prepotente, que se achava acima do bem e do mal. E na única vez que nós precisamos dele ele fugiu e se escondeu em algum buraco, assustado demais para enfrentar todo esse caos que ele ajudou a construir.


 


- Não, não! – falou Hermione com veemência. Ele é inocente Rony, ele foi usado pelo Lorde Voldemort. Eu sei o quanto você está bravo com ele, pelo que aconteceu comigo e tal. Mas ele é seu melhor amigo Rony! Eu tenho certeza que se eu conseguir falar com ele...


 


- Meu melhor amigo? – respondeu Rony, dessa vez incapaz de se conter – MEU MELHOR AMIGO?  - ele repetiu gritando. Meu melhor amigo se chamava Neville Longbottom – ele disse com raiva, batendo no braço em que estava a faixa preta – Ele estava do meu lado quando montamos a Armada, ele que me salvou quando eu ganhei esta cicatriz e não aquele covarde do Potter! – ele gritava apontando para a cicatriz em seu rosto.


 


Todas as esperanças de Hermione desabaram naquele momento, tão subitamente como a queda de um castelo de cartas. Antes que pudesse perceber a garota correu em direção a porta, em busca de um pouco de ar para tentar se livrar desse sentimento de amargura que lhe sufocava o peito.


 


Algum tempo depois Rony tomou coragem para ver como Hermione estava. Ele a encontrou encolhida, sentada na calçada e chorando baixinho. De uma maneira um pouco desajeitada ele se sentou ao lado dela e falou:


 


- Mione, eu, eu, me desculpe... – ele começou


 


- Eu entendo – respondeu ela segurando o choro - mas é que tudo isso parece tão errado, o Harry, tão diferente e...


 


Imediatamente Hermione percebeu a besteira que tinha feito. Falar em Harry, lembrar dele, essas palavras vindas da sua boca parecia acertar os ouvidos de Rony com a força de um punhal. Foi então que o bruxo falou com um tom diferente, era uma mistura de tristeza e conformação, tão seco e triste quanto um engasgar:


 


- Então é isso, você sempre preferiu ele...


 


- Eu gosto do Harry, porque sinto que somos iguais. Duas pessoas que foram jogadas num mundo totalmente diferente do que cresceram. No fundo eu vejo o Harry como aquele irmão caçula, que nunca te escuta, que sempre se mete em confusão, mas que você adora ir atrás para ajudar.


 


Hermione enxugou uma lágrima que ainda rolava pelo seu rosto, e se virou encarando Rony nos olhos.


 


- Mas você não, você é totalmente diferente de mim. Você é meu oposto, meu complemento. A minha fraqueza é a sua força. As suas qualidades Rony, são os meus defeitos.


 


Saiba que – ela disse passando de leve a mão no rosto dele – eu te amo Ronald Weasley e... – ela completou passando a mão na barriga - nós vamos ter um filho sabia? – Disse ela sorrindo levemente.


 


- Um filho eu, nossa, quero dizer... – respondeu o bruxo, ainda absorvendo o impacto daquelas palavras.


 


- Mas a verdade – começou ela fechando seu sorriso – é que eu amo o meu Rony, aquele que trabalha numa loja de logros e brincadeiras junto com o irmão, aquele que não quer nem pensar em um nome de menina porque tem certeza que teremos um menino. Que está todo animado porque ele vai se chamar Darren O'Hare Weasley em homenagem a um goleiro de quadribol.


 


Um Rony que está na nossa casa, contando as horas para irmos assistir o jogo dos Cannons. Não um que foi forçado a amadurecer cedo, que aprendeu a pensar e matar como um soldado, que teve o corpo e alma marcada por uma guerra que nos lutamos para evitar!


 


Ele apenas a abraçou com força. Ele sabia o que sentia, embora não soubesse o que dizer para ela. Eles ficaram ali, juntos, por alguns minutos, minutos que pareceram horas.


 


- Mione – ele disse por fim – não fui muito honesto com você, na verdade eu sei onde o Potter está.


 


- Sério? – ela respondeu esperançosa.


 


- Quer dizer, temos uma boa idéia. Algumas semanas atrás, durante uma batida da Armada, ouvimos rumores de onde ele estava. Está aqui – disse ele lhe entregando um pequeno papel escrito a mão - A verdade é que eu não saberia o que fazer quando o visse, bem, mas você saberá.


 


- Ah Rony, obrigada, obrigada – disse a garota lhe abraçando com força.


 


- Mas, onde fica essa rua? – perguntou Hermione não reconhecendo o endereço.


 


- Você ainda lembra onde fica o beco diagonal? – respondeu Rony sorrindo.


 




N/A: Chegamos ao cap. 3 galera! Quero aproveitar e agradecer minha grande Beta, a minha namorada linda que está ajudando muito. Sem ela essa fic ia sair com vários erros lógicos e de português, hehehehe


 N/B: Aí vai o capítulo 3 betado. Adorei os momentos R/H.

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