Capítulo 4
"Preciso sim, preciso tanto.
Alguém que aceite
tanto meus sonos demorados
quanto minhas
insônias insuportáveis."
- Caio Fernando Abreu
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Capítulo 4 -
You're irresistible,
it's indefinable
Segunda feira chegou rápido, praticamente desabei na cama no domingo e dessa fez James não foi meu travesseiro. Na escola todo mundo comentava da nossa festa, foi estranho ser alvo de comentários. Procurei pelo Lee, mas não o encontrei, provavelmente ele havia faltado. E eu não sabia de nada. Sim, eu tenho celular, mas havia esquecido em casa e a minha vontade de pedir para alguém emprestado era zero. Eu tinha que falar com ele, ainda mais porque ele fugiu de mim. Fui até a secretária ver se descobria algo a respeito, se não descobrisse nada tudo bem, era sempre bom roubar café dos professores. Entrei e vi uma morena linda e sentei do lado dela.
- Está muito exagerado? – ela me pediu em relação a roupa dela, fiz uma cara pensativa e no final fiz que não com a cabeça. Onde estava o exagero de usar calça jeans e uma camiseta? Ela provavelmente estava nervosa. – Desculpe, eu sou Marlene Mckinnon, nova na escola.
- Percebi. – disse sorrindo, tinha que ser amigável, vai que ela começasse a me odiar logo de cara. Se fosse assim ela ia para o bando da Jessica certo. – Lily Evans.
A secretária logo me chamou, não deu tempo de eu continuar a falar com ela. Pedi educadamente se o Lee tinha ligado e avisado porque faltou, mas ela disse que não. Suspirei um pouco desapontada, quando ia sair da sala, ouvi alguém me chamando.
- Lily! – era a Marlene, esperei e a olhei. – Será que dava para você me mostrar a escola?
- Claro! – sorri educada e ela saiu comigo pelos corredores, claro que mais uma vez os olhares vieram para nós, pude-me sentir ficando um pimentão. – Então Marlene, qual é a sua história?
- Lene, por favor, Marlene parece tão sério. – ela sorriu meiga. – Meu pai foi transferido e como é só eu e minha mãe não tinha o porquê não nos mudarmos juntos.
Entramos no refeitório e vi James abanar para mim, nos chamando para sentarmos na mesa com eles. Eu realmente estava me tornando amiga do James e do Sirius, isso era meio inevitável de acontecer, já que eles praticamente vivem lá em casa (ou pelo menos ouvi boatos que eles iriam viver lá em casa. Fonte = Sirius). E pelo jeito James não falou para Remus e Sirius que dormiu comigo, literalmente dormiu comigo, nada de sexo. O que é bom ia ter que aguentar muitas piadinhas e certo que o Lee não iria gostar, eu acho.
- Ele é o seu namorado? – pediu Lene, curiosa, eu não consegui deixar de rir com o comentário.
- Não, claro que não. – eu respondi. – Ele é só um amigo, o meu namorado faltou hoje.
- Ah... – Eu e Lene nos sentamos junto com James, Sirius, Dorcas e Remus. Achei estranho, nunca tinha sentado com eles antes.
- Gente essa é a Marlene, Marlene essa é a galera. – Lene sorriu e cumprimentou todo mundo, pude ver os olhos do James e do Sirius brilhando olhando para ela, não consegui não rir. – Alguém ficou sabendo do Lee?
- Hm... não. – respondeu o Sirius olhando para o James como se eles estivessem escondendo algo. Achei estranho, mas antes que pudesse responder senti um cheiro de vadia atrás de mim.
- Não sabia que estava andando com ralé agora Jay. – falou Jessica, me olhando de cima para baixo. Petúnia estava atrás dela como sempre, não pude deixar de revirar os olhos. Minha irmã era o bichinho de estimação dela, isso me irritava, mas não podia falar com ela sobre isso.
- Se fosse ralé Jessica, você estaria sentada aqui com nós. – Eu respondi e todos riram, como eu odiava essa garota. Ela nunca desistia.
- Você ouviu alguma coisa Petúnia? – pediu Jessica, fazendo cara de nojo. Eu ia me levantar, mas James segurou minha mão me impedindo.
- Dá o fora daqui Jessica. – falou Sirius, pela primeira vez pude ver que os três (James, Sirius e Remus) estavam com raiva da Jessica. Achei estranho. Jessica empinou o nariz e saiu.
- Qual é a dessa garota? – Pediu Lene, estranhando tudo aquilo.
- Ela me odeia. – simplesmente falei e todos concordaram. – E pelo jeito vocês a odeiam agora, por quê?
- Lily você vai me ensinar essa semana os golpes, certo? – Sutil James, sutil mudança de assunto, respirei fundo e só assenti. Marlene se deu bem com a Dorcas, e eu confesso que gostei dela. Em pouco de dez minutos de conversa nós já estávamos trocando telefone, MSN, twitter, facebook e assim vai. Se bem que eu só tinha celular mesmo para trocar, não sou muito fã de ficar entocada em casa no computador, nada contra a quem fica, claro. Dorcas se encarregou de mostrar o resto da escola para Lene, junto com o Sirius, é claro. E eu resolvi faltar aula de tarde.
- Remus me empresta o teu carro? – Eu sei, cara de pau em pedir isso para ele, mas ele que disse que isso era uma trégua.
- Para que? – Remus pediu e todos me olharam, fiquei vermelha.
- Não te interessa. – eu falei rude, até que percebi meu erro. Mordi meu lábio inferior e falei baixinho para o Remus ouvir, só ele. – Eu quero ver como o Lee está.
- Hm... Eu não devia, mas... – Remus olhou para Dorcas e ela cerrou os olhos, isso ai Dorcas, mostra quem manda na relação, mostra quem é o macho alfa. Contrariado ele disse. – Ok, mas venha nos pegar depois da escola.
- Certo! – sorri e peguei a chave. Eu sabia dirigir, só não tinha carro porque bem, não sou rica e não sei economizar. A casa de Lee não era tão longe do colégio, bati na porta e ele atendeu, ainda estava de pijama. – Oi!
- Oi... – ele não estava nada animado em me ver. Abriu a porta e entrou, ele estava sozinho em casa.
- O que você tem? – Pedi sentando no sofá do lado dele. – Porque fugiu da festa?
- Nada, só... só não estava me sentindo bem. – Dei um beijo na bochecha dele e me afastei, nós ficamos em silêncio por alguns minutos, até que resolvi falar.
- Isso é por causa do James? – pedi tentando no máximo não parecer insegura e por algum motivo ele riu.
- Você acha que eu me preocuparia com o James? – UOU, se isso não era pra me ofender era pra me acalmar? Tudo bem que eu não era uma beleza, mas, espera ai. Confesso que deu uma vontade enorme de falar que eu passei a noite com ele, mas isso só ia complicar e mostrar o quão infantil eu sou. E eu apenas, literalmente, tinha dormindo com ele e se fosse contar isso, eu já tinha dormindo com um monte de caras, por causa do tae kwon do, óbvio. – Eu não quis dizer isso, desculpa Lily.
Eu fiquei quieta, não o respondi. Ele se aproximou de mim e me deu um beijo no ombro, eu estava de regata. Continuei sem falar nada, Lee colocou sua mão no meu cabelo e o afastou do meu pescoço e beijo no meu ponto fraco. Arrepiei-me com o toque, virei e ele me deu um beijo, doce a princípio, mas começou a esquentar quando eu sentei no colo dele. Eu estava com raiva, raiva por ele ter falado aquilo de James, raiva por ele estar se afastando de mim e isso só me deixou com mais tesão ainda. Tirei a camisa dele e o arranhei sem querer, ele gemeu com isso. Sorri, talvez eu quisesse que isso acontecesse mais do que ele.... E confesso que ele era bom no que fazia, e eu não deixava a desejar.
Já estava na hora de ir para o colégio de novo, coloquei minha calça e comecei a procurar minha regata, eu sei que ele jogou, só não sabia onde. Lee estava dormindo no sofá, sorri ao ver como ele parecia um... anjo? Não sei, só sei que ele era gostoso. Achei minha regata embaixo do sofá, coloquei-a rápido e peguei minhas chaves. Não me preocupei em acordar o Lee para dar tchau ou algo assim, arrumei o meu cabelo, ou pelo menos tentei arrumar, estava uma bagunça. Cheguei no colégio e vi todos na frente do colégio me esperando. Quando digo todos é Petúnia, Remus e o James. Tinha esquecido que ia ensinar o James hoje. Abri a porta do carro para eles.
- Que diabos Lily, nós ficamos cinco minutos esperando! – Reclamou a Petúnia, eu revirei os olhos, enquanto James e Remus riam.
- Meu Deus, cinco minutos? Nossa, poxa Pet, desculpa te fazer esperar tanto tempo. – eu resmunguei e comecei a dirigir de volta para casa.
- E ai, deu tudo certo? – pediu o Remus, escolhendo alguma rádio pra por.
- Eu não sei. – respondi, eu realmente não sabia, será que agora tudo voltava ao normal? Sei, sei, sexo não faz milagres, mas poxa. Por algum motivo não estava me sentindo bem, minha vontade era de chorar. Pronto, virei aquelas garotinhas que choram por causa dos namorados. Merda, merda e mais merda.
- Hm... Lily, por acaso o seu pai gosta de futebol? – pediu James, no banco traseiro, tinha me esquecido até da presença dele, sim isso é possível.
- Acho que sim, não tenho certeza... Por quê? – pedi estacionando o carro na frente de casa.
- Eu... – o Remus começou a falar, mas esperou a Petúnia sair do carro. - ... Eu acho que vou convidar ele pra ir em um jogo esse sábado.
- Ele vai. – falou James, sorrindo, não pude deixar de sorrir. Remus realmente estava tentando, não sei se era por ele ou pela mãe dele, mas eu fiquei feliz com isso.
- Meu pai com certeza vai adorar. – Eu disse saindo do carro e o trancando. – James, eu vou... eu vou tomar um banho, depois nós vamos começar a aula... ali na parte da piscina, pode ser?
- Como você quiser, ruiva. – James disse, eu sorri e subi correndo para o meu quarto. Eu necessitava de um banho, precisava muito de um banho, o cheiro de Lee ainda estava em mim. Não, eu não chorei no banho. Não iria chorar por causa de homem, por mais que eu quisesse. Coloquei um shorts e uma camisa branca e desci. James estava na sala rindo com o meu pai e Remus, eles estavam vendo um episódio de The Big Bang Theory. Espero que pelo menos um deles entenda as piadas do seriado. Como eu sou má.
- Pronto James? – pedi, tentando aparecer um pouco animada, só tentando. Fui para a piscina e tirei meus chinelos. – Sem tênis.
- Ok! – Ele começou a tirar os tênis e as meias. – Então, como foi hoje com o Lee?
- Como você... – comecei a perguntar, mas a resposta era óbvia. - ... Remus. Eu não sei. O Lee anda estranho e depois de hoje... realmente não sei.
- Vamos, vamos começar? – James mudou de assunto, tentando dar um sorriso convincente. Eu me sentia bem do lado dele, não sei, a amizade dele me fazia bem. Assim como o Sirius e agora, depois de tudo, até mesmo a do Remus (mesmo eu ainda achar que ele é um egoísta vadio, minha opinião não muda do nada).
- Claro, bom, vamos pelo básico. Pula. – eu disse, sorrindo pela cara confusa que ele fez, mas como um bom aluno, pulou. – Você sentiu?
- O que? – ele pediu confuso.
- O seu ponto de equilíbrio, você tem que sentir. – cheguei perto dele e analisei as pernas. – Afasta um pouco as suas pernas e flexiona mais um pouco o joelho.
- Assim? – ele fazia exatamente o que eu pedia, talvez ele não fosse um mau aluno. Talvez até mesmo ele poderia se dar bem no tae kwon do.
- Isso, o primeiro chute é básico, você chuta no meio da barriga com a sola do pé. – Eu falei, o mostrando como chutar, ele me imitou perfeitamente, mas não deu um chute com força na minha barriga, quase nem encostou. Como se eu fosse de porcelana. – Isso mesmo
– Bom, agora eu posso acabar contigo. – ele falou rindo.
- Até parece. – eu ri, tudo bem, o James era maior que eu, mas eu conseguia facilmente o derrubar. Não era questão de ter força, mas sim agilidade. – Tenta me derrubar.
- O que? – ele me olhou confuso. – Te derrubar?
- Sim, já que você é bom demais, tenta me derrubar. – ele começou a rir com o meu comentário e se aproximou de mim segurando meus braços. Ele iria me derrubar, mas eu iria o levar junto. Ele me deu um tranque por trás e fiz exatamente o que falei antes, o levei comigo. Consegui o virar e cai em cima dele.
- Eu te derrubei. – ele riu, tive que rir também.
- Na verdade, eu te derrubei. Quem está por cima? – Essa frase daria para um belo filme pornô. Não que eu veja filmes pornôs, mas claro, já tive curiosidade e já vi alguns, so fake.
- Não seja por isso. – James me segurou e ficou por cima de mim, eu sorri.
- Ok, machão e agora? – Acreditem, eu não esperava por isso. Em nem mil anos eu iria esperar por isso. Nem nos meus sonhos eu esperaria por isso. Eu estava o encarando, já sentindo a sua respiração, o seu hálito quente no meu rosto, toda inocente. E foi ai que aconteceu. James Potter me beijou. Ok, ele não só me beijou, quer dizer, ah não sei. Senti os lábios dele nos meus, não consegui resistir e dei passagem para continuar. Já estava com as mãos nos cabelos dele, macios. O beijo foi doce, calmo... Parei subitamente e o empurrei, o tirando de cima de mim. Não falei nada, corri para dentro e me tranquei no meu quarto, o deixando para trás. Eu acabei de trair o Lee, eu sou uma vadia. Meu Deus, eu sou a Jessica. Confusa e sem saber o que fazer, liguei pra primeira pessoa que veio em minha mente.
- Alô?
- Lene... É a Lily, da escola. – eu falei, não pude deixar de perceber que não parava de andar de um lado para o outro.
- Oi Lily! Tudo bem?
- Na verdade não... Eu sei que eu só te conheci hoje, mas será que nós podíamos, hm, conversar? – dei uma espiada na janela e vi que o James não estava na piscina, meu coração estava batendo rápido, não conseguia pensar direito.
- Claro que sim.
- Ok, onde é a sua casa? Eu passo ai pra te pegar... – Eu desliguei o telefone depois que ela me passou o endereço, desci as escadas correndo e fui na sala. Vi James sentado conversando com o Remus, eles não pareciam felizes. Fui até a cozinha, onde estava meu pai e Anna.
- Pai, me empresta o carro? – eu pedi, nervosa, ele me olhou com uma sobrancelha arqueada, eu sempre quis fazer isso, mas não nasci com os genes certos. – Eu vou até a casa de uma amiga, a Marlene.
- Claro... – meu pai respondeu depois da Anna lançar um olhar pra ele dizer sim, sorri, eu até gostava dela. – A chave está na mesinha da sala. Se cuida.
- Ok... – merda, eu ia ter que encarar o James. Entrei na sala e olhei os dois. James se levantou com a minha presença.
- Lily... – ele começou a falar, peguei a chave e eu não consegui o encarar, não respondi e sai correndo pra fora de casa. Ao abrir a porta ouvi o Remus dizer.
- Calma cara, quando ela descobrir a verdade vai se ligar... – como assim descobri a verdade? Abri o carro, mas minha vontade era voltar e confrontar os dois, mas não conseguia. Simplesmente não conseguia. A casa da Lene não era tão longe da minha, ela já estava do lado de fora me esperando, sorri aliviada. Eu devo parecer uma louca, não faz nem vinte e quatro horas que eu conheço ela, mas eu realmente preciso falar com alguém.
- Oi! – ela falou sorrindo quando entrou no carro, comecei a dirigir, não sabia aonde ir, até que parei em uma lanchonete. Quando sentamos na mesa, pedimos um café e eu olhei para a Lene nervosa.
- Você deve me achar louca, mas é que eu não sabia a quem recorrer. – falei tentando me desculpar, ela sorriu.
- Não tem problema, mesmo. Eu gostei de você. – ela respondeu, fiquei aliviada, também tinha gostado dela.
- Obrigada, mesmo. É que eu teria cinco pessoas pra conversar, a Dorcas, mas ela namora o Remus e os dois não tem segredos. O próprio Remus, mas ele é melhor amigo do envolvido da história. A Petúnia, minha irmã, mas ela... ela é uma idiota. O meu namorado o Lee, mas daí ele iria deixar de ser meu namorado e... E você, eu sei que é estranho, mas eu já te considero uma amiga. – eu falei, praticamente vomitando as palavras em cima dela. Ela tomou um gole do café dela e eu fiz o mesmo.
- Eu não sei se sou boa em dar conselhos, mas vou tentar o máximo. Agora me conta, o que houve? – Eu suspirei fundo, comecei a história do começo (porque começar do fim era foda). Contei para ela tudo o que havia acontecido, do meu pai namorar a mãe do Remus, do Lee ser meu namorado, do fato de eu ter dormido com o James, do jeito do Lee estar estranho, do fato de eu ter transado com ele pra ver se tudo melhorava e encerrei falando o que tinha acontecido essa noite.
- ... Daí o James me beijou... e eu sai correndo e te liguei. E antes de eu sair de casa o James tentou falar comigo, mas eu o ignorei e ouvi o Remus dizer que quando eu soubesse a verdade eu iria me ligar. – Terminei de falar, com toda a certeza eu falava rápido, Marlene me olhava com um olhar pensativo. Com certeza já fazia mais de uma hora que eu estava contando a minha história para ela.
- Você gosta do James? – ela por fim me pediu. Na verdade ela me pegou desprevenida, comecei a pensar rápido, mas não sabia o que responder, ela percebeu isso.
- Eu não sei... Eu gosto de ficar do lado dele, eu gosto de ficar junto com ele, o Sirius e o Remus... Eu não sei... – Apoiei meus cotovelos na mesa e coloquei minhas mãos na minha cabeça desesperada. Meu Deus, desde quando minha vida virou esse drama todo?
- E do Lee? – eu a olhei estupefata, não sabia também como responder.
- Sim... – falei um minuto depois de silêncio. – Claro que sim... Ele me salvou quando eu precisei, ele estava lá para mim... Eu não o amo, eu gosto dele, mas amar ele já um grande, um enorme passo.
- Sim... Talvez o que o Remus falou antes de você sair de casa... Sobre a verdade... – Marlene começou a falar e eu a olhei, esperançosa, eu sinceramente queria que alguém decidisse por mim, eu não sabia o que fazer! – Talvez seja o motivo do porque o Lee estar estranho... Sei lá, é uma possibilidade. E o fato de você não amar o Lee, é bom, pelo menos não banalizou o amor como muita gente...
- Eu não tinha pensado nisso... – murmurei, desanimada. – Obrigada por me ouvir, não sei o que faria sem você.
- Imagina Lily, eu sinceramente fiquei feliz que você recorreu a mim. – ela respondeu sorrindo, não pude deixar de sorrir. – O meu conselho é que você tente falar amanhã com o Lee, ver o que aconteceu. Eu sei que não sou muito boa em conselhos... mas...
- Você tem razão... – eu respondi sorrindo. – E você é boa em conselhos. Vamos?
- Claro, já passa das dez! – ela falou, eu ri, não fazia a mínima ideia que eu aluguei a Lene por mais de duas horas e não só uma hora.
- Meu Deus, duas horas me ouvindo reclamar? Coitada de ti Lene. – eu falei e ela riu, nós pagamos a conta e fomos para o carro. Lene começou a contar umas histórias da cidade dela, conseguiu me fazer rir. Ela era de Liverpool, quase não fiquei emocionada ao saber disso. Sem contar o fato de que a sua mãe é professora de literatura, na Universidade de Londres agora, ela sabia de todos os contos, frases clássicas, de cor! Seu pai era representante, não entendi muito bem o que, algo a ver com molduras, artes. Uma família culta, pelo jeito. Que comentário mais besta o meu. Deixei-a em casa e segui para a minha, vi que as luzes já estavam apagadas dos quartos, menos da sala. Suspirei fundo e abri a porta de casa, entrei na sala e vi Remus olhando televisão, era um episódio de House. Sentei do lado dele e fiquei em silêncio.
- O James está dormindo no quarto de hóspedes. – ele falou finalmente, olhei pra ele apavorada. Amanhã eu ia ter que encarar o James.
- Então você já sabe?
- Claro, o James estava desesperado. – ele falou, eu também fiquei desesperada. – Eu nunca tinha visto ele desse jeito por causa de uma garota.
- Eu trai o Lee. – eu falei, sem conseguir segurar uma lágrima. Eu realmente estava uma confusão. Remus ficou sem jeito, mas ele fez algo que não entendi: me abraçou, um abraço carinhoso, de irmão, consegui sorrir.
- O Lee não te merece Lils. – ele falou por fim, ainda me abraçando. Imagina se ele não ia me deixar mais confusa ainda.
- Porque Remus? – Pedi me separando do abraço, esse mistério todo estava me sufocando.
- Não cabe a mim te dizer Lily. – Remus respondeu, levantando-se do sofá. – E amanhã, eu acho que vou me atrasar pra ir pra escola, se você quiser ir bem mais cedo...
- Obrigada. – eu murmurei quando ele saiu da sala e foi para o seu quarto. Fiquei mais uns minutos na sala e depois fui dormir. Iria seguir o conselho do Remus e ia mais cedo para a escola. Dormi facilmente, odeio dormir chorando, mas foi o que aconteceu aquela noite. Minha vida virou um drama do nada, eu era uma pessoa descomplicada, antissocial, na minha e agora sou até popular por ser meia irmã do Remus, tenho amigos e minha vida parece uma canção da Taylor Swift. Nada contra a Taylor, na verdade eu até gosto de algumas músicas e odiei o Kanye West pelo o que ele fez com ela no VMA, mas se a minha vida parecesse uma canção da Pink eu iria ficar bem mais feliz. Acordei cedo, tomei um banho e desci para tomar café. Infelizmente James já estava na cozinha.
- Bom dia... – ele me cumprimentou, eu não poderia ignorar o garoto pra sempre. Finalmente consegui olhar para ele, mas já senti minhas bochechas ficarem vermelhas. Odeio ser ruiva... mentira, amo.
- Bom dia. – eu falei um pouco seca demais pro meu gosto, peguei uma maçã e abri a geladeira para pegar leite.
- Lily... – James começou a falar, fechei a geladeira com força e peguei um copo. – Nós precisamos conversar sobre ontem.
- Não James, nada aconteceu ontem. – eu falei enchendo o meu copo de leite. – Não pode ter acontecido algo ontem porque eu tenho um namorado e eu não sou uma vadia que fica traindo ele.
- Ele não te merece e ninguém falou que você é uma vadia. – James respondeu seco. Porque as pessoas estavam falando isso pra mim? Porque diabos o Lee não me merece? Ele foi a única pessoa que me viu quando eu era invisível, o único que me defendeu.
- James... – tentei argumentar, mas não consegui pensar em nada, o James estava na minha frente, segurando minha cintura. Minha respiração começou a ficar ofegante, porque diabos eu não conseguia resistir a ele? Se fosse outra pessoa, qualquer um, eu iria conseguir dar um chute nele, ou seilá, fugir. Eu não podia fazer aquilo. Ele tirou uma mecha de cabelo do meu rosto, senti um beijo do James na minha bochecha, perto dos meus lábios. Ele tirou a outra mão da minha cintura e a colocou em minha nuca, roçou os seus lábios nos meus. Eu simplesmente não conseguia resistir.
- Esperem pelo menos eu tomar café. – Remus cortou nosso clima, James se afastou rapidamente de mim. O Remus estava sendo muito legal comigo, me impediu de cometer o erro pela segunda vez. Por algum motivo James estava sorrindo.
- Remus, avisa o meu pai que eu preciso do carro dele hoje? – pedi esperançosa, nem tomei meu leite, ou comi minha maçã.
- Claro. – Remus falou, pegando meu leite e bebendo. Meu pai não ia ficar bravo porque eu peguei o carro dele, hoje ele tinha folga do trabalho e ia ficar em casa. Peguei a chave e sai de casa. Não conseguia ficar mais nenhum segundo perto do James, ele era irresistível para mim. Acabei não saindo tão cedo como planejei, fiquei no carro por uns dez minutos com a cabeça encostada no volante. Não percebi que as pessoas já tinham começado a chegar e faltavam dez minutos para começar as aulas. Olhei para frente e vi o carro do Remus, sai do carro e vi que na porta da escola estava o James, junto com o Sirius, Marlene, Remus e a Dorcas. Cumprimentei todos, menos o James e o Remus, na verdade nem olhei para eles.
- Alguém viu o Lee? – pedi finalmente, James não parava de me encarar, mas tive que fingir que não percebia.
- Eu vi ele indo pro vestiário. – Dorcas me respondeu, sorri agradecida.
- Estranho... – eu falei, o Lee não tinha educação física, ou algo assim para ele estar no vestiário. Sai para ir no vestiário, ainda sentia os olhos do James em cima de mim. Eu tinha que conversar com o Lee, ver o que devia fazer. Abri a porta do vestiário e quase não consegui acreditar no que estava vendo. Lee estava sem camisa, agarrado em uma garota, que tirava a sua saia. Meu mundo começou a cair aos poucos, mentira, meu mundo caiu completamente, estava tão chocada que cheguei a ficar paralisada. Finalmente consegui reconhecer a garota: Jessica Vadia Walsh.
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Nota da Autora:
OOOOOOOOOOOOOOI!
Então, gostaram? SIIIM, meio óbvio né, acabei deixando beeem na cara HEHE! Agora a real pergunta é como a Lils vai reagir a essa situação... HMHMHM! OBRIGADA A TODOS OS COMENTÁRIOS! Sério, me deixam muuuuuuuito feliz! Espero que gostem desse capítulo, o próximo já está pronto, é só vocês comentarem bastante *-* e finalmente a Lene entrou na trama *-* amo o personagem dela nessa fic, ela é bem fofa hihi! MMck, espero que goste dela ok!
E espero que esse capítulo não tenha ficado muito curto hihi!
bejokkks, dominique.
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