~epílogo~
Epílogo
Ou Today Was A Fairytale
Na semana seguinte, tudo estava planejado. Eu tinha tido aquela idéia estúpida, mas ela me parecia a melhor de todas.
E eu não era muito de ter idéias, principalmente uma que envolvesse o que eu pretendia.
Nosso encontro estava marcado para às sete e meia. Eu sabia que Marlene estava tão ansiosa quanto eu. Ela, tal como eu, também sentia falta de nossas saídas.
A mãe de Lene, logicamente, estava quase mais feliz do que a filha. Ela sempre me aceitaria como um filho e iria me considerar até o fim da vida. Ela me achava uma boa influência para Marlene.
Não que eu fosse muito de discutir por conta disso, mas às vezes eu achava que ela me fazia bem melhor do que eu lhe fazia. Havia dias que eu era irresponsável, idiota e muito reclamão. Marlene, no entanto, suportava tudo com o melhor dos sorrisos. Ela me amava do modo como eu era, com meus defeitos e minhas qualidades. Era isso que eu mais admirava nela. Ela aceitava as pessoas de um jeito que poucas faziam.
Desta vez, Marlene trajava um vestido de lã, roxo, de manga e que iam até quase seus joelhos. Nos pés calçava uma bota preta. Seu cabelo cor de chocolate estava enfeitado com mínimas presilhas cor de diamante.
- Você está linda, como sempre – falei galanteador.
Beijei-lhe as costas da mão e em seguida avancei contra sua boca.
- Você vai me acostumar mal – ela sorriu depois que nos afastamos.
Eu ri, fracamente.
- Não posso lhe privar da melhor coisa de um namoro – eu falei.
- Caramba. Você continua o mesmo – ela riu – Acha que eu ainda ligo mais para beijos do que para palavras?
- Não são os gestos que mais contam?
- Ah, verdade. Certamente – ela me disse, entrando no carro.
Guiei-a até o Chez Bruce. Conversamos bastante pelo caminho, sempre confirmando nossos sentimentos um pelo outro. Uma mania irrevogável de Marlene que eu adorava era o fato de que ela nunca conseguia ficar com a boca fechada. Sempre necessitava argumentar, perguntar ou discursar. Muitos caras com certeza de encheriam disso no segundo mês de namoro, mas eu não era qualquer cara. Porque amor – e isso eu tinha aprendido com Marlene – é, acima de tudo, uma questão de aceitação. Podemos amar a beleza de uma pessoa, mas se não a aceitarmos pelo o que é por dentro, pelo caráter, não há como o amor verdadeiro vingar.
- Caramba, Sirius, será mesmo que eu mereço tudo isso? – ela me questionou, assim que eu lhe disse o nome do restaurante. O Chez Bruce é mesmo um dos mais caros e elegantes restaurantes franceses de Londres, mas não o tinha escolhido por conta disso. O que viria depois do jantar é que contaria mais.
- É sério, amor, se você vai fazer algum tipo de surpresa “incrível”, pode ir parando com a idéia – Marlene me disse, com um ar divertido.
- Não posso. Foi a melhor idéia que consegui – sorri, misterioso – Tenho certeza de que depois você irá me agradecer. Bem, tudo bem, não agradecer, mas com certeza ficará encantada.
- Ah, mas pelos céus, pare de ser tão misterioso, homem – ela exclamou.
- Ser misterioso faz parte do meu charme – eu ri, e ela me seguiu na ação.
- Você sabe que não é só por conta de seu charme que o amo – ela falou – Você é muito mais do que um rostinho bonitinho.
- Não sabia que era apenas “bonitinho” – argumentei.
- Bonitinho e muito teimoso, claro.
Rimos sintonizados, e ela parou de me alfinetar. Preocupou-se em arranjar um gloss labial que combinasse com seu vestido.
Seguimos o trajeto como sempre: conversando sobre amenidades e sobre qualquer coisa que avistássemos. Tinha saudades daquela maneira simples de se divertir.
A música de fundo apenas tornava tudo mais cativante.
Assim que paramos na frente do restaurante e deixamos o carro com um chofer incumbido para estacionar certamente veículos, Marlene não se agüentou e vi seu sorriso brilhante quando uniu as mãos e suspirou.
- Já disse que amo você hoje?
- Tudo por conta de um restaurante? – eu deixei minha risada reverberar na noite.
- Não, tudo pelo o que você é e faz por mim – ela corrigiu.
- Você sabe que eu faria tudo para vê-la feliz, Lene – eu disse, com minha testa franzida, demonstrando um pouco de aborrecimento.
- Você é um amor – ela declarou, fazendo seus lábios selarem nos meus, enquanto o recepcionista ainda ostentava um sorriso forçado, com uma das mãos na maçaneta na porta de vidro, esperando que nós enfim entrássemos no salão.
- Boa noite, senhores – o recepcionista nos saudou depois que nos desgrudamos e resolvemos finalmente saborear os pratos.
Acenamos com a cabeça e sorrimos ao vermos tantos garçons zanzando apressados pelo estabelecimento.
Outra pessoa, agora uma mocinha bastante simpática, de origem asiática, nos guiou até uma mesa para dois e agradecemos. Ela nos disse que dali a uns minutos um garçom já iria nos atender.
- Não sabia que um dia você me traria aqui. Sei que pensei assim não pela falta de dinheiro, mas porque, bem, você nunca foi muito bom nessas coisas de romance.
- Bem, digamos que eu só escolhi com muito cuidado um restaurante para oficializar uma nova etapa de nossas vidas – eu disse, dando de ombros, fingindo desinteresse.
- Achei que tínhamos concordado em esquecer o último ano, Sirius – ela disse.
- Isso não tem ligação com o ano que passou – garanti demasiadamente calmo.
- Hm, droga, você é muito bom em fazer suspense – ela fez uma careta.
Eu sorri torto.
Logo um homem muito bem vestido nos cumprimentou e nos sugeriu um prato do cardápio. Pedimos champagne e aguardamos o pedido. Marlene, ainda muito desconfiada, olhava-me com extrema cautela, como se eu estivesse lhe escondendo um segredo muito antigo.
Jantamos perfeitamente felizes, embora eu soubesse que estava nervoso e desconcentrado. Sentia a minha surpresa no peito e isso apenas fazia com que as palavras que eu tanto treinara horas antes fugissem de minha mente.
Saboreamos tudo com satisfação e com muita conversa.
Eu nunca me cansava da voz doce e suave de Marlene.
- Então, o que você pretende? – ela me perguntou, a certa altura.
Já estávamos na sobremesa (creme brulee), e ela aparentava estar muito inquieta e curiosa.
- Pretendo ficar o resto de minha vida ao seu lado – respondi.
Ela rolou os olhos, insatisfeita.
- Não, Sirius, estou falando sério.
- Eu disse – afirmei.
- Você nunca para de brincar?
- Não estou brincando. Acha que eu brincaria com o meu futuro?
- Você acha que eu sou o seu futuro?
- Tenho certeza de que é. Com quem mais eu poderia querer passar o resto de minha vida?
Ela ficou quieta, mas percebi um sorriso pequeno brotar em seus lábios.
- O que isso significa? – ela perguntou.
- Significa que você vai voltar a morar comigo.
- Eu posso fazer isso – ela disse pensativa.
- E que...
- Hm.
- Bem, você vai voltar a dividir a sua vida comigo, porque estará casada comigo.
- O quê? – ela apertou um tanto os olhos, como se não estivesse entendendo a língua que eu falava.
Não consegui deixar de sorrir.
Já tinha me esquecido de todas as falas prontas que eu iria lhe dizer.
- Você quer se casar comigo? – eu perguntei, tirando o anel de brilhantes de dentro do bolso do paletó.
Marlene me observou e observou o anel como se fôssemos miragens.
- Você... – sua voz estava carregada de surpresa e de emoção.
Vi pequenas gotas de lágrimas banhando seus olhos.
- Acha mesmo que irei deixá-la escapar? – eu disse.
E com isso, sem nos preocupar com os outros clientes, nossos lábios se fundiram, deliciando-se com a expectativa de uma nova vida.
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N/a: oi oi *-* Então, enfim o epílogo. Fiquei meio triste por fazer essa fic tão pequena, mas tinha que ser assim. As inspirações não vieram e espero que tenham apreciado Remembering Sunday (: Obrigada pelos comentários *-* Amo vocês (:
Nina H.
17/02/2011
Comentários (1)
Owwwnt! (acho que todos os comentários tão começando assim! huahua) Niina! *--* Suas fics são perfeitas. Essa é tão linda...! Eu adoro quando é o Sirius que narra... *___* (não, eu não sou completamente a.p.a.i.x.o.n.a.d.a por Sirius Black! imagina! hauhauah) Parabéns!!!! De verdade! :DDD E muito obrigada pelo comentário em Chocolate! :D hauhaua Dá uma passada nas outras, vê se gosta, chocolate é tão bobinha! :s rsrsrsrs. Beijos, querida! parabéns, de novoo! *.*
2011-05-11