TEASER



Cinco anos após a saída de Hogwarts…


 


HARRY


“_Putz, Harry! – disse, - Não acredito que eu esqueci de novo! Desculpa! Eu vou trazer amanhã sem falta, ok? Esse tanto de treinamento… Eu nem lembrei que ainda não tinha entregado essa papelada!


_Sem problemas, só não esquece de trazer amanhã, por favor, ou você não vai poder fazer parte do treinamento espanhol e ai você que vai acabar prejudicada… – e ele sorriu para ela enquanto ela saia.


Voltou-se para sua mesa, onde olhou uma foto de uma ruiva voando em uma vassoura, que ficava ao lado de outras três: uma dele próprio com um garoto ruivo e uma garota de cabelos muito cheios e castanhos na escola, uma de uma mulher ruiva com olhos exatamente iguais aos seus e um cara como ele, apenas sem a cicatriz e sem os olhos verdes da mulher que sorria ao seu lado. Na terceira foto ele sorria com cinco amigos: a ruiva da vassoura, o ruivo e a morena da outra foto e somados a eles um menino gordinho com os dentes grandes e uma menina loira de olhar avoado. Ali, em sua mesa, Harry olhava para seus amigos e família que sorriam para ele das molduras em sua mesa. Sua mesa. Era estranho pensar assim… Harry havia sido promovido à Chefe da Sessão de Aurores a pouco tempo. Seus feitos famosos – havia derrotado o maior bruxo das trevas de todos os tempos, Lord Voldemort (ou como alguns do mundo mágico ainda o chamavam, Aquele-Que-Não-Devia-Ser-Nomeado)-, mas, no entanto isso não influenciara na sua escalada no ministério. Ele era muito esforçado e tinha reflexos rápidos. Era corajoso como poucos quando se tratava de salvar inocentes e, principalmente, havia aprendido com sua amiga Hermione Granger – a morena de cabelos fofos das fotos-, a ouvir e a prestar atenção aos detalhes para entender e analisar as coisas que se passavam a sua volta.


Assim que saíra do último ano na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Harry começara suas tentativas para entrar no ministério como auror. Conseguiu na segunda. Havia começado de baixo, treinou como todos seus companheiros e agora - cinco anos depois - havia chegado à posição de chefe, posição que não era tão diferente da sua anterior (à exceção de que agora ele passava bastante tempo preenchendo papeladas e fazendo a parte burocrática das missões, além da prática). No momento em que Harry pegou a foto da bruxa na vassoura para olhar melhor, ouviu uma batida à porta.


_Pode entrar, está aberta. – ele recolocou a foto na mesa e uma bruxa ruiva (a versão viva da bruxa da foto) entrou pela porta com um sorriso largo.


_Boa tarde, amor. – disse, entrando na sala e ficando entre o garoto e a mesa para beijar-lhe os lábios.”


 


HERMIONE


“Hermione corria apressada pela rua, em direção à entrada de visitantes do Ministério da Magia, com Jorge Weasley em seu encalço. Havia acabado de sair de uma palestra do F.A.L.E e dois bruxos muito interessados em saber mais sobre os direitos dos elfos a seguraram para conversar. Com essa pequena demora, ela quase que acabara se atrasando para encontrar Jorge e irem juntos à uma audiência que a garota teria no Ministério; Outra vez ela iria advogar em favor de um elfo doméstico desprotegido. A maioria dos casos era assim: os elfos eram proibidos de fazer alguma coisa por seus donos e acabavam fazendo (geralmente para se defender ou para defender seus amos) e terminavam em uma audiência com o chefe do Departamento de Criaturas Mágicas. Jorge deporia em favor da cliente de Hermione no momento. (…)


Quando chegou a porta do auditório, ouviu a voz de Amos Diggory dizer:


_Então, elfa, você tem alguém em seu favor?


_Não, senhor, Deisy não tem ninguém! Deisy foi má, desobedeceu à senhora e agora não tem ninguém! – ela ouviu a elfa guinchar. – Mas Deisy não fez nada de errado, não senhor! Deisy só queria ajudar, só queria ajudar…


_Ela tem a mim! – disse Hermione, entrando rapidamente pela porta do auditório. – Hermione Jane Granger, Advogada da Ordem dos Defensores Mágicos, Primeira Classe. – ela continuou, jogando uma pasta com provas e atestados na mesa de Amos Diggory. – Estou fazendo tudo pró-bono, então não tem nesta pasta nenhum comprovante de pagamento de ordenados de Deisy para mim, mas há uma declaração assinada da gratuidade dos meus serviços. Estou aqui para defendê-la de todas as acusações.


O Sr. Diggory (agora com muito mais rugas do que Hermione podia se lembrar) a encarou por cima dos óculos.


_Mais uma vez em defesa dos fracos e oprimidos, Srta. Granger?


_Esta elfa não é culpada por nenhuma das acusações. Ela só é vítima da relação abusiva dos bruxos com os elfos, como sempre. – ela sorriu bondosamente para a elfa que vestia um guardanapo velho e rasgado em torno da cintura, sobreposto com uma camiseta roxo-escura e rasgada das Esquisitonas. – Vou te ajudar, está bem, Deisy? Já sei tudo sobre seu caso e vim defendê-la…”


 


RON


“Ron estava sentado em sua mesa olhando uma papelada que Gina havia acabado de deixar para ele sobre as contratações recentes das Harpias. Já tinha começado a ler o relatório de Gwen Jones (ex batedora do time e atualmente responsável administrativa do time) no mínimo sete vezes - e mesmo assim não conseguia se concentrar no que estava fazendo. A cada cinco minutos alguém irrompia por sua sala, atrapalhando-o e fazendo com que ele tivesse que começar a ler tudo de novo. Ele levantou e passou as mãos nos cabelos, pensando:“Se eu tivesse a capacidade de ler essa chatice de relatório da mesma forma que Hermione tinha para se concentrar nas aulas de História da Magia eu teria terminado há séculos…”


_PUTS! – ele falou alto e bateu na própria testa, olhando o relógio - HERMIONE! – e saiu correndo desabalado da sala pelo corredor, deixando os papéis em cima da mesa de qualquer jeito. – Se eu me atrasar de novo ela vai me matar!


Ron namorava Hermione Granger, a bruxa mais inteligente que ele já havia conhecido. Ela advogava em defesa de criaturas mágicas e geralmente quando isso acontecia, ela pedia para Ron ir até o tribunal dar “suporte emocional” (pedir era o conceito que ela tinha, mas Ron via como uma exigência: a única vez que ele não havia ido, a garota não o olhara na cara por duas semanas). Quando passou pela mesa de Laura, a secretária do departamento de Esportes, disse rápido, sem parar para ouvir a resposta:


_Se precisarem de mim eu estou no Departamento de Criaturas Mágicas.”


 


GINA


“O elevador se abriu e Gina desceu no Átrio, gritando para Ron e Hermione – que se beijavam demoradamente na porta do elevador.


_Ás oito hein, Ron! Não atrasa! Nem você, Hermione! Eu cozinho, mas vocês dois limpam! – e desaparatou, mas não sem antes ouvir Ron reclamar para Hermione “O Harry no fim nunca faz nada…”.


Gina chegou ao centro de treinamento das Harpias se sentindo renovada… Era incrível como o tempo com Harry a fazia sentir bem. Ele era diferente de todas as outras pessoas do sexo masculino com quem ela tinha convivido.


Na família ela adorava Carlinhos e Gui, mas eles sempre viveram mais afastados dela por serem mais velhos e morarem no exterior. Fred (e ao pensar nele ela sentiu aquela pontada costumeira que nunca passava) e Jorge eram seus melhores amigos. Ela se aventurava com eles sempre que podia e com eles ela aprendeu mais coisas do que com qualquer um dos outros irmãos… Aprendeu até a dar uma chave de braço caso precisasse brigar sem magia. Ron era o irmão de quem ela tinha a idade mais próxima da própria e também o que a irritava com mais profundidade. Ele sempre queria controlar sua vida, saber o que ela estava fazendo e – na época da escola – até com quem ela estava saindo. Ela sabia que era porque ele a amava, mas esse excesso de proteção de Ron sempre fez a garota se sentir frágil em uma família de homens – e ser frágil era a última opção na grande lista de coisas que Gina queria ser perto dos seis homens que sua mãe havia criado. Percy era o irmão estudioso, o irmão que era diferente de todos os outros e dela mesma, mas por quem Gina atribuía a maior parte de suas boas maneiras. Ele também a ensinara como comer com garfo e faca quando era pequena, a amarrar os sapatos sem varinha e a fazer seu primeiro feitiço (com a varinha dele). Seu pai era motivo de orgulho: um grande homem. Um homem bom, justo, leal e adorador de trouxas. Ela nunca esquecia as noites que passara em claro na garagem ajudando seu pai a separar tomadas por tipo ou parafusos por tamanho quando todos os outros irmãos haviam ido para Hogwarts. Neville Longbottom, Dino Thomas e Miguel Corner eram os únicos garotos fora os parentes com quem Gina tinha dispensado um tempo considerável. Neville e Gina eram amigos desde que Gina se lembrava ter entrado em Hogwarts e a garota sempre o vira como um irmão que não era ruivo. Ele era bom com ela, a tratava bem, eles se entendiam e ponto. Miguel foi o primeiro cara com quem Gina havia saído na vida e também seu primeiro beijo. Ele era legal com a garota até perder para ela no Quadribol: depois da derrota da Corvinal para a Grifinória no 4º ano de Gina em Hogwarts, ele passou a tratá-la de maneira diferente, se tornando distante e até frio. Eles não demoraram muito depois disso para se afastarem… Depois de Miguel Gina começou a sair com Dino Thomas… Dino era legal, mas Gina sempre sentia que faltava algo quando estava com ele. Geralmente quando ele queria ser carinhoso com ela, ela queria um momento sozinha e quando ele queria ter um momento dele, ela estava carente. O timing deles não funcionava; um não funcionava junto com o outro.


Agora Harry… Harry e Gina funcionavam como ela havia visto em poucos casais. Era isso: eles funcionavam… Funcionavam juntos.Eles sabiam quando o outro precisava de um abraço ou de um puxão de orelha. Eles sabiam brincar juntos, mas também sabiam discutir a relação como poucos casais que ela tinha visto. Juntos eles podiam discutir assuntos que passavam de Quadribol à como a música de natal que a Sra. Weasley gostava estava decaindo cada vez mais. Ela podia confessar coisas que nunca pensou que pudesse contar para alguém para ele sem se sentir embaraçada. Ela entendia e respeitava – e ela sabia que ninguém teria feito como ela – a relação de Harry com Ron e Hermione. Eles se completavam. Harry era, literalmente, o herói que havia chegado para Gina desembainhando sua espada e desmontando… Sua fênix? – ela riu – Salvando-a de um monstro terrível.”


 


LUNA


“_Eu posso sentir, Rolf. – ela disse numa voz sonhadora. O garoto a encarou com a cabeça inclinada ouvi-la chamá-lo pelo primeiro nome – Sei que eu tenho que procurá-los… As provas de que a última manada passou aqui pela Letônia são claras…


_E quais, exatamente, são essas provas, hm… – ele arriscou chamá-la pelo primeiro nome também – Luna?


Ela sorriu para ele. O sorriso da garota se espalhava até seus grandes olhos azuis. Ela bebeu mais um pouco do drink e só ai falou:


_Uma série de pequenos acessos de tosse catarrenta em toda essa região. O bufo dos Bufadores causa esse tipo de acesso, mas também tem propriedades mágicas incríveis… Certa vez papai me disse que o chifre que ele tinha conseguido para mim emitia um zunido claro de comunicação antes de explodir… O bufo com certeza não pode ser diferente, desde que seja usado junto com a fórmula mágica certa e…


_Seu pai já conseguiu um chifre de Bufador Enrugado pra você?


_Sim! – ela disse, radiante. – Uma pena ele ter explodido junto com a minha casa antes de eu poder vê-lo… Teria sido interessantíssimo! – disse com um claro tom de birutice que não soou como birutice para o homem a seu lado:


_Então vamos procurar algumas pistas por aí! – disse ele, concordando com a sandice da loira. – Com certeza estamos perdendo tempo com esses drinks!


Ela sorriu para ele e se levantou, jogando o drink de manga na mesa e estendendo a mão para o garoto. Ela o viu encarar sua mão por um momento e em seguida segurá-la. Ele sorriu para ela quando as duas mãos se fecharam uma em torno da outra. Luna sorriu de volta e disse:


_Mas vamos logo… Preciso estar em casa para o jantar! – o garoto a encarou e ela continuou: - Quer jantar comigo e com papai hoje? É dia de jantar e depois uma partida de Snap Explosivo de Corvinais!


_Snap Explosivo de Corvinais?


_É… Bom, não é tão diferente… A questão é que quando o baralho explode na sua mão você tem que responder a uma pergunta…”


 


NEVILLE


“_Professor Longbottom! – uma menininha loira levantou a mão. – O senhor tomou detenção quando estava na escola? – os olhos dela arregalaram.


_Vamos começar a desenvasar as mandrágoras! – disse Neville bondosamente. – Depois falamos sobre estudar em Hogwarts e detenções, está bem? – ele tinha que falar alto por causa dos abafadores sobre as orelhas dele e dos alunos. – Agora quem pode me dizer por que estamos com esses abafadores sobre as orelhas?


Um garotinho da Corvinal levantou a mão rapidamente, lembrando irresistivelmente uma grande amiga de Neville: Hermione Granger, a garota mais inteligente que Neville já havia conhecido. Ele deu uma risadinha e deu a palavra ao aluno:


_Mark?


_Porque as mandrágoras soltam um grito quando são desenvasadas que pode matar! – e ele arregalou dois olhões para Neville.


_Muito bem, Mark! Dez pontos para a Corvinal! – e ele abrangeu os outros estudantes, continuando a falar:- Essas são pequenas ainda, então ainda não matam. Por isso vocês estão reenvasando-as…


Uma mão subiu ao ar.


_Sim, Jane?


_E se ela me matar?


_Não vão matar, Jane… – ele riu bondosamente para a garota. – Quando eu estava no segundo ano a Professora Sprout, minha professora de Herbologia na época, pediu para eu ajudá-la a reenvasar algumas mandrágoras para nota extra, pois era uma época em que a escola estava precisando de bastante Mandrágora… Um dia eu me enrolei com os abafadores e acabei puxando uma mandrágora da terra sem o abafador estar colocado direito sobre as minhas orelhas… – ele viu os olhos dos alunos se arregalarem – Eu só fiquei desmaiado por algumas horas, mas não morri… Elas ainda não matam, podem ficar tranqüilos… Agora, para reenvasarem a Mandrágora é preciso puxar com força… Assim! – e Neville deu um puxão na Mandrágora à sua frente, colocando-a em outro vaso e cobrindo-a com terra.


Neville amava dar aulas em Hogwarts. A escola sempre havia sido sua casa, havia sido o local em que ele havia descoberto quem ele era e do que era capaz. Herbologia sempre fora sua matéria favorita e quando, três anos depois de sair da escola, a Professora McGonagall o convidara para juntar-se ao time de professores de Hogwarts, ele nem havia hesitado…”

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.