Sweet Child O' Mine - Chel Pro
FIC: Sweet Chil O'Mine
Autora: Chel Prongs
Notas:
a) Média de votos:
b) Indicações:
c) Nota:
Sweet Child O’ Mine
Por Chel Prongs
Beberiquei o meu café enquanto encarava o relógio de couro em meu pulso. As horas pareciam brincar comigo enquanto eu esperava naquela espelunca por ela.
Nos fundos, uma máquina de som no mínimo arcaica, tocava alguns rocks antigos, que ficavam a gosto da clientela – que depositasse uma moeda.
Naturalmente, esperava por ela. Não faria isto por qualquer pessoa. Quantos anos se passaram? Dez, onze? Só no topo dos meus vinte e sete anos eu consigo um meio de encontrá-la. Algo além de expectativas e enrolações.
E como eu senti sua falta. O plano era de irmos para Oxford, naturalmente. Estávamos com tudo combinado. O loft dos meninos – James, Remmie, Rabicho, Bones e eu – perigosamente perto (ao lado) do loft das meninas – Lil, Lene, Dorcas, Emmeline e Amelia.
Mas o que deu errado – como sempre –foi a minha família. A mesma da qual fugi aos 16 anos, a mesma que me forçou a ir para Harvard.
Sim, Harvard. A poderosa e influente família Black me fez a bondade de conseguir um jeito de me ‘destituir da vaga de Oxford por delinqüência’ e a única faculdade de segunda opção que tinha me inscrito era Harvard. Não Cambridge ou qualquer porcaria da Inglaterra. Eu tive que ser suficientemente idiota para tentar só Oxford e Harvard.
E cá estou eu. Um jornalista trapaceado, formado num país estranho, em busca de redenção aqui na terra da minha rainha.
Plim-blim.
O sino do estabelecimento soou de novo, alertando minha atenção inutilmente por alguém que não era Marlene. Beberiquei o meu café de novo.
Café. Relógio. Horário. Celular. Oito e meia da noite, num lugar que não conheço.
Café. Relógio. Horário. Celular. Oito e quarenta, nada de Marlene. O celular não atende. Eu nem tinha o número do celular dela até duas semanas atrás! Me pergunto como ela conseguiu o meu...
Sino. Café. Sino.
Sino. Copo vazio. Suspiro. Nove e meia.
Até pensei em sair dali, mas nada melhor me aguardava fora daqui. Não sabia onde os meninos moravam, onde as meninas moravam. Não tinha a menor intenção de saber onde minha família mora e não me importo com o fato de que ainda não tenho lugar para morar.
Relógio. Café. Relógio. Celular. Café. Sino. Sino.
Comecei – incrivelmente – a ignorar o sino. Vou tentar catalogar as músicas – que não variam muito.
Queen. Kansas. Kansas. Queen. Guns ‘n’ Roses. Yes. Aerosmith. AC/DC. AC/DC. AC/DC. Kansas. Queen.
Ouvi as músicas. Percebi as pessoas que saiam, que pagavam a conta. Que choravam, que cantavam sozinhas. Olhei para cima, para baixo, para os lados, para o copo.
Me concentrei numa música em especial, que, ao começar a tocar, me embalou naquela harmonia já conhecida.
Deve ser por isto que não percebi quando Marlene se sentou do meu lado e colocou sua mão sobre o meu ombro, abrindo aquele sorriso pelo qual me apaixonei e senti falta durante todo este tempo.
She's got a smile that it seems to me
(Ela tem um sorriso que mexe comigo)
Reminds me of childhood memories
(Me faz lembrar de memórias da infância)
Where everything was as fresh
(De quando tudo era fresco)
As the bright blue Sky
(como o brilhante céu azul)
‘‘- Ah, Marlene! Pare com isto! Anda logo! – tentei empurrá-la para o outro lado da porta. Ela estava vendada. Por conta da sua teimosia, amarrada pelos pulsos. E eu ainda tentava fazê-la passar pela porta da casa de Lílian, enquanto ela se recusava a passar pela porta, usando o corpo como trava.
- O quê? Você é um tarado! Onde estamos? Que tipo de presente é este? - ela reclamava, resmungava, se debatia. Eu falei que não iria dar certo, era Lily quem devia levá-la para lá. Eu levá-la era no mínimo muito suspeito.
Marlene se sentou no chão, para aumentar ainda mais a pirraça. Revirei os olhos e a levei no colo, segurando ela muito forte contra o meu peito, para que não caísse.
- Paredemexer.
- Eu vou gritar, SOCORRO. - ela ainda se revirava, igual a uma louca.
- SIRIUS, eu pedi só para trazê-la aqui! - Dorcas apareceu pela porta dos fundos, resmungando.
- Eu disse que se fosse eu a levá-la, daria bosta. Vocês são cientes disto, ninguém confia em mim - dei os ombros, para mostrar a minha não-culpa.
- DORCAS? DORCAS? DORCAS ME SALVA! - Lene gritou, ainda tentando se desvencilhar.
- Pare com isto, sua louca! - coloquei-a no chão, tirei sua venda e as supostas ‘algemas’ improvisadas. Dorcas acendeu as luzes e toda a turma sorria, segurando um bolo enorme com exatamente dezessete velas.
- FELIZ ANIVERSÁRIO, LENE! - exclamamos, rindo enquanto lágrimas brotavam de seus olhos. Pendurou em meu pescoço e me tascou um beijo rápido, para depois ir abraçar cada um dos participantes ’’
Now and then when I see her face
(Agora então, quando vejo seu rosto)
She takes me away to that special place
(Ela me leva para aquele lugar especial)
And if I stare too long
(E se eu fitasse por muito tempo)
I'd probably break down and cry
(Eu provavelmente perderia o controle e choraria)
- Como vai, american boy? - ela ri para mim.
Sempre fui escravo do sorriso dela. Fazia qualquer coisa para merecer um mínimo riso. Até mesmo um olhar mais de alegria. Um bobo da corte eterno. Arrancando risos e sorrisos por aí.
Sweet child o' mine
(Minha doce criança)
Sweet love of' mine
(Minha doce amada)
“- Sirius? - ela mumurou, olhando para os lados. Eu havia jogado aproximadamente cinco pedrinhas e só na última, que eu pensei sinceramente que fosse quebrar a janela, ela apareceu. Seu rosto iluminava a minha noite. Eu, ali embaixo da sua casa, olhando para a janela do segundo andar parecendo um fugitivo em busca do rosto de uma princesa. - O que está fazendo aqui? Vá embora, antes que meus irmãos acordem.
Ela estava quase fazendo quinze anos, e eu havia feito dezessete há duas semanas. Sorria para ela, enquanto a chamava:
- Vem cá! Anda! - tentava conter os gritos nos meus sussurros confusos. Queria gritar e falar baixo, trazê-la para mim rápido. Passar a urgência na minha voz. - Anda!
Uma urgência boba, talvez. Mas urgente, como a de qualquer bobo apaixonado que se encontra por aí.
Ela revira os olhos.
- Você tem um minuto! - diz ela, colocando uma blusa de frio e uma calça de moletom, antes de aparecer pela porta da frente e vir ao meu encontro.
- E aí, o que foi? - ela diz, mas não me dou o trabalho de responder. Só a puxo pelos ombros, selando meus lábios nos seus. - Aqui não - murmura.
Nos soltamos, meu sorriso bobo aumenta ainda mais. Ela esconde um sorriso, querendo se passar por brava. Eu dou os ombros:
- Só vim aqui para isto, sweet child.
Dou as costas e saio rindo, antes de ouvir as palavras obscenas de revolta de quando a chamo assim. Ela sempre odiou, apesar de eu achar que combinava muito bem. ”
She's got eyes of the bluest skies
Ela tem olhos do azul mais celestial
As if they thought of rain
Como se eles pensassem na chuva
I hate to look into those eyes
Eu odeio olhar naqueles olhos
And see an ounce of pain
E ver um traço de dor
- Não reconhece mais o rosto das pessoas, Sirius? - ela riu, se servindo do meu provável oitavo copo de café, sem tirar os olhos de mim. Sorri.
- O que aconteceu com o horário inglês? Depois o americanizado sou eu. - seus olhos continuavam no mesmo azul brilhante, e seu sorriso ainda alegre, jovem e animado.
É difícil não me perder naquele rosto familiar, que me traz memórias a tona que eu lutei para não esquecer. Memórias dos risos, problemas, choros e qualquer coisa. Só memórias, que me trazem saudades daquele tempo.
Her hair reminds me of a warm safe place
Seus cabelos me lembram um lugar quente e seguro
Where as a child I'd hide
Onde quando eu era criança eu me escondia
And pray for the thunder and the rain
E rezava para o trovão e para a chuva
To quietly pass me by
Calmamente passarem por mim
“- Vamos sair daqui logo - ela disse, saindo correndo segurando minha mão, pelo meio da ventania. Um péssimo dia para ficar fora de casa, justo no dia que uma tempestade digna do título ‘dilúvio’ ameaçava cair. - Qual é a casa mais perto daqui? - gritou.
- Emmeline, eu acho! - gritei de volta, tentando tirar os cabelos dos meus olhos para visualizar a vizinhança onde estávamos. A correria nos tirou da praça onde estávamos fazendo uma espécie de piquenique para um quarteirão ao lado.
- Ela não vai gostar nada disso! - podia distinguir sua risada sob os trovões - aquela ali? Amarela? - ela aponta e no segundo seguinte, estamos correndo igual a loucos. Pulamos a cerca (literalmente) e fomos parar na varanda da casa. Encharcados, olhando para a casinha da Puffy, labrador de Emmeline, que estava na mesma situação.
- Estou com frio - ela diz, me abraçando pelos ombros. - Você está pior, mas acho que se mecher, vou perder calor - e sorri.
Sorrio de volta: - Você não me incomoda nem um pouco - roubo um beijo, que se torna mais um e vários outros.
Me lembro de termos ficado na varanda da casa que não nos pertencia por este tempo todo, rindo do nosso próprio infortúnio de pegar aquela chuva. Contando em quantos dias ficaríamos resfriados e, logo após, rindo da cara que Emmeline fez ao chegar em casa e encontrar dois cachorros molhados a mais na varanda.”
Sweet child o' mine
(Minha doce criança)
Sweet love of' mine
(Minha doce amada)
- Queria testar se o marmanjo americano esperaria a bela dama aqui - piscou - a mesma que deixou na Inglaterra por tanto tempo.
Senti o frio na barriga. O mesmo que sentia quando estava perto dela, há tanto tempo. Exatamente igual, sem nada a menos de intensidade.
- Senti sua falta, Lene - seguro sua mão. Parece a única coisa apropriada a fazer agora. A única coisa que eu poderia, de alguma forma, lhe dar. Algo que enquanto trabalhava, estudava, eu queria fazer. E só.
Ela ri, talvez sentindo o mesmo que eu, talvez não.
- Vamos sair daqui - ela me puxa pela mão. Como sempre, me puxando. Me levando para qualquer lugar que queria. Eu como um simples peão, um escravo da sua vontade.
Where do we go
Para onde vamos?
Where do we go now
Para onde vamos agora?
Where do we go
Para onde vamos?
Where do we go
Para onde vamos?
Where do we go now
Para onde vamos agora?
Sweet child
Doce criança
Sweet child o' mine
Minha doce criança
- E para onde vamos agora? - eu pergunto, enquanto andamos de mão dadas pelas ruas, trocando beijos e amassos e sorrisos, distribuindo felicidade a quem quisesse provar.
- Quando foi que você fez questão de saber? - ela sela os lábios nos meus, posso sentir seu sorriso brotando.
- Ok, minha criança. - eu digo, Marlene ri alto.
- Até hoje! - Ela fala alto na rua, não importando que seja dez horas da noite - Eu não posso acreditar que você fala isto até hoje.
- Doce criança - sorrio ao ver sua feição emburrada.
Roubo um beijo. Roubo mais um. E mais outros vários. Posso ficar nisto, até chegarmos em qualquer lugar.
Where do we go
Para onde vamos?
Where do we go
Para onde vamos?
Porque no fundo não importa aonde vou chegar. Importa estar com minha amada, aquela criança eterna que eu esperei tanto para ver sorrir ao meu lado. Um momento, uma pequena fração do dia que eu entalharei cada detalhe na minha memória.
E para onde vamos agora? Para qualquer lugar. Juntos. Mas para qualquer lugar.
*
________________________________________________________________________________________________
N/A:
OWN, eu adorei escrever esta, sério. Não ficou nada muito tchan tchan, mas ela me agradou bastante. Eu amo essa música e espero ter feito jus. Passei por um momento de falta de inspiração e não tenho dúvidas de que esta fic foi a chave que me fez ter alguma de novo. Mal posso esperar para ver as outras fics! Espero que estejam boas, own, as músicas foram ótimas! Quero ver a da Cáh (minha linda L ) e da Taly! Torcendo por vocês, queridas! E fim. Espero que tenham gostado! Obrigado pela atenção, *-*
Rachel Lima - Chel Prongs
http://etcoetra.blog.br (blog meu e da Taly, visitem! \o/)
Profile:
Votos:
http://www.enquetes.com.br/popenquete.asp?id=958185
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!