Quarto 596
Parte três
A terceira mensagem
Quarto 596
Fiquei sentado ao lado dele um tempo bem grande. Caminhei com a cadeira de rodas pela sala toda, até aprendi alguma manobras legais. Nisso, já tinha se passado mais do que vinte minutos, e a enfermeira me deixou ficar ali, cuidando do meu “amigo”.
Olhei para o relógio, era três horas e nada do senhor Malfoy acordar. Eu comecei a pensar, e muito. O que ele teria feito a ponto de parar no mundo trouxa, ao que ele tinha tanto temor?
Fiquei com raiva de lembrar a forma que ele tratava Hermione na escola e peguei um copo de água e joguei no rosto de Malfoy. Ele acordou, tossindo e um pouco incrédulo.
– Weasley? O que faz aqui?
– A pergunta é, o que você faz aqui!
Ele ficou quieto. Pegou uma caixinha, tipo a que tinha no meu quarto e ameaçou apertar o botão. Mas eu bati em sua mão e a caixinha caiu.
– Malfoy, vou perguntar mais um vez, o que faz aqui?
Ele respirou ofegante e ficou pensativo por alguns minutos.
– Não é da sua conta!
– O que você faz no mundo trouxa, ao qual tinha tanto medo e temor?
– Weasley vá embora!
– RESPONDA!
Ele ficou quieto novamente. Ele logo apertou as mãos finas e mal nutridas.
– Prefiro não falar sobre isso.
– Tudo bem, você tem até o clarear do dia para tomar coragem me contar!
– Porque eu lhe contaria algo particular?
– Porque você não tem ninguém.
Draco se enrolou no lençol branco e virou para a parede. Fiquei observando ele, mas após, fui para a janela ao lado da cama dele e fiquei a olhar para a rua. A movimentação era bem grande, ambulâncias saindo e chegando eram algo. Percebi o tamanho do hospital depois de ver que tanta gente ferida cabia aqui dentro. Elas não paravam de chegar. Olhei para o relógio, ele marcava cinco horas, como tinha passado tempo, oh céus.
– Rony, desculpe, de novo.
– Por causa dos tempos de escola? Você já pediu...
– Eu digo por agora a pouco. Eu estou diferente, mas é esquisito tudo isso.
– Quer falar sobre isso? – me virei para ele.
Silencio.
– Pode confiar em mim Malfoy.
Ele ficou pensativo e logo se sentou na cama. Ele me encarou profundamente, mas logo respirou e relaxou os ombros.
– Rony, minha namorada estava grávida, mas ela perdeu o bebê.
Eu fiquei pasmo. O que eu iria fazer? Recitar uma criança?
– Por Merlin. E como você parou aqui?
– Nós dois estávamos brigando dentro do carro, e eu bati. Foi ali que ela perdeu a criança. Toda vez que ela entra aqui para me visitar eu finjo que estou dormindo.
Eu fiquei sem ração, escutando apenas o batimento da criança que havia falecido. A criança que nem havia se formado. Quando me dei conta, Malfoy estava tomado por lágrimas.
– Eu perdi o controle do carro Rony. Não foi culpa minha!
– Então não se culpe! Fique ao lado dela, de apoio a ela. Como você sabe que ela perdeu o bebê?
– Ela falou que perdeu o que era dela, toda vez que vem aqui.
Eu estava em choque. Imaginei a cena de Malfoy sendo pai. Criando uma criança e sendo fiel a sua esposa, ou namorada. Era assustador.
– Olha Malfoy, o seu caso é sério.
– Eu sei.
– Não, não.. Você entendeu errado. Estou me referindo a outros casos que já tive.
– Virou psicólogo?
– Um pouco mais perigoso do que isso.
Rimos juntos. NÃO! PARA AI! Eu estava rindo com Draco Malfoy? Um MALFOY? Que humilhou minha família por anos? Era estranho, mas parecia que o amargo Draco estava ficando melhor.
A madrugada foi longa, colocamos tudo em pratos limpos. Mas o momento que mais me marcou foi quando Draco me contou que já teve uma quedinha por Hermione. Mas eu entendi ele.. Quem não teria? Amanheceu o dia e continuamos a conversar. A enfermeira entrou no quarto e ficou surpresa ao ver Draco bem.
– Vou avisar a senhorita Astoria Greengrass.
Draco pareceu murchar. Ele parecia triste novamente, e logo empurrei minha cadeira até ele e dei um tapinha no ombro dele.
– Coragem Draco!
– Obrigada Rony, eu só precisa conversar. De verdade, esse tempo todo que estou aqui estava me deixando louco. Não conversava com ninguém. Valeu cara. Te devo uma!
Eu apertei os lábios. Será que minha missão tinha sido cumprida? Não! Ela se confirmou quando eu vi Astoria, entrar na sala.
– DRACO!
Ela gritou, correu até ele e o beijou. Um beijo contemplado de saudade e comoção. Ela ficou a fitar os olhos do garoto, que olhavam para os lençóis. Ela riu para ele.
– Não notou nada de diferente?
– No que?
– Em mim. –Ela se levantou.
Ela se levantou e passou a mão na barriga volumosa. Eu havia percebido e já estava rindo. A cara de Draco foi a mais surpreendente que pude ver em anos de “rivalidade”.
– ASS-TTOO-RIIAA. – Ela gaguejou.
– Três meses! – ela disse, sorridente.
Draco a puxou pela camisa e a abraçou. Um abraço carinhoso e afetuoso. Eu falei bem baixinho, a ponto de Draco apenas ler meus lábios:
– Não conte a ela o que você pensava.
Ele concordou com a cabeça. E eu pedi a enfermeira que estava na porta que me levasse ao meu quarto. Senti que aquela madrugada tinha sigo construtiva e terminado feliz. Ao chegar a porta do meu quarto, escutei uma voz familiar bufando.
– Puts. Hermione...
A enfermeira abriu a porta do quarto. Hermione estava em pé, Harry e Gina em volta deles.
– Bom dia.
– RONALD WEASLEY. VOU TE MATAR!
Eu senti medo. Ela estava em fúrias.
Comentários (1)
Como assim Draco vai ser pai ANTES DO HARRY? De todos ali (Harry, Rony, Hermione e Draco), o Harry foi o primeiro que casou e teve filhos, tanto que no epílogo o James ja está na escola, enquanto Alvo, Rose e Escórpios estão todos indo pela primeira vez a Hogwats. Acho que você se esqueceu desse detalhe, ou pensou que Escórpios ja fosse mais velho, mas não, ele tem a mesma idade de Alvo e Rose (a não ser que ele tenha tido mesmo uma filha aborto, como aquela pegadinha que o site "Harry Potter Latino" fez no dia da mentira).Estou adorando a fic, o Rony sendo o personagem principal, so acho as vezes exagero ele dizer que é covarde (afinal ele lutou numa guerra, e alí ele mostrou que não tinha nada de covarde, então ja era pra ele ser confiante). E também acredito que depois da guerra ele tenha amadurecido, e se tornado um homem responsável e não um vagabundo que não tá nem aí, como aparece aí na fic. Muita gente (principalmente os odiadores do Rony como os H/Hr), continuam tratando o o Rony como se ele ainda tivesse a idade e a imaturidade dos seis primeiro livros, e não o trata como um homem de verdade que ele ja tenha se tornado, a própria JK falou que no sétimo livro Rony amadureceu muito (ele demorou que os dois amigos, ja que tanto Harry e Hermione amadureceram precocicamente, mas no sétimo ele amadureu muito como a tia Jó falou).Bem vou continuar vendo as missões do Rony. Beijos!!!!
2012-08-04