O assalto




Parte um
A primeira mensagem



O assalto 




Minha vida é uma merda. E quando eu digo isso, pense em uma merda das grandes.


Eu estou de bruços no chão, tendo que permanecer com a cabeça enfiada no chão por causa de uma pessoa que quer roubar uma merda de mercado.


E o pior de tudo é que eu nem posso dizer que estou no meio de um assalto por idiotice minha, eu simplesmente passei pelo cara na rua e nem desconfiei.


Outra, eu nem deveria estar nesse mercado chumbrega. Hermione me pediu para comprar algumas coisas para o jantar e depois de uma briga feia com ela eu resolvi vir.


Tem mais ou menos seis pessoas deitadas no chão, e totalmente com medo. Esse assaltante não tem cara de Voldemort e nem de aranhas, acho que mesmo assim estou com medo.


Uma mulher com uma criança está apavorada. E a criança não para de se mexer e chorar.


– Mande a criança calar a boca! – gritou o homem. – E você, rápido com isso.


A mulher do caixa parecia nervosa e totalmente acabada. Ela estava com os cabelos presos mais alguns fios soltos, ela era magra e tinha a aparência cansada. O assaltante apontou a arma na cabeça da mulher.


O barulho das sirenes da policia estavam chegando perto. Aparentemente o cara era bem inexperiente e estava nervoso. Tive a impressão de ler em seus lábios algo como “Merda”, “Fodeu”.


Eu o encarava. Era o único. Todos os outros estavam com a cabeça baixa. Uma senhora ao meu lado, tremia de tamanha agonia e medo.


– Ei, você. Venha – disse ele, a senhora. – Preciso de um refém!


Eu encontrei na senhora o medo dela. Eu queria tira-lo dela. Ajudar ela de alguma forma. Mais esse fardo fora sempre de Harry, meu amigão. Então eu nunca estava acostumado a ser o herói. Mas eu tinha que ser o herói daquela senhora, ela parecia tão frágil e tão..tão.. senhora.


– Me leva cara, deixa ela aqui. – eu disse, me levantando.


– Seu filho-da-puta fica quietinho! – disse o cara, com a arma na minha testa.


Eu não tinha percebido que o cara tava tão perto de mim. Ele queria levar aquela senhora, mais eu não podia deixar. Ele não sabia o que fazer, então eu me levantei. O cara começou a tremer.


Não é querer me gabar, mais eu até que sou um cara grandalhão. Não tenho muitos músculos, mais tenho um corpo de segurança de boate. Enquanto eu me levantava o cara começou a tremer. Ele olhou para os carros da polícia.


Tinha uns quinze homens armados e seis carros da policia estacionados em meia lua. Alguns curiosos também estavam lá. Minha reação, naquele momento, foi rápida. Eu fechei meu punho e dei um soco no rosto do cara.


Ao invés de eu chutar o cara e continuar com a pose de valentão, eu coloquei a minha outra mão sobre meu punho, ainda fechado. Jesus, o cara tinha um rosto igual pedra. Minha mão doeu muito!


Eu meio que me agachei, e segurava minha mão. Os policiais entraram no local. O ladrãozinho estava jogado no chão mesmo, e arma bem longe dele. E eu? O herói do dia? Morrendo de dor! Eu acho que nunca mais eu bato em ninguém!


– Meu herói! – disse a velhinha.


A mulher se agarrou em mim de tal forma que eu fiquei apavorado. Ela me abraçou com uma forma frágil, e eu fiquei estático. Achei estranho aquela mulher me abraçar. Nunca fui muito do contato físico com ninguém, um “oi” ou “olá” está de bom tamanho.


A mulher ficou ali, me abraçando. Até que alguns repórteres entraram no mercadinho de quinta. E parar variar, vieram falar com o cara que meteu um soco no rosto do bandido.


Eles fizeram milhares de perguntas, eu acho que Hermione está subindo pelas paredes de raiva de mim. Mas eu tinha que estar bonitão na televisão. Resolvi responder todas as perguntas, calmamente. Depois de responder as perguntas, e estava me retirando do mercado, e um policial me chamou.


– Senhor Weasley? – perguntou o tenente.


– Sim senhor. – eu respondi.


– O senhor vai ter que comparecer na delegacia de policia daqui alguns dias. Mas não se preocupe, vamos apenas querer seu testemunho. – o cara era sério.


Ele tinha um bigodinho e passava a mão nele e tinha uma pinta de durão. Minha outra mão não estava doendo, mais eu queria dar um soco nele, só para ver se aquele bigode caia mesmo.


– Vamos mandar uma intimação para o senhor – ele disse. – E nem se preocupe com o carinha, ele não vai te fazer mal nenhum.


– Ta me chamando do que? De covarde ou medroso?


Eu tinha que manter a pose de herói, e desafiei o tenente.


– Vai embora filho! – disse ele.


E fora o que eu fiz. Fui caminhando para casa sem o que Hermione pediu para mim comprar. E adivinhe aonde eu fui me lembrar disso? Quando a simpática Hermione abriu a porta.


– Ronald! Eu pedi para você fazer as compras! Cadê elas?


– É uma longa história.


Eu entrei dentro de casa, de mal jeito, por tinha uma general na porta, querendo um interrogatório completo do que houve com as compras.


Hermione não parou de bufar e encher minha cabeça de reclamações o resto da noite. Eram recém seis horas e eu teria que aturar ela falar até alguém dar um basta. Mas eu estava ocupado demais, eu estava sentado no sofá, com uma bolsa de gelo na mão.


– E ai herói! – disse Harry, entrando pela porta da frente.


Eu apenas ri. Logo atrás dele veio Gina. Harry sempre passava no trabalho dela para pegar ela. Era um pouco longe.


Depois que acabou a guerra contra Voldemort. Resolvemos (Eu, Hermione, Gina e Harry) ir para a casa dos Dursley. Ela estava sem utilidade mesmo e tínhamos que dar um tempo de magia e essas coisas encantadas. Monstro até se ofereceu para nos ajudar na casa mas não aceitamos. Queríamos outra aventura, mais bem mais calma, começaríamos por nos passar por trouxas comuns.


Harry e Gina estavam trabalhando. Hermione ficou responsável pela casa. E eu? Eu era, sou e sempre vou ser o preguiçoso da turma. Já fazia cinco meses que estávamos em Londres, e eu estava vadiando ainda. Sempre dizia que ia arrumar emprego mas nunca ia.


– Porque herói? – interrogou Hermione.


– Não ta sabendo? – perguntou Gina.


– Do que? – ela disse, de braços cruzados e totalmente irritada.


– O Rony salvou uma penca de pessoas naquele mercadinho da esquina. – disse Harry, pegando o controle e ligando a televisão.


– Não temos o que jantar – disse Hermione, quebrando a conversa empolgadora do herói Weasley.


– Como assim? – perguntou Gina, indo em direção a cozinha.


Nem quis saber o que Hermione disse. Ela reclamou de novo.


Quando Harry ligou a televisão, os noticiários estavam falando sobre um panda que fugiu de um zoológico na Austrália. Eu ri da indignação dos caras. Logo depois, era minha vez de brilhar.


– Gente, vem cá. Vem ver o Rony na TV! – gritou Harry.


Gina veio correndo. E Hermione demorou mais. O depoimento da velinha me colocando lá nas alturas me deixou bem feliz. E a garotinha me chamando de herói ruivo ficou o máximo. Agora eu era famoso e herói. A reportagem foi grandinha até, durou uns cinco minutos.


– Vamos jantar fora! – disse Hermione.


Gina deu de ombros e logo se levantou. E eu me levantei também. Fui até a pia e rasguei o saco plástico que estava na minha mão. O gelo, parte transformado em água, ficou na pia. As únicas pedrinhas de gelo ainda ficaram ali. Elas derreteriam rápido, o clima estava bem quente.


 


Depois de uns dez minutos, todos estavam prontos e dentro do Voyage de Harry. O carro er um tanto velinho, nem ar condicionado tinha. Mas dava pro gasto.


– Aonde vamos comer? – Perguntou Harry.


– Que pergunta besta, aonde seja barato! – disse Gina, brincando.


– Que tal pizza? – perguntei.


– Ótima idéia! – disse Gina.


Eu estava no banco do caroneio. Harry estava dirigindo. E as meninas no banco de trás. Chegamos em silencio até a pizzaria, o radio velho do carro de Harry tocava uma musica bem baixinha, a banda era Rolling Stones.


Na pizzaria, pedimos uma pizza de calabresa, tamanho família. Harry nos contou algumas piadas que aprendeu com seus amigos novos. Gina e eu rimos muito. Hermione estava um pouco séria essa noite. E eu sabia porque. Ela estava assim porque eu fui, finalmente, bom o suficiente para ela. E ela não queria admitir. Acho que nos dois éramos muito orgulhosos para admitir alguma coisa um sobre o outro.


Resolvi me levantar ir pagar a conta. O chegar ao balcão, o cara me olhou com esplendor.


– Você não é o cara que salvou o pessoal do mercado hoje à tarde? Perto da rua dos Alfineiros?


– Sim.


– Cara, nem precisa pagar. É por conta da casa!


Eu encarei o homem. Ele era novo e ia se ferrar com o patrão por fazer isso.


– Eu insisto. Seu patrão vai te matar se tu não cobrar!


– Eu sou o patrão aqui! – ele disse sorridente.


Aquela hora eu me senti um tanto estranho. Ele parecia ter alguns anos mais que eu. E já estava ali, com um restaurante. E eu, um vagabundo que não fazia nada. Eu nasci pra ser um ferrado, definitivamente. Eu tinha que mudar isso!


– Valeu!


Entrei no carro e todos já estavam lá.


– Cadê o troco?  – pergunto Hermione.


– Ta aqui senhorita – eu disse, colocando o dinheiro na mão dela.


Depois de alguns minutos, Hermione resolveu contar o dinheiro.


– Você saiu sem pagar?


– O cara disse que era por conta da casa. Vida de herói tem seus méritos!


Eu disse, ironicamente, diabolicamente, queria a deixar irritada. Todos riram, mas eu pude escutar o bufar de Hermione. Adorava ela assim. Eu estava cuidando dela pelo retrovisor. Ela era linda, sempre fora!


– Que tal uma partidinha de cartas quando chegarmos em casa? – perguntei.


– To dentro! – disse Harry.


– E vocês duas? – perguntei.


– Tudo bem – disse Hermione, logo após Gina confirmar.


 


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.