Prenda-me, se for capaz!
Prenda-me, se for capaz.
- Você vai ficar, Ginevra!
- Não vou, Malfoy. E eu já disse mais de dez vezes, NÃO...
- Me chame de Ginevra! – repetiu o louro, colocando as mãos na cintura e fazendo a voz de Gina, que o olhou como se pudesse arrancar-lhe cada fio de cabelo com uma pinça.
O louro só revirou os olhos. Nunca teve paciência com mulheres, mas aquela não era uma qualquer, era sua esposa. E não a deixaria partir assim, sem mais nem menos, não depois de terem passado a melhor noite de sua vida juntos, compartilhando a mesma cama e as mesmas loucuras. Draco não sabia por que, mas tinha de mantê-la ali. Queria mantê-la ali, ao alcance das mãos e sob a vigilância constante dos olhos. Apertou as unhas na palma da mão e umedeceu os lábios. Controlou a voz.
- Escute Ginevra – a mulher soltou um alto bufo ao ouvi-lo contrariando seu desejo de não ser chamada daquela forma – Gina. Quero que fique.
A ruiva parou por um momento. As malas esquecidas. Parte de si queria fugir dali antes que se visse ainda mais enroscada ao louro, enquanto a outra parte queria virar-se e dizer que também queria ficar ali. O motivo que a impedia de adotar com o coração a opção 2, no entanto, era mais forte.
A família. Nunca aceitariam. Nunca perdoariam.
- Gina?
Respirou fundo e, como sempre fazia em situações que não sabia o que fazer, assumiu a máscara preferida dos desamparados: a máscara da superioridade.
- Porque quer que eu fique? Para jogar com você? Malfoy, você está em Vegas. Não precisa de mim. Pode muito bem encontrar outra ruiva.
Foi a gota d’água para o louro. Ela recusava-se a entender que os sentimentos do louro por ela eram muito maiores de que contrações no baixo-ventre. Não entendia como surgira e nem de onde, tendo em vista que não a via desde o fim dos tempos de colégio, mas eles estavam lá, crescendo dentro de seu peito, fazendo-o desejar a ruiva ainda mais. Um desejo diferente. Um desejo do coração. Como chamava-se aquilo mesmo?
- Se não vai ficar por bem, vai ficar por mal!
- E quem vai me impedir de sair deste Hotel?
O louro virou-se, rubro de raiva, e dirigiu-se até a porta, a qual trancou raivosamente. Suas mãos tremiam. Virou-se para a pequena mulher que o olhava de sobrancelhas erguidas, como se debochasse de sua ira. Lentamente e sorrindo como um perfeito malandro, colocou as chaves dentro da cueca.
- Venha conquistar sua liberdade, Ginevra.
Primeiro, o choque ruivo. Depois, o louro. A ruiva simplesmente segurara a mala e, murmurando “hasta la vista, baby”, aparatou. Como fora burro. Estupidamente burro.
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