Começo do plano



Capítulo 03


Começo do plano


 


 


- Então, o que acha?


- Gina!!! Sua ideia é fantástica! Claro que eu ajudo.


- E você também acha que Fred sente alguma coisa, mas é imbecil demais para aceitar?


- Claro! Precisava ver o jeito que ele a olhava na loja! – Verity falou sorrindo.


- Ótimo – Gina riu – Você precisa ajudar com a primeira parte do plano.


- E o irmão da sua amiga?


- Chega essa semana. E lembre-se, Hermione não sabe sobre ele.


- Certo, certo – falou a outra eufórica – E quando eu vou entregar o presente para Fred?


- Prepararei amanhã com Hermione. Pena que vou perder essa!


- Depois eu conto. Em detalhes! – a bruxa jogou algumas moedas sobre a mesa – Preciso ir! Não quero que um deles me pegue conversando com você.


- Claro, eles desconfiariam! Vá! – elas despediram-se com um beijo e Gina terminou sua refeição sorrindo.


***


Hermione jogou-se no sofá. Seu primeiro dia de trabalho tinha sido cansativo. Na verdade, ela não fez muita coisa. Teve mais que aprender detalhes sobre o ministério, sobre seu cargo, recebeu pilhas de pergaminhos pra estudar e indicações de livros.


Juntando força tomou um banho e preparou um macarrão. Quando se sentou para comer ouviu a campainha tocar. Levantou-se sem saber quem poderia ser e não pôde disfarçar seu espanto.


- Fred?


- Atrapalho?


- Eu estava começando a jantar. Então sim, você atrapalha.


- Será que... – ele fez um sinal com a mão pedindo para entrar.


- Diga o que quer, Fred.


- Eu vim me desculpar – ele falou olhando-a com firmeza.


- Não estou a fim de te desculpar – dizendo isso, tentou fechar a porta, mas o pé dele a impediu. Abriu a porta novamente.


- Eu realmente sinto muito, Hermione. Foi apenas uma brincadeira.


- Quer saber, Fred? – ele percebeu a mágoa na voz dela – Deixa para lá. Realmente não importa o que pensa de mim. Nunca fomos amigos mesmo. Só não ouse dizer que eu exploro de qualquer forma seus pais.


- Eu não penso isso. Foi uma brincadeira idiota.


- Uma brincadeira estúpida – ela completou.


- Será que podemos nos acertar? A comida está com cheiro delicioso... – ele tentou entrar, mas ela impediu.


- Nem pensar – ela tirou a varinha do bolso traseiro e apontou para a ruivo – Eu vou fechar a porta. Nem pense em impedir. Caso contrário, te azaro.


- Você não teria coragem – Fred rebateu rindo, só que aos poucos suas feições tornaram-se sérias – Você teria coragem – a resposta dela foi levantar uma sobrancelha. Fred deu um passo para trás e ela bateu a porta com força.


- Hermione,...  você precisa esquecê-lo! – falou para si mesma.


***


No dia seguinte, Hermione esperava por Gina. A amiga falou que jantaria com Harry e que Hermione deveria derreter o chocolate que ela havia comprado. A morena estava na cozinha, esperando que o chocolate terminasse de derreter quando Gina entrou pela lareira.


- Oi, Mione!


- Já está quase pronto. Será que agora você poderia me dizer o que está aprontando? – então seu olhar dirigiu-se para o saco que Gina carregava – O que tem dentro desse saco que não para de se mexer e... – ela aproximou seu ouvido – coachar?


Gina olhou da amiga, para o chocolate e para o saco. Depois, sorriu perversamente. Hermione levou alguns segundos para entender, exclamando em seguida:


- Não! Gina, isso é loucura!


- Imagina! Aposto que eles vão adorar a ideia!


- Ginevra! São sapos de verdade!


- Sim, são sapos de verdade. Verity vai entrega-los amanhã para Fred.


- Você pirou? O Pó de flu entrou no seu cérebro enquanto vinha para cá!


Gina ria divertida e apagou o fogo antes que o chocolate queimasse. Com um feitiço, fez com que os pequenos sapos parassem de pular e coachar. Jogou os bichos sobre a mesa ignorando o olhar escandalizado de Hermione. Pegou um dos sapos pela pata e mergulhou dentro da panela de chocolate.


- Vai me ajudar ou vai ficar aí olhando?


Hermione olhou para os sapos e lembrou-se de todas as ofensas que tinha ouvido de Fred nas últimas semanas. Caminhou até a mesa e pegou um dos sapos que estava temporariamente congelado. Mergulhou no chocolate. Com um feitiços, fizeram com que a capa do doce endurecesse ao redor do animal. Ambas sorriram.


Antes de ir para o Ministério, Hermione encontrou com Verity na porta da Gemialidade Weasley.


- Veri, eu acho que não é uma boa ideia...


- Dê logo essa caixa! É uma ideia fantástica! – a bruxa loira riu e puxou o pacote das mãos de Hermione – Deixe comigo antes que você destrua tudo.


- Almoçamos juntas? – a outra assentiu e despediu-se rapidamente. A qualquer momento George abriria a porta. Verity esperou ansiosamente. Era a vez de George abrir a porta. Só assim ela conseguia distingui-los.


- Bom dia! Um presente para mim – o ruivo falou sorrindo ao deixa-la passar e tentou pegar a caixa da mão dela.


- Na verdade é para Fred. Achei na porta agora cedo. Tem um cartão.


- Ah é? Deixa eu ver – ela afastou novamente a caixa do alcance dele.


- Não é para você. O cartão diz “Fred”.


George rolou os olhos e subiu para o flat, abriu a porta do quarto do seu irmão ruidosamente. Assustado, Fred acordou:


- O que aconteceu?


- Você recebeu um presente.


- Merda, George! Achei que fosse algo sério. Depois eu abro – voltou a deitar na cama.


- E se for de Hermione, marcando um encontro e dizendo que quer transar loucamente com você? – a resposta de Fred foi uma travesseirada no irmão que se desviou rapidamente. Claro que Hermione, infelizmente, não proporia algo desse tipo, no entanto... e se fosse dela? Desceu rapidamente os degraus sem se preocupar em tirar o pijama. Ainda faltavam alguns minutos para a loja ser aberta.


- Veri, bom dia, parece que eu recebi um presente.


- Sim, Fred, aqui está – ela estendeu a caixa. Por trás de Fred, seu gêmeo apareceu – Leia o bilhete!


- É da.. – a frase de George foi interrompida por uma cotovelada.


- O cartão diz assim: Fred, acho você um bruxo inteligente, bonito e incrivelmente sexy. Espero que goste do presente. Sua admiradora. – George arrancou o bilhete da mão e releu.


- Não tem assinatura?


- Abra logo a caixa! – Verity pediu animada – Oh, que graça! Sua admiradora mandou sapos de chocolate!


Fred fechou a caixa para evitar que eles pulassem e sorriu. Será que foi Hermione? Não... ela não tinha como saber que esses eram seus preferidos.


- Não vai comer um? – perguntou Verity disfarçando a curiosidade.


- É! Dê um para mim também, irmãozinho! Se mamãe estivesse aqui nos esfolaria vivo por comer chocolate tão cedo. Quer um, Veri?


- Não, obrigada... Mais tarde, talvez.


Fred pegou um dos sapos e o levou a boca. Antes que pudesse dar a primeira mordida, George deu um grande tapa. Fazendo com o que o “chocolate” saísse pulando.


- George! Deixou que escapasse! Que merda foi essa?


- Eu te salvei de comer um sapo! – Fred olhou chocado.


- Eu sei que é um sapo! Um sapo de chocolate!


- Não, imbecil, um sapo de verdade! Alguns estão coachando! – e aproximou sua orelha da caixa. Fred arregalou os olhos e imitou seu irmão.


- Que porra é essa? – perguntou para Verity, que respondeu com uma expressão inocente:


- Não tenho ideia. Estava aqui na porta, endereçada a você.


George começou a rir. Escandalosamente.


- Essa... essa foi boa... – ele dizia entre as risadas – Fred, temos que usar essa ideia! Fantástico! Se não fosse por um deles coachando você teria comido um sapo vivo!!! – Fred xingou o irmão e saiu derrubando a caixa no chão, fazendo com que os sapos saíssem pulando pela loja.


Subiu os degraus com raiva, sem saber quem pregaria uma peça nele. Hermione? Ela tinha a inteligência, mas não a astúcia para bolar algo desse tipo. Jamais agiria sozinha. O bilhete ainda estava em seu bolso. Aquela não era a letra de Hermione. Um feitiço simples faria com que a letra se modificasse e ele jamais reconhecesse.


- Pensando que sua querida armou uma pequena vingança para você?


- Ela não ousaria tanto – Fred falou trocando de roupa.


- Mas ela tem uma grande amiga que ousaria...


- Ginevra – os dois falaram juntos.


***


- Então, George deu um tapa na hora em que ele ia morder!


- Não deu certo! – Hermione lamentou-se.


- Ah, minha amiga, deu muito certo. A cara que ele fez foi impagável! Os sapos pulando pela loja e George rindo – as duas quase engasgaram – Só que eu tomaria cuidado. Eles logo vão descobrir.


- Você acha?


- Tenho certeza. Podem demorar a chegar em você, mas Gina... é melhor ela se cuidar.


Hermione voltou ao Ministério e começou a preencher os relatórios que precisava.


- Senhorita Granger, tem alguém querendo falar com você. Geralmente não deixamos, mas... ele também é um herói de guerra e – a bruxa suspirou – é lindo... – pouco depois ela viu Fred entrando na sala.


- Oi, Hermione.


- Oi – ela falou disfarçando o nervosismo. A outra bruxa saiu da sala – Ainda brava com meu irmão?


- Por que eu estaria brava com ele?


- Talvez pela brincadeira estúpida do outro dia.... – ela recostou-se na cadeira.  - George...


- Eu mesmo – ele sentou-se sobre a mesa dela e começou mexer nos pergaminhos. Ela o interrompeu.


- Você não deveria ver esses arquivos.


- Desculpe.


- Soube que mudou. Como está sendo viver sozinha?


- Agradável – ela respondeu sorrindo.


- Meu irmão anda te provocando muito, não acha?


- Ele adora provocar todo mundo, criar confusões... assim como você – ela respondeu inclinando-se.


- Como eu? – ele inclinou-se também.


- Sim, como você.


- Você sabe que adoramos pregar umas peças. Nada perigoso... – ele olhava os olhos castanhos.


- Eu sei disso. Lembro muito bem das broncas que eu precisava dar em ambos quando estávamos em Hogwarts.


- Impossível esquecer - ambos se inclinaram – Mas se alguém fizesse algo. Você daria o troco?


- Não faço essas coisas. Aliás, seu irmão já veio me provocar exatamente por isso – Fred lembrou-se da conversa no aniversário da sobrinha.


- Ah é? – ela concordou com a cabeça – Por que será que ele gosta tanto de provocar você? – Fred falou e levantou-se da mesa.


- Vocês adoram pregar peças, não é? – ela repetiu as palavras dele.


Fred sorriu.


- Você é inteligente, Granger. Até mais – disse fazendo uma mesura exagerada e virou-se.


- Até mais, Fred.


O ruivo não se virou, apenas riu e seguiu seu caminho. Ela realmente era capaz de diferencia-los.


***


- Não me importo com o que vão fazer – Gina deu de ombros.


- Estou vendo que vai sobrar para mim – murmurou Harry.


- Será? Gina, nós estamos brincando com fogo! – Hermione falou. Ela estava jantando na casa dos amigos.


- Relaxa, Hermione! Agora vamos decidir o próximo passo. É bom que ele esteja desconfiado que foi você.


- Bom?!


- Claro! Lembra o que eu falei: amor e ódio! Ele precisa ficar confuso! Não é, Harry? – o moreno apenas concordou com a cabeça. Não era louco de discordar quando Gina inventava aquelas loucuras – Então, agora é a hora da fase dois.


- Fase dois?


- Sim. Sexta-feira nós vamos sair. Harry chame o Simas, Dino,... Não me olhe assim – ela falou ao perceber o olhar do marido – Estou casada com você! E chame alguns amigos seus. Bonitos, por favor.


- Gina, eu não vou ficar com os amigos do Harry.


- Não precisa ser um amigo do Harry. Pode ser alguém que você conhecer no bar. Não me olhe assim! Desde seu relacionamento com Draco você não namora!


- Eu saí com outros caras! Tive encontros... – Gina rolou os olhos.


- Agora fará isso na frente de Fred.


- Gina, eu não quero isso.


- Por quê? – a ruiva perguntou descansando os talheres sobre o prato.


- Porque eu gosto dele, Gina. Ele não se importaria de me ver com outra pessoa, ao contrário de mim. Eu me importaria.


- Verity acha que ele gosta de você – a ruiva argumentou.


- Hermione, por que você não diz para ele? – Harry perguntou – Vocês estão complicando algo que é simples.


- Simplesmente por que ele vê como um livro ambulante com cabeça, braços e pernas – Gina riu ao imaginar a cena, mas parou imediatamente sobre o olhar da amiga.


- Eu duvido muito que ele pense isso de você – Harry afirmou.


- Eu ouvi, Harry.


- Homens dizem coisas estúpidas, Hermione.


- E ele vai pagar por isso! – Gina afirmou.


- Hermione, converse com Fred. Ele jamais tiraria sarro do seu sentimento por ele. E se for recíproco?


Hermione sentiu um frio na barriga. Ela nunca tinha imaginado que poderia ser recíproco. Claro, imaginado tinha. Só que era sempre algo inalcançável demais para ser real.


- Impossível, Harry...


***


Fred deitou em seu quarto em silêncio. No dia seguinte planejariam algo contra Gina, apesar de imaginar que ela não agiria sozinha. Gina teve a ajuda de alguém.


Hermione.


Pouco depois que Hermione começara a trabalhar na loja ele percebeu que ela era uma bruxa bonita. Nada espetacular, mas bonita. Daquelas que chamam a atenção sem nem dar conta. Um sorriso delicado, um olhar admirado, um rebolado inesperado.


Hellen apareceu em sua loja e para ele foi um alívio. Era alguém que poderia sair e tirar os pensamentos estranhos que sentia por Hermione. Fred tinha certeza que era apenas atração que sentia pela amiga do irmão caçula. Sempre fora de paquerar e sair com diversas garotas. Hellen ajudou a mudar seus pensamentos. De beleza estonteante apareceu na loja comprando presentes para seus sobrinhos. Não foi discreta ao paquerar Fred que não perdeu tempo em convida-la para sair.


Fred levantou-se e abriu a janela. Maldita Hellen, que vá para puta que pariu! Ele pensou com raiva. Era isso, desde seu último namoro não tinha um verdadeiro encontro, por isso pensava mais em Hermione. Simples. Precisava apenas conhecer uma bruxa, sair, beijar, transar. Simples, sempre foi tão simples.


Voltou a deitar, mas o sono demorou a chegar.


Quando acordou, era seu dia de abrir a loja, arrumou-se rapidamente e tomou seu café da manhã. Viu que o correio já tinha sido entregue e, entre as cartas, achou uma com a letra da irmã endereçada a ele e George. Abriu-a e viu que era um convite para irem a um bar e pedia para convidarem Lee. Sexta-feira a noite. Sorriu. Sua irmã estava realmente planejando algo.


***


- Gina, você falou que não havia nada de errado com minhas roupas. Por que trouxe essa saia?


- Ué, por que está grande em mim.


- Está me chamando de gorda? – Hermione falou segurando a saia jeans e Gina rolou os olhos.


- Não, seu quadril é maior que o meu. Além do mais lá estará quente. É um lugar abafado, fui com Harry umas semanas atrás. Vista-a.


Hermione vestiu a saia acompanhada de uma blusa preta com decote em V. Gina a ajudou com a maquiagem.


- Você tem uma obrigação hoje – a ruiva falou enquanto passava sombra em Hermione.


- Obrigação?


- Sim, beijar um bruxo bem gato!


As duas riram e pouco tempo depois, Harry apareceu na companhia de Ron, Luna, Simas e Dino. O último sem palavras ao ver Hermione, apenas gaguejando um cumprimento. Aparataram no bar que estava recebendo os primeiros clientes. Harry havia reservado uma mesa e eles começaram a falar sobre amenidades.


- Vamos pegar algo para beber, Mione – disse Luna levantando-se e a puxando pela mão. Essa foi inesperada, mas a morena seguiu a loira – Você está interessada em algum deles? - Ela perguntou quando chegaram ao balcão.


- Não... Por quê? Você está?


- Não. Assim fica mais fácil de paquerar – a loira disse rindo – O que vai beber?


- Uísque – a loira a olhou impressionada e fez os pedidos para o barman.


- Eu não gosto de uísque de fogo. Ficarei só na cerveja amanteigada. Eles são bonitos – Luna falou após um breve silêncio. Hermione seguiu o olhar dela e repetiu:


- Sim, ele é...


- De qual você gosta?


- Fred, o de blusa azul – afinal, ela pensara, de que adiantava esconder?


- Como consegue fazer isso? Sério, nem a mãe deles é capaz – Hermione apenas balançou os ombros não querendo responder essa pergunta. Com o passar dos anos a loira perdeu um pouco do ar amalucado. Ainda falava sobre zonzóbulos, lia o jornal de ponta cabeça e juntava dinheiro para fazer uma expedição atrás de narguilés. Assumiu a edição do Pasquim que virou um grande concorrente do Profeta Diário.


- Luna. Hermione – ele olhou para ela mais demoradamente – Boa noite.


- Boa noite, Fred – Luna respondeu.


- Você também sabe nos diferenciar? – ele perguntou verdadeiramente intrigado, olhando a loira.


- Não, a Hermione viu vocês chegando e disse que você era o de blusa azul – Fred olhou para a morena e a viu corar. Pensou consigo que aquela era uma imagem que ele queria ver novamente. Ela, definitivamente, ficava linda quando envergonhada. Ele sorriu de forma sedutora.


- Vou cumprimentar meus irmãos. Não saiam daqui – ele falou encarando Hermione.


- Pela invisibilidade dos trestálios! Isso sim foi uma cantada! Por que não o agarra logo?


- Luna! Você e Harry tem cada ideia. Ele não me vê desse jeito. Não quero falar sobre isso.


Pouco depois, dois bruxos apareceram e começaram a conversar com as duas, até que um deles convidou Luna para dançar e ela aceitou.


- Sei que é uma pergunta clichê, mas você já tinha vindo aqui?


- Não, ainda não. Uma amiga que insistiu.


- Luna?


- Não, não. Outra amiga, ela é casada. Está lá sentada com um grupo de amigos – ele acompanhou para onde ela apontava.


- Espera... sua amiga é casada com Harry Potter? Qual seu nome mesmo?


- Hermione... – ela falou sabendo o que viria.


- Granger? Hermione Granger? – pronto, ela pensou, ele vai dar alguma desculpa e ir embora.


- Eu mesma.


- Nossa, por Merlin! Quando eu contar para minha irmã ela vai morrer de inveja! Ela é sua fã!


- Como?


- Estávamos morando nos Estados Unidos, na época. Eu já tinha terminado meus estudos e tentei voltar para Inglaterra para lutar contra Voldemort, mas fomos impedidos de entrar. Nossa! É você mesma! Faz tempo que não vejo fotos suas... Agora consigo te reconhecer!


- Obrigada, eu acho... – ela esperou que ele se afastasse. Um silêncio pairou entre os dois.


- Posso pagar uma bebida? – Damien perguntou. Hermione encarou os olhos castanhos esverdeados. Ele tinha o cabelo loiro escuro, diferente dos de Draco que eram platinados. Percebendo a hesitação dela mudou de pergunta – Falei algo errado?


- Não! Não, desculpe... Sei que é tolo... deixa para lá.


- Tenho um defeito. Sou extremamente curioso, o que eu fiz de errado?


- Nada – ela riu – É que bem, geralmente quando os homens sabem quem eu sou eles caem fora.


- Imaturos! Não sou como eles! Mulher de personalidade. Eu admiro. Muitos fugiriam apenas por vê-la tomar – ele olhou para o balcão – uísque de fogo – Fez sinal para o garçom que trouxe dois.


- Onde trabalha?


- Administro a empresa do meu pai. Fornecemos madeira para Olivaras, mas também temos um projeto de replantio. Para cada árvore cortada, outras três são plantadas. E você? Auror? – ele perguntou em tom de brincadeira.


- Não. Cooperação Internacional da Magia.


- Faz tempo?


- Não, comecei essa semana. Já trabalhei no Profeta, mas não deu certo. E não tenho o perfil para trabalhar no Pasquim, apesar dos convites de Luna – ela percebeu a expressão dele – Sim, aquela era Luna Lovegood. Depois fiquei um tempo na Gemialidades Weasley.


- Ouooo!!! Claro! Você é amiga dos Weasley! – Hermione sorriu. Faz tempo que não conversava assim com um bruxo que acabara de conhecer.


Enquanto isso...


- Ei, - Lee falou – você estava apenas de brincadeira quando falou aquelas coisas sobre a Granger na sua casa, não é?


- Que coisas? – Angelina perguntou cruzando os braços e olhando interrogativa para o namorado – Ahh não! Aqueles papos de novo? – ela cutucou George na costela. Fred riu da bronca do irmão, que contou o que Fred falou, fazendo com que ambos se encarassem com raiva.


- Eu falei por falar... – ele disse envergonhado pelo olhar da quase cunhada.


- Seus idiotas – ela deu um tapa na testa de cada um – E se ela ouvisse?


- Foi apenas uma brincadeira. Hermione é uma menina bacana. Nada demais.


Lee riu sonoramente.


- Eu não acho isso. Ela está bem bonita e a saia que esta usando... quem diria que a sabe-tudo tem um par de pernas como aquele, não? – Fred deu de ombros, ignorando o frio em sua barriga.


- Bom, Lee, pelo visto não é só você que acha isso dela... – George falou analisando a expressão do seu gêmeo.


- O que quer dizer com isso? – ele perguntou após alguns segundos.


- Que ela está bem entretida naquela conversa – e apontou para o balcão.


- Com um loiro daquele... – Angelina falou – E nem adianta me olhar bravo, George Weasley! Depois dessas conversas que você anda tendo estou no meu direito.


Fred não ouvia mais nada. Apenas via Hermione conversando e rindo com um idiota qualquer de cabelo de ovo. A mão tocando rapidamente sobre a mão dela, colocando o cabelo atrás da orelha, pequenos flertes. E Hermione não fazia nada, nada para impedir.


- Se te incomoda tanto... vá falar com ela – ouviu seu gêmeo sussurrar. Sem pensar, seguiu até o balcão com a desculpa de pegar alguma bebida. De longe, Gina observava tudo e apenas ria.


Fred esgueirou-se pela multidão, sem tirar os olhos do casal. Não, ele corrigiu-se mentalmente, de Hermione e um babaca. Porém, ao chegar mais perto, viu que ambos saíram e foram em direção à pista de dança. Socou o balcão com raiva e pediu uma dose de uísque. Não tirava os olhos de Hermione. Ela tem o sorriso perfeito. Viu quando eles se aproximaram de Luna e outro cara, provavelmente amigo dele. Luna falou algo e seguiu para o banheiro. Os dois se afastaram em direção ao bar e Fred aproveitou sua oportunidade.


Chegou por trás de Hermione e murmurou no ouvido dela:


- Sozinha? – sorriu ao ver que ela tremeu. Ela virou-se.


- Na verdade não, Fred.


- Quando vai me contar como sabe diferenciar eu do meu irmão? – Fred sentiu os dedos dela contra seu peito. Foi a vez dele tremer. Hermione ficou na ponta dos pés e sussurrou:


- Quem sabe um dia.


- Hermione, eu... – ele começou, mas foram interrompidos pela chegada de Damien.


- Tudo bem por aqui? - o loiro perguntou.


- Sim, claro! Damien, esse é Fred Weasley. Fred, Damien – os dois trocaram um aperto de mão com mais força do que o necessário. O ruivo era um pouco mais alto e olhou ameaçadoramente para o outro que não desviou o olhar.


- Sua bebida – o loiro falou entregando o copo para Hermione.


- Obrigada – um silêncio pairou entre os três. Uma nova música começou.


- Venha. Essa música é muito boa – Damien disse puxando Hermione para o centro da pista. Fred olhou enraivecido e saiu em direção à mesa. Sentou-se com raiva ao lado da irmã.


- O que houve? – ela perguntou fingindo inocência.


- Nada.


- É por causa de Hermione?


- Não – ele respondeu seco. Gina segurou a risada e desculpou-se dizendo que ia ao banheiro.


- Fred – Harry começou com calma, vendo quanto o cunhado estava nervoso – Se gosta da Hermione, converse com ela. O ruivo olhou para pista e viu que ela estava beijando Damien.


- Acho que ela está ocupada no momento – falou amargurado. Alguns minutos depois Gina chegou alegre e comentou, ignorando completamente a seriedade do irmão mais velho.


- Ah! Finalmente Hermione está beijando! Não adianta ficar esperando pelo príncipe encantado.


- Do que está falando, Gina? – Fred perguntou.


- Harry, só me notou quando eu comecei a sair com outros caras. Eu estou incentivando Hermione a sair com outras pessoas ao invés de ficar esperando um babaca perceber que gosta dela. Vai que assim ele perceba, não?


- Esse pensamento é muito idiota, Ginevra – ela deu de ombros e pensou: Pode ser, mas parece estar funcionando.


- Eu que vejo Hermione chorar por causa de caras idiotas que dizem e fazem tolices. Por isso convenci que ela viesse hoje aqui. Para espairecer.


Fred olhou-a. Não sabia se sentia raiva ou carinho pela irmã cuidar tão bem de uma amiga. Será que alguma vez já tinha feito Hermione chorar?


Sim... quando disse aquela tolice sobre ela se aproveitar de seus pais. Virou mais copo de uísque. Em outra mesa uma bruxa olhava para ele. Flerte. Só que a garota que ele queria flertar estava beijando um imbecil qualquer. Puta merda.


         Não queria conversar com ninguém. Foi para o balcão e pediu mais um uísque. Sentiu uma mão em seu ombro e já ia responder mal-educado, quando viu os olhos castanhos olhando-o. Cor de avelã, pensou.


- Fred, você está bem?


- Cadê seu amiguinho?


- Foi ao banheiro – Hermione percebeu que ele diria algo, mas o interrompeu – Eu realmente não gostaria de brigar com você.


Merda. Com essa frase ele ficou desarmado. Ele falaria algo ofensivo. Vendo que o outro bruxo chegava ele foi embora sem dizer mais nada. Despediu-se de todos rapidamente e foi embora.


Cerca de quinze minutos depois que havia chegado, ouviu George chamar por ele e entrar em seu quarto.


- O que houve com você?


- Precisamos nos vingar da Gina.


O gêmeo sorriu animado.


***


Gina chegou do treino e subiu para tomar banho. Ao entrar em seu quarto encontrou sobre a cama uma grande caixa de chocolates em formas de coração. Sorriu. Harry sempre a surpreendia. Pegou alguns bombons, encheu a banheira e comeu alguns enquanto relaxava.


Ouviu Harry chamando por ela, enxugou-se rapidamente e saiu da suíte com uma toalha enrolada no corpo.


- Gina... – ela não esperou por mais. Deixou que a toalha fosse ao chão e aproximou-se do marido. Harry sorriu e a beijou. Aos poucos Gina foi despedindo o moreno. Eles caminhavam em direção à cama. Paixão. Fogo. As mãos percorriam o corpo alvo. Algumas sardas pelo ombro, colo, braços. Beijava o corpo todo. Gina tremia – Adorei a recepção. Poderia ser sempre assim – ele dizia enquanto beijava-a. – Eu te amo...


- Harry – ela falou. A voz fraca, entrecortada – Harry, por favor... – ele sorriu contra a pele dela – Harry, puta merda! Levanta que eu preciso ir ao banheiro.


Os olhos verdes encaram os castanhos sem entender.


- Quê?


- Sai da frente – ela falou empurrando-o e correndo em direção ao banheiro. Bateu aporta com força.


- Gina? O que houve? – ele perguntou próximo a porta.


- Esses... mal-malditos... bombons... – Harry ouvius sons estranhos vindo do banheiro – que você me deu.


- Bombons? Eu não comprei bombom nenhum.


- GÊMEOS FILHOS DA PUTA!!! – ao ouvir o grito dela, Harry saiu correndo do quarto.


 


---


Genteeee,


Rsrs essa última ideia foi contribuição da Rê Malfoy! Adorei!!!


Obrigada pelo apoio!


Ah sem acharem algum erro... eu não revisei! Sorry! Só me avisar que eu corrijo! Acontece que voltei a trabalhar... não queria atrasar a publicação dessa fic pois tenho outras para escrever!

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