Cap. Único

-Ótima idéia de Dumbledore fazer uma festa do fim do ano letivo! – Rony comentou. - Já têm par para o baile? – Rony perguntou baixo, fingindo escrever alguma coisa.



-Não. – Disseram juntos e voltaram-se para os livros.



-Ainda é cedo pra pensar nisso? – Rony perguntou.



-Bem... Não.



-Não acredito que você não aceitou nenhum convite daquelas meninas.



-Não enche de novo, Rony. E você Mione?



-Ninguém me chamou. – Hermione deu de ombros. A verdade era que tinham sim a chamado, mas a garota não estava nem um pouco interessada em ir pra ficar suportando aqueles garotos exibidos.

Rony sorriu empolgado para Hermione (ou de Hermione...).

Harry a olhou por cima dos óculos. – Mione.



-Hum? – Perguntou sem levantar os olhos.



-Você gostaria de ir ao baile comigo?

Ela o encarou surpresa e com um sorriso maroto. – Pensei que tivesse inúmeras pretendentes para ir com você.

Harry revirou os olhos. – Elas só estavam interessadas na minha fama. – Rony olhou de um para o outro confuso.



-E se eles acharam que eu estou?



-E quem precisa achar alguma coisa? – Ele sorriu. – O que importa é que eu sei muito bem que você não está.

Hermione o olhou novamente e sorriu. – Certo. Eu vou contigo. – “Pequena mudança de planos...”.

Eles dançavam juntos...



-Preciso te contar uma coisa. – Ele disse.



-Hum... – Murmurou de olhos fechados. – Deixa pra depois...



-Certo. – Harry estava um pouco nervoso, resolveu esperar um pouco mais.

Era estranho estar apaixonado pela melhor amiga...

E até meio clichê, mas o que fazer quando essas coisas acontecem?!

Esquecer? Ele havia tentado...

Olhar para outras garotas também não deu resultado, não queria magoá-las ou iludi-las.

Afastar-se estava fora de cogitação, até duas semanas atrás... Não queria perder a amizade de tantos anos, só por seus sentimentos. Mas agora, agora era diferente, se afastaria pra trabalhar, talvez... É, talvez pudesse esquece-la nesse período (doce ilusão...).

Teria que ao menos lhe contar a verdade, depois não veria mais (se ocorresse) a cara de pena dela por ele, por não ter suas ‘intenções’ correspondidas...



-O que queria dizer? – Ela o puxou para longe da multidão, que era aquele mar de alunos se divertindo na festa do fim do ano letivo. – Meu Deus, Harry! – Ela exclamou preocupada. - Você está pálido... Está se sentindo bem? Quer alguma coisa? O que está havendo? Eu sabia, você está tão estranho esses dias...



-Hermione, está tudo Ok comigo. – Ele falou para tranqüilizá-la.



-Então o que está havendo? – Ela ainda parecia preocupada.



-Tenho que te contar uma coisa.



-Que é...?



-Eu gost... – No meio do caminho ele mudou de idéia. Suspirou e disse: - Estou indo passar uns meses fora do país.

Ela o olhou desnorteada, chocada pra dizer no mínimo. – Perdão?



-Vou pra Alemanha daqui a dois dias.



-Você só pode estar brincando...



-Não. Eles me convocaram, você sabe, treinamento para Auror.



-E por que você não pode ser treinado aqui? – Ela perguntou friamente, mesmo não querendo.



-Eu não sei, Mione. Só me escalaram...



-Você nem ao menos sabe uma palavra em alemão! – Ela falou mais alto que pretendia, com a vista ficando turva. Só não sabia se era raiva ou nervosismo, ou até os dois...



-Pensei que gostaria que eu conhecesse novos lugares. – Harry disse sorrindo sem jeito.

Hermione respirou, sem perceber estava prendendo o ar. E tentou se concentrar. – É, hã... Será maravilhoso para você Harry. Uma experiência e tanto. – Ela riu ansiosa e mordeu a bochecha do lado de dentro com força. – Por que tão cedo? – Ela perguntou rouca.



-Eles disseram que me queriam o mais rápido possível.



-Quanto tempo você vai ficar por lá?



-Oito meses.



-O que?! Mas e... – Ela perdeu o fio do pensamento. – E o Rony já sabe?



-Contei pra ele há alguns dias.



-E o que ele achou? – “Pense Hermione. Ele disse alguns dias...” – Espera um pouco, faz quanto tempo que você sabe dessa ‘bendita’ viagem?



-Duas semanas. – Harry murmurou sem olhar nos olhos da amiga. Hermione sentiu mais raiva, já estava começando a tremer e mais um pouco, começaria a quebrar taças...



-Por que não me contou antes?



-Achei que não era de muita importância.



-Claro que não! Por que seria? Meu amigo vai pra Alemanha em menos de meia semana, coisa pouca! – Ela disse com sarcasmo.



-Hermione...

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Ele andava distraído, qualquer lugar pra ele estava bom. Olhando o lago poderia dar-se ao luxo de esquecer o mundo ao seu redor, podia pensar que era somente ele e o lago, que não era uma ‘celebridade’, que ele era finalmente ‘normal’, só um rapaz que iria seguir a profissão que sonhou e que era insignificante pro resto do planeta. Ele realmente poderia viver tranqüilamente sem pessoas atrás dele, sem fãs ou repórteres, sozinho.

Não, ele no fundo não queria isso. Perder seus amigos pra que se sentisse ‘livre’ era indiscutível, isto é, ele nunca faria. Em todo caso, eram sua única e remanescente família.

Respirou fundo e inalou o fresco ar de fim de tarde. Era tão bom ter um tempo pra organizar os pensamentos, descansar, se ‘livrar’ do fardo que era ser Harry Potter... Ficou apreciando o lago e jogando pedrinhas.



-Harry. Posso falar com você? – Ela perguntou incerta.



-Claro Mione. Sempre estou disposto a ouvi-la.



-Queria pedir desculpas por ontem... – Ela se sentou ao seu lado. – Estava nervosa.



-E com razão não é? Eu que não contei antes. Você nem precisava pedir.



-Vamos mudar de assunto então? Afinal, amanhã nos vamos embora...



-Certo.



-O que aflige meu amigo? – Ela perguntou observando Harry melhor.



-O de sempre... O futuro.



-Ora Harry. Vai dar tudo certo. – Ela tocou seu ombro. - Pense no presente, aja agora e quando o futuro chegar estará preparado. Não vai nem se tocar...



-O que seria de mim sem você? – Ele fez a pergunta retórica. – Será que toda vez que estiver confuso ou encrencado vou telefonar pra você me socorrer?

Ela deu um leve sorriso. – Ficaria lisonjeada... Mas não se esqueça das corujas, Harry. – Brincou. - Será um prazer ajudá-lo. Sempre estarei disposta a socorre-lo.



-Sentirei falta daqui.



-Eu também...



-Hermione, você me faria um favor?



-Claro, o que é?



-Jura que aconteça o que acontecer será sempre minha amiga?



-O que é isso Harry. – Ela deu uma risada nervosa. – É óbvio que sempre serei sua amiga.



-Você jura?

Ela franziu a testa antes de responder. – Juro. Mas por que isso agora?



-Só não quero perder sua amizade.



-Você não vai perder. – Ela pegou sua mão, o assegurando. – Nunca deixaremos de ser amigos.

Ele acariciou seu rosto carinhosamente, ela pôs a sua sobre a dele e sorriu.



-Sua mão está gelada... – Ela falou causal.



-Esquente, por favor. – Harry pediu com um breve sorriso. Por um momento os olhos de Hermione demonstraram admiração com o comportamento do amigo, logo se suavizaram...

Ela cuidadosamente pegou a mão dele e levou até sua boca beijando-a levemente, a surpresa foi estampada nos olhos dele, desta vez.



-Espero que esteja melhor... – Depois Hermione ainda enlaçou sua mão na dele, como um encaixe e deixou repousando sobre seu colo.

Eles olharam juntos, o sol se pôr, sentados de frente para o lago... Como se nada mais importasse.

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-Vou sentir tanta a sua falta. – Ela disse andando com ele.



-Ei. - Harry pegou uma flor e pôs na orelha da garota. - Eu vou mais juro que volto. – Uniu suas mãos as delas.

Os olhos da garota lacrimejaram, suas mãos afrouxaram o aperto nas mãos dele e sua boca tremeu. – Espero que sim...

Ele a abraçou, Hermione já não tinha forças para tal ato. Lhe deu um beijo no rosto e depois murmurou: - Deixei no seu malão um presente e um cartão para você. Vai passar rápido, você vai ver. – Ele se afastou olhando para trás e depois sumiu...

Estranhamente, ela sabia que Harry voltaria, e para ela...

Ela deveria ter dito, deveria ter arriscado...

Oito meses sem ele? Poderia ficar louca.

Mas ela esperaria só pra dizer três simples palavras: Eu amo você

Com curiosidade, foi até suas coisas procurar o que ele havia lhe deixado.

Havia, como o mesmo havia dito, um cartão e um embrulho.

Ela pegou primeiramente o embrulho e o abriu, ali havia um anel, de ouro branco com várias pedrinhas de rubi e com as suas iniciais do lado de dentro, a dela e a dele. Espantada com a beleza do anel pôs no dedo anelar da mão direita, logo depois foi ler o cartão dele.

Depois que te conheci, tudo fez sentido pra mim.

Você fez com que minha vida tivesse sentido.

Você é a coisa mais importante pra mim, eu amo você.

Não dá pra perceber? Eu tento ser falso, mas você pode olhar em meus olhos.

Eu tento mentir, fingir, mas você me conhece, me decifra.

Tento omitir e de novo você me descobre e lê minha mente. Me cala e me protege, mas mesmo assim ainda não percebe que tudo que preciso é você, só de você.

Ainda estou aqui e sei que você vai descobrir, é o que me faz acordar todas as manhãs e olhar pro belo jardim que há fora do meu alcance.

Mesmo me conhecendo tão bem... Não descobriu esse simples sentimento que vaga e preenche todo meu ser...

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Oito meses depois...



-Você voltou! – Eles se abraçaram, esquecendo de todos ao redor. – Estava com tanta saudade... – Ela sussurrou colocando o rosto entre o pescoço e o ombro do rapaz, sua fragrância lhe trazia serenidade.



-Eu disse que voltaria... – Ele afagou seus cabelos. – Eu também quase morri de saudade. – Ele se afastou para olhá-la, Hermione o fitou por alguns segundos, antes de beijá-lo com todo seu amor.

Quem estava ao lado deles, hã, disfarçou...

Mas eles não ligaram, por que se todo que se mais queriam estava naquele beijo?



Fim^^

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É, eu sei, me crucifiquem. Tá horrível né?

Eu não ia por um fim assim...

Mas por favor, comentem.

Beijos,

Yasmin

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