Capítulo 8



No capítulo anterior...


Caminharam lentamente, lado a lado. Os corredores estavam vazios e silenciosos, até que, no caminho para o salão principal, Harry e Gina viram seu rumo impedido por uma grande aglomeração de alunos, que observava algo pela janela.


— O que é isso? — perguntou o moreno.


— Veja você mesmo, Harry. — disse Simas Finnigan, um dos colegas de quarto do garoto.


Harry, segurando firme a mão da namorada, deu um passo à frente e congelou, admirado com o que via.


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Capítulo 8:


Ao lado de fora da janela podia-se ver uma grande carruagem azul-clara do tamanho de um casarão guiada por cavalos alados extremamente brancos. Estes galopavam no ar indo em direção a onde estavam Harry, Gina e Simas. Os cavalos, juntamente à carruagem, chegaram bem perto da grande janela por onde os três alunos e mais alguns outros observavam estupefatos a situação, porém desviaram rapidamente quando chegaram bem perto destes, fazendo seus cabelos esvoaçarem com o vento que fora transmitido pela ação.


Impressionados com a cena que acabaram de presenciar, quase não se deram conta da realidade ao verem outra atração começar:


Um enorme navio emergiu dos fundos do lago de Hogwarts.


À primeira vista, não se dizia que dentro dele caberiam mais de duas pessoas. Contudo, à medida que o aparente barco ia avançando na imensidão das águas do Lago Negro, partes de uma caravela de madeira ao estilo das Grandes Navegações faziam-se visíveis. Até que, por fim, toda sua proa estava para fora d’ água com os mastros nus. Quase de imediato, suas velas foram montadas e a embarcação ancorou na margem do lago.


- Nossa! Que show! Nunca pensei que estaria vivo para ver isso! – disse William, chegando por trás de Harry e Gina. Os dois se viraram assustados para o jovem Potter, que ainda segurava os livros de uma garota.


Harry e Gina apontaram suas varinhas para rosto do garoto e juntos, disseram:


- Está ficando louco?! Nunca mais faça isso, ouviu bem?!


William olhou surpreso para aquela cena e desatou a rir. Para ele, era incrivelmente engraçado ver os dois vermelhos de raiva com os cabelos bagunçados pelo vento.


- Está rindo de que, Maninho? – perguntou Hailey, que já saía de dentro da multidão para ir para a sua próxima aula.


- Desses dois! – exclamou William, ainda rindo, e apontou para Harry e Gina. Hailey, como o irmão, desatou a rir também.


- Não acredito que sou irmão desses dois doidos! Ô Merlin... Onde papai e mamãe estavam com a cabeça quando resolveram ter mais dois filhos?! Diz-me! – dizia Harry, com as mãos e a cabeça para o teto.


Minerva McGonagall se fez presente em meio àquele alvoroço de alunos:


- Vamos, vamos, saiam daqui. As aulas não pararam e os professores estão à espera de vocês. – dizia, enquanto ia em direção à carruagem e ao grande navio.


Os alunos calaram-se ao ouvir a professora de transfiguração; porém, não saíram de seus lugares. Muitos ainda queriam ver os estudantes das escolas, que em uma hora ou outra apareceriam em suas frentes.


Minerva, ao ver que nenhum dos alunos havia saído de seus lugares, exclamou:


- O que pensam que estão fazendo aí parados? Voltem imediatamente para suas últimas aulas de hoje, ou retirarei 50 pontos de cada casa! Andem!


Quase que imediatamente, todos ali se moveram para as suas duas últimas aulas do dia. Nenhum deles queria perder 50 pontos para sua casa.


Hailey despediu-se dos outros e foi para a aula de Herbologia, ensinada pela professora Sprout.


Harry passou um dos braços pelos ombros de namorada, e caminhou junto a ela, William e mais uma garota para a aula de Runas Antigas.


Ao chegar à sala, William entrou rapidamente junto com a garota da qual levava os livros, deixando Harry e Gina sozinhos.


Harry retirou os braços dos ombros da ruiva e a virou para si, beijando-a. Beijo este que durou apenas alguns segundos, pois a professora Babbling apareceu na porta da sala interrompendo-os com pigarro.


Os jovens se separaram rapidamente e viraram-se envergonhados para a professora. Gina estava da cor de seus cabelos, e Harry não estava muito atrás.


A ruiva, não conseguiu pronunciar uma palavra sequer. Já Harry, bom... Ele é filho de um maroto, então...


- Me desculpe, Sra. Bobibling, eu e a Ginny, nós só estávamos... – tentava explicar, mas a professora o cortou.


- É BABBLING! – berrou a professora.


- E o que foi que eu disse?! – falou Harry.


- Bobibling. – disse a professora.


- Certo, certo... Sra. Bobibling, eu e a Gina, nós estávamos apenas... – começou Harry.


- É BA... - a professora iria advertir o jovem, mas ao lembrar de quem ele é filho, desistiu. – Entre logo, garota; e você, meu jovem, vá logo para a sua sala.


- Certo, então. Tchau Gin, até mais. – murmurou o garoto, dando um selinho em sua namorada e saindo logo depois.


- Tchau Harry. – murmurou a garota, e logo em seguida entrando na sala junto com a professora.


Harry andava pelos corredores do enorme castelo, procurando a sala de sua aula. Estava chegando perto da sala de Defesa Contra a Arte das Trevas, e, para a sua sorte, muitos alunos ainda estava indo para a mesma aula.


Entrou na sala, e sentou-se ao lado de Rony, que por acaso estava muito, mas muito, longe de Hermione.


- Ahn... Ron, o que aconteceu entre você e Mione? – perguntou Harry, após sentar-se.


Rony virou o rosto para o lado oposto de onde Harry estava, ignorando o amigo.


- Ah, cara! Vai, me diz o que aconteceu entre vocês dois. – insistia Harry.


Mas antes que Rony pudesse PENSAR em responder alguma coisa, ouviram os passos do novo professor de DCAT.


Ele parecia mais aterrorizante do que no jantar. O pé de madeira insistia em aparecer por baixo de suas vestes.


- Podem guardar os livros. – rosnou ele, apoiando-se com a mão na escrivaninha para poder se sentar.


- Mas professor, como vamos estudar sem os livros? – perguntou Hermione. Rony apenas bufou ao ouvir a amiga, ou, ao que parecia, ex-amiga.


- Não irão precisar deles nesta aula. – disse o Professor, indiferente.


Os alunos guardaram os livros imediatamente.


- Bom, vamos logo ao assunto. – proferiu Moody. – Maldições. Alguém pode me dizer o que são as maldições imperdoáveis?


Hermione levantou a mão.


- Diga, Srtª Granger. – disse Moody.


- São maldições consideradas ilegais pela sociedade bruxa. Se usar qualquer uma delas... – o professor não deixou a garota continuar.


- Vai ganhar uma passagem somente de ida para AZKABAN. Correto. Então... Alguém de vocês sabe... Qual são essas maldições?


- Meu pai, uma vez, me falou de uma. – disse Rony, levantando sua mão. – A Maldição Imperius.


Moody abriu uma das gavetas da escrivaninha e tirou de lá um vidro com três enormes aranhas pretas dentro.


Rony se encolheu na cadeira, pois morria de medo de aranhas. Moody meteu a mão dentro do frasco de vidro, e pegou uma das aranhas. Segurou-a na mão, para que todos pudessem vê-la. Apontou a varinha para a aranha e murmurou:


- Império! – a aranha saltou da mão de Moody, e pulou para um fio de seda e começou a se balançar para frente e para trás como se estivesse em um trapézio. Esticou as pernas e deu uma cambalhota, aterrissando sobre a mesa, onde começou a plantar bananeiras em círculo.


Moody agitou a varinha, fazendo com que a aranha erguesse as duas patas frontais, ficando em pé, e dançando um sapateado. Todos ali riram; bem, todos exceto Moody.


- Estão rindo é?! – rosnou ele. – Vocês ririam se eu fizesse isso com vocês?


As risadas cessaram no mesmo instante. Em voz baixa, o professor disse:


- Controle total... – e em tom normal voltou a dizer. – Eu poderia fazê-la saltar pela janela, se afogar, se enfiar pela garganta de vocês abaixo...


Rony tremeu na cadeira.


- A maldição Imperius pode ser neutralizada e vou lhes mostrar como, mas é preciso força total de caráter real e nem todos possuem isso. Por isso, é melhor evitar ser amaldiçoado com ela se puderem. “VIGILÂNCIA CONSTANTE”. Mas alguém conhece mais uma? Outra maldição imperdoável? – perguntou Moody.


A mão de Hermione se ergueu novamente, mas não só a dela. A de Neville também. O garoto pareceu surpreso com a própria ousadia.


- Qual? – perguntou Moody.


- Maldição Cruciatus. – revelou Neville.


- O seu nome é Longbotton? – perguntou o professor.


- Sim, senhor. – confirmou o garoto.


O professor tirou outra aranha do frasco de vidro, e colocou-a em cima da escrivaninha.


- Maldição Cruciatus. – começou. – Preciso de uma maior para lhe dar uma idéia. – apontou a varinha para a aranha e disse – Engorgio!


A aranha cresceu. Abandonando todo e qualquer fingimento, Rony empurrou a cadeira para trás o mais longe que pôde da escrivaninha de Moody. O professor apontou a varinha para aranha mais uma vez e disse:


- Crucio!


Na mesma hora, as pernas da aranha se dobraram sobre o corpo, ela virou de barriga para cima e começou a se contorcer horrivelmente, balançando de um lado pro outro em evidente dor. Não emitia som algum, mas Harry tinha certeza de que se tivesse voz, a aranha estaria berrando. Moody não afastou a varinha e a aranha começou a estremecer e a se debater violentamente.


Todos na sala estavam calados, apenas observando a cena. Hermione pôs os olhos no garoto ao seu lado. Neville. Ele estava com as mãos agarradas na carteira diante dele, os nós dos dedos brancos, seus olhos arregalados e horrorizados.


Hermione, ainda olhando para Neville, gritou para o professor:


- Pare! Não vê que está fazendo mal a ele? Pare!


Todos naquela sala sabiam o que acontecera com os pais de Neville. Sabiam que se não fosse os Potter terem chegado na hora, os três comensais que estavam torturando-os teriam matado os dois. Todos sabiam que se não fosse pelos pais de Harry, Alice e Frank Longbotton estariam mortos.


Moody ergueu a varinha. As penas da aranha se descontraíram, mas ela continuou a se contorcer.


- Reducio! – murmurou Moody. E a aranha encolheu de tamanho e voltou ao normal. Ele a pôs de volta no frasco.


- Dor... – explicou Moody, em voz baixa. – Não se precisa de alicates nem de facas para torturar alguém quando se é capaz de lançar a Maldição Cruciatus. Ela também já foi muito popular. Certo... Alguém conhece mais outra?


Harry sabia o que aconteceria com a última aranha. Mas mesmo assim, levantou a mão.


O professor olhou para ele e disse:


- Fale.


- Avada Kedavra. – disse Harry.


- Hum... – murmurou o professor. – A última e a pior... A maldição da morte. Seu pai já a usou, não foi garoto?


Harry assentiu. E disse:


- Ele usou contra Voldemort. No seu último ano escolar.


O professor assentiu e disse:


- Lembro-me disso. Um caso muito falado no Ministério. Sabia que por pouco seu pai não foi para AZKABAN?


- Sim, senhor. – disse Harry.


Todos na sala olhavam aterrorizados para o que Harry e o Professor acabaram de falar. Poucos sabiam que Tiago Potter havia aplicado a maldição em Voldemort.


Moody tirou a última aranha do frasco, colocou-a em cima da escrivaninha. Apontou a varinha para ela e murmurou:


- Avada Kedavra!


Um tremor e um leve arrepio percorreu todos os alunos naquela sala. A aranha estava morta.


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O trio caminhava pelos corredores de Hogwarts, indo em direção a sala de Estudo dos Trouxas. Chegaram na sala, sentaram-se e ouviram o que a professora tinha a dizer.


A última aula do dia transcorreu naturalmente.


 


- Quando vocês acham que Dumbledore vai apresentar as outras escolas? – perguntou Hailey.


Todos já estavam no salão Principal jantando. E até aquele momento, nenhum dos garotos ouvira falar sobre as outras escolas.


- Não sei. – respondeu Hermione. – Mas achei muita ousadia o que o professor de DCAT fez com o Neville.


- Sobre o que vocês falaram hoje? – perguntou William.


- Maldições Imperdoáveis. – respondeu Rony.


- Hum... – murmurou Hailey.


- Ele até falou sobre o que o papai fez. No último ano dele, lembram? – perguntou Harry aos irmãos.


- Claro! Como iríamos esquecer? É naquela história que ele diz que conheceu um garoto do futuro, que parecia muito com ele e contigo. – lembrou William.


- É. Ele até diz que mamãe quis colocar o teu nome de Harry justamente por ele ter esse nome e ser muito corajoso. – disse Hailey.


Harry apenas sorriu. Abraçou Gina que estava ao seu lado e deixou que a ruiva colocasse a cabeça em seu peito. Então ouviram Dumbledore falar para todos do salão:


- Atenção, meus caros. Sei que todos estão esperando para verem os alunos das outras escolas. Bom, posso dizer que já estão aí. Bem atrás dessas portas, apenas esperando. – murmúrios ansiosos correram pelo salão. – Então, que entre a primeira escola. Crianças, dêem as boas vindas à Academia de Magia Beauxbatons e à sua diretora Olímpia Maxime!


As portas do salão se abriram e várias garotas, trajando vestidos de seda azul com um pequeno sobretudo da mesma cor por cima, passaram fazendo pequenos e grandes passos graciosos de balé. Logo atrás delas uma mulher extremamente alta andava ao lado de duas garotas, ambas fazendo pequenos gestos de balé. As garotas da Academia possuíam uma leveza extraordinária, e os garotos de Hogwarts estavam praticamente babando ao vê-las passar.


- Caramba, que mulher grande! – exclamou Simas Finnigan, referindo-se à diretora do Colégio.


As garotas pararam ao chegarem à frente do Professor Dumbledore, e a enorme Senhora caminhou até ele.


- Boa noite, Prrofessorr Dumbledorre. – disse a Senhora.


- Maxime! Quanto tempo! – disse Dumbledore, abraçando Maxime. Este pôs os braços apenas da cintura da senhora, pois era apenas o que conseguia alcançar. Separaram-se.


Maxime sentou na mesa dos professores e as garotas nos lugares vagos das mesas das quatro casas. Dumbledore falou mais uma vez:


- E agora, o Instituto de Magia e Bruxaria Durmstrang e seu diretor Igor Karkaroff.


As portas se abriram mais uma vez, porém, desta vez por elas passaram vários rapazes com cajados de madeira escura nas mãos e trajando vestes marrons. Entre eles, um homem de altura mediana que aparentava ter mais de 30 anos caminhava imponente até Dumbledore. Junto com ele, um rapaz muito conhecido por todo mundo bruxo.


- Caramba, é ele! É Vítor Krum! – exclamou Rony com admiração.


Após as apresentações das duas escolas, todos esperavam o próximo anúncio do diretor de Hogwarts.


- Depois destas ilustres apresentações, vamos ao que interessa. A taça da vitória! – Dumbledore apontou para um canto, onde havia algo coberto com um pano em cima de um pequeno mastro. – Taça Tribruxo! – e o pano se levantou, revelando-a.

 

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