Dia 4 – Agradeça



Pós o café eu ia em direção ao salão comunal.


Eu não tinha ido em direção as escadas ainda.


O corredor que levava a elas estava preenchido por Snape e seus amigos.


Eu hesitei.


Mais fui confiante.


– Snape? – perguntei.


– Oi Evans – ele disse, logo se recompondo de um riso. E ficando sério. Ele não tinha visto eu chegar.


– Podemos conversar? – eu perguntei.


– Claro. – ele disse caminhando em minha direção. – Depois encontro vocês.


– Vamos lhe esperar aqui. – disse Belatriz


Snape e andamos uns dez passos, e eu fui breve.


– Snape, quantas vezes esses quatro dias você me procurou? Quantas vezes conversamos?


– Desculpa Lily, eu sei que to fazendo errado.


– É Snape, a três anos você ta fazendo isso. Desde que se juntou com aquele pessoal.


– Desculpa, e.. e eu vou tentar mudar. Eu juro!


– Ok. – eu apertei os lábios. – E como vai seus estudos? Está tudo bem?


– Sim. – ele respondeu seco.


Ficamos em silencio por alguns minutos.


Ele olhava para baixo, e eu o encarava.


– Vamos Snape – disse Narcisa.


– Temos aula sobre os trouxas. Que nunca deveriam ser nomeados bruxos – disse Belatriz, acompanhada de risos.


Eu abaixei a cabeça.


Belatriz sabia que eu não era sangue puro.


Snape virou pra trás.


– Espera ai. – ele se virou para mim, meus olhos cheios de lagrimas esperavam por uma defesa do lado de Snape. Mas não ocorreu.


Ele beijou minha testa e foi para o lado que os amigos dele estavam.


Aquilo para mim era o fim de uma amizade de anos.


Ele não sabia o que queria.


Eu caminhei sozinha nos corredores da escola.


As aulas eram algo que eu podia repor depois, mais meu coração não.


 


Eu encontrei o corredor do banheiro da Murta Que Geme.


Me sentei lá.


Não iria entrar no banheiro, Murta me encheria de perguntas.


Eu chorei por vários minutos.


Até que resolvi me levantar e tentar comparecer na ultima aula daquela manhã.


Ao levantar, eu caminhei alguns passos.


Mas minha visão foi preenchida por uma capa preta, pele clara e cabelos loiros.


– Perdida, Evans?


– Não Lúcio, estava esfriando a cabeça.


– Hum. Parece tentador lhe ajudar nisso.


– Não precisa. Obrigada.


– Eu insisto!


– Já disse que não .Agora eu tenho de ir Lúcio, com licença?


– Toda!


Eu passei por ele.


Respirei o mais fundo que pude, concerteza ele escutou.


Dei dois passos, mais voltei uns cinco.


A mão de Lúcio era grande e pesada.


Ele me puxou pelo meu cabelo.


– Ahhhhh! – eu gritei.


– Fique quieta Evans – disse ele, colocando sua outra mão em minha boca. Sua boca, nojenta, chegou perto da minha nuca – Isso não vai doer nada, eu prometo. – ele passou sua língua por toda volta do meu pescoço.


Ao me encostar na parede, eu senti a sua força.


Minha cabeça doeu.


Sua boca estava em meu colo.


E minha blusa sendo arrancado botão por botão.


Eu podia contar os botões que Lúcio arrancar.


Ele era rápido, mais o barulho que causava era irritador.


Eu lutei contra ele. Mais eu não tinha sucesso.


Em menos de cinco minutos minha blusa estava totalmente aberta e meus olhos, já inchados, estavam derramando mais lágrimas.


Lágrimas de raiva, nojo e ódio.


Eu olhava pra cima, a mão de Lúcio em minha boca.


Eu tentava gritar, estava sem força.


Minha voz parecia falhar.


Eu estava tentando de todas as formas.


Eu olhei para o lado oposto ao final do corredor.


Tive a impressão de um vulto preto se mover dentre a sombra.


Eu tentei gritar.


Mais uma vez, sem sucesso.


Eu acompanhei o vulto chegar.


Os olhos dele encontraram os meus.


Seus olhos transmitiam raiva e pena, e os meus nojo e angustia.


– Lily! – Tiago gritou.


Ele estava muito perto.


Lúcio tirou sua boca de meu pescoço e levou um soco em seu rosto.


Eu me virei para a parede.


Tentei me cubrir.


Eu estava sem capa, então eu tentei juntar os dois lados da blusa.


Enquanto eu fazia isso, não consegui evitar os olhares apreensivos para trás.


Lúcio apanhou feio.


Potter tinha um estilo físico invejável.


Ele era o número um no quadribol, o físico era perfeito.


– Não se meta mais com ela Lúcio! – disse Potter.


Lúcio tentou correr, mais mancava muito.


Seu rosto tomado por sangue era visto mesmo no escuro.


O pouco de luz reluzia em vermelho vivo.


Eu chorava sem parar e Potter chegou ao meu lado.


– Você está bem? O que ele fez? – ele me perguntou.


Ao me ver com a blusa aberta, ele só confirmou as intenções de Lúcio.


– Ah Lily – ele tirou sua capa e me deu.


Eu me cobri, tremia muito.


Potter me abraçou.


– O-ob-brr-r-iig-aada. – eu tentei falar em meio aos meu soluços.


– Eu vou matar ele Lily. – disse Potter.


Ele me abraçou e ficou alguns minutos ali.


Meu choro foi aos poucos diminuindo.


Eu estava bem ao lado dele. 

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