Paraíso?



--Onde estamos? –Foi a primeira coisa que Hermione perguntou depois de abrir os olhos.


 


--Você quem deveria saber, Mione! –Rony a olhava assustado. –Pra onde você pensou em ir quando aparatou?


 


--Eu pensei no... paraíso. –a ultima palavra saiu como um sussurro. –Mas não sabia se funcionaria.


 


E eles realmente estavam num paraíso. O lugar era calmo e deserto. Havia uma cachoeira atrás deles, e logo, um pequeno rio, sem contar um campo com várias árvores frutíferas. Parecia ser de madrugada ainda, mas estava muito quente e abafado, e uma lua cheia brilhava no céu limpo e estrelado.


 


--Realmente, Mione, esse lugar parece um verdadeiro paraíso. Onde você acha que estamos? Eu não lembro de ter visitado um lugar assim antes. –ele olhava ao redor.


 


--Pelo tipo de vegetação, por ser de noite e estar muito quente e abafado, meu palpite é a América do Sul, mas especificamente um país enorme chamado Brasil, já que o fuso horário é grande e nessa época do ano eles estão no verão.


 


Ela disse isso muito rápido, o que confundiu o garoto.


 


--Então você me trouxe para um lugar que você nem sabe direito onde é.


 


Ela corou.


 


--Deve ser umas três da manhã ainda. –Rony comentou olhando pro céu. –Vamos conversar.


 


Ela mordeu o lábio inferior.


 


--Vem –ele estendeu a mão pra ela. –Vamos nos sentar ali.


 


Ela pegou na mão dele e se deixou guiar até uma pedra bem grande e alta na margem do pequeno rio, um pouco afastado da cachoeira. Assim que chegaram lá, Ron soltou a mão da morena e começou a se despir, ficando de calça e uma blusa regata; Hermione seguiu o exemplo dele e ficou só com a sua calça jeans e uma blusa preta de manga.


 


--Por onde quer começar? –Ela perguntou cautelosa.


 


--Não sei. Sempre é você que começa a conversa, mas eu vou tentar.


 


Ela sorriu.


 


--Eu queria saber por que você não fica comigo. Você não gosta de mim?


 


--Claro que eu gosto de você. Mas não podemos. Somos amigos.


 


--Acho que a  então, se você diz que gosta de mim, por que não me quer com você?


 


Ela suspirou e desviou o olhar, mas ele segurou seu queixo fazendo ela olhar nos olhos dele.


 


--Tenho medo.


 


--Medo? De quê? –indagou confuso.


 


--Somos muito diferentes, Ron. Brigamos demais, não sei se daríamos certo juntos. Não quero perder sua amizade, e sei que se brigarmos, nós vamos nos afastar.


 


Ele ficou quieto por um instante, considerando as palavras da garota e depois respondeu pausadamente:


 


--Mas nós não vamos saber se não tentarmos.


 


Ela olhou pra ele, como se não tivesse mais dúvidas do que queria. Seus olhos brilhavam, como se ele tivesse acabado de dar a resposta que ela precisava e queria ouvir.


 


--Quer tentar? –Ela não sabia de onde tinha tirado toda essa coragem para perguntar isso.


 


Em resposta, ele se aproximou e a beijou. Um beijo tranqüilo e calmo, onde ambos puderam usufruir todas as sensações. Mal respiravam, pois estavam mais preocupados em descobrir o sabor um do outro. Seus lábios se encaixavam tão perfeitamente quanto seus corpos quando unidos em um abraço. E quanto tempo ficaram naquele beijo nenhum dos dois sabia, só sabiam que não existia um paraíso melhor do que aquele que visitavam juntos.


 


Depois de sabe-se lá quanto tempo, eles se separaram. Os dois tinham uma expressão idêntica no rosto: pura felicidade.


 


Rony deu mais um selinho nela e se levantou.


 


--Onde você vai? –ela perguntou sorrindo.


 


--Vamos nadar.


 


--Como assim vamos nadar? Está de noite!


 


--De madrugada para sermos mais exatos. Mas isso não é problema. –Ele pegou a garota no colo e pulou na água.


 


Assim que voltaram à superfície, ela deu um tapa no ombro dele, repreendendo-o. Ele riu e a beijou de leve.


 


Os dois ficaram horas nadando e se beijando. Quando a noite começou a clarear eles saíram da água e se deitaram na grama verdinha, para poderem ver o nascer do sol. Estavam deitados de mãos dadas, e Rony apoiava a cabeça no outro braço.


 


--O que vamos dizer quando chegarmos em casa? –Rony perguntou.


 


--A verdade. Eu acho.


 


Eles riram, e o ruivo se aconchegou mais perto dela.


 


--Eu acho que perdemos o horário para Hogwarts. Mamãe vai nos matar. –Hermione disse preocupada.


 


--Estou mais preocupado com o seu pai.


 


--Por quê? O que você pretende dizer a ele? –perguntou divertida.


 


--Que estamos namorando. –ele respondeu como se fosse óbvio.


 


--E estamos?


 


--Claro! –ele se lembrou que não havia pedido a garota oficialmente ainda. –Digo, acho que estamos. Não estamos?


 


--Com certeza. –ela deu um selinho nos lábios dele. –Você quer mesmo encarar meu pai?


 


--Sim. Sabe, Mi, é como eu disse pro Harry um vez: Vale tudo no amor e na Guerra, e isso [u]é[/u] um pouco dos dois.


 


--Por que um pouco dos dois?


 


--Amor a você. E uma provável Guerra ao seu pai.


 


Ela riu, e eles se beijaram quando o sol nasceu.

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