Comendo pipoca



Os convidados ainda não tinham chegado. A morena mostrou o quarto onde Harry e Rony ficariam, Gina ficaria com ela.


 


--Mas você não dormia no mesmo quarto que a Nina? –Gina perguntou.


 


--Só durante aquela semana. Meus pais estavam arrumando a decoração do meu quarto, por isso eu fiquei no quarto dela.


 


Elas estavam sentadas no quarto de Hermione. As paredes eram de um amarelo bem clarinho e uma parede, atrás da cama era vermelho escuro e o símbolo da Grifinória desenhado, a pedido da garota. Os pais acharam um desenho estranho, mas concordaram. Uma cortina vermelha e dourada cobria a janela. A cama era branca e tinha uma auxiliar em baixo. Um guarda-roupa branco ficava em frente à cama e uma penteadeira da mesma cor ao lado da cama dava um toque final no quarto. Era, sob todos os aspectos, um quarto bem diferente. Mas era estiloso. Gina tinha ficado encantada.


 


--Mione? –Harry batia na porta, e Rony vinha atrás. –Sua mãe ta chamando.  –ele olhou em volta  –Nossa, que quarto meneiro, Mione! Aposto que foi você quem decorou...


 


--Que bom que gostaram. –Ela sorriu –entrem aqui. Tenho que falar umas coisas pra vocês antes de descermos.


 


Ron e Harry entraram e se postaram na frente dela.


 


--Bom, meus parentes não sabem que somos bruxos. Nenhum deles. E meus colegas também não, exceto a Taís. Eles acham que eu estudo em um internato na Irlanda. Então, se eles perguntarem alguma coisa, vocês dizem que estudam lá também, ok?


 


Eles assentiram e ela ficou mais aliviada.


 


--Vamos descer, eles já devem ter chegado.


 


Eles desceram e encontraram cinco pessoas paradas na sala, cumprimentando os pais da morena.


 


--Hermione, querida! –uma mulher veio abraçá-la. –Como você cresceu!


 


A mulher era baixinha, tinha olhos e cabelos castanhos. Um homem alto e magro veio atrás.


 


--Oi Hermione! –ele a abraçou.


 


A garota retribuiu o abraço e foi cumprimentar um casal de idade mais avançada que estava sentado no sofá. O homem era muito parecido com o pai de Hermione, e a mulher tinha cabelos brancos lisos e olhos verdes.


 


Uma menina, que aparentava ser um pouco mais nova que a garota também a abraçou. Era muito parecida com a Hermione, exceto pelos seus cabelos pretos.


 


Depois de tantos abraços e beijinhos, Hermione respirou fundo e começou as apresentações:


 


--Bom, gente, esses são: Harry Potter, Ronald Weasley e sua irmã mais nova Gina. Eles estudam comigo –ela apontava os amigos, que acenavam a cabeça como cumprimento. –Galera, esses são: Vovô João e vovó Herminda. –indicou os senhores que estavam no sofá. –Essa é a tia Fernanda e tio Marcos e a minha prima Hermes.


 


 


Mal terminou de fazer as apresentações e a campainha tocou de novo. Logo estava cheia de tios e tias Grangers. Só depois de quase meia hora que ela pôde dar atenção aos amigos.


 


--Ufa! Acho que esses foram os últimos parentes. –ela deu risada.


 


--Hermione! –Jane chamou.


 


--Mais parentes não... –ela gemeu de desgosto.


 


Os amigos riram da cara dela.


 


--Nós sabemos o que é isso, Mione. Olha o tamanho da família Weasley! –Rony brincou.


 


Hermione foi ver o que a mãe queria.


 


--A Taís no telefone. Você atende no quarto? –A Sra Granger perguntou com um telefone sem fio na mão.


 


Hermione pegou o parelho e fez sinal para que os amigos a acompanhassem. Ela foi pro seu quarto, que estava silencioso e começou a falar.


 


 


--Oi, Ploosh. Diga.


 


[i]—Poof, não vai dar pra ir hoje na sua casa. Cada um tem um compromisso.[/i]


 


--Droga!


 


[i]—Mas que tal sairmos amanhã à noite? Tomamos um sorvete e assistimos um filme?[/i]


 


--Espera um pouco. –ela tirou o telefone e se voltou para os amigos. –O que vocês acham de sair amanhã à noite?


 


 


--Diga que vamos. –Harry respondeu depois de trocar um olhar com os amigos.


 


--Ploosh, nós vamos sim. –Ela voltou a falar no fone.


 


[i]—Tenho uma surpresa pra você amanhã![/i]


 


--Surpresa?


 


[i]—Acho que você vai gostar. Então até amanhã, Tchau! –e desligou o aparelho antes da garota poder perguntar mais. [/i]


 


 


--Hermione? –Jane bateu na porta e entrou. –O que a Taís queria?


 


--Vamos sair amanhã... –respondeu.


 


--Certo. Mione, você pode ir naquela loja que você foi hoje mais cedo?


 


--Por quê?


 


--Você esqueceu de comprar a vela pro bolo. E sem vela fica difícil cantar parabéns. Mas tem que ir rápido, porque ela fecha em meia hora. –Jane olhava no relógio.


 


--Eu vou. –Hermione abriu a porta do guarda-roupa e pegou um sobretudo e uma toca.


 


--Vocês vem comigo?


 


--Sim. –respondeu Ron.


 


Harry e Gina trocaram um olhar malicioso e responderam:


 


--Nós não vamos. Vão vocês dois... está frio... –Harry abraçou a namorada.


 


--Ok. –Hermione concordou distraída.


 


Eles desceram. Harry e Gina ficaram conversando com uns primos de Hermione, enquanto ela e o ruivo iam para os fundos da casa aparatar.


 


--Segure a minha mão, Ron. –ela estendeu a mão e o ruivo aceitou.


 


Hermione girou e sentiu ser enfiada mangueira adentro. Depois que essa sensação horrível passou, eles abriram os olhos e viram que estavam num beco sem saída. Ainda de mãos dadas, seguiram para a loja.


 


Eles entraram no estabelecimento que já estava com uma de suas portas fechadas. Hermione correu puxando Rony para o lugar onde estavam as velas. Com a ajuda do amigo ela escolheu uma vela de dois anos, branca com detalhes em cor-de-rosa. Pagou e saíram.


 


--Que frio! –Hermione tremia.


 


--Está mesmo. Não sei como vamos tomar sorvete amanhã...


 


--É mesmo! Nem pensei nisso. Droga!


 


Ela tentou bater a mão na testa, mas percebeu que ela estava presa. Olhou e viu os dedos de Rony entrelaçados aos seus. Soltou delicadamente a mão e corou.


 


Eles andavam devagar em direção ao lugar onde poderiam desaparatar, quando passaram em uma praça e viram um senhor de idade que vendia pipoca com bacon em um carrinho.


 


--Quer pipoca? –Ela perguntou.


 


--Quero, mas não vamos nos atrasar?


 


--Dá tempo.


 


Eles foram em direção ao senhor da pipoca e compraram dois saquinhos. Depois se sentaram num banco perto de uma árvore bem grande e com poucas folhas.


 


Eles se acomodaram bem próximos por causa do frio, e comeram em silencio. A rua estava praticamente deserta. Quando metade da pipoca já tinha ido embora, Rony comentou:


 


--É lindo aqui.


 


--É sim. –a neve começou a cair. –Vou sentir a sua falta quando sairmos de Hogwarts. Desses momentos juntos. Até das brigas. –Ela confessou.


 


Rony riu.


 


--Mas por que diz isso? Vai sumir? –ele perguntou com uma pontada de tristeza na voz.


 


--Claro que não vou sumir. Só vai ser mais difícil, né? Trabalho e tudo mais...


 


Eles fizeram um minuto de silencio. Ron, que já tinha comido toda a sua pipoca, colocou a mão distraidamente no saquinho de Hermione.


 


--Ei, seu guloso! –Ela deu um tapa de leve na mão dele.


 


Ele fez cara de unicórnio abandonado.


 


--Toma, vai... –ela pegou uma e colocou na boca do ruivo, que sorriu.


 


Começou a ventar, e Hermione tremeu. Junto com o vento veio a neve; o frio estava ‘queimando’ o rosto da morena.


 


--Vamos embora? Está esfriando muito... –Ron sugeriu.


 


--Vamos.


 


Eles se levantaram e Rony abraçou Hermione. Ela parou de tremer um pouco, mas eles logo se separaram quando ouviram um barulho vindo detrás de um arbusto. Rony sacou a varinha e apontou para aquele lado.


 


--Calma, Ron. Guarda isso! Algum trouxa pode ver! –Ele guardou a varinha.  –Deve ser um gato sem dono. Venha, vamos pra casa.


 


Ela puxou o garoto para o beco e logo desaparataram. Assim que entraram, os presentes ficaram olhando para eles, curiosos.


 


--Vocês demoraram. –Jane Granger comentou.


 


Hermione, que não sabia mentir, tentou falar alguma coisa, mas não conseguiu, então Ron respondeu com a maior cara de pau:


 


--A loja estava fechada, Sr Granger. Tivemos que passar em outra.


 


As atenções dispersaram, e Hermione agradeceu aos céus pela sacolinha não ter o desenho com o nome da loja. Logo depois eles cantaram parabéns e os parentes Grangers foram embora.

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