Brigas e Balaços



 


 


Dezembro chegou em Hogwarts trazendo neve e muito frio em Hogwarts. Hermione aproveitava o calor da Sala Comunal para descansar depois uma longa semana de aula. Harry, Ron e Gina também estavam lá, mas ao invés de relaxar, eles estudavam o esquema de ataque para o próximo jogo de quadribol: Grifinória X Sonserina. O time vermelho e dourado estava muito bem colocado, porque tinha ganhado o jogo contra a Corvinal com uma boa vantagem.


 


--Então o Dino e o Simas ficam na retaguarda e passam a goles pra Gina que vai ficar mais pra frente. Se o passe não der certo votem a bola pro Ron, certo? –Dizia Harry, mostrando um desenho – Ron? Ronald!


 


--Que foi? Eu já sei! Pegar a goles de qualquer maneira, e...


 


--Você ta viajando de novo! Não é disso que eu to falando! –Harry disse bravo. –Ron! Presta atenção!


 


O ruivo tinha se distraído novamente.


 


--Quer saber, Harry? –Ron se levantou –Eu já sei o que tenho que fazer, pode ficar tranqüilo que eu vou fazer certo. Agora... –ele mexia no cabelo. –como ta o meu cabelo?


 


--Quê? –Harry perguntou confuso.


 


--Meu cabelo, Potter! Como ele ta?


 


--Arrumado, por quê?


 


Mas a pergunta de Harry não foi respondida. O ruivo levantou e foi em direção a uma garota que estava encolhida no sofá. Ela tinha cabelos cacheados, usava calça de moletom preta, blusa e meias brancas. O time acompanhava o goleiro com o olhar.


 


--Oi Mione! –Ron se sentou ao lado da garota. –O que você ta fazendo?


 


--Oi Ron. –Ela sorria meigamente. –To ouvindo música. Escuta.


 


Ela tirou um fone de ouvido e colocou no amigo.


 


--Droga, ele não vai voltar tão cedo. –disse Harry pro time. –Vamos continuar aqui.


 


 


O ruivo e a morena curtiam aquele momento, juntos. Acomodados no sofá ouvindo música. Os olhos de ambos estavam fechados. Quando a música terminou o garoto tirou o fone de ouvido e disse:


 


--A música do baile de inverno. D’As Esquisitonas, né? –A morena fez que sim com a cabeça. –Como você fez pra esse aparelho trouxa funcionar aqui? Ele não precisa de escletricidade?


 


--É eletricidade, Ron. –ela ria. –Eu fiz um feitiço e consegui adaptar com magia. Eu gosto de ouvir música, e essa é a minha preferida. Traz boas recordações.


 


O ruivo se mexeu no sofá, se afastando dela.


 


--Boas recordações?


 


--Sim, Ron. O baile de inverno. Meu primeiro baile, meu primeiro bei... –Ela disfarçou. –Bom, foi um dia legal aquele, não foi?


 


--Só se for pra você, Hermione! –Ele estava com a ponta das orelhas vermelhas, tinha percebido o que a morena quase falou –Que ficou lá com o Vitinho. Deve ter sido ótimo mesmo!


 


Ele levantou e subiu pro dormitório batendo a porta. A morena estava pasma.


 


--Vai lá, Gina. –Sugeriu Harry. –Pelo jeito a coisa foi feia. E depois eu te passo o que você perder.


 


A ruiva deu um selinho no namorado e foi conversar com a amiga.


 


--Hã... Mione? –Chamou –Tudo bem?


 


--Não. – morena tinha lágrimas nos olhos. –Por que ele tem que ser tão ciumento?


 


Gina sentou em frente à amiga e estendeu a mão pra ela. Hermione aceitou o gesto e apertou a mão da ruiva.


 


--O que aconteceu?


 


--Vitor. –Ela deu uma pausa. –Isso explica alguma coisa?


 


--Sabe, Mione, isso é compreensível. –Disse Gina depois de ouvir o que acontecera. –Eu acho que o Ron tem medo de perder você pro Vitor. Tem medo que você comece a sair com ele de novo.


 


--Como assim de novo? –ela estava confusa. –Ele nem sabe que eu namorei o Vitor. Sabe?


 


A ruiva estava com as orelhas vermelhas.


 


--Saber não sabe. Mas desconfia. –Harry disse se sentando do lado da amiga. Ele já tinha dispensado o time.


 


--Como assim desconfia? Gina, você era a única que sabia, o que você andou dizendo pra ele? –ela estava nervosa.


 


--Eu... Ah, Mione, eu disse que você tinha beijado o Krum...


 


--O que você disse pra ele exatamente?  --Hermione tinha os olhos fechados de raiva.


 


--Eu lembro! –Gina olhou feio pro namorado quando ele disse isso. –Eu tava junto no dia. O Rony pegou a Gina e o Dino num corredor.   –Ele fez uma careta.    –E eles brigaram. Aí a Gina disse assim  –Harry fez voz de falsete.   –“Harry deu uns amassos na Cho Chang! E Hermione no Vitor Krum! Só você se comporta como se isso fosse feio, Ron, porque você tem a experiência de um garotinho de doze anos!”. Foi desse jeito.


 


Hermione gemeu de desgosto. Ela olhava pra ruiva com cara feia.


 


--Ginevra! Como você fala uma coisa dessas pra ele? –a ruiva encarava desafiadoramente –Eu não dei uns ‘amassos’ no Vítor! –Gina lançou um olhar que fez a morena se render. –Tá bom, eu dei. Mas mesmo assim! O Rony não tem a ‘experiência de um garotinho de doze anos”!


 


--Como você sabe, Mione? –a mais nova sorria vitoriosa. –Já beijou o Roniquinho? Bom, tirando aqueles selinhos que ele rouba de você sempre?


 


--Já sim! –Harry respondeu e levou um tapa da amiga. –No meio da guerra. Ele disse alguma coisa sobre elfos e ela tascou um beijão nele. Era de dar inveja a qualquer filme trouxa, se eu não interrompesse, não sei onde ia acabar...


 


Ele levou mais um tapa da amiga, e um olhar incrédulo da namorada.


 


--Quê? –a ruiva estava de olhos arregalados e a morena mais corada que nunca. –Por que você não contou isso pra mim? –Ela virou pro namorado. –Nem você, seu traidor!


 


--Bom, isso não vem ao caso Ginevra! A única coisa que eu quero é que o Ron pare de brigar comigo por causa do Vitor. Eu não tenho nada com ele!


 


--Eu sei que você não tem mais nada com o Vitor, Mione. Mas meu irmão gosta de você. E você sabe disso. –A ruiva levantou. –Eu vou lá falar com o Ron.


 


Ela subiu as escadas pra falar com o irmão.


 


--Por que tem que ser tão difícil, Harry?


 


Hermione encostou no ombro do amigo-irmão e começou a chorar.


 


*


 


--Rony? –Gina batia na porta. –Ron, to entrando.


 


Ela disse isso já dentro do quarto. A ruiva foi em direção à cama do irmão que estava com o dossel fechado. Ela abriu as cortinas e se deparou com o irmão sentado na cama, abraçando o travesseiro e chorando feito criança.


 


--Ron!


 


Gina sentou ao lado do irmão e o abraçou. Apesar de todas as desavenças, eles eram muito apegados e compartilhavam segredos. Eram mais que irmãos: eram amigos.


 


--Gina? –Ele se acomodava no ombro da irmã. –Por que tem que ser tão difícil?


 


--Vai dar certo, Ron. Vocês vão ficar juntos e você vai me dar muitos sobrinhos lindinhos, você vai ver.


 


Ele deu um sorriso lacrimoso e logo dormiu. Gina desceu e encontrou uma cena parecida com a que tinha participado há pouco. Hermione dormia no ombro de Harry.


 


--Eles são tão cabeça-duras. –Comentou a ruiva –Mas vai dar certo. Nem que eu tenha que dar uma forcinha.


 


Harry riu e se mexeu pra dar espaço pra namorada. Ela sentou e deu um beijinho nele.


 


--Deixa eu acordar a Mione e levar ela lá pra cima. Depois a gente aproveita que o Ron ta dormindo pra namorar um pouquinho. –Harry riu safado –Só um pouquinho, Potter. Amanhã temos treino.


 


Ele sorriu.


 


 


 


 


 


--Bom dia.


 


Hermione desejou desanimada. Os amigos responderam ao cumprimento. Ela sentou e se serviu de um copo de leite.


 


--Você vai assistir o treino, Mione? –perguntou Harry.


 


--Não.


 


--Vamos, Mione!


 


--Não.


 


--É o ultimo treino. Seus três melhores amigos estarão lá! É pra dar sorte. Por favor! –Harry pediu.


 


--Tá certo, Harry. –Ela sorriu. –Eu não consigo falar não pra você mais de duas vezes...


 


Gina e Harry riram. Ron estava sério. Ele tinha os mesmos olhos inchados que Hermione, o que denunciava que ele tinha chorado também.


 


--Tudo bem com você Ron? –A morena perguntou cautelosa.


 


A resposta foi dada por um aceno afirmativo de cabeça.


 


 


Mais nenhuma palavra foi dita até chegarem no campo. Hermione foi pra arquibancada um pouco decepcionada, porque Ron não tentara lhe roubar um beijo como fazia sempre. Os outros três foram para o campo.


 


--Perkins e Sloper, prestem atenção!  --Harry gritava. –Daqui a pouco eu vou soltar os balaços. Joguem como combinamos ontem. Dino, Simas e Gina: vocês já sabem, né? E Ron, não deixe nem um zonzóbulo passar por esses aros. –ele se abaixou. –Vou soltar os balaços primeiro.


 


E Harry o fez. Ele soltou os balaços, depois a goles e o pomo-de-ouro. Montou na vassoura e o treino começou.


 


A equipe era muito boa. Ron, que estava deixando vários gols entrar, logo se recuperou. O jogo fluía bem, até que Sloper rebateu com força um balaço que ia em direção à Harry.


 


O balaço desviado foi em direção às arquibancadas e acertou em cheio uma garota que assistia. Hermione foi atingida no rosto e caiu inconsciente no chão. O nariz dela estava quebrado e jorrava sangue.


 


Harry gritou e foi socorrer a amiga, seguido por Ron e Gina. O ruivo estava pálido. Eles pegaram a amiga e a levaram para a Ala Hospitalar.


 


--Madame Pomfrey! –Gina chamava.


 


Atrás dela vinham Harry e Ron carregando Hermione. A enfermeira entrou pronta pra bronquear quem estava gritando quando viu Hermione com o rosto todo ensangüentado, sendo carregada por dois.


 


--Por Merlim! Acomodem-na aqui. –A enfermeira apontava uma cama. –O que aconteceu?


 


--Um balaço.  –respondeu Harry.


 


Madame Pomfrey começou a examinar a garota. Consertou seu nariz e limpou o sangue do rosto.


 


--Ela pode ficar alguns dias desacordada. O que é melhor, pois ela fraturou alguns ossos da face. A dor é enorme. Potter, por favor, avise a diretora e peça pra ela vir aqui, teremos que avisar os pais dela.


 


--É tão grave assim, Madame Pomfrey? –Perguntou Gina.


 


--Ela vai se recuperar, Srta Weasley. Mas foi uma pancada muito forte na cabeça, o que pode trazer algumas seqüelas.


 


Ron saiu do lado de Hermione e se dirigiu para a porta da enfermaria, pisando duro.


 


--Onde você vai Ron? –Gina estava preocupada.


 


--Conversar com o Sloper! –ele gritou e saiu correndo pro campo.


 


--Droga! Gina, vai chamar a diretora que eu vou atrás do Ron.


 


Harry e Gina saíram correndo da enfermaria. O moreno foi atrás do amigo e encontrou-o segurando Sloper pelo pescoço e encostando o garoto na parede. Dino e Simas tentavam segurar o ruivo, mas sem sucesso.


 


--Se acontecer alguma coisa com ela, Sloper, VOCÊ TÁ PERDIDO! –Ron gritava e apertava mais o pescoço do garoto. –TÁ ENTENDE....


 


--IMPEDIMENTA! –Harry apontou a varinha pra Ron e ele caiu pra trás batendo com força no chão.


 


Sloper também estava caído. Ele esfregava o pescoço.


 


--Ficou maluco, Rony? –Harry berrava. –Você ta bem, Sloper?


 


O batedor fez que sim com a cabeça e disse:


 


--Eu não queria acertar a Hermione, Harry! Foi sem querer!


 


--Eu sei. –o moreno respondeu impaciente. –Vão guardar os balaços e a goles. O Pomo ta aqui. –Harry tirou a bolinha dourada do bolso e entregou pra Simas. –Por favor.


 


Os garotos foram guardar os equipamentos. Harry se abaixou e falou, mais calmo, pro amigo:


 


--Ron, foi sem querer. Foi um acidente. Você podia ter machucado o cara...


 


Ron se levantou e retrucou bravo:


 


--Você viu o que ele fez com ela? Você viu o que a Madame Pomfey disse? Ela pode ter seqüelas, e se acontecer isso, o Sloper ta morto!


 


Dizendo isso ele saiu pisando duro.

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