A Família Potter
A Vila das Bromélias, localizada na zona rural do município de Dover, Inglaterra, era um dos lugares mais peculiares que já surgiram em toda a história do Reino Unido. Com uma espantosa quantidade de setenta e cinco habitantes, morando em pouco mais de quarenta residências em cerca de sete ruas, a Vila das Bromélias era o tipo de lugar que parecia ter parado no tempo. E de fato, as casas de aparência medieval ladrilhadas por um jardim de grama mal aparada pareciam abandonadas e deixadas à própria sorte por mais de cinco décadas. O que era de se espantar, porque essa vila estava situada exatamente dentro da área metropolitana de Londres, uma das maiores cidades do mundo.
No entanto, para qualquer pessoa, digamos, normal, que passasse pela área da Vila das Bromélias, não conseguiria ver nenhuma dessas casas sequer, e muito menos a lojinha de confecções bem visível no meio da vila, mas sim apenas uma antiga estação de trem desativada. A verdade é que a Vila das Bromélias era uma localidade bruxa, fundada há pouco menos de vinte anos para resguardar com privacidade uma das mais famosas famílias de bruxos que já existiram: a família Potter.
O chefe dessa família, um homem chamado Harry Potter, tornou-se muito famoso há dezessete anos atrás, depois de derrotar definitivamente o bruxo das trevas mais temido dos últimos séculos, Lord Voldemort. Esse tal lorde causou a morte de milhares de bruxos e trouxas, direta ou indiretamente. A Guerra de Hogwarts, como ficou conhecida mais tarde a disputa que culminou com a ruína de Voldemort, coroou seus heróis e elevou Harry Potter a um plano quase sobrenatural.
Essa divindade obrigou Harry Potter, sua mulher, Gina Potter e alguns escolhidos, a migrar para um local que fosse tranqüilo e seguro ao mesmo tempo. Por isso eles fundaram a Vila das Bromélias e Harry assegurou a privacidade da família com o feitiço Fidelius. Muita coisa aconteceu desde o dia em que o jovem Harry derrotou com um simples Expelliarmus o Lorde das Trevas, tornando-se o herói de toda uma geração. Na verdade, isso foi a única coisa que não mudou. Harry Potter casou-se com Gina e teve três filhos, Tiago, Alvo e Lílian. Mais tarde entrou para o Ministério da Magia como chefe da seção de aurores, onde permanece firme e forte até hoje. Gina entrou para o time principal do Harpias de Holyhead e, graças ao seu desempenho fenomenal como apanhadora, ajudou o time a ganhar por oito vezes consecutivas a taça de campeão nacional.
Um dos filhos do casal estava dormindo tranquilamente no momento em que a nossa história começa. Era um menino de onze anos, quase esquelético, com os olhos muito verdes e os cabelos negros que nunca eram penteados. Ele era o filho do meio e, de todos, o que mais se parecia com o pai, tanto na aparência física quanto no modo de agir. Nesse momento ele ressonava tranquilamente, o travesseiro atravessado no rosto e o corpo tão próximo da beirada da cama que o menor movimento e ele desabaria no assoalho.
O quarto estava abarrotado com seus pertences, todos no lugar em que não deveriam estar. Roupas pelo chão e sapatos de couro dentro do armário, restos de comida pelos cantos, penas de coruja de todas as cores e jornais de edições antigas brigando por espaço com pedaços de bolo de cenoura e rolhas de cerveja amanteigada, que o irmão Tiago costumava levar à noite para ouvir com muita satisfação Alvo ganhar uma bronca daquelas da mãe por desleixo e má-educação.
Quando o painel do relógio digital se iluminou para indicar seis horas, Alvo acordou. Não pela luz do relógio, claro, mas pelo barulho insuportável de algo se rachando no andar de cima. A seguir, toda a casa pareceu tremer: no quarto ao lado, ouviu-se o plaft de um prato quebrando, seguido de um pio de uma coruja e do toque rústico de uma corneta escocesa.
Foi quando sua mãe se pronunciou, com uma voz extremamente irritada:
- TIAAAAGO! DESLIGUE ESSE SOM AGORA! NÃO SÃO NEM SEIS HORAS DA MANHÃ E VOCÊ JÁ QUER ACORDAR A VILA INTEIRA?
Isso bastou para todos os quadros da casa prorromperem numa chuva de brados e insultos inflamados. Na sala, o barulho que o quadro de um cavaleiro medieval aposentado fez era especialmente estridente.
- Patife, canalha, fanfarrão desonrado! – berrou Sir Cadogan, que havia acabado de cair outra vez de seu pônei gorducho – Como ousa macular o sono sagrado de um cavaleiro valoroso, herói de guerras e defensor da pátria britânica? Forca para ele, minha inestimável senhora...
Alvo suspirou fundo e pegou seus óculos de aros redondos na escrivaninha ao lado. Sentou-se com esforço, ainda esfregando os olhos, sonolento. Sua cabeça doía por causa do despertar forçado, mas ele sabia muito bem que o irmão Tiago era descolado demais para se importar com o sono de quem quer que fosse. Com um pouco de dificuldade, ele percebeu a porta do quarto dos pais se abrindo, passos apressados, um feitiço de abrir fechaduras sendo executado (Alorromora!), intercalado de um Ai! e um Ei!, até o som cessar por completo.
- Se você fizer isso outra vez – a voz ameaçadora da mãe se fez ouvir no silêncio que seguiu – Eu juro que vou deixar você sem torta de abóbora durante um mês! E desta vez nem Monstro poderá te ajudar!
Alvo soube muito bem que seu irmão ia começar a protestar, uma vez que ele adorava torta de abóbora tanto quanto ouvir ‘As Esquizofrênicas’, sua banda de rock preferida, mas possivelmente o olhar maligno de Gina o impediu de continuar. A Sra. Potter era muito eficiente em lidar com os filhos, disso ninguém podia duvidar.
Vinte minutos mais tarde, Alvo já estava devidamente arrumado e descia as escadas que levavam à cozinha da casa. O cômodo era muito grande e espaçoso, embora não parecesse nem de longe uma cozinha de uma família normal. Vassouras com cerdas de aparar grama varriam a poeira automaticamente, enquanto pratos e talheres se ensaboavam e se secavam na pia de metal, sem ser necessário fazer nenhum esforço. O armário estava abarrotado de livros de culinária do tipo “Encante seu jantar” ou “Temperos e ervas encantados”. Em cada um dos móveis, fotos dos cinco Potter em movimento sorriam para o cheirinho gostoso de sopa de cebola que temperava o ar. Na maioria delas, o eu-fotográfico de Tiago dava tapas no cocuruto dos dois irmãos enquanto observava com água na boca o preparo do café-da-manhã.
Sua mãe estava conduzindo o caldeirão, vestida com um avental de estampa florida e uma toca de cozinheiro protegendo os cabelos ruivos.
- Ah, bom dia querido – disse Gina com um sorriso cálido – Como passou a noite?
Alvo bocejou sonoramente antes de responder.
- Bem tranqüilo – respondeu Alvo –. Menos a parte em que eu quase caí da cama, claro.
Gina crispou os lábios numa careta de indignação.
- Aquele Tiago está me saindo pior que encomenda – comentou com azedume – Ele faz Fred e Jorge parecerem ursinhos de pelúcia. E olha que o Jorge costumava explodir o banheiro dos monitores sempre que tinha oportunidade...
Alvo sorriu, interessado. Ele adorava ouvir as travessuras de seus tios Fred e Jorge, embora o primeiro tivesse morrido durante a Guerra de Hogwarts.
- Em todo caso, está pronto querido – anunciou a Sra. Potter, fazendo com que pratos e talheres flutuassem para a mesa. - Veja se falta sal, hoje eu fiz a comida com a cabeça nas nuvens.
Alvo tinha certeza que não havia nada de errado com a comida, sua mãe fazia tudo de maneira impecável, mesmo se estivesse com os pensamentos perdidos no estádio de quadribol do Harpias de Holyhead.
- Está ótimo, mãe – disse Alvo, sorvendo uma colherada de sopa de cebola. – Mas onde está o Monstro?
Monstro, o elfo doméstico da família há quase duas décadas, era estimado por todos na casa, inclusive por Tiago, que raramente gostava de alguém exceto si mesmo.
- Está lá fora aparando a grama do jardim – respondeu a mãe.
Alvo bebeu a sopa em silêncio por alguns momentos, a atenção voltada para a visita que fariam aos primos Weasley em poucos dias.
- Duas corujas de Hogwarts acabaram de sair, Alvo – comentou Gina, apontando para um envelope volumoso em cima da estante. – Deve ser a lista de materiais, suponho.
Alvo inalou boa parte da sopa ao receber a notícia. Estivera esperando essa correspondência por dias, e chegou inclusive a pensar que a escola se esquecera dele.
Ele andou rapidamente até a estante, agarrou a carta sem dar atenção para o endereço (Sr. Alvo Severo Potter, Vila das Bromélias, nº. 7) e leu:
Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts
Diretora: Minerva McGonagall
(Ordem de Merlim, Primeira Classe, Transfiguradora Sênior, Confederação Internacional de Bruxos)
Prezado Sr. Potter,
Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.
O ano letivo começa em 1º de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.
Atenciosamente,
Neville Longbottom
Diretor Substituto
Na folha seguinte estava escrito a lista de materiais, mas ele não deu muita atenção. Sentia-se feliz e ao mesmo tempo temeroso, o coração inchado por sensações conflitantes. E se ele não fosse selecionado para a Grifinória? E se ele quebrasse a tradição de família e entrasse para outra casa, quem sabe até a Sonserina? Alvo nem gostava de pensar nisso. Não gostaria de imaginar a cara de decepção dos pais se entrasse para a Sonserina, não, de jeito nenhum, ele preferiria fugir da escola a ter que enfrentar essa humilhação.
- Em que está pensando filho? – quis saber a mãe, notando a preocupação no rosto de Alvo.
- Eu... Quer dizer, ela... Não queria...
Gina respirou fundo e veio se sentar ao lado do filho.
- Pode me dizer, Alvo. Eu conheço você muito bem e sei que alguma coisa está te preocupando.
Alvo confirmou com a cabeça. Não queria demonstrar fraqueza, mas sabia também que a mãe não sairia dali até que ele confessasse.
- Mãe... – sussurrou, o rosto muito corado – Existe alguma chance de eu ir para a Sonserina?
A Sra. Potter quase sorriu, até perceber que o filho estava aflito de verdade.
- Não se preocupe com isso – disse Gina, ao mesmo tempo em que passava a mão pelos cabelos rebeldes do filho – O chapéu é inteligente o bastante para saber que você é um Potter e que todos os Potter são conhecidos por sua bravura e coragem.
Ela beijou a testa do filho e voltou aos afazeres domésticos. Essa tentativa de consolo, no entanto, não animou Alvo, que tinha uma desconfiança íntima de não ser tão corajoso quanto seus pais e irmãos.
Neste mesmo momento, um novo proscrito surgiu na cozinha: o irmão Tiago, quase tão alto quanto o pai, porém com os cabelos do matiz arruivado da mãe e um pouco malhado, como o tio Carlinhos. Ele vinha com aquela expressão travessa de quem está procurando algo para aprontar, mas com medo de ser descoberto.
- E aí, irmãozão – disse, dando um tapa nas costas de Alvo – Comeu antes de mim, é isso? Vejo que as minhas mordomias estão acabando nessa casa...
Gina, que preparava salsichas em conserva, lançou-lhe um olhar muito irritado e Tiago se calou por uns momentos, sorrindo baixinho. Serviu-se de uma fatia de torta de abóbora acompanhado de um prato de sopa de cebola, até perceber a carta de admissão em cima da mesa.
- Preparado para a Sonserina, pequeno?
Alvo arregalou os olhos de pavor no exato momento em que Gina arremessou um prato de plástico na cabeça do filho maior.
- Ah, mamãe, eu não quero, não quero, por favor... – choramingou Alvo.
A Sra. Potter fuzilou Tiago com o olhar.
- Não toque mais nesse assunto! Santa paciência! Se não quiserem pensar em mim, pensem no pai de vocês, que chegou uma hora da madrugada resolvendo assuntos no Ministério! – disse a mãe, olhando especialmente para Tiago – Eu vou lá em cima agora e você trate de deixar o seu irmão em paz! Não quero uma palavra sobre isso quando eu voltar, entendeu?
Tiago levou os dedos indicadores à boca e os beijou duas vezes, jurando solenemente não tocar mais nesse assunto.
- Você quer saber alguma coisa sobre a escola, Alvinho? – perguntou Tiago numa voz açucarada que de imediato fez Alvo desconfiar.
- Tudo bem – respondeu ele -. Desde que seja verdade.
Tiago fez uma cara de cachorro molhado, fingindo decepção.
- Você sabe que eu sempre digo a verdade – sentenciou Tiago – Agora é o seguinte: os alunos do 1° ano vão para o castelo em barcos, conduzidos por Hagrid. O probleminha é que mora uma lula gigante no lago e eu ouvi dizer que em dias de lua cheia ela...
Como Alvo deixou transparecer toda a sua incredulidade, Tiago resolveu mudar de assunto.
- Tá, tudo bem, mas você sabia que existe um poltegeirst em Hogwarts? Isso até papai poderá te confirmar.
- O que exatamente é um poltegeirst? – indagou Alvo.
- Pirraça é o nome dele. É um fantasma sem casa que se diverte pregando peças nos alunos, principalmente nos calourinhos.
Alvo engoliu em seco.
- No ano passado, Pirraça jogou bombas de bosta durante uma aula de Herbologia no 1º ano e todos da sala ficaram fedendo a porco durante duas semanas! O professor Neville ficou muito bravo, eu nunca o vi daquele jeito!
- Hmm... E ninguém é capaz de parar esse poltegeirst?
- Ah, sim – respondeu Tiago – O Barão Sangrento, fantasma da Sonserina, é o único capaz de pará-lo. Mas pessoalmente, eu acho o Pirraça um amor de fantasma.
- É claro – disse Alvo.
Tiago, servindo-se de mais uma fatia de torta, sorriu do irmão com aquele ar debochado e voltou a falar:
- Ouvi dizer que o pequeno Flitwick, nosso professor de Feitiços, resolveu se aposentar esse ano. Presumo que vá ser difícil encontrar alguém à altura dele, dizem que ele ensina em Hogwarts há mais de cinqüenta anos, não que eu me importe, claro.
- Flitwick não é o diretor da Corvinal? – comentou Alvo
Tiago deu de ombros.
- É, esse mesmo. Mas ele já está muito velho, dormindo na sala e se esquecendo do nome de alguns feitiços. – disse Tiago. - Um dia ele pronunciou o nome de um feitiço errado e acabou destruindo metade da lousa.
- Nossa! – surpreendeu-se Alvo.
- Minerva também não está tão nova assim, mas aquela ali é uma das poucas que eu respeito de verdade – disse Tiago com orgulho – Atualmente não existe um bruxo que se equipare ela, com exceção do papai, eu creio.
Alvo sorriu também, orgulhoso.
- Mas será que a Sra. McGonagall já encontrou alguém para substituir Flitwick?
- Não sei – respondeu Tiago, pensativo, tirando do bolso da calça um tablete promocional de feijõezinhos de todos os sabores e levando um à boca. – Mas provavelmente vai ser um antigo aluno da Corvinal, porque agora essa casa está sem diretor também.
Alvo assentiu, pensativo. Para ele estava muito claro que o irmão não estava nem um pouco interessado em quem seria o novo professor de Feitiços e muito menos o novo diretor da Corvinal. Tiago só queria que o novo período letivo começasse, para recomeçar a fazer aquilo que sempre gostava: brincadeiras idiotas ao lado dos amigos Sebastian Finnigan e Victoire Weasley, esta última a filha mais velha de Rony e Hermione Weasley.
- Sabe... – disse Tiago de repente – Estive planejando uma coisa para o primeiro dia de aula...
Mas o que exatamente Tiago estava aprontando para o primeiro dia de aula Alvo não chegou a saber, porque nesse instante o pai Harry vinha descendo as escadas com Lílian encarrapitada no seu ombro e Gina, logo atrás.
- Bom dia, meninos!.– disse Harry com carinho – Como passaram a noite?
- Ah, uma beleza! – prontificou-se Tiago – Eu acordei no meio da madrugada para colocar sachês putrefantes debaixo da cama de Lílian. Mas parece que não aconteceu nada, o rosto dela nem está coberto de espinhas...
Harry deu uma risadinha maliciosa, sentando-se na cabeceira da mesa.
- Eu sempre estou com dois pés a frente, meu filho. Eu percebi as suas intenções malignas e aparatei no quarto de Lílian assim que você saiu.
Tiago fez uma cara horrorizada.
- Como? Eu não ouvi o barulho nem nada...
- Você não imaginou mesmo que pudesse me enganar, não?
Gina e Alvo caíram na gargalhada ao ver a expressão de traição no rosto de Tiago. Lílian, por sua vez, estava bem mais interessada no generoso pedaço de torta de abóbora em cima do fogão.
- Certo, certo, tudo bem. Não se pode ganhar sempre. – resmungou Tiago, levantando-se para pegar a sua carta.
Gina e Lílian, agora sentadas em seus lugares à mesa, acompanhavam o café-da-manhã silencioso de Harry.
- O que aconteceu ontem no Ministério, querido? – perguntou Gina.
- Nada muito perigoso – respondeu Harry com um sorriso cansado – Mas falta de perigo não quer dizer menos trabalho. Tivemos dois casos de crimes passionais e uma tentativa de roubo no Gringotes.
- Quando é que esses criminosos vão descobrir que é impossível arrombar Gringotes? A última pessoa que conseguiu isso foi você, mas custou tanto trabalho...
Tiago quase rasgou a carta ao meio sem querer.
- Papai arrombou Gringotes? – disse ele, os olhos brilhantes de admiração e reverência.
- Foi durante a guerra, filho – respondeu Harry, ciente de que o filho teria um assunto a mais a contar para os amigos.
Mas Alvo percebeu que Tiago estava com o olhar vago, provavelmente pensando na melhor maneira de espalhar a notícia.
- Aconteceu mais alguma coisa? – questionou Gina.
- Sim, mas não foi comigo. O pessoal do Departamento de Controle do Uso Indevido da Magia teve um trabalhão ontem por causa de um clube de duelos que umas crianças de catorze anos resolveram fundar em Belfast. Alguns trouxas chegaram a ver uma chuva de serpentina caindo do céu, mas o pessoal do departamento conseguiu alterar a memória deles a tempo.
- E o que aconteceu com as crianças?
- Receberam uma advertência polpuda do Ministério, claro.
Alvo deu uma olhadela furtiva para Tiago porque esse era o tipo de brincadeira que o irmão acharia engraçado. Mas o garoto estava estranhamente concentrado na carta, como se disso dependesse todo o seu futuro.
- O que foi Tiago? – quis saber Harry, percebendo também.
Tiago virou-se para eles, ainda olhando para a carta.
- Não, é que vamos ter dois livros de feitiços esse ano. – disse Tiago - Além do “Livro Padrão de Feitiços – 5 ª série”, tem esse outro aqui: “Bliberentes pelo mundo”, de Eleazar Simmons. Que estranho, eu nem sei o que é um bliberente.
Harry e Gina não se contiveram e caíram na gargalhada.
- O que vocês estão escondendo? – indagou Tiago
- É, também quero saber – completou Alvo.
Harry levantou as duas mãos na altura do queixo, como quem pede paciência.
- Vocês vão ter uma bela surpresa no primeiro dia de aula, garotos. – disse Harry, contendo o riso.
- Mas, o que exatamente...
- No momento certo vocês vão saber. Agora Lílian, querida, vá atender a porta, alguém está abrindo o portão da frente.
Alvo ficou olhando sua irmã sair correndo para abrir a porta da frente, enquanto meditava com atenção que surpresa seria essa reservada para o primeiro dia de aula. Os seus pensamentos só mudaram um pouco de rumo quando, do cômodo ao lado, Lílian deixou escapar um gritinho de excitação.
- Quem é Lílian? – quis saber Gina.
- Somos nós – disse uma voz divertida.
E então muitas pessoas apareceram ao mesmo tempo. Duas meninas e um garoto de cabelos muito vermelhos, acompanhados de dois adultos que vinham de mãos dadas: eram Rony e Hermione Weasley e seus filhos, Rosa, Hugo e Victoire Weasley.
- Podemos entrar? – perguntou Rony.
- Já entraram – respondeu Harry, abrindo um largo sorriso para os seus dois melhores amigos.
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