Capitulo V




Capítulo V – "Quanto vale o seu tempo?"


Harry acelerou assim que Ginny subiu indecisa na moto e passou os braços pela cintura dele, apertando forte.


- Você tem certeza que isso é completamente seguro? – Ginny gritou para Harry.


- Não precisa gritar Ginny, eu estou aqui na sua frente. – Harry resmungou – É completamente seguro.


- Sei. – Ginny disse, ainda gritando e Harry a ignorou – Para onde estamos indo?


- Para meu alojamento.


- Seu o que? – Ela gritou sem entender.


- Cala a boca Ginny. – Harry disse e no mesmo instante um trovão pode ser ouvido – Era tudo que faltava. – Murmurou.


Harry virou na esquina do Hyde Park e acelerou ainda mais na rodovia, fazendo Ginny se agarrar e se mexer, para ficar mais perto dele. A chuva caiu e foi inevitável não molharem, o que fez Harry sentir Ginny ficar tensa atrás dele, provavelmente se preparando para um acidente que não aconteceria.


- Relaxa Ginny, já estamos chegando. – Harry disse preocupado.


- Tudo bem. – Ela conseguiu falar com dificuldade enquanto tremia de frio.


Rapidamente Harry passou em frente a Royal Academy of Arts e seguiu direto para o Soho onde no meio dos vários restaurantes o portão de uma garagem abriu-se e Harry entrou.


- Chegamos. – Ele disse e ficou esperando Ginny descer, o que não aconteceu – Pode descer Ginny.


- Desculpe. – Ginny pediu já no chão e entregando o capacete para Harry – Nunca mais vou andar de moto.


- Ok, depois discutimos isso. – Harry disse sem paciência – Hoje o meu dia está sendo realmente perfeito, então vamos logo.


- Para onde? – Ela perguntou curiosa, mas se calou ao ver o olhar que Harry lançara para ela.


Potter abriu uma porta lateral e deixaram a garagem bem cuidada para subirem um lance de escadas e entrarem em uma sala de televisão – onde podia ser visto uma espécie de super computador, com várias telas e funções - não muito grande, conjugada com uma sala de jantar e uma cozinha, tudo decorado de um jeito bem masculino, mas devidamente arrumado.


- É aqui que eu ficava quando vinha a Londres nesses últimos meses. – Harry explicou enquanto entrava por uma porta que Ginny deduziu ser o quarto e voltou com duas toalhas e uma blusa de frio grande e azul, que deu para Ginny – É uma base do governo e é altamente secreta.


- Ok. – Ginny disse entendendo que aquilo não devia ser dito a ninguém e se secou o melhor possível, colocando a blusa de frio por cima do uniforme – Porque você não está com frio? – Ela perguntou se sentando no sofá e deixando sua mochila molhada no chão.


- Eu fui treinado para isso. – Harry deu de ombros e entregou para ela um copo de leite quente que havia esquentado no microondas.


O silencio os consumiu, enquanto Ginny tomava o leite para se esquentar e Harry observava a chuva torrencial que caía na rua.


- Sua mãe deve estar preocupada. – A voz de Ginny interrompeu os pensamentos de Harry e ele virou-se para encará-la.


- É. – Ele disse simplesmente e continuou a encarando. Os lábios de Ginny, que, assim como os dedos estavam quase roxos de frio e os cabelos bagunçados por causa da umidade, formava na opinião de Harry uma combinação perfeita – Vou ligar para ela e você vai tomar um banho ou vai congelar daqui a pouco. O banheiro é no quarto, sinta-se a vontade para pegar alguma roupa minha no guarda roupa.


- Não será necessário, obrigada Harry.


- Vai Ginny. – O tom de voz de Harry fez Ginny colocar o copo vazio na mesa de centro. Ficaram se olhando por um tempo, o desafio eminente – Por favor. – Harry cedeu e se sentou, colocando a mão na cabeça e suspirando.


Ginny levantou-se devagar e caminhou em direção ao quarto com sua mochila. Harry a observou e quando viu a porta do quarto se fechando passou as mãos no rosto, cansado e impaciente.


- Essa garota vai me matar!




 15:59, Blatter Hotel, Londres


Sirius e James estavam na sala de reuniões, sentados confortavelmente nos dois sofás disponíveis e Matthew estava na sua bolsa em cima da mesa, chupando seu bico.


- James! – Lily disse entrando esbaforida na sala, assustando Sirius e Matthew, que começou a chorar na hora.


- Ótimo Lily! – Sirius disse com uma cara nada agradável – Você tem noção de como foi difícil acalmar isso aí? – E se levantou para pegar o bebê.


- Isso não é importante Sirius. – Lily disse, se jogando ao lado do marido no sofá, preocupada – O negócio com o novo cliente, eu fechei!


- Oh meu bem, parabéns! – James disse após um beijo caloroso – Eu tenho uma mulher com um acordo milionário. – Zombou.


- Sim, depois de comemorarem essa esmola na conta dos Potter, por favor, poderiam e ajudar com um problema de verdade? – Disse, se referindo a Matthew.


- Vamos celebrar isso hoje. – Lily comemorou enquanto pegava o bebê e ele parou de chorar instantaneamente – Onde está o Harry? Pedi para ele trazer a Ginny para cá.


- Ele mandou uma sms dizendo que estava de moto e teve que parar em um lugar seguro, enquanto a chuva passa.


- Oh! – Lily choramingou – Não acredito que ele foi buscar Ginny naquilo que ele chama de transporte. Ele não entende que ela está sob nossa responsabilidade e qualquer coisa que acontecer a ela seremos os culpados James?


Shh Lily, fique tranqüila. – Sirius disse, aliviado por não estar mais com Matthew nos braços – Nós todos sabemos que Harry é uma das pessoas mais responsáveis.


- Isso não faz a atitude dele se tornar correta! Onde já se viu? Levar minha filha para dar umas voltinhas de moto por Londres?


Batidas na porta interromperam as lamúrias da Sra Potter, o que fez os homens agradecerem internamente e Sirius levantar-se em uma velocidade relativamente grande para abrir a porta.


- Desculpe incomodar Sr Black. – Um mensageiro abaixou a cabeça em sinal de respeito – Mas temos um problema no lobby, acho melhor os senhores – olhou rapidamente para James e logo abaixou a cabeça novamente – virem dar uma olhada.


Sirius olhou para James e esse entendeu que era melhor irem ver o que estava acontecendo, dando um beijo na esposa, James seguiu o amigo e o – medroso – mensageiro em direção ao lobby.




 16:29, Apartamento CO19, Londres.


- E eu quero fazer arquitetura por isso. – Ginny completou, colocando os pés sobre o sofá e ajeitando a enorme blusa de frio emprestada por Harry.


- Cada vez mais vejo traços admiráveis em você que eu achei que existia. – Harry disse a elogiando – Eu me interessei bastante por engenharia civil quando criança, pelo fato de minha mãe ser arquiteta e estar sempre me levando para a companhia. Mas com o passar dos anos meu interesse pelo direito se intensificou e enquanto estava em Oxford fui recrutado por um dos meus professores para fazer parte da força tarefa do governo. Terminei minha graduação e meu treinamento para entrar na CO19 no mesmo ano e serei eternamente agradecido ao Sirius por me fazer optar pelas aulas com o Sr. Callahan.


- Mas esse seu mentor, - Ginny perguntou curiosa – ele simplesmente bateu os olhos em você e disse: "Eu quero você no CO19."?


- Não, obviamente. – Harry disse se levantando e tirando do forno elétrico a pizza congelada que estava esquecida no congelador – Ele recruta alguns alunos pelo modo que nos comportamos, seja em suas aulas ou no campus. Passamos por algumas entrevistas, onde ele dizia que era para fazermos parte de um grupo de estagiários, mas nunca conhecíamos ninguém que fazia parte desse grupo. O único que sabe todos os nomes é o Callahan.


- Entendo. – Ginny aceitou o prato com a pizza e esperou Harry se sentar para comerem juntos. – Obrigada pelo que você fez hoje pelo Ethan e por mim. Significou bastante.


- Não foi nada. – Ele resmungou torcendo a cara – Eu costumava ser assim quando era adolescente. Essa fase passa.


- Um nerd-valentão? Pagaria para ver. – Ginny riu e ficaram em silêncio por um tempo, apenas contemplando o fogo na lareira.


- Ginny, sobre ontem... – Harry começou após um tempo, sem rodeios, sem perceber que a menina havia pegado no sono – foi um impulso. Minha mãe atiçou algo em mim e não é nada relacionado ao complexo de Édipo, é uma coisa de orgulho, não dá para explicar. Não posso prometer que não acontecerá novamente, mas você tem que entender, você é menor de idade, é completamente errado e na minha profissão, isso pode literalmente ferrar com tudo. – O som da respiração compassada de Ginny interrompeu o discurso de Harry e ele finalmente olhou para ela – Se assustou tanto com minha recusa que dormiu. – Ele resmungou enquanto levantava e pegava a garota no colo. – Descanse Ginny. – Ele disse ao depositar ela na cama king size.




 17:12, Apartamento CO19, Londres.


Harry se encostou na parede do apartamento e desligou o telefone.


- Ginny. – chamou depois de olhar no relógio Audemars Piguet, da coleção Tradição em Excelência, com apenas 20 exemplares do modelo no mundo todo, em seu braço e verificar que já havia quase uma hora que a menina estava dormindo. – Ginny. – Ele chamou de novo batendo na porta e abrindo com cuidado.


Harry viu, à medida que ia abrindo a porta do quarto, a visão da adolescente deitada na cama, coberta pelo grosso cobertor preto, dando para ver apenas o emblema de Oxford na blusa de frio que Harry havia-lhe emprestado.


- Ginny. – Ele chegou perto da cama e parou, com as pernas afastadas - Ginny, acorde.


- Hum. – ela respondeu, abrindo os braços na cama.


- Temos que ir embora. – Harry anunciou se afastando da cama – Acorde ou serei obrigado a te colocar como um saco de batatas na moto.


A ameaça surgiu exatamente o efeito que Harry gostaria, já que em menos de cinco minutos, Ginny estava com o moletom de Oxford e uma calça esporte da Nike na sala dizendo-se pronta para sair.


- Isso não serve em mim. – Ginny constatou segurando a lateral da calça com uma mão enquanto pegava a mochila.


- Não esperava que servisse pequena. – ele brincou enquanto pegava a mochila pesada de Ginny com facilidade e recolhia as chaves da mesa de centro, assim como sua Glock 17 9mm, que ele colocou escondida na parte de trás da calça. Vestindo a jaqueta de couro, perguntou para Ginny: - Vamos?





20:02, Casa dos Potter, Londres.

- Mãe, chega! – Harry disse enquanto pegava o BlackBerry que tocava a um tempo no bolso – Potter. Oi Catherine. – Harry levantou a mão, como se pedisse desculpas aos pais e a Sirius e se afastou da bancada da cozinha, onde estavam sentados. – Você tem certeza que precisa dos meus serviços agora?


- Sim senhor, foi pedido que avisasse o senhor em especifico.


- Essa ordem foi expedida por quem? – Harry disse assumindo uma postura séria.


Pelo diretor.


- Certo. Passe as coordenadas.


- Mandarei um torpedo. – Harry desligou o BlackBerry e rapidamente voltou para a bancada.


- Amanhã conversamos sobre isso mãe. – Disse, ao ver que ela já abria a boca para lhe falar sobre os benefícios da boa hospedagem – Você me pediu e eu fiz, não importa como. Consegui encerrar o contrato com os meus inquilinos e vou para casa sábado, aí você vai poder parar de me importunar com os problemas da Srta Weasley.


- Harry Potter! – A mãe o reprimiu ao ver que Ginny entrava na cozinha – Não lhe eduquei assim.


- Sei bem. – Ele resmungou – Mas você não pode achar que tenho 12 anos ainda mãe. Tenho que ir agora. – Harry ia saindo quando trombou com Ginny, a menina ia caindo quando ele, usando seus reflexos ganhados pelos anos de treino na CO19, a segurou pela cintura e a colocou em pé novamente.


- Obrigada. – Ela agradeceu envergonhada.


- Não foi nada. – Ele disse a soltando e acenando com a cabeça, se despedindo.


Ficaram observando Harry sumir e Ginny se sentou, se desculpando novamente, dessa vez por interrompê-los.


- Não se preocupe Ginny, você é da família. – Lily consolou-a e a serviu um copo de suco, que acabou entornando ao se assustar com Harry aparecendo novamente no arco da porta.


- Achei que iriam querer saber. – Ele anunciou – Sexta feira terá uma festa de congratulações para alguns agentes. Eu serei homenageado e vocês estão convidados.


- Oh! – Lily exclamou feliz e o filho foi embora – Ginny sabe o que isso significa?


- Não senhora.


- Compras!





Sexta-feira, 06:23, Casa dos Potter, Londres.

Ginny estava sentada na frente do notebook que havia ganhado dos Potter conversando com Luna.


Ginny diz: É, mas não o vejo desde quando ele anunciou sobre a festa de hoje à noite.


Luna diz: Mas você vai à festa, não vai?


Ginny diz: Vou.


Luna diz: Então vocês se verão lá.


Ginny diz: Não é a mesma coisa.


Luna diz: Então ligue para ele. Diz que precisam conversar.


Ginny diz: Não! Não posso fazer isso.


Luna diz: Ginny, me leia. Quando que você ia imaginar que logo em Londres você ia encontrar alguém que te interessasse? Aproveite que você está aí, corra atrás.


Ginny diz: Você não entende Luna, ele é filho das pessoas que me acolheram, é errado fazer isso com eles. Além do que, se qualquer coisa der errado, a convivência se tornará insuportável!


Luna diz: Você é quem sabe. Mas acredito que como você disse que ele está ficando no tal hotel e amanhã irá para a casa dele, vocês não se encontrarão muito. Acho que é um risco que você deveria correr agora, ligue, mande uma sms, faça alguma coisa.


Ginny diz: Não sei. Tenho que ir me arrumar para a escola Luna. Beijos, saudades.


Ginny fechou a janela em que conversava com Luna, e ia fechar o chat quando viu a placa "Harry Potter está online" subindo no canto. Ela ficou encarando o nome dele, em meio aos outros poucos online e, tomando coragem, abriu a janela para conversar.


Ginny diz: Bom dia.


A resposta demorou, mas veio.


H. Potter diz: Bom dia, algum problema?


Ginny diz: Nenhum. Não preciso de ter um problema para falar com você, preciso?


H. Potter diz: Não...


Ginny diz: É.


Ficaram sem falar nada por um tempo, Ginny pensava freneticamente no que dizer quando uma nova mensagem chegou.


H. Potter diz: Você queria me dizer alguma coisa?


Ginny diz: Não.


Ginny diz: Ou melhor, sim.


H. Potter diz: Sim ou não?


Ginny diz: Sim.


H. Potter diz: ...


Ginny diz: Quanto vale o seu tempo?


H. Potter diz: Como assim?


Ginny diz: Quanto vale o seu tempo?


H. Potter diz: Não entendo o que você quer dizer com isso Ginny.


Ginny diz: Me sinto confusa sobre aquele outro... dia. Preciso entender.


H. Potter diz: Não é como se eu fosse a pessoa certa para clarear a sua mente.


Ginny diz: Porque você me beijou aquele dia?


HPotter diz: Foi um impulso.


Ginny diz: Novamente Harry, quanto vale o seu tempo?


H. Potter diz: Olha Ginny, eu tenho que ir, nós nos vemos a noite. Bom dia.


Ginny diz: Quanto Harry? Quanto vale?


H. Potter diz: Até a noite Ginny.




NA: Não vou me desculpar, não vou dizer nada, sei que estou atrasadíssima e pronto. Não há desculpa que conserte o erro, então espero que tenham aproveitado esse – curto – capitulo, porque no próximo as coisas ficam... legais. =P

 


Respondendo aos comentários: Hilary Juno Lestrange: Me manda tudoooooo! Eu não consigo conversar com você no MSN, não sei o que está acontecendo =/ Lari, tem comentário para você junto com o da Dora, lê lá =P


Feh Potter: Me desculpa o tempo todo sem atualização, agora veio e o próximo já ta quase pronto, já que parti esse cap em dois. Harry poderoso é meu sonho de consumo!


Camila: Prontinho querida, obrigada por ler.


Dora: UAU, tenho até grito de torcida heim, to ficando famosa por aqui, hihi. Obrigada por ler e pela empolgação, desculpa a demora... Pelo menos o cap veio. Vi que você e a Hilary (Lari) se juntaram legal e fizeram coisas bem bacanas, obrigada *_*


Menos gente comentou nesse heim, será por que? O nível tá caindo? Meninas, me avisem para que eu possa mudar alguma coisa, não tem como eu saber se vocês não reclamarem. =/


Obrigada a quem leu e duplo obrigada a quem comentou. Nos vemos essa semana ainda (espero) com o próximo capitulo. Beijos.


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