único



- ÚNICO -


 


James Potter olhou para o maço de cigarros a sua frente, tinha curiosidade, mas jamais fumara em sua vida. Poderia começar agora, justamente quando precisava esquecer todos os problemas que assolavam sua mente no momento. Mas para que? Para ter outro vício que acabaria com o resto da vontade que ele tinha de viver? Não, obrigado. Ele preferia continuar assim.


Lembrou que começara assim, curiosidade. Então uma tentativa falha e logo Lílian Evans se tornara sua maior obsessão.


Não era para ser assim, ele não devia ter se apaixonado. Seu destino estava completamente traçado, porque ele não seguira o conselho de seu tio? Se envolver demais só iria lhe machucar... Ele jamais estivera tão certo. Esperou demais de Lílian, queria que ela o amasse tanto quanto ele a amava, que ela confiasse nele tanto quanto ele confiava nela, apesar de saber que isso jamais poderia acontecer. Lílian era fechada demais, passara coisas demais para confiar em alguém como ele.


Alguém que já a magoara outras vezes. E, acredite, era tão ruim para James saber disso. Ele só queria o bem dela quando se afastou. Jamais quis magoar ela, achou que provavelmente seria melhor se eles não estivessem juntos. Esteve tão enganado...


Mas o que ele poderia fazer? Era apenas um adolescente, não imaginou que talvez estivesse perdendo o grande amor da sua vida. E alem do mais, não fora sua culpa.


 


{flashback}


O whisky de fogo queimava sua garganta a cada gole que ele dava, ele definitivamente adorava esta sensação, mesmo sabendo que amanhã não lembraria de mais nada do que fizesse em seguida, ele não se importava. Ele queria esquecer a briga que tivera com Lily. 


Lysandra entrou no salão comunal e viu seu mais novo alvo do jeito que ela queria: Acabado. O coitadinho estava triste e carente após sua mais recente briga com Lily. Que peninha.


Ela se aproximou e ofereceu um ombro amigo, que era como James acreditava que ela o via. Grande erro, cinco minutos depois a menina se aproximou dele e o beijou, ele, ainda atordoado por causa de tanta bebida, apenas retribuiu, e quando estava preste a empurrar Lysandra, uns dois segundos depois, ouviu uma voz falar a sua costa.


- Está tudo acabado, James, acho que você sabe agora.


Era ela, sua Lily. Ela não parecia com raiva, parecia magoada, triste. Logo com ele que jurou não magoa-la nunca. Que traste ele era.


- Lils, eu posso explicar. – Exclamei inultimente, é claro.


- Não, não pode. – Ela falou baixo, não iria chamar atenção. As pessoas ao nosso redor estavam tão entretidas nos seus própios problemas ou felicidades que não notaram a desgraça de James Potter acontecendo rapidamente. – Sabe, eu acho que no fundo eu sabia que iria ser assim. Sabia que alguém não poderia mudar hábitos de anos em apenas dois meses, sabia que você iria me magoar. Apenas fui burra demais para ignorar tudo e continuar com essa loucura.


- Lily, não é assim. Eu mudei. – Exclamei, já me aproximado para tentar segura-la e poder explicar tudo.


- Me poupe de suas explicações, Potter, elas não irão mudar nada. – Então saiu sem olhar para trás nenhuma vez.


{end flashback}


 


As lembranças me corroíam por dentro, e me faziam ter vontade de gritar e quebrar tudo que aparecesse em minha frente, eu não poderia, é claro. Até porque eu estava em um bar bruxo, e isso chamaria atenção demais. Deixando meus devaneios de lado, percebi que a música extremamente alta o incomodava e de repente só quis sair daquele lugar. O que ele prometeu a si mesmo não fazer até estar suficientemente bêbado para entrar em coma alcoólico e desejando que quando acordasse não se lembrasse de nada do que acontecera, não lembrar nem mesmo o seu nome.


Talvez começar uma nova vida sem saber de nada sobre ele mesmo e nem sobre Lílian pudesse ser melhor para ele. Para que ter um relacionamento se no inicio é tudo tão lindo, mas no final você sente como se uma parte fosse tirada de você, e a dor é tudo que resta. De que adiantava, então? Ter um bom começo para no final ter um fim que vai acaba com você por dentro para o resto da sua vida. Não fazia o menor sentido.


Respirando fundo, ele olhou ao seu redor. Quem seria a sortuda vitima de James Potter? Aquela que nem por um segundo iria o fazer esquecer de Lílian, mas que poderia dar a ele algo com ele imaginasse sua ruiva ao invés da mulher que estaria.


Sim, sua ruiva, Lily seria sempre dele, embora negasse e renunciasse ao seu posto, ela era dele, e sempre seria assim. O que ela queria não importava, os sentimentos dela por ele jamais iriam mudar, e ela sabia disso. Por isso o afastamento, queria sofrer menos... Isso seria possível? Ele acreditava que não, Lily poderia estar onde estivesse e por quanto tempo quisesse, porém ele jamais esqueceria o brilho dos seus olhos verdes, o seu belo sorriso, o sabor e a textura de seu corpo curvilíneo, sim, ela sempre seria dele e de mais ninguém.


- Ela está mal também, James. Mas acredita que assim será melhor para vocês. – Interrompi meus pensamentos para notar Marlene Mckinnon sentada ao meu lado. Marlene era a melhor amiga de Lily, e minha prima.


- Como assim poderia ser melhor? Eu não vou conseguir esquece-la Marlene. Eu a amo, eu mudei por ela. Porque ela não enxerga isso? – Perguntei já meio alterado. O excesso de whisky de fogo no organismo não iria me fazer bem.


- Ela também te ama, mas ficou perturbada pela Lysandra. Você sabe que Lily não iria agüentar uma dessas. Ela já sofreu demais. – Ela murmurou lentamente.


- Eu sei, Lene, eu sei. Mas porque ela não aceita que Lysandra me beijou e não ao contrario? – Persisti na pergunta, mas seria a mesma resposta. Sempre era.


- Ela viu você retribuir, James. – Ela falou como se fosse obvio.


- Eu estava bêbado, não respondia por mim. – Resmunguei, estava cansado de tudo isso, cansado dessa mesma resposta. Eu estava bêbado, porra, porque ninguém entendia isso?


- Tudo bem, James. Ela te ama, ok? Não esqueça disso. – Ela falou e saiu de perto de mim.


Meu raciocínio já era realmente lento, com bebida eu piorava ainda mais. Então só depois de minutos fui capaz de ligar o fato de Marlene estar aqui à ruiva que dançava sensualmente no meio da pista.


É obvio, se Lene estava aqui, Lílian estava aqui também. Pude perceber que Lils estava meio alterada, bebeu demais, ela sempre foi fraca para bebidas.


Quase chorei de felicidade por rever minha ruiva, desde que saímos de Hogwarts, eu não tinha visto ela novamente. Já fazia um mês. Eu não a esqueceria, nunca.


Uma raiva anormal se apossou de mim quando um cara qualquer se aproximou da Lily, minha Lily, e passou o braço pela cintura dela. E ela sorriu. Sim, sorriu para ele. Sem me controlar, me levantei e ainda completamente bêbado, me aproximei e dei um soco nele. Ele mereceu, ousou chegar perto da Minha Lily, e isso eu não permitia.


- Não ouse chegar perto dela novamente, entendeu? – Resmunguei irritado.


- James! – Lily parecia extremamente chateada. – Você está maluco? Ele não fez nada de mais. – Eu ri gostosamente.


- Fez sim. – Ignorei os resmungos dela, e a puxei para perto de mim. Já que estávamos em um bar bruxo, nem me preocupei em aparatar na frente de todos. Pronto, estávamos em minha casa.


- Você está doido, James? – Ignorei novamente, ela odiava isso. Mas ela ficava simplesmente linda irritada.


- Porque não falou mais comigo? Você prometeu que seriamos amigos! – A acusei.


- Eu nunca prometi nada a você, James. – Ela falou seca.


Era verdade.


 


{flashback}


- Eu não vou ser capaz de te perdoar, James. Não vou conseguir confiar em você de novo. É querer demais de mim. – Ela falou.


- Lily, eu não quero te perder... – Eu estava quase chorando, eu não chorava eu não era assim. Céus, como Lily tinha me mudado.


- Você não vai me perder. Nós podemos ser amigos, que tal? Só amigos. – Não era o suficiente para mim. Eu amava e desejava Lily, não seria capaz de manter apenas uma amizade com ela. Era querer demais.


Só que eu sabia, eu era isso, ou eu jamais ouviria a melodiosa voz de Lily de novo. Então sorri amigavelmente, fingimento pode ser a melhor saída me algumas situações.


- Tudo bem, Lily. Seremos amigos.


{end flashback}


 


- Nós estávamos bem sendo amigos, Lily, porque se afastou?


- James acredite em mim, foi melhor que assim, foi melhor para nós dois.


- Nós éramos bons amigos, isso não era o suficiente? Eu gosto de você, sei que não sente o mesmo, mas porque não podemos ser apenas bons amigos? Eu prometo que vou me comportar, Lily. Só não quero perder você novamente! – Eu estava desesperado, não poderia perder Lils novamente, não dessa vez.


- Não é o suficiente, não para nós, James. - Sussurrei. - Nunca foi. Aceite, vai ser melhor assim. Mais fácil, até, só assim eu vou poder te esquecer.


- Eu não quero que me esqueça, Lily. E eu também não quero te esquecer. Eu te amo, porque você não aceita isso?


- MAS QUE DROGA, JAMES! EU TAMBÉM TE AMO! MAS ISSO NÃO DARIA CERTO PARA NÓS, NÃO MUDARIA NADA! – Ela estava totalmente descontrolada, e parecia se esforçar para se acalmar. – Você não seria capaz de mudar por mim, eu só iria me machucar mais ainda. Eu te amo, e não vou negar isso. Seria mentir pra mim mesma. E eu também sei que esse sentimento nunca vai acabar, eu só vou tentar viver com isso. Sofrer menos... – Ela parecia cansada. – Mas se você continuar na minha vida, eu não vou conseguir. Não vai dar certo.


Eu apenas ouvia tudo o que ela dizia, sendo incapaz de entender nada do que ela falava depois que ela disse que também me amava e que não poderia negar isso.


- Eu mudei, Lily. Mudei por você. Pergunte a quem quiser. Eu te amo, não fuja de mim. – Me aproximei dela. Ela me repeliu, me empurrou levemente.


- James... Não daria certo se fosse assim. Ninguém irá conseguir mudar James Potter, você me disse isso uma vez. Eu não sou diferente de ninguém. Porque eu poderia mudar você? Não faz sentido.


- Faz todo sentido, Lils, eu te amo. E isso muda tudo.


Ela parecia cansada, e se jogou na poltrona que havia ali perto.


- Não torne as coisas mais difíceis, James. Por favor.


Ele não respondeu, iria provar a ela. Provar que por mais que ela fugisse e dissesse ser impossível que eles ficassem juntos, eles ainda eram um do outro. Eles ainda se amavam.


Ele se aproximou de Lily, mas passou direto. Sua ruiva era esperta, iria perceber se ele fizesse algo obvio demais. Ele adorava isso nela. Ela ainda estava sentada na cadeira, a cabeça jogada para frente e apoiada em suas mãos. O belo cabelo ruivo estava jogado de lado, expondo o pescoço alvo que ele tanto gostava. Ela era linda, e lembrar da maciez da pele de Lily o fez estremecer, céus, ele estava perdido com essa mulher.


Me aproximei lentamente, evitando qualquer movimento brusco, não poderia fazer barulho demais. Lils iria perceber. Mas ela notou apenas quando a minha respiração quente bateu na sua pele. Ela fez menção de se levantar, mas eu a segurei e a prendi na cadeira.


- Não tão fácil, Lils. – Sussurrei em seu ouvido, deixando a minha voz rouca, porque eu sabia que isso a deixava maluca. Notei que ela estremeceu.


Então me aproximei de seu pescoço e beijei lentamente. Passei a língua de leve, provando seu gosto. Exatamente do jeito que eu lembrava, maravilhoso. Ela gemeu e eu entendi. Ela ainda não era capaz de resistir a mim. Ela ainda me desejava, isso porque nós nos amávamos mais do que poderíamos compreender. E enquanto houvesse amor, Lily seria minha, e eu seria dela.


E seria assim eternamente, não importa o que acontecesse.


 


- & -


 


Acordei me sentindo extremamente cansado, porém mais feliz do que eu acordara nesse tempo que passei sem a Lils.


Me mexi lentamente, procurando o corpo de Lily para puxar para mais perto de mim, como sempre fazíamos. Sorri.


Então o sorriso sumiu tão facilmente quanto veio. Não vi Lily em lugar nenhum, desesperado, me levantei com a intenção de procurá-la. Então eu vi. Um bilhete em cima do travesseiro dela, me sentido extremamente angustiado, me aproximei e peguei o bilhete.


 


“Isso não muda nada, James. Desculpe.


Lily.”


 


Eu deveria saber que não seria tão fácil, que Lily não entregaria os pontos em uma única noite. Como eu fui idiota!


Fui até o banheiro e tomei um banho para acalmar os nervos. Peguei a primeira roupa que vi aparatei na porta da casa de Lily. Ela havia retirado a minha permissão para apartar lá dentro. Bati na porta, uma, duas, três, quatro vezes e nada. Desesperado, comecei a gritar.


- LILY! EU NÃO VOU SAIR DAQUI ATÉ QUE VOCÊ ABRA! POR FAVOR, LILY, EU TE AMO!


Uma mulher abriu a porta do apartamento ao lado, parecendo extremamente irritada.


- Escute aqui, são 03h23min da manhã. A moça não vai abrir a porta para você, caso não tenha percebido. Então você pode fazer o favor de parar de fazer barulho?


- Tudo bem. – Me aproximei a porta e, recostado nela, me deixei cair. Sentado no chão, eu pensei em tudo o que havia acontecido. O que eu mais queria fazer era desistir.


Mas eu iria atrás de Lily, eu não desistiria tão fácil, ela não conseguiria assim.


Me levantei, e ainda extremamente cansado, juntei as últimas forças que eu tinha e aparatei no apartamento de Marlene. Na casa dela, eu tinha permissão de aparatar.


Como eram duas da manhã, eu esperava encontrar Marlene dormindo. Então foi uma surpresa quando a vi lendo um livro, parecia esperar por algo.


- Ah, James. Você demorou. Estava te esperando á um tempão. Poderia ter dormido, sabia?


- Como assim? Estava me esperando, Marlene? – Perguntei estressado, estava cansado de tudo isso.


- Para perguntar sobre a Lily, é claro. – Ela respondeu como se fosse obvio.


- Onde ela está? – Perguntei.


- Ela se foi, James. Ela viajou e não disse nem a mim para onde ela iria. Sabia que eu ia te contar. – Foi como se eu tivesse levado um tapa.


Sem falar mais nada, me virei e saí. Não iria aparatar. Eu precisava pensar, espairecer, de um tempo só para mim.


- James... – Marlene me chamou, não me virei, porém continuei parado. Ela entendeu como um sinal para continuar. – Eu sinto muito, mesmo.


- Eu também, Lene, eu também. – Eu estava extremamente magoado e não iria negar isso.


Quando saí dali, andei sem rumo e acabei na praia, eu nunca me lembrava o nome dela. Mas achava um lugar lindo e adorava vir aqui apenas para pensar. Me sentei em um banquinho qualquer e deixei que as lágrimas escorressem pelo meu rosto. Nada mais importava agora, nada...


- Hey, Prongs. – Ouvi a voz de Sirius.


Nesse tempo de confronto com Lils, eu tinha esquecido que os meus amigos. Sirius e Remo sempre me apoiariam, não importa que aconteça.


Eles se sentaram um de cada lado, e ficaram calados. Anos de amizade me lembraram o que esse pequeno gesto significava. Eles não me pediriam nada, e não falariam nada, porque sabiam que eu precisava pensar. Eles estavam ali apenas para me lembrar que eu não estava sozinho.


Foi então que eu me senti um pouco melhor.


 


- & -


 


Era como se Lily tivesse sumido do mapa. Ninguém a encontrava, e a única forma deu saber que ela ainda estava viva era as cartas que ela ainda enviava para Marlene. Eram pequenos bilhetes, que geralmente diziam. ‘Eu estou bem, não se preocupe. Lily’. Só isso, mais nada.


Isso me matava por dentro. Marlene escrevia para ela, eu via as cartas, ela deixava Lily a par de tudo, mas não tocava no meu nome. Em momento algum. Achei que era porque Lily havia pedido. Não tocar no meu nome, me esquecer, me tirar da vida dela de uma vez por todas.


Mas ela não ia conseguir, eu não ia deixar.


 


- & -


 


O casamento de Dorcas e Remus veio como uma bomba de felicidade. É claro que Lils iria ser convidada, é claro que eu iria ser convidado. Eu a veria de novo.


E essa era a única coisa que eu era capaz de pensar no momento, enquanto terminava de colocar o meu blazer bem arrumado. E tentava ajeitar a gravata.


Passei as mão pelos meus cabelos, extremamente nervoso. Eu teria um argumento dessa vez: Eu não estivera com nenhuma mulher desde Lílian. E eu diria isso a ela, esfregaria na cara dela que ela poderia sim confiar em mim. Eu iria ser fiel a ela.


Sorrindo internamente, saí do quarto e fui até um chaveiro enferrujado que estava no meio de minha sala. A chave do portal. Faltava apenas um minuto para que ela fosse ativada e eu fosse dirigido à igreja. Assim como todos os outros. Assim como Lily.


Quando deu 19h00min , eu segurei o chaveiro. Então eu me vi em uma igreja. Era linda, grande e decorada em leves tons de bege e um dourado bem claro. Suas colunas eram desenhadas em um estilo parecido com o grego. Flores em um rosa bem claro adornavam todos os bancos. Estava realmente lindo.


 Deixei meus olhos vagarem pelo salão que estava apinhado de gente, e sorri para uns conhecidos.


Logo avistei uma cabeleira ruiva, me aproximei, mas no meio da confusão de tanta gente junta, logo a perdi de vista.


- James! Vamos, temos que nos arrumar. Todos os padrinhos. – Marlene me chamou parecendo meio irritada com minha demora.


- Onde está Emme? – Perguntei curioso. Afinal, ela seria meu par. E eu não tinha visto ela em lugar nenhum.


- Emme? Está se agarrando com Josh, seu mais novo peguete, em algum lugar. – Ela respondeu, distraída.


- Então, com quem eu vou entrar? – Perguntei curioso, não...?


- Com a Lílian, é claro. – Para ela era obvio que eu iria fazer par com Lílian Evans, para mim era algo quase improvável.


- E onde ela está? – Eu estava animado, é claro, eu não só veria Lílian novamente como iria entrar com ela na igreja, poderia ser mais perfeito?


- Deve chegar em alguns segundos. – Ela respondeu distraída.


Foram os mais longos minutos da minha vida. Mas disso tudo eu tirei uma lição: Segundos para as mulheres, significam minutos. E minutos significam horas. Eu deveria gravar isso.


Então Lily chegou. Ela estava linda, seu vestido verde curto adornava seu corpo de tal forma que poderíamos dizer que fora feito para ela, e mostrava parte de suas torneadas coxas, o decote sutil mostrava apenas um pedaço de seu colo. Eu arfei a sua visão. Ela era um anjo.


Lils estava ajeitando seu vestido, parecendo um pouco nervosa, ela passava a mão repetidas vezes pela saia do vestido, tirando rugas que somente ela via. Eu sorri, ela estava nervosa.


Então ela finalmente levantou a cabeça e olhou ao redor. Ela me viu, e ao invés de se virar e ir embora, como eu achava que ela faria, ela deu um sorriso e seus olhos se encheram de lágrimas. Ela se aproximou de mim, quase correndo, e me abraçou. Mais forte do que ela jamais se permitira fazer em público.


- Ah, James, nós temos tanto para conversar! – Ela murmurou quase chorando, eu quis gritar de felicidade.


- Lily, eu... – Eu queria falar, dizer pra ela que eu ainda a amava.


- Desculpa interromper, mas ta na hora de entrar. – Chamou o organizador da festa. Eu quis matá-lo, sim, somente por ele ter interrompido meu momento com a minha Lily.


- Vamos, Jay. Conversamos depois. – Jay... Ela me chamou de Jay? Eu ainda estava digerindo essa informação, quando a musica extremamente alta começou a tocar, e os padrinhos começaram a entrar. Respirei fundo e tentei me conter, eu não poderia falar com Lily durante toda a cerimônia. E isso era horrível.


Essa seria, certamente, a cerimônia mais longa de toda a minha vida. Tudo o que eu mais queria fazer era pegar Lils e sair dali o mais rápido possível, mais esse era o casamento de Dorc e Remus, eu poderia esperar um pouco. Ou não.


 


- & -


 


Eu não tinha achado Lils desde que saímos da igreja, nós aparatamos para a festa e desde então eu não tinha visto ela. Eu precisava ver Lílian, eu precisava conversar com ela. Mas incrivelmente eu encontrara a todos, menos ela.


Passei meus olhos por todo o salão, esperando ver minha ruiva. E nada. Mas avistei Marlene. Me aproximei dela, rindo internamente, ela estava com Sirius e não parecia nada feliz. Sirius não perdia a chance, deixar Lene maluca era seu esporte preferido. Eu confesso que era até um esporte legal.


- Desculpa interromper o casal... – Lene me lançou um olhar de fúria, eu ignorei – Mas eu adoraria saber onde a minha ruiva está. – Marlene riu.


- Sua ruiva? – Eu revirei os olhos, Lils era minha e ela sabia disso. – Banheiro... – Sorrindo internamente, comecei a me afastar deles. – Ah, James. – Me virei rapidamente, cada momento longe de Lils me deixava maluco. – Toma aqui. – Ela jogou algo no ar, que eu peguei rapidamente. Habilidades de apanhador. Olhei para o objeto em minha mão, uma chave. Olhei interrogativamente para Marlene, ela sorriu e revirou os olhos. – É a chave do banheiro, James.


Resolvi nem perguntar como ela conseguira isso. Me afastei quase correndo e abrindo espaço entre as pessoas que dançavam animadamente pelo salão. Não me importei com os olhares raivosos que foram jogados em minha direção, porque se importar? Eu veria Lílian de novo.


Abri a porta e não vi ninguém, achei que Marlene estivesse mentindo, e já estava saindo quando a porta do reservado mais longe se abriu, e de lá, saiu a pessoa mais linda que eu já vira.


- James? Isto é um banheiro feminino. – Ela disse com um ar risonho. Eu revirei os olhos.


- Eu sei, Lils. – Murmurei e tirei a chave do bolso, então me virei e tranquei a porta.


O brilho no olhar de Lils misturava curiosidade, duvida e desejo. Eu sorri levemente, ela só retribuiu o sorriso, mas logo ele fugiu de seus lábios.


- Precisamos conversar. – Suspirei.


- Eu sei, Lils, olha... – Fui interrompido, acho que já deveria estar acostumado.


- Não, James. Só escute. – Ela respirou fundo, como se estivesse tomando coragem. – No tempo que eu fiquei fora, o meu maior objetivo não era te esquecer. E sim aprender a conviver com o amor que eu sentia, porque ficar com você poderia me machucar demais, e eu não sabia se seria capaz de agüentar. Severo me magoou demais, e você sabe disso. Só que eu entendi que o meu amor por você não era algo que eu pudesse aprender a conviver sem ter você do meu lado. Eu não iria conseguir de jeito nenhum. Eu te amo, James, e estou disposta a jogar fora todos os meus medos e inseguranças. Porque sem você, eu não iria conseguir ser feliz. E eu quero que você me perdoe, por ser tão idiota, burra, estúpida, orgulhosa... – Ela pretendia continuar, mais eu não deixaria.


Ela ficaria comigo, apesar de tudo, ela ficaria comigo. Ela me amava tanto quanto eu amava a ela. E estava disposta a largar tudo para ficar comigo. E eu não poderia querer mais nada da vida. 


Me aproximei e beijei, todos os nossos beijos eram uma mistura de sensações tão intensas que eu me sentia tonto, Lils era assim. Intensa. Suguei seu lábio inferior lentamente, finalizando o beijo com uma leve mordida. Lily gemeu em minha boca e eu arfei. Encostei minha testa na dela, e abri meus olhos. Encarei o brilho de seus olhos verdes, e eu sorri. Sorri de felicidade apenas por Lílian estar ali comigo.


- Eu só poderia ser feliz com você, James.


- Eu te amo, Lílian Evans. – Susurrei para ela, um tremor passou pelo seu corpo e eu sorri mais ainda.


- E eu te amo muito mesmo, James Potter.


Eu sorri e ela me beijou de novo, nos entregando a um mundo de sensações que eu só conseguiria sentir com ela. Porque ela é e sempre foi, o único amor da minha vida.


 


fim

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