O Amor Incondicional de Maria

O Amor Incondicional de Maria



               As garotas foram para o dormitório e Lílian, exausta de tanto estudar, dormiu rapidamente, Marlene já estava dormindo havia horas e Maria continuava acordada, olhando pela janela, até ter certeza de que o sono de Lílian estava pesado o suficiente. Certificando-se, então do sono da amiga aparatou direto para a Casa dos Gritos, que já teve a oportunidade de conhecer quando foi a Hogsmeet com Remo comprar garrafas de cerveja amanteigada e doces para uma das festas que os Marotos organizavam no Salão Comunal (sem permissão). Ele mostrou a casa a ela e contou a lenda, assegurando-a de que com ele, pelo menos durante o dia estaria segura. Agora ela entendia as entrelinhas do comentário.


                – Remo... – Chamou uma vez a menina, não obtendo resposta. – Remo... – Abriu uma porta que dava para um quarto na casa e de costas para a porta, uivando para uma janela, encontrou o monstro. – Remo... – Maria teve apenas tempo de gritar no primeiro golpe, mas desmaiou quando sua cabeça bateu no chão depois de ser jogada contra uma mesa.


                Os Marotos estavam no caminho para a Casa dos Gritos, pelo salgueiro lutador e, transformados em seus respectivos animais, com os instintos aprimorados, puderam ouvir claramente a voz de Maria em gritos. Os Marotos lutaram para chegar a tempo, mas não conseguiram.


                – Maria! – Exclamou Tiago ajoelhando-se, depois de assumir sua forma original. Pedro, o mais rápido e menor, chegou primeiro e pôde estuporar o amigo antes de mais um ataque.


                Maria estava com parte das roupas rasgada e com fundos arranhões pelo corpo.


                – Ela está viva? – Perguntou Sirius depois de assumir a forma original, chegando por ultimo na sala.


                – Sim, mas receio que não por muito tempo... – Disse Tiago apreensivo.


                – Droga! Transforme-se novamente em veado... Eu vou amarrá-la nas suas costas e você corre com ela para a Ala Hospitalar...


                – Mas, e se alguém me ver? – Argumentou Tiago...


                – A vida dela é mais importante e segundo o Mapa do Maroto já estão todos na cama.


                – Vai Pontas! – Exclamou Pedro interrompendo os pensamentos do amigo, que não hesitou na transformação.


                Sirius e Pedro amarraram Maria com um feitiço e Tiago correu, como combinado. Os outros dois correram logo atrás dele e quando chegaram à entrada da ala hospitalar voltaram a suas formas originais e desfizeram o feitiço que a amarrava. Madame Pomfrey atendeu imediatamente quando os meninos bateram a porta.


                – Pelas barbas de Merlin. Como vocês deixaram isso acontecer? – Disse a Madame, balançando a cabeça negativamente enquanto ajudava os meninos a colocar a amiga na maca. – Podem ir. Eu cuido dela... – Os dispensou tratando dos ferimentos da menina, que se debatia murmurando coisas inteligíveis.


                Os garotos passaram o resto da noite com Remo, esperando ansiosamente que amanhecesse para vê-lo bem novamente.


                O sinal para o fim do café da manhã soou... E só então Remo se deu conta da ausência de sua melhor amiga, Maria.


                – Onde está Maria? – Perguntou o Maroto, olhando em volta, o aglomerado de alunos que se deslocava para lá e para cá, cada um para sua respectiva sala de aula.


                – É uma longa estória, Aluado... A Maria não está muito bem. – Disse Pedro hesitante, quando Sirius e Tiago olharam para ele esperando que ele contasse.


                – Ela está indisposta? Tem chovido ultimamente? Eu já disse pra ela não pegar chuva... Vou preparar uma poção que a Madame Pomfrey me ensinou porque eu vivo doente, vocês sabem... E ela vai ficar ótima rapidinho. – Disparou o Maroto, sorrindo.


                – Não Remo... – Marlene se aproximou com lágrimas nos olhos...


                – Receio que seja mais grave... – Reforçou Tiago apreensivo.


                – E Madame Pomfrey já está cuidando da Maria da melhor forma... – Completou Sirius.


                – O que está acontecendo? O que vocês estão querendo dizer? – Preocupou-se o Maroto.


                Todos olharam novamente para Pedro.


                – Por que eu? Parem de olhar para mim! – Pedro repreendeu os amigos.


                – Se não quiserem falar, não precisa... Mas fui eu? – Remo virou-se para os amigos.


                – Não Remo. Foi um lobisomem que fica na Casa dos Gritos... Ela foi vê-lo e... – Marlene tentou contar, mas foi interrompida. Ela não sabia ainda que o lobisomem era o Remo,


                – Lene... Deixa isso com os Marotos. Eu te acompanho até a sala. – Sirius a puxou pelo braço a tirando de perto dos outros Marotos.


                Remo olhou para os amigos desnorteado, mas sabia exatamente o que estava acontecendo.


                – Eu sou a pior pessoa do mundo! – Disse isso antes de virar-se e começar a caminhar rapidamente para a Ala Hospitalar, onde encontrou com Dumbledore e Minerva.


                – Senhor Lupin...Não é aconselhável que... – Começou Minerva, mas Remo não ouviu.


                – Com licença... – Ele continuou adentrando e procurou o leito onde estava sua amiga, dormindo, mas com um profundo arranhão no rosto.


                – Ela vai ficar bem... – Precipitou-se Madame Pomfrey.


                – Eu a mordi? Ela não vai se transformar num monstro como eu, vai? – Indagou preocupado, tentando evitar olhar para o leito.


                – Não, Remo... Você não a mordeu e o veneno das garras não é forte o suficiente para transformá-la, e mesmo que fosse, eu já fiz o possível e impossível para reverter. – Explicou a Madame.


                – Dumbledore... – Ele olhou apreensivo para o diretor, que o interrompeu.


                – Senhor Lupin, vá para sua aula... Conversaremos sobre a noite passada antes do almoço. Esteja na minha sala com Tiago, Sirius e Pedro. Agora, vá...


                – É minha aula. Eu te acompanho... – disse Minerva amparando-o para fora do recinto.

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